Acordei sobressaltada ao ouvir um barulho na sala, constatei por ser Jordan que havia chegado e continuei deitada, até ouvir o barulho de algo chocando-se com o chão e um palavrão sendo solto. Respirei fundo e levantei da cama, destrancando a porta do quarto, assim que cheguei ao fim do corredor vi o que tinha caído. Jordan, jogado no chão perto do sofá, balancei a cabeça negativamente e ia dar meia, mas meu lado bonzinho falou mais alto e acabei por resolver ajudá-lo.
— Jordan, Jordan?— falei chutando levemente ele com o pé.
— Me deixa porra.— resmungou.

— Anda logo seu idiota, levanta daí!— falei mais alto e abaixei para levanta-lo.
— O que você quer?— ele disse e torci o nariz ao sentir o cheiro forte de álcool que saia de sua boca.
— Você 'tá fedendo.— falei e o "carreguei" até o sofá.
— Eu 'tô bem.— falou embolado e ri baixo.
— Sim, você está ótimo.— falei enquanto tirava seu tênis.
— O que está fazendo?— perguntou.

— Te ajudando!— falei como se fosse óbvio.
Ele ficou em silêncio enquanto eu tirava o resto de sua roupa o deixando apenas de cueca boxer preta.
— Já volto.— sussurrei e fui até o quarto pegando uma calça de moletom cinza dele, um travesseiro e um cobertor.
Ao voltar pra sala, vi ele na mesma posição que deixei, suspirei alto e com um pouco de dificuldade acabei por colocar seu moletom, ajeitei o travesseiro no sofá e o ajudei a deitar-se no mesmo e em seguida o cobrindo, olhei-o mais uma vez e resolvi voltar para o quarto.

