Capítulo 38
1602palavras
2023-02-05 08:24
Não demorou para Kimi chegar a sua casa e ela elogiou as roupas de Lucy. Kimi vestia um vestido preto e de alças finas. Havia uma blusa de mangas curtas por baixo e na cor branca e como se quisesse combinar aqui, a garota usava meias até o meio de suas panturrilhas e um tênis na mesma cor.
O tênis até mesmo parecia com o que Lucy usava, isso a fez rir enquanto caminhava até a casa de Jaesun.
Não precisaram entrar na casa, pois Jaesun já esperava na porta junto ao seu pai. Cumprimentaram o homem e Lucy percebeu o olhar demorado do outro sobre ela.
Não haviam se visto muito, talvez três ou quatro vezes, mas claramente o homem estava estranhando sua mudança, mas foi civilizado o bastante para apenas sorrir no fim e pedir para que todos entrassem no carro.
Durante o trajeto nada foi dito dentro do carro. Todos os jovens estavam com seus celulares nas mãos e trocavam mensagens no grupo junto aos demais.
ㅡ Obrigado por nos trazer, pai. ㅡ Jaesun agradeceu e buscou o cartão que seu pai havia lhe entregue. Ele seguiu para dentro do shopping junto às garotas e parou à entrada para verificar para qual lado era a loja que iriam.
Procuraram o mapa do shopping e seguiram por onde foi informado. Por todas as lojas haviam inúmeras roupas e sapatos expostos e Lucy junto aos outros babava em tudo.
ㅡ Imagina, Lu. ㅡ Jaesun chamou sua atenção e ergueu um par de botas escuro nas mãos. ㅡ Você, toda formada e diplomada, voltando para Busan num salto desse. Garota, o arraso que seria!
ㅡ E esse? ㅡ Kimi ergueu um com o salto menor, mas ainda tão fino quanto. ㅡ eu me imagino tanto nesse.
ㅡ Eu nunca usei um sapato de salto alto. ㅡ Lucy comentou olhando-os. ㅡ eu só tinha os da minha mãe em casa e eles são em um número completamente inferior aos que uso.
ㅡ Qual o seu número? ㅡ Jaesun perguntou já olhando o número que informava no solado da bota.
ㅡ Trinta e nove, talvez quarenta. É muito difícil ter sapatos femininos no número que uso, ainda mais que o padrão sul-coreanos é bem inferior...
ㅡ Bobagem. ㅡ disse Jaesun. ㅡ essa é trinta e sete, mas deve haver algum trinta e nove aqui.
Kimi foi até ele também, ajudando-o a procurar, mas todos eram trinta e quatro ou trinta e seis, no máximo achavam um trinta e oito.
ㅡ Espera aqui. ㅡ falou Jaesun, saindo apenas de meias pela loja, já que eles estavam provando alguns calçados.
Lucy e Kimi sorriram, mas continuaram a olhar os sapatos. Jaesun não demorou a voltar e consigo havia um atendente do lugar.
ㅡ Essa bota aqui. ㅡ ele mostrou ao homem. ㅡ quero tamanho trinta e nove ou quarenta, por favor.
O homem buscou a peça e olhou para Jaesun. Em seguida, olhou para as garotas e em especial para Lucy.
ㅡ Para quem é? ㅡ o homem perguntou ainda a olhando.
ㅡ E isso importa? ㅡ foi Jaesun quem respondeu. ㅡ Vocês têm ou não esta numeração?
ㅡ Ah... eu darei uma olhada. ㅡ o homem disse e se foi.
ㅡ Jaesun, você foi grosso. ㅡ Lucy brigou.
ㅡ Ele te olhou quando fez a pergunta, não viu? Ele com certeza estava te analisando e no final iria dizer que não tinha.
ㅡ Você não sabe disso.
ㅡ Você também não.
ㅡ Aqui. ㅡ o homem retornou e entregou a caixa nas mãos de Kimi. A garota franziu o cenho ao segurar a caixa, mas passou-a para Lucy.
A garota buscou sentar-se para provar o calçado e viu o modo em como o homem a encarava com o cenho franzido.
Talvez Jaesun tivesse razão.
Ela calçou a bota e sorriu quando percebeu que lhe coube com perfeição. Lucy ergueu-se e sorriu ainda mais, pois era estranho estar com aquilo e não se sentir completamente estranha.
Os de sua mãe sempre lhe machucavam os pés.
A garota alta ficou ainda mais alta, o que fez Kimi se divertir, mas Lucy deu seus primeiros passos com o calçado e estranhou seu conforto mais uma vez.
ㅡ Você ficou com um e noventa lu. ㅡ Jaesun riu olhando. ㅡ mas está completamente linda.
ㅡ Os sapatos são para ela...? ㅡ o homem perguntou, parecendo incerto quanto usar a palavra "ela" na frase. Jaesun outra vez olhou-o, erguendo uma sobrancelha e sequer precisando falar algo a mais para que o homem se situasse.
ㅡ É muito bonito. ㅡ Lucy comentou olhando-se no espelho. ㅡ eu fiquei realmente alta, Ryeon ficaria engraçado ao meu lado agora.
ㅡ Ryeon ficaria igual uma tampinha de garrafa. ㅡ Kimi brincou.
