Capítulo 65
1736palavras
2023-04-07 02:11
Tribo Fire
Reino de Wisdy
Felix Fire
Foram dias difíceis de viagem, Felix fez pausas e paradas em pousados pelo caminho, para poder descansar junto a sua amada, Cate estava cada vez pior, ele não sabia oque fazer para ajudar, a única saída era viajar o mais rápido possível.
A medida que eles avançavam, o frio ficava mais intenso, Félix via como Cateline tremia, e aquilo o preocupava, o lobo decidiu cobrir a humana com várias das roupas e mantas que Milenna havia lhe entregado, ele não sabia se seria o suficiente, mas pelo menos iria a aquecer um pouco.
Na entrada do castelo, Félix para e aguarda até que os portões fossem abertos, estava demorando mais que o normal, ele decide ir até Cate, ela tentava se levantar, a cada movimento que ela dava, gemidos de dores saiam de sua boca, rapidamente Félix vai até ela para a ajudar.
— Você está bem? Nós finalmente chegamos, logo você poderá descansar.. irei chamar um curandeiro assim que possível..
Felix falava ajudando Cateline a se sentar, ela segurava forte a barriga, a dor estava insuportável, mas mesmo assim ela sorria para Félix, ele olhava para aquela humana frágil e sentia que precisava protegê-la, fazer algo para que aquela terrível dor passasse, os sentimentos que ele tinha por ela era algo inexplicável.
Enquanto os dois trocavam olhares aproximando cada vez mais seus corpos, um dos cavaleiros de Diego aparece no portão do castelo, ele estava em alerta, o lobo sentia o cheiro da humana dentro da carroça e não entendia oque aquilo significava.
—Fique aqui… eu irei falar com o guarda…
Félix diz a Cate, que apenas assenti, ele desce da carroça e corre até a entrada.
—Abra o portão… preciso falar com meu pai!
Felix diz serio enquanto se aproximava do guarda, ele reparava que o homem tentava ver quem estava na carroça, ele parecia curioso com oque estava acontecendo.
— E a tal humana? o Alfa disse apenas para permitir a entrada e manter segredo… ele não disse mais nada, mas pediu para que não contássemos nada sobre quem somos, está correto?
O guarda pergunta confuso, e Félix o responde já sem paciência, a situação de Cateline era séria e ele não tinha muito tempo.
— E complicado explicar agora… tenho certeza que o Alfa irá dar uma resposta a todos depois… agora abra esse maldito portão… eu tenho que falar urgentemente com meu pai…
Félix se segura para não soltar um rosnado enquanto fala, e o guarda rapidamente entende a mensagem, abrindo o enorme portão, Felix retorna correndo para a carroça e adentra o local.
Enquanto a carroça passava, vários dos homens que cuidavam da segurança do local observavam atentos, sentindo o doce aroma da humana.
Chegando rapidamente na parte traseira do castelo, Felix desce correndo da carroça, ele imediatamente pegou Cateline nos braços e um amontoado de pessoas se formou ao seu redor sem entender bem o'que tudo aquilo significava, Cateline já havia desmaiado novamente, a dor fazia com que a mulher permanece desacordada a maior parte do tempo.
— Chamem meu pai agora! eu vou levar ela para a suíte do terceiro andar, sem mais perguntas…
Félix grita com todos, e eles se assustam com o comportamento do lobo, era a primeira vez que viram o jovem tão preocupado e determinado.
Muitos fazem caretas percebendo que se tratava da humana, mas respeitam a ordem do lobo mesmo assim.
Ele corria o mais rápido que podia até o terceiro andar, e nos curtos momentos que Cateline voltava a si, tudo que ela fazia era gemer de dor, ela se agarrava forte no peito de Félix, e ele sentia a angústia vindo da mulher, ela não merecia passar por tal sofrimento.
Ela gemia fechando os olhos com força, e Félix sentia uma dor em seu peito por ver ela sofrer, ele queria que aquilo acabasse logo.
Chegando na suíte no terceiro andar, ele acaba esbarrando com seu amigo Tomás no caminho, ele fica confuso vendo Felix carregando aquela humana nos braços, mas antes mesmo de questioná-lo, Félix toma a frente.
— Preciso de um favor.. mande chamar o curandeiro Thedeu agora mesmo, preciso dele…
Tomas assente acompanhando Felix e pergunta baixinho.
— E quem é essa?
Felix permanece sério e apenas diz para o amigo.
— Depois nos falamos… faça o que te pedi, por favor..
Tomas percebe que o assunto era sério, e apenas assenti, se afastando do amigo, indo em busca do curandeiro.
—Tá bom…já vou.
Ele sai do corredor em direção às escadas sem questionar.
Félix abre a porta do quarto com facilidade, e assim que coloca Cateline na cama, ele acende algumas velas para deixar o quarto bem iluminado, não fazia sol lá fora, estava nublado e nevando muito, ele queria que ali estivesse claro e quente para ela, pois Cateline era humana e podia sentir muito frio, ela não era como os lobisomens.
Ele acende a lareira para Cateline e verifica se a temperatura do quarto fica adequada, ele sentia que aos poucos o quarto começava a esquentar, Félix vai até Cateline a cobrindo com alguns dos cobertores que tinha ali, percebendo que Cate parava de tremer de frio, ele se senta na cama, ao lado dela.
