Capítulo 15
1268palavras
2023-10-12 00:09
— Sam?— escuto sua voz do outro lado da porta, mas ignoro.
Ele não tem esse maldito direito de falar o que quiser, e depois vir aqui na cara de pau falar comigo.
— Me escuta por favor, só te peço um minuto.— diz novamente, respiro fundo e caminho até a porta, mas não a abro.

— O que você quer Jordan?— falo encostada na parede.
— Será que você pode abrir essa maldita porta? Quero olhar pra você.— diz e dou uma risada sarcástica.
— Para quê? Olhar para mim, enquanto joga suas merdas na minha cara, só pra ver o quanto fico mal?— jogo pra ele.
— Droga Sam, não é isso! Será que dá pra me ouvir, depois você decide o que achar melhor.— mordo os lábios e respiro fundo, mas acabo fazendo o que ele pediu. Jordan estava sem camisa, com o cabelo molhado, sinal de que ele havia tomado banho e logo após, veio aqui falar comigo. Ele é um desgraçado, veio dessa forma só para tirar meu foco... Olho para seu rosto e vejo o quanto ele está cansado, vejo a frustração que sai dele.
— Satisfeito? Agora diz logo o que quer?— digo e cruzo os braços, olhando atentamente para o loiro em minha frente.
— Eu sei que nada justifica, mas ao menos quero falar com você o porquê de ter agido daquela forma.— diz ele e faço um sinal para que ele continue.

— Meu pai tem pegado muito no meu pé, tem me cercado de todos os lados e, droga isso tem acabado comigo me deixando estressado pra caralho.— fala ele.
— O que Jeremy tem feito?— pergunto e ele lambe aquela boca linda e gostosa dele, meu Deus.
— Ele quer que eu vá trabalhar na empresa, a qualquer custo. Estou esgotado com as investidas dele.— respiro fundo e decido abrir a boca.
— Jordan, você é um adulto de 24 anos. Sabe muito bem o que fazer da sua vida, escolher a profissão que desejar. Qual seu curso na faculdade?— ele assente e diz.

— Curso administração.— diz.
— Mas é o que você gosta ou o que seus pais escolheram para você?— pergunto e ele respira fundo.
— Desde pequeno eles sempre me disseram que, administrar, gerenciar uma empresa estava no sangue da família. Eles escolheram essa área pra mim, mas confesso que acabei curtindo.— revela.
— Mas onde está o problema então?— questiono.
— Não quero cuidar da empresa do meu pai, não gosto de nada do que ele faz. Aquilo não faz meu estilo.— conta ele, mordo os lábios e me apoio na porta.
— E qual seria seu estilo? —ele me olha, mas demora dizer— Pode me dizer, isso morre aqui entre a gente, está bem?— falo e ele concorda.
— Os eventos que minha mãe organiza. Não de casamento, mas sim festas em boates, shows sabe... Quero ser organizador de eventos —dou um sorriso de lado, acho fofo a forma que ele fala— Olha, pode parecer bobagem mas é o que sinto que nasci para fazer.— diz nervoso.
— Então diz para ele, fale o que realmente deseja fazer. Primeiro converse com a Suzan, conte o que me disse, certeza que ela irá te apoiar e ficará ao seu lado, quando for falar com seu pai.— digo para ele que sorri.
— Obrigada Samantha, precisavam realmente falar com alguém.— diz ele e respira fundo, soltando uma lufada de ar.
— Ainda estou com raiva de você. Mas meu lado empático foi mais forte.— solto.
— Me desculpe, eu não queria agora daquela forma. Não sei que droga acontece comigo, porque quando estou com raiva acabo descontando nos outros. Juro que depois que caiu a ficha, vi que tinha falo merda. Então por favor, me perdoe.— diz ele, vejo realmente que ele está arrependido.
— Primeiro resolva suas merdas consigo mesmo, para depois conversar com qualquer outra pessoa— falo e ele balbucia um "eu sei", baixinho— Que isso não se repita, por favor, juro que nunca mais falo com você, enquanto esse bebê não nascer.— ele balança a cabeça concordando.
Depois dessa nossa conversa, Jordan me chamou para participar da noite com seus amigos, ele havia dito que eles queriam me conhecer. Aceitei seu convite, mas ainda não estava feliz com ele, nada do que Jordan falou ou fez se apagou de mim. Só estava o dando a chance de se redimir e ser alguém melhor, por causa desta criança. Eu bem sei, como faz falta não ter um dos dois por perto, digo, um pai ou uma mãe. No meu caso, é minha mãe, ela faleceu quando fiz 15 anos e até hoje dói. Meu pai sempre foi presente em meio termo, na minha vida e do Sean, Cameron foi um bom pai, mas depois do episódio da gravidez ele vinha agindo como um completo babaca e isso me afetava.
Não quero que meu filho nasça, sem poder crescer com o pai. Antes de ser obrigada a casar, até pensei nessa probabilidade mas depois, comecei a ver que não seria o certo a se fazer. Jordan Brenner estava sendo um péssimo marido, mas espero que seja um bom pai, mesmo depois do divórcio.
Sim, estavamos realmente decididos a isso, melhor ser assim do que se machucar mais ainda no decorrer da caminhada...
Uma hora depois, os amigos dele chegaram e durante o resto da noite vi Justin sendo ele mesmo, por mais que o não conhecesse realmente mas, senti que ali estava sendo verdadeiro. Nolan, Ryan, Bob e Dylan. Melhores amigos do rapaz sentado ao meu lado, eles eram extremamente divertidos e sinceros até demais, deixando-me totalmente constrangida em certos momentos. Mas desde o casamento, essa foi a melhor noite que já tive e com toda certeza quero repeti-la.
— Obrigada por está noite incrível meninos.— falo assim que os acompanho até a porta.
— Foi um prazer princesa, lembre-se que se meu amigo ali —aponta Jordan com a cabeça— não der conta, pode me ligar, agora que já tem meu número.— pisca Bob, ao terminar de falar e dou risada.
— Pode deixar.— falo.
— Valeu Brenner, já vamos nessa. Qualquer coisa só dar um alô, que nós aparecemos.— diz Nolan.
— Valeu galera, até depois.— responde o loiro ao me lado e assim que os meninos saem, ele fecha a porta.
— Bom, não sei você mas não quero limpar está bagunça agora.— falo e sigo para meu quarto, sinto ele me seguir.
— Amanhã damos um jeito. Bom —ele para em frente seu quarto e eu, no meu— Muito obrigada por essa força, os caras adoraram você.— disse ele e o encaro fixamente.
— Sem problemas, precisar só chamar. Sabe onde é meu quarto.— falo e ele ri.
— Valeu Sammy, de verdade.— diz e balanço a cabeça.
Ficamos um tempo parados, um olhando para o outro sem saber mais o que dizer. Comecei a sentir algumas coisas dentro de mim, e aquilo não era legal. Não iria mais me envolver com o pai do meu filho, esse contrato de casamento só seria até o bebê nascer, apenas isso. Balanço a cabeça e abro a porta do meu quarto.
— Boa noite Jordan.— falo e ele morde os lábios.
— Boa noite Sammy.— diz. Fecho a porta, mas ainda consigo escutar ele dizer "Merda, Jordan! Que merda." E logo sua porta ser fechada também.
Eu me sentia muito quente, e precisava realmente de um bom banho, para poder conseguir dormir, e foi exatamente o que fiz.
Logo após deitei-me e conversei com o bebê, até pegar no sono.