Capítulo 16
1225palavras
2023-02-25 19:42
Família Forth
— Precisamos ir, os cavalos ficarão cansados logo…
A mãe das garotas fala séria pegando os cavalos e levando-os novamente até as carroças para prendê-los.
Lucinda suspira e logo segue sua mãe, deixando Cateline pensativa para trás.
Após alguns minutos todas as carroças estão prontas para seguirem em frente, Martin corre pela estrada brincando, ignorando os gritos de sua mãe que o chama.
— Eu vou correndo! E chegarei antes de vocês!
Ele grita rindo enquanto corre deixando Milenna mais estressada.
— Vamos ir mãe, uma hora ele irá cansar e subir na carroça…
Lucinda fala passando a mão nas costas de sua mãe tentando acalmá-la.
Elas sobem nas carroças, assim como Cateline, que estava avoada e pensativa sobre a decisão do baile.
Não demora muito e logo chegam a pequena cidade, logo vão até a estalagem de dona Ellen onde colocam seus cavalos no estábulo para que pudessem descansar.
—Millena! Quanto tempo!
Ellen os vê de longe e vai em sua direção.
Martin estava exausto de correr e brincar durante a viagem então acabou dormindo na carroça.
Todos se abraçam, é possível ver que Ellen está muito feliz em ver todos ali, fazia tempo que todos não se reuniam.
—Estou feliz que todos tenham vindo!
Ela diz para a família que organizava a carroça.
—O garoto dormiu? Se quiser, pode pegar um dos quartos para descansar.
Ellen sempre foi muito hospitaleira, ela gostava muito da família Forth desde que chegaram na cidade, sempre se deram bem, era como se fossem de seu sangue.
— Obrigada Ellen! Se não importar, irei colocá-lo para dormir então.
Milenna fala pegando o jovem no colo, ele era pequeno mas muito pesado.
Todos que estavam ali a observam, era muito difícil ver crianças no vilarejo, Martin parecia ser o único daquela idade.
—Precisamos entregar os itens no porto o quanto antes… o navio sairá em breve…
Ela fala com dificuldades por conta do peso que carregava e Ellen a ajuda.
Elas levam a criança adormecida até o quarto e o deixam dormindo, esperam um tempo para que os cavalos descansem e logo seguem até o porto, onde o cliente já as esperava.
Chegando no Porto, todos vão direto ao local combinado para entregar as mercadorias, e logo veem o comprador.
Ele é um senhor já de idade baixo e com a barriga protuberante, usa uma boina vermelha e um bigode fino engraçado, como era estrangeiro seus costumes e gostos eram diferentes.
— Vocês demorar a chegar ...eu quase embora para casa!
Ele não falava bem a língua de Aftermoon e tinha um sotaque diferente, mas eles conseguiam entender um pouco, o suficiente para fazerem negociações.
—Nos desculpe senhor Yohan, tivemos problemas com o transporte, mas já estamos aqui!
O homem olha para as carroças passando a mão em sua barba, e logo se aproxima para ver a mercadoria.
— Vocês trazer tudo? Tenho que entregar rápido.
Ele parece apressado ao falar, como o reino era distante só podia se ir até lá de navio, as viagens eram muito demoradas.
Milenna olha para as garotas, ela conhecia o temperamento de Yohan, mesmo essa sendo apenas a segunda vez que faziam entregas a ele.
—Sim! está tudo aqui… vamos carregar o navio para o senhor poder ir logo… sobre o pagamento…
Antes mesmo que ela pudesse terminar de falar Yohan interfere .
—Sim!Sim! pagamento depois … Colocar navio primeiro!
Ele estava muito agitado querendo guardar logo as mercadorias, as garotas e sua mãe então descem das carroças e imediatamente Yohan grita algo em sua língua natal, alguns homens saem de dentro da enorme porta que ficava na lateral do navio, indo até as carroças para buscar as mercadorias.
