Capítulo 31
1063palavras
2023-03-23 04:42
Bianca chegou em casa morta de cansada. Lorenzo a deixou na porta e seguiu para sua casa. Ela deixou as coisas dela no hall e subiu pro seu quarto. Tomou um banho, saiu do banheiro só de roupão e mandou mensagem para Thales, que demorou um pouco pra responder.
"Estou de plantão hoje, bonita. Você já chegou?"
"Sim, tem uma meia hora"
" E como foi?"
" Maravilhoso. O filho dele é incrível e ele tem um casal de puro sangue."
"Acho perfeito a senhorita ter montado, já faz muito tempo que não faz isso. Mas quero saber de outra cavalgada..."
"Não teve cavalgada"
"Credo! Um homão desses e foi só papai e mamãe?"
"Pare com essa mente pervertida! Não transamos"
"Você está brincando comigo?"
"Não. Tudo o que aconteceu foram dois beijos"
" Para a palhaçada, Bianca. Você vai pra cama com homens muito menos atraentes. Porque está se fazendo de difícil agora?"
"Não fui eu não. Até me ofereci, mas ele recusou"
"Como assim te recusou e você não cortou as bolas dele?"
" Ele não quer só ser usado uma ou duas noites e descartado."
"Sério isso, Bia? Um cara lindo, rico que não quer sexo sem compromisso?"
" Muito sério "
" Então prima, agarra esse com as dez porque está em falta. Se fosse um pobretão, você poderia pensar que era interesse. Mas ele não precisa de você pra nada, então essa pode ser sua oportunidade de ser feliz"
"Ainda não sei. O único relacionamento que não comecei pelo sexo, foi caótico em minha vida"
"Mas foi o único que você teve. Os outros que você começou pelo sexo, não passaram de duas noites"
"Não sei se quero viver tudo aquilo de novo"
" Mona, pare de ser besta. Primeira coisa que o cara fez foi te apresentar a família, a casa dele. Segunda foi deixar bem clara as intenções dele com você. Por aquilo você não passa mais. Não com esse."
"Ainda vou pensar direitinho nisso. Ele é encantador, agradável, mas eu não estou apaixonada, apaixonada. E depois, preciso experimentar. Vai ver ele tá se negando porque é ruim de cama"
Thales mandou um emoji de berinjela e outro da carinha chorando de rir.
"Você ensina"
"Não tenho paciência não. Mas vamos deixar esse assunto de lado porque tenho uma idéia de Lorenzo pra te contar que acho que vai te deixar feliz"
"Então conta porque estou precisando de alegria"
"O que você diria se eu pedisse pra minha mãe adotar o Gabriel?"
" Porque você acha que eu ficaria feliz?"
"Porque estou trazendo meu filho e minha mãe de volta pra casa e o Gabriel vai poder ser criado como meu irmão, sabendo que tem meu sangue"
"Primeiro acho essa idéia péssima. Você não deveria adotar seu filho. Isso é ridículo. Depois, confere algumas diretrizes da lei da adoção, Bia. Você mesma quem montou meu caso."
"A que você se refere?"
"Aos direitos de herança do Gabriel se a sua mãe for a adotante"
"Caramba, tinha me esquecido completamente disso"
"Ainda bem que estou aqui pra te lembrar"
"Amanhã vou verificar quando Camile vai poder ficar de vez com vocês"
" Obrigada. Acho que está demorando. Não quero mais ficar sem minha filha. Deixar ela naquele lugar está acabando com a gente "
"Vou resolver, prometo "
"Preciso ir, chegou uma ambulância "
"Te vejo depois. Te amo"
Bianca tinha ficado tão empolgada, que se esqueceu completamente das diretrizes de adoção. Seu filho não teria direito a nada que era dela, e era basicamente tudo o que ela tinha, pois seu pai doou em vida assim que soube que tinha câncer. Sua mãe mesmo, não tinha nada, pois assinou passar tudo para o nome dela.
Claro que como irmão, ele teria direitos quando Bianca faltasse, e ela também poderia doar em vida, mas ela achava tudo uma burocracia sem fim, e estava com novas idéias também.
Ideias essas que compartilhou em partes com Lorenzo no dia seguinte, quando ele perguntou se tinha falado com dona Amália.
- Não falei. Não quero essa solução. Deixe tudo como está por um tempo. Estou tendo uma ideia e gostaria de amadurecer.
Lorenzo ficou visivelmente decepcionado, mas não tocou mais no assunto, e não falou com ela nada pessoal no resto da semana. Não a chamou para almoçar, não a levou pra casa e menos ainda falou qualquer coisa sobre os beijos que trocaram no final de semana.
Bianca não entendeu nada, e considerou Lorenzo um homem bipolar e talvez fosse esse o detalhezinho que ela não conseguia decifrar.
Na hora do almoço na sexta, resolveu conversar com ele pra entender o que tinha acontecido. Ligou para o ramal dele e ninguém atendeu. Ligou no ramal da secretaria.
- Suzy, vejo que o senhor Lorenzo já saiu para almoçar. Quando ele retornar, peça que venha até minha sala por favor.
- Ele não retorna mais hoje, Bianca. Pediu para avisar que precisou voltar pra casa mais cedo e segunda feira de manhã tem algo para resolver, portanto só retorna na terça.
- Obrigada, Suzy. Peça uma salada Caesar pra mim e um suco de laranja com morango e acerola, por favor. Não vou sair para almoçar hoje.
Bianca desligou e se recostou na cadeira. Tinha algumas coisas para assinar e colocar em ordem, mas estava realmente chateada pela bipolaridade de Lorenzo. Ou talvez...
Deu um tapa na própria testa e balançou a cabeça se recriminando mentalmente. Lorenzo não era bipolar, ela quem entendeu tudo errado. Viu um romance onde existia gentileza. Educadamente, ele se recusou a transar com ela e durante aquela semana, se afastou para ela não ter ilusões. Mas é claro! como foi tola...
Era uma pena! Estava realmente gostando de estar perto dele. Não apaixonada, não aquela coisa avassaladora que sentiu quando viu Gustavo. Mas algo maduro, adulto...
Gustavo! Caramba, ficou tão entretida com Lorenzo que se esqueceu de Gustavo. Quando pegou no telefone para chamar Justin, ele tocou. Quando atendeu, a frase transmissão de pensamento lhe passou pela cabeça. Era Gustavo.
- Bianca, Suzy disse que você vai almoçar em sua sala, posso lhe fazer companhia? Tenho algo importante para lhe falar.
- Claro...
- Quando nossos almoços chegarem, vou até aí.
- Ok.
Bianca sentiu as famigeradas borboletas no estômago. Levou a mão até ele e apertou
- Calem-se suas idiotas. Homem errado, hora errada.