— Você já vai se aquecer… ainda está com muito frio?
Ela diz baixinho, se aconchegando entre as cobertas.
— Estou começando a me esquentar, obrigada Felix..
No mesmo momento ela começa a gemer novamente de dor, o semblante de Félix volta a ficar triste, ele lamenta, colocando a mão no rosto dela.
— Desculpe… por estar passando por isso… vamos cuidar de você, o curandeiro daqui é o melhor, ele saberá como lhe ajudar .... Apenas confie em mim… logo ele deve chegar.
O lobo acaricia o rosto da humana, ele sabia que tinha que parar, mas a atração e desejo que ele sentia por ela era imensa, ele não conseguia se afastar, ele se sentia culpado pela dor que ela sentia, o lobo desejava que ela melhorasse o quanto antes.
Cateline tenta sorrir, mas é interrompida pela dor, ela coloca sua mão sobre a barriga, e sussurra de olhos fechados.
— Calma bebê, sua mamãe vai melhorar, eu prometo…
Ele via como Cateline se mantinha forte para ficar bem, para suportar tudo aquilo, nem mesmo em sua tribo ele havia visto uma mulher tão forte, passando por uma dor desconhecida e ainda assim sorrindo.
Felix ficava com medo dela não suportar a gravidez, pois não era um bebê humano no ventre dela, e sim, um lobisomem que se alimentava da energia da humana. Ele sequer sabia como ela ainda estava viva, aquilo era um verdadeiro mistério.
Quando Félix escuta os passos de seu pai, ele afasta sua mão de Cateline, que se assusta, ela olha para ele sem entender, mas assim que percebe alguém entrando pela porta do quarto entende.
Diego entra no quarto caminhando com passos firmes, ele passa pela porta e olha diretamente para humana deitada na cama, ele vê como Félix estava próximo dela, mesmo se estressando com tal coisa ele não fala nada, apenas permanece sério, andando até seu filho.
— É essa mulher quem será sua esposa?
Ele olha curioso para a humana com a aparência cansada e fraca, Cateline estava repleta de olheiras e com os cabelos ensopados de suor.
— Sim… essa é Cateline, pai, é melhor conversamos depois… ela precisa de cuidados, eu pedi a Tomas para chamar o curandeiro…
Diego assente entendendo a situação, era visível que a humana não estava nada bem, e aquilo o preocupava de certa forma, ele olha mais uma vez para a humana, a achando completamente estranha, parecia tão fraca naquela cama, ele achava que ela não iria durar, que não conseguiria segurar a criança, mas ele teria que tentar salvar a vida dela e do bebê, aquela criança podia ser o único a salvar a tribo Fire no futuro.
— Iremos cuidar de você e do bebê…. humana Cateline… tente descansar por hora, vou chamar uma criada para ficar responsável por seus cuidados.
Cateline mal conseguia pensar direito por conta da dor, ao ouvir o homem dizer “humana Cateline” ela ficou um pouco confusa, mas pensou ser algum delírio ou confusão por conta do excesso de remédio, ela simplesmente não conseguia pensar em nada e queria apenas que tudo aquilo passasse logo.
Diego continua a falar, percebendo que Cateline estava aérea e meio desligada.
— Seu marido virá vê-la todos os dias, não se preocupe… agora você precisa descansar e tentar comer algo… Félix, preciso que venha comigo à minha sala.
Felix assente o respondendo.
— Irei aguardar a criada, logo irei..
O jovem lobo responde o pai, que olha não gostando muito do que havia ouvido, Diego havia deixado claro que não queria que Félix tivesse apego ou relação alguma com a humana.
O velho Alfa suspira fundo tentando não se descontrolar, e sai do quarto sem falar nada, ele iria chamar alguém para tomar conta da humana.
Não demora muito e a criada chega, ela faz uma reverência a Félix, e ele a cumprimenta, era Cristina, uma grande amiga da família, ele sabia que podia contar com ela.
Félix vai até Cateline uma última vez e diz.
— Eu volto mais tarde…a criada vai te ajudar no que precisar, logo ela vai trazer algo para você comer, te ajudar no seu banho e em oque for preciso..
Cateline sorri olhando para Félix, se sentindo contente por estar com ele, e agradece gentilmente.
— Obrigada Félix, por tudo. Eu sei que logo estarei bem…
Ela força um sorriso, e ele vê o brilho em seus olhos, ela realmente estava mostrando a sua força, e aquilo o deixava admirado, ele diz enquanto sai do quarto.
— Eu sei que vai.. eu logo volto, descanse..
— Eu vou…
Félix vai até a porta e antes de sair fala com a criada.
— Cuide bem dela.
— Sim senhor Félix, com prazer…
Ela se curva e Félix sai do quarto fechando a porta logo a seguir, ele então caminha até o quarto de seu pai.
Ele anda apressado, e sequer presta atenção em quem estava ali no corredor bisbilhotando, era Amanda, ela olhava para Félix séria por ele não ter notado sua presença, ela então se vira em direção ao quarto e sente todo seu corpo arder de raiva, aquela humana estava estragando sua vida e seus planos.