Yohan parecia ser um comerciante muito rico, pois sempre pagava o valor exigido e quase nunca pedia desconto, isso era muito bom para a família Foth que dependia de seus produtos para sobreviver.
Não demora muito e logo as 3 carroças estão vazias, o homem traz um embrulho entregando a Milenna.
—Aqui pago! mim gostar muito dos produtos… querer mais mês que vem…
Ele fala após entregar o pacote e logo sai em direção ao navio sem falar mais nada, ele era uma pessoa de negócios e parecia não gostar de conversas.
Milenna não teve tempo nem mesmo de falar nada, apenas pegou o dinheiro e retornou a carroça.
—Nossa! foi mais rápido do que imaginei…
Lucinda olha surpresa, eles descarregaram em minutos algo que elas demoraram um dia para colocar na carroça.
Milenna suspira olhando para Cateline que estava avoada, reparando ao redor no porto, como se procurasse alguém…
—Filha? está tudo bem?..
Milenna pergunta preocupada, Cateline nunca fora assim, seria a gravidez? ou… ela procurava pelo homem com quem havia dormido?
Cateline vira assustada, ao ouvir sua mãe lhe chamar.
—Oi? você me chamou…?
Milenna anda até ela, e a abraça.
—Querida… você viu o homem que conhecera no festival?
Sua mão pergunta próxima a seu ouvido .
Cateline faz uma expressão triste, infelizmente ela não havia visto ele por ali.
—Não… apenas pensei que talvez pudesse o encontrar de novo, sei que terei que parar de vir a cidade daqui uns meses… Sei que ele se chama Félix e que é estrangeiro… mas não sei de qual região.
Cateline fala com sua mãe, sua voz está trêmula.
—Tudo irá acontecer no tempo certa querida… não fique assim, tenho certeza que ele voltará à cidade alguma outra vez, falarei com dona Ellen para nos avisar caso veja alguém parecido na estalagem.
Milenna dá um sorriso tentando alegrar sua filha que parece ficar menos tristonha.
Lucinda observava de longe, ela não gostava da ideia de Cateline ficar com o verdadeiro pai da criança, ela queria usar aquela situação para que seu casamento com Helton acontecesse.
—Ah gente! chega desse clima triste… vamos fazer as compras! Preciso de alguns itens para terminar meu vestido e o de Cateline… Ela ficará linda para Joaquim..
Lucinda fala de propósito, após ouvir que sua irmã procurava por Félix, sua mãe a olha friamente, ela conhecia Lucinda e sabia como ela era ambiciosa, muitas das vezes se comportava mal pensando apenas em si.
—Luci….
Antes mesmo que Milenna chamasse atenção da filha ela sai a ignorando.
—Não se preocupe mãe…
Mesmo tentando sorrir, Cateline não conseguia esconder o que sentia.
—Vamos comprar algumas coisas e ir para a estalagem, o curandeiro Zebeu estará nos aguardando lá..
Milenna fala, andando com sua filha até as carroças.
Elas fazem compras, deixando os cavalos descansarem, eles haviam trabalhado muito e mereciam alguns presentes, elas compram então uma caixa de cenouras velhas para eles como agradecimento, eram mais baratas e todos saiam felizes no final.
Era uma das coisas que Chuvisco mais gostava de comer.
Como não existiam mais bebês, era quase impossível achar alguma loja que vendesse produtos para crianças, infelizmente tudo teria que ser feito pelas mãos da família, elas compram então apenas os materiais necessários, por um momento Cateline fica feliz, se esquecendo de toda aquela bagunça que estava em sua vida.
Se passam algumas horas e se dão conta que já e hora do almoço, como estavam rodeadas por tendas e lojas, haviam muitos locais vendendo comida, geralmente não compravam nada fora por conta do valor, mas hoje era um dia especial, elas haviam vendido muitas coisas e tinham um membro novo chegando a família.