Capítulo 22
1291palavras
2023-02-26 01:45
Alguns meses depois, Emily e Noah decidiram se casar e chamaram Bianca e Gustavo para padrinhos. Emily perguntou pra Bianca se ela se incomodava. Ela fez a escolha por os dois serem sua presidente e vice e poderia mudar se Bianca pedisse.
Bianca concordou, disse que não se importava. Ajudou Emily com os preparativos que nem percebeu o dia chegar. E nesse dia, depois dos festejos, Thales e Augusto avisaram que iam adotar uma criança, já estava quase tudo certo pra Camile vir morar com eles, e queriam que Bianca e Gustavo fossem os padrinhos.
Bianca aceitou também, mas depois ficou olhando seus amigos com uma pontadinha no coração, que virou uma grande bola na garganta quando percebeu que todos estavam se ajeitando, seguindo suas vidas felizes, formando suas famílias e ela estava ali, com quase 27 anos, longe de sua família, sozinha, travando uma batalha silenciosa contra Gustavo há 4 anos.

Gustavo estava observando Bianca sem ela perceber. Viu quando ela ficou olhando os recém casados conversando com Thales e Augusto e seu semblante ficando triste. Esse era o primeiro casamento da turma dela, e deveria ter sido o deles.
Desde quando recebeu o convite para padrinho, se preocupou em como isso ia refletir nela. E mais uma vez a admirou. Ela tinha se comportado muito bem até ali.
Mas naquele momento, percebeu a tristeza que se abateu sobre ela, e decidiu a socorrer. Se aproximou e entregou um lenço discretamente. Ela o pegou e ele se sentou a seu lado.
- Quer sair daqui? Já cumprimos nosso papel...
Bianca o olhou com os olhos brilhando das lágrimas. Balançou a cabeça em afirmativo e foi para o carro dele.
Quando Gustavo travou as portas, Bianca desatou num choro sentido sem conseguir se controlar. Gustavo a deixou chorar sem falar nada e dirigiu pra sua casa. Quando chegou, guardou o carro na garagem, abriu a porta dela e a pegou no colo.

Bianca não reagia de forma nenhuma, parecia que não estava em si. Ele a levou no colo até seu quarto e colocou sentada em sua cama, tirou os sapatos e a ajeitou deitada. Trancou o carro, a casa e se trocou. Foi até o quarto de Aisha e pegou lenços de remoção de maquiagem. Quando voltou pro quarto, Bianca estava sentada na cama. Tinha parado de chorar.
- Obrigada pelo apoio, mas estou bem. Vou pedir para buscarem meu carro e alguém vir me buscar.
- Espere, primeiro vamos dar um jeito nessa coisa horrenda que está na sua cara.
Cuidadosamente, ele foi passando o lenço úmido no rosto dela e tirando toda a maquiagem. Quando terminou, seu coração falhou uma batida.