— Samantha?— ele disse baixinho e virei o rosto por cima do ombro.
— Oi.— respondi.
— Obrigado.— disse ele e mordi o lábio inferior.
— Tranquilo.— falei e fui direto para o quarto, trancando a porta.
Depois de pensar que ele não se lembraria de nada do que houve ali, acabei apagando.
Ele ainda estava dormindo e eu estava preparando algo pra comer. Suzan e Emma foram incríveis tanto em arrumar a casa, como em fazer compras. Assim que terminei, coloquei ovos mexidos em meu prato, torrada e claro, um suco natural de laranja e em questão segundos eu estava quase acabando, então parei pra pensar em minha vida, pensar se tudo tivesse sido diferente, se eu não tivesse ido naquela festa ou então não ter dado moral para o Jordan, ou então ter me prevenido. Mas sabe, eu tenho neste momento alguém dentro de mim, e acho que isso vale por tudo o que eu passei e vou passar. Imaginar que em alguns meses terei meu pequeno em meus braços me deixa ansiosa de mais, nem sei o que pensar direito.
— Merda de dor de cabeça.— viro assim que ouço ele resmungar. Jordan está sentado no sofá com a cabeça entre as mãos.
— Pensei que nunca mais fosse acordar.— falei e ele olhou-me com os olhos semi abertos.
— Dá para calar a porra dessa boca?— ele falou apertando os olhos.
E como trouxa que sou, fui até o armário do banheiro e peguei dois comprimidos pra ele e em seguida um copo de água.
— Toma.— falei ao parar em sua frente.
— O quê?— perguntou e revirei os olhos.
— Toma esses comprimidos, vai aliviar mais.— falei e meio desconfiado ele aceitou e enquanto ele tomava, fui até a cozinha e peguei uma xícara de café bem forte e levei para ele. Tomei o copo de sua mão e dei-lhe a xícara.
— Deixei bem forte, vai ajudar mais rápido.— falei e fui até meu quarto pegando minha bolsa e celular e logo em seguida retornando para a sala, enquanto ele massageava a testa e bebericava o café.
— Sei que não se importa, mas estou indo pra casa da Becca.— falei ao passar direto por ele.
— Por que está fazendo isso?— quis saber.
— Por que você é o pai do meu filho, e diferente de você, eu me preocupo com o bem estar das pessoas mesmo elas sendo idiotas.— falo baixo.
— Não pedi sua ajuda.— rebate ele.
— E desde quando ligo para o que você pede ou não?— rebato também e antes de fechar a porta ele me chama novamente.
— O que você quer Jordan?— pergunto já impaciente.
— Obrigada.— diz e olho em seus olhos.
— Tanto faz.— resmungo e bato a porta só pra provocar e ouço um porra baixinho.
[...]
— Não acredito que você ainda cuidou dele!— diz Becca.
— Ah Becca, agi por impulso okay?— falei.
— Por favor Sam! O cara foi um babaca com você e o bebê.— diz ela chateada.
— Não vai voltar acontecer, se ele for sair por ai e voltar tarde, sei lá, caindo de bêbado, vou deixar ele sofrer de ressaca.— falei decidida.
— Essa sim é a minha garota, mas me conta, quando você tirou a roupa dele e o deixou só de boxer, você não deu nem uma olhadinha não?— ela disse mordendo os lábios em seguida.
— Rebecca! Claro que não, oh meu Deus!— falei incrédula do que ela disse.
— Ah qual é, o cara lá sentado naquele sofá, só de cueca, gostoso e fodível e como muitas dizem e principalmente você ele é bem dotado, é claro que eu no seu lugar aproveitaria.— balanço a cabeça e riu.
— Não pratico necrofilia, Jordan tava morto.— confesso.
— Ai como você é chata!— ela cruza os braços.
— Mas ele ficou um pouco excitado enquanto eu tirava a roupa dele sabe? Ele não tava dormindo, ficou me observando, mas eu só não quis comentar.— confessei e ela abriu a boca.
— Meu Deus Sam! Usa isso há seu favor e pega ele de jeito, amiga você tem que tirar o atraso.— jogo uma almofada nela e tento ficar séria, mas é impossível e acabamos na risada.
— Não quero nada com ele Becca. Depois que o bebê nascer, vou pedir o divórcio e sumir da vida idiota dele.— confesso e ela sorri de lado.
— Sabe que sempre terá meu apoio não é?— diz ela.
— Eu sei.— mordo o lábio e sinto minha bochecha molhar.
Como estou sensível.
[...]
Jordan não estava em casa.
E quando cheguei ainda era três horas, mas nada dele, apenas uma casa bagunçada e alguma bebida derramada no chão.
Depois de uma faxina no apartamento, tomei um banho e preparei algo pra comer, ou seja, macarrão instantâneo e um refri que achei por ali e em seguida deitei-me no sofá para assistir num canal qualquer. Levantei com uma dor no corpo por ter dormido no sofá, estava tudo escuro, tirando a televisão que iluminava um pouco. Fui acender a lâmpada e corri até o banheiro com uma vontade louca de fazer xixi e ao sair passo pelo quarto do Brenner, e nada. Olho as horas e já passam das duas da madrugada, ele sumiu por horas e eu dormi por horas. Maldito sintomas de gravidez.
Três semanas depois
Minha vida de casada continua a mesma. Brigas, saídas do Jordan, enjoos que aumentaram de uma hora pra outra, brigas, e por fim, meu primeiro desejo esquisito: Cachorro-Quente com calda de chocolate. Pedi ao meu dedicado esposo, me humilhei, 'tá, não me humilhei. Mas ele não foi, disse para eu me virar, por que ele já até fez demais para mim, por ter se casado comigo. Apenas xinguei ele de imbecil e que não ligava para o casamento e sai para esfriar a cabeça e comprar meu hot dog e a calda de chocolate.
Assim que encontrei o que queria, retornei pra casa, e não tinha ninguém no local, e poxa não fazia nem duas horas que eu havia saído.
Acendi a luz e fui pegar um prato para colocar meu lanche quando ouço e barulho estranho.
Não tão estranho, na verdade.
Caminhei pelo corredor e continuei ouvindo, a porta do quarto de Jordan estava aberta e o mesmo estava vazio e quando olhei para a porta entre aberta do meu, senti um ódio subir pelo meu corpo. Ele podia fazer tudo, menos isso, e ainda mais no meu quarto, na minha cama.
Empurrei a porta com força e ele me encarou de olhos arregalados. Ah Jordan, você mexeu com a pessoa errada.
Você está muito ferrado.