Lucy riu junto a amiga, mas sentou-se para retirar as botas. Fez com cuidado, entregando-a ao homem para que ele guardasse outra vez na caixa.
ㅡ Qual o valor dela? ㅡ Jaesun perguntou.
ㅡ É uma peça limitada. ㅡ o homem disse.
ㅡ Sim, mas ele perguntou o valor, não quantos pares tinham. ㅡ Kimi foi quem disse e mesmo sorrindo, a garota exalava sua implicância.
Lucy abriu os olhos ao perceber o modo defensivo em que ambos estavam ali.
ㅡ Custa trezentas dólares americanos. ㅡ o homem falou com certo desdém ao olhá-la.
ㅡ Vou levar. ㅡ Jaesun buscou a caixa de suas mãos e sorriu. ㅡ obrigado por nos ajudar.
O homem sorriu completamente falso ao sair e Jaesun e Kimi bufaram. Lucy viu quando o garoto repousou a caixa ao seu lado e voltou a experimentar tênis e até mesmo olhar algumas camisas, mas estranhou quando Jaesun buscou a caixa e levou consigo até o caixa da loja.
ㅡ Oppa, você está levando a bota. ㅡ Lucy sussurrou para ele.
ㅡ Eu sei. ㅡ Jaesun falou sem entender.
ㅡ É uma bota feminina de trezentos dólares! ㅡ ela abriu os olhos.
ㅡ Fica quieta. ㅡ Jaesun pediu e viu a mulher no caixa encerrar as comprar. Ele entregou o cartão de seu pai e digitou a senha.
ㅡ Você é louco. ㅡ Lucy falou quando viu a mulher devolver o comprovante.
ㅡ Embala a bota separada, por favor. ㅡ Jaesun pediu a mulher e viu-a assentir. ㅡ é um presente.
Lucy ainda negou, mas ficou quieta ao lado de Kimi. Jaesun agradeceu a mulher e saiu junto as amigas com as sacolas e não deixou de olhar nos olhos dos homens quando passou por ele.
ㅡ Aqui. ㅡ ele ergueu a sacola com a bota e entregou-a a Lucy. ㅡ meu presente para você.
ㅡ O quê? ㅡ Lucy falou sobressaltando e Kimi riu de sua reação.
ㅡ Anda logo, ou eu fico com elas para mim. ㅡ o garoto ameaçou.
Lucy buscou a sacola ainda desacreditada e piscou sem reação para Jaesun.
ㅡ Seu pai não vai surtar?
ㅡ Ele me permitiu gastar cerca de três mil hoje, a bota pode entrar nesse orçamento, ele não precisa saber o que de fato comprei.
Lucy agradeceu-o com um abraço, mas ainda tinha seus olhos abertos em puro choque.
A garota não largou em momento algum a sacola e até mesmo quando parou na porta do banheiro junto a Kimi enquanto Jaesun adentrou, ela encarou a sacola como se visse algo surreal ali.
ㅡ Você ficou feliz? ㅡ Kimi a perguntou.
Lucy assentiu, apertando a sacola com a caixa junto ao seu peito.
ㅡ Jaesun é louco!
ㅡ Ele é louco por você, sua boba. Ele te ama demais, e te apoia ainda mais, é um bom amigo.
ㅡ É um ótimo amigo.
As garotas esperaram por ele ali mais alguns minutos e seguiram quando ele retornou. Ainda foram em mais algumas lojas e esperaram pacientemente para que ele escolhesse o que queria levar.
Kimi ainda ganhou uma blusa, pois segundo Jaesun ele não queria causar ciúmes ali. Lucy sentia todas às vezes em que pessoas olhavam para si de modo estranho, mas ela tentou não ligar muito.
Ainda comeram na praça de alimentação do shopping e tomaram sorvete enquanto esperavam o carro cujo Jaesun pediu por aplicativo.
A primeira parada foi na casa de Kimi, pois mesmo a de Jaesun sendo a primeira na rota, ele deixou claro que não deixaria suas amigas sozinha dentro do carro de um desconhecido.
Despediram-se dela e seguiram para a casa de Lucy. Jaesun deixou um beijo sobre a bochecha da garota quando estacionaram em frente a casa e viu quando o homem olhou-os sobre o retrovisor. Lucy riu e deixou um tapinha sobre o ombro do amigo e enfim saiu do carro junto a sua sacola.
Acenou para Jaesun quando o carro seguiu para o rumo final e riu ainda mais quando olhou para a sacola em suas mãos.
Ela adentrou rápido a casa, cumprimentando seus pais e seguindo para seu quarto. Lá, Lucy retirou seus tênis e meias e sentiu outra vez o solado da bota.
Ela sentiu prazer ao fechá-la outra vez e felicidade ao se pôr de pé.
A sensação quando estava sobre aqueles saltos era como se ela fosse de fato a mulher que havia nascido para ser. Erguida, no topo, superior a quem fosse que lhe desaprovasse.
Ela caminhou de um lado a outro com o calçado ainda em seus pés por todo o quarto, mas parou na frente do espelho para se ver.
Viu a imagem de uma mulher ali e ergueu o queixo, dando-a poder. Lucy repousou ambas as mãos sobre a cintura delineada e sorriu em completa dominância, sentindo que estava se tornando o que de fato havia nascido para ser.
Um mulherão da porra.