Lucinda e Joaquim
Lucinda acorda no outro dia, e novamente seu amado não está a seu lado, ele era um homem muito ocupado, e agora com seu pai observando cada movimento, ele teria que se empenhar mais em seus.
A jovem Lady se levanta, e aguarda ansiosa o café da manhã enquanto experimenta animada os vestidos que Joaquim havia comprado .
Como de costume, no mesmo horário, Dirce bate à porta e Lucinda permite que ela entre.
Lucinda estava de bom humor, animada para contar a sua família sobre o castelo, que futuramente eles sairiam da fazenda, ela estava preocupada com sua irmã e o bebê, sem saber o que seria deles se ficassem na fazenda, agora que ela havia se casado com alguém importante, teria poder e forças o suficiente para proteger sua família, era assim que a jovem pensava.
A criada entra trazendo consigo os pratos, deixando-os na mesa, junto a eles, havia também uma carta, que ela entrega a moça.
Lucinda fica curiosa sobre quem poderia ser o remetente, e antes mesmo que Dirce terminasse de organizar o café na mesa, ela rasga o envelope.
A carta era de sua irmã, Cateline Forth, na carta ela dizia que precisava conversar com sua irmã, e pedia um dia para se encontrarem, na carta, ela dizia que havia aceitado a proposta de um nobre estrangeiro e se casaria com ele, e logo sairia de Aftermoom.
Lucinda não consegue acreditar nas palavras que lê, piscando por alguns instantes, lendo repetidas vezes .
— Está tudo bem, Lady?
Dirce percebe o rosto pasmo da moça, o conteúdo da carta parecia algo importante.
— Sim, está…
Lucinda responde ainda presa a carta.
— Preciso que um cocheiro busque minha irmã na fazenda e traga até o castelo, por favor, Dirce..
A criada olha surpresa, sem entender, mas acata a ordem da Lady, que parecia preocupada com o que havia lido na carta.
Dirce logo sai sem questionar a moça, e Lucinda se senta à mesa, ainda com a carta em mãos tentando entender, seria verdade que sua irmã se mudaria para fora do reino? ela precisava ouvir dos lábios da própria jovem.
Lucinda come um pouco pensativa enquanto aguardava o retorno da criada, e logo ela chega.
— Lady Lucinda… um dos cavaleiros foi até o local informado para buscá-la, acredito que até a tarde eles tenham chegado..
Dirce fala ofegante de subir as escadas correndo, como ela não sabia o conteúdo da carta, pensava ser alguma emergência.
— Obrigada.. e me desculpe pedir algo assim tão repentinamente… se não for incomodo, gostaria que preparasse um chá quando minha irmã chegasse, quero conversar com ela no jardim…
A senhora assentiu com a cabeça, e logo saiu do quarto, deixando a jovem Lady terminando de comer seu café da manhã.
O tempo passa devagar, e Lucinda aguarda ansiosa pela chegada de sua irmã, ela lê algumas páginas dos livros de Joaquim que ficam na estante próxima, como eram cerca de 2 horas de viagem, ela calculava que sua irmã chegaria pouco depois do almoço.
Ela então aguarda pacientemente e bem animada o reencontro.
Após algumas horas aguardando, finalmente a criada aparece, lhe chamando.
— Lady? A carruagem chegou…
Os olhos de Lucinda brilham ao ouvir tais palavras, com um salto ela pula da cadeira onde lia despreocupada os livros, e corre em direção a porta, que abre rapidamente.
Ela mal espera a criada falar, e desce correndo os degraus da escada, a senhora, que já estava ofegante do trabalho árduo no castelo, tenta acompanhar a jovem, quase se desequilibrando.
— Lady Lucinda, sua irmã está lhe aguardando, na entrada do jardim….
Dirce fala pausadamente, enquanto tenta respirar, e Lucinda se dirige correndo até o local, segurando as barras de seu vestido longo que quase arrastavam ao chão.
Ao passar perto de um salão que ficava perto da cozinha, consegue ver algumas das concubinas de Helton comendo alguns doces, elas olham friamente para a moça, que não faz conta, tudo que ela queria era ver sua amada irmã.
Ao virar o corredor, ela se depara com uma enorme carruagem parada, lhe aguardando, a porta então se abre e sua irmã sai .
A carruagem era digna de reis e rainhas, haviam detalhes dourados por todas as partes, assim como seu interior, que era coberto de tecidos, e em seus assentos, haviam macios revestimentos estofados.
Cateline corre até sua irmã assim que abre a porta e as duas se encontram dando um forte abraço uma na outra, emocionadas, deixam lágrimas escaparem.
— Quantas saudades… nem parece que fazem apenas 3 dias que vim morar aqui..
Lucinda fala apertando o rosto de sua irmã, que soluçava.
Depois de se abraçarem muito, elas começam a andar juntas até os bancos que ficavam perto da enorme fonte .
Lucinda toma cuidado, e olha sempre ao redor enquanto anda, não queria ser surpreendida novamente como da última vez que esteve ali.
Cateline anda ao lado de sua irmã, e visível em seu rosto uma feição diferente, Lucinda percebe que sua irmã mais nova está mais quieta, parecia distante, diferente de como costuma ser, parece que parte de seu brilho foi apagado por algo, Lucinda fica preocupada enquanto a observava, seria a gravidez? Talvez ela estivesse trabalhando muito na fazenda..
— Você está bem, Cate? Parece tão tristonha…
Lucinda pergunta olhando o rosto da jovem grávida, que tenta fingir um sorriso.
Sua irmã a conhecia bem e sabia quando ela tentava a enganar.
— Quer me contar o que aconteceu?
Lucinda fica mais preocupada com sua irmã e sobrinho, vendo que a jovem estava desanimada.
— Esta sim… é apenas cansaço… não precisa se preocupar..
Cateline fala meio cabisbaixa, e sua irmã pensa que talvez seja verdade, ela precisa lembrar de mandar algumas frutas e alimentos para sua irmã quando ela voltar.
— Pensei que estaria animada… depois de conseguir fisgar aquele bonitão…
Lucinda fala tentando provocar a jovem, mas tudo que ela recebe é um sorriso forçado.
— Ele é bem bonito sim…. e parece ser muito amável também…
Cateline responde sua irmã, pensativa, ela sabia que Lucinda iria querer todos os detalhes, mas ela não poderia contar, não ainda.
Lucinda dá um suspiro profundo, tentando pensar em algo para fazer sua irmã contar o que havia acontecido.