Capítulo 13
1269palavras
2023-10-12 00:08
Samantha pov's
Ele ainda estava parado na porta me observando. Eu mordia o lábio inferior, tentando achar alguma reação, tentar fazer meu corpo reagir. O clima estava estranho, não o estranho quando brigamos, era de um outro tipo...
— Jordan? O que foi?— resolvi quebrar o silêncio.
— Você demorou, então pensei que tivesse acontecido alguma coisa.— disse ele vagamente.
— Está tudo bem, só estava conversando com o bebê.— falei baixo sorrindo e ele riu.
— Como assim? Eles não podem escutar... ou podem?— perguntou confuso.
— Podem sim, eles sentem qualquer reação da mãe, o que acontece ao redor e, é sempre indicado descontrair e falar com eles.— falei olhando minha barriga e a alisando por cima da toalha.
— Interessante... Então posso tocar?— perguntou e estranhei, mas não neguei.
— Pode.— falei baixinho e ele aproximou-se.
Jordan parou em minha frente e tocou por cima da toalha. Apenas mordi o lábio.
— Pode tirar a toalha? Quero tocar de verdade mesmo.— fiquei sem reação diante de sua pergunta.
— Acho melhor não.— falei nervosa.
— Samantha, já fodemos dentro do meu carro. Qual o problema? Deixa eu ver sua barriga.— suspirei alto. Não fazia ideia de tudo aquilo que ele vinha fazendo. Algo estava errado. Mordi o lábio e assenti para ele, que sorriu de lado. Fechei os olhos quando senti a toalha cair no chão e logo em seguida, sua mão meio gélida, tocar minha barriga, causando-me um leve arrepio.
— Dois meses e algumas semanas, não é?— ele disse e assenti.
— Dois meses, três semanas e três dias.— falei baixo e abri os olhos, e lá estava ele me observando. Senti meu corpo tremer por um segundo e meu rosto arder. Eu tinha certeza, que estava vermelha pra caramba.
Mas que droga Sam!
— Não precisa ficar assim... Não vou fazer nada que não queira.— seu tom foi baixo e rouco.
— Estou bem, só não estou acostumada com você assim! Na real Jordan, o que você quer com tudo isso?— pergunto ao abaixar e pegar a toalha. Enrolando-me novamente.
— Vem, vamos comer e podemos conversar melhor.— ele diz e balanço a cabeça concordando.
— Só vou por uma roupa e já vou.— ele assente e sai do meu quarto, encostando a porta.
Várias coisas estão surgindo em minha cabeça agora, não consigo entender que diabos aconteceu com ele de um dia para o outro. Precisou eu quase perder o bebê, para ele acordar pra vida? Havia algo de estranho ali, não me conformava e, não que estivesse achando ruim essa atenção toda mas é confuso, ninguém muda de um dia para o outro, aquela segunda impressão que ele passou para mim desde o momento que soube da gravidez e as coisas que sucederam depois, é o que ainda permanece aqui comigo. Não sei se conseguiria por fé na mudança repentina dele. Respiro fundo e termino de por um pijama confortável e vou para a sala de jantar. Jordan mexia no celular e sorria de lado, aquele sorriso era para alguém e logo veio a mulher que o acompanhava naquela noite em minha mente e, meu Deus, ele tinha alguém e teve que se casar comigo. Puta que pariu, agora entendo o porquê de todo esse ódio gratuito em cima de mim e do meu filho. Mas, ainda assim não era motivo para dizer aquelas coisas sobre está criança que sequer nasceu. Ele logo me nota, e se concerta, sentando-se direito na cadeira e guardando o celular. Sento-me um pouco devagar, pois ainda sinto uma dorzinha chata, não sabia como reagir, o que falar para ele, estava muito confusa ainda.
— Fiz um macarrão ao molho branco e filé de frango.— ele fala enquanto pega meu prato, me servindo e logo fazendo o mesmo com ele.
— Obrigada.— murmuro e coloco um pouco do macarrão na boca, fecho os olhos e acabo soltando um gemido. Aquilo estava bom demais.
— Pelo que vejo está ótimo.— abro os olhos e passo a língua no canto da boca, enquanto o encaro.
— Está divino.— falo enquanto vou comendo um pouco mais.
— Literalmente você transa com a comida.— diz de repente, como se tivéssemos intimidade para aquilo e, eu paro de comer. Merda, maldito defeito de gemer quando como algo bom.
— O que você queria conversar comigo?— falo mudando de assunto.
Ele para por uns minutos, me olha, abre a boca algumas vezes e a fecha também. Por fim, ele cria coragem e começa a me dizer tudo o que se passava em sua cabeça e o escuto atentamente, sem o interromper.
— Então no dia que você me ligou quando passou mal, uma pessoa estava comigo e me acompanhou a todo momento e, me aconselhou. Peguei o que ela me disse e agora estou aqui, disponível para ajudar você e ser um bom companheiro.— diz e não entendo aonde ele quer chegar.
— E? Quer tentar um relacionamento agora?— falo e ele nega.
— Samantha, nunca quis um filho na minha vida. Me casar, talvez um dia, mas não queria agora. Fui totalmente pego de surpresa, não esperava nunca por isso. Eu não quero um relacionamento, mas prometo ser seu companheiro até onde você precisar de mim.— quem é aquele Jordan e o que fizeram com o antigo? E o pior, é que consigo seguir sua linha de pensamento.
— Vai fazer parte apenas da vida do bebê? E como vamos fazer com essa porra de casamento?— pergunto e ele respira fundo.
— Irei dar todo suporte que precisar, nós vamos continuar casados. Mas depois que ela nascer, e uns meses depois de seu nascimento, iremos entrar com o pedido de divórcio.— diz e fico sem saber o que dizer na hora. Eu sabia que aquele casamento não daria certo, mas lá no fundo quando aceitei a proposta de nossos pais, criei uma expectativa de que tudo poderia ser diferente e que, nós poderíamos funcionar. Mas acordei para a realidade depois de casada, e tinha sim em mente também me separar, mas não assim, que droga estava acontecendo comigo para eu estar tão emotiva sobre isto? Era previsto que uma hora ou outra chegaríamos nesta conversa, mas porque eu estava me sentindo uma boba por isso?
— Eu também não queria me casar com você, queria criar meu filho sozinha, sem precisar de todo esse circo que nossos pais armaram. Tenho certeza que daria conta e, nenhum de nós estaria passando por isso.— digo sendo sincera.
— Então podemos fazer a coisa toda funcionar. Depois que a bebê nascer, cada um segue seu caminho.— repente ele e balanço a cabeça.
— Tudo bem. Bom, vou me deitar mais um pouco. Obrigada pela comida, estava muito boa.— falo ao me levantar e ele sorri de lado.
— Sam?— chama Jordan.
— Oi.— me viro em sua direção.
— Relaxa está bem? Estarei do seu lado e irei apoiar você de agora em diante.— diz ele e o agradeço, seguindo meu caminho através do pequeno corredor, até meu quarto.
Deito em minha cama e sinto as lágrimas descerem. Ainda não estava preparada para essa situação, não pensei que seria tão rápido. Não sinto nada por ele, mas essa maldita rejeição está me deixando mal demais, e esses malditos hormônios de gravidez que estão me deixando assim, emotiva, idiota e carente. Sei que poderia viver bem sem ele, sem alguém comigo, mas sendo sincera, mais uma vez eu digo que, quando aceitei a proposta, criei sim esperança, criei algo lá no fundo que eu deveria ter tido mais cuidado, e agora, quebrei a cara literalmente.