Ali estava a linda menina por quem se apaixonou. Desde que ela descobriu que ele era casado, só tinha visto a mulher de ferro. Sempre maquiada, sempre forte, sempre com olhar de desprezo pra ele.
Agora ela estava de cara limpa e com os olhos tão tristes, que ele não conseguiu evitar o desejo de lhe beijar.
Bianca queria ir embora. Não estava acreditando que se descontrolou e desabou num choro compulsivo na frente dele. Mas quando ele voltou para tirar sua maquiagem, provavelmente toda borrada, ela achou aquilo muito fofo. E se permitiu ser cuidada. Há muito tempo não era cuidada nem mimada.
Percebeu que ele estava analisando o trabalho que tinha feito e alguma coisa mudou no rosto dele quando a viu sem maquiagem. Ela poderia ter decifrado aquilo como adoração?
Não teve tempo de digerir o que viu e ele a beijou. Como Bianca sonhou com esse beijo, como sentiu falta e necessidade desse beijo. E se entregou, como se Gustavo fosse o último homem do mundo. Se entregou ao amor que tinha por ele, ao prazer que sentia em estar com ele. O ajudou a tirar a camiseta, depois deixou ele tirar o vestido de madrinha, a essa altura todo amassado. Só de lingerie, ele a deitou na cama e começou a beijar seu pescoço. Com cuidado e muito carinho, ele foi tirando as peças íntimas e a beijando.
Bianca estava enlouquecendo. Como num sonho, a sua primeira vez se repetia. Só que antes, ela tomou todas as iniciativas. Agora, ele a dominava. E Bianca não tinha forças pra recusar ser amada pelo homem que amava. Não se lembrou de todo mal que ele lhe fez, não se lembrou que estava se vingando lentamente dele. Só queria a sensação de tê-lo dentro de si, e assim o fez. Não seria papai e mamãe como foi a primeira vez, sem experiência e com medo da dor.
Ela virou ele deitado na cama e arrancou a box que ele estava usando. Depois abocanhou o membro pulsante, mostrando a Gustavo que ela aprendeu o que deveria fazer.
Quando percebeu que ele não iria aguentar, tirou ele da boca e subiu em cima dele, cavalgando.
- Não faz isso, Bianca. Esperei tempo demais pra acabar assim...
Bianca parou, deixou ele se controlar e ficou fazendo pompoarismo enquanto ele se contorcia. Ele abriu os olhos e achou que ela nunca esteve tão linda.
Tirou ela de cima dele e a colocou de quatro, e enlouqueceu em como ela sabia rebolar, putä que pariu.
Quando terminaram, ela deitou no peito dele ofegante. Passaram alguns minutos assim, imóveis, cada um com seu sorriso bobo no rosto.
Depois Bianca começou a fazer círculos com os dedos no peito dele. E ele, acariciando os cabelos dela, observou:
- Esquecemos o preservativo de novo.
- Não se preocupe, fiz uma histerectomia quando morei nos Estados Unidos.
- Você fez o que? - Gustavo levantou de um salto, tirando ela bruscamente do seu peito.
Bianca muito calma levantou, se enrolou no lençol e se encaminhou para o banheiro, respondendo:
- Histerectomia, uma cirurgia de retirada do útero.
- Eu sei o que é histerectomia, Bianca. O que não sei é porque você fez isso.
- Porque não queria ter filhos, tão simples!
Bianca entrou no banheiro e trancou a porta. Se lavou devagar, lembrando da cirurgia. Chorou um pouco no banheiro. Não entendia porque estava tão melindrosa naquele dia.
Quando saiu do banho, Gustavo estava esperando ela na porta, de bermuda com a cara feia
- Porque você tomou uma decisão tão séria aos 23 anos, Bianca?
- Não é da sua conta. Aliás, não é da conta de ninguém. Isso aqui é só sëxo, Gustavo. Não pense que porque tivemos uma fóda bem dada você volta a ser meu dono
- Nunca fui seu dono...
- Foi sim, e você sabe que foi. Eu era sua, te pertencia integralmente. Você era o adulto e eu só fazia o que você permitia. Pois tenho uma coisa pra te contar: eu cresci, não pertenço mais a ninguém. Vivo minha vida como eu quero. E não vou te garantir que isso nunca mais vai acontecer, porque você até que é gostosinho, mas quando e se eu quiser, e se você sempre se lembrar que é só sëxo.
- Eu não quero você só pra sexo. Você deveria saber disso, já que em 4 anos eu só te toquei quando você me atacou.
- Vá se lavar, Gustavo. Não vou discutir nada do que aconteceu antes. E nem de agora. Quando uma transa precisa de ser discutida, é minha hora de cair fora.
- Tudo bem, vou tomar meu banho. Quando voltar, a gente conversa.
- Quando voltar, não vou estar mais aqui.
- Espera pelo menos pra eu te levar em casa.
- Não precisa. Eu pago motorista. Já mandei mensagem.
Gustavo a encarou com os olhos tristes, ela recuou e começou a se vestir. Resignado, ele entrou no banheiro.
Durante o banho, pensou que tinha pelo menos arranhado a barreira que ela colocou entre eles.