Capítulo 104
1977palavras
2023-02-06 11:41
O dedo alcançou meu ponto de prazer, fazendo-me gemer, contida por sua boca.
Os lábios de Heitor desceram para o meu pescoço, que lambeu antes de dar um chupão, os dedos não descuidando de manter-me excitada.
- Por que não me deixa tocá-lo... Porra. – Reclamei novamente.

Ele riu sedutoramente, mordendo meu lábio, de forma terna e gentil:
- Se eu soltar você, sei que vai fugir.
- Não... Não vou... – Garanti, num fio de voz.
Ele se afastou um pouco e dobrou levemente minhas pernas, para depois abri-las em sua direção.
- Ah... Isso me mata... Literalmente. – Senti minha pele se arrepiar antes de ele fazer o que eu previa.
O dedo indicador tocou meu ponto de prazer novamente, sendo apertado levemente enquanto fazia movimentos circulares, me fazendo ir ao céu (ou inferno) em segundos.

Gritei, revirando-me na cama em êxtase, fechando as pernas e prendendo sua mão entre elas.
- Ah, amo ouvir seus gritos e gemidos quando a toco, Bárbara. Senti tanta saudade da sua pele, do seu cheiro... Da sua boceta gostosa.
Respirei com dificuldade, tentando fazer o ar voltar aos meus pulmões antes de pedir:
- Me fode, Heitor. Agora!

Ele abriu minhas pernas e sorriu:
- Só se for com a língua.
- Com a língua, com seu pau... Quero você... Dentro de mim, por favor... – Minha voz quase não saiu.
Um meio sorriso foi visto antes de ele enterrar a cabeça no meio das minhas pernas, lambendo a extensão da minha intimidade, sem pressa. Mordeu de leve meu clitóris antes de enfiar a língua dentro de mim, me levando a um céu estrelado do qual eu não queria mais descer. Me contorcia enquanto as algemas emitiam um som enlouquecedor ao tentar desvencilhar-me delas.
As mãos de Heitor tomaram meus seios, que ele apertava enquanto entrava sem pressa na minha intimidade quente e convidativa.
- Vou ficar louca... – Falei, num fio de voz.
- Ainda não. – Ele parou, me encarando, a boca brilhante.
- Me beija... Agora. – Ordenei.
Ele encaixou o corpo sobre o meu, as mãos apertando minhas nádegas. A boca encontrou a minha ao mesmo tempo que seu pau entrou duro como pedra, preenchendo-me por completo.
A língua seguia os movimentos do seu membro, ambos numa mesma sincronia. Meu corpo estremecia de prazer sob o dele, quente, perfeito, encaixando-se como um quebra-cabeça ao meu.
- Quero preenchê-la completamente, Bárbara... – Falou no meu ouvido, enquanto mordia o lóbulo da minha orelha.
- Já está... – falei, enquanto ele seguia se movendo sobre e dentro de mim, levando-me à loucura.
Um sorriso safado veio antes de uma das mãos escorregar para o centro das minhas nádegas e um dedo entrar lentamente, no mesmo ritmo de seu pau. Gemi, sentindo o ar faltar-me novamente. Nossos olhos se fixaram um no outro e mordi o lábio, tentando atrasar um pouco meu orgasmo com aquela novidade que eu experimentava.
- Gosta disso, Bárbara?
- Muito... – Confessei, tentando relaxar ainda mais.
- Você é minha... Toda minha... Só minha... – Novamente me beijou, com força, sincronizando todos os movimentos de uma vez, fazendo eu não conseguir conter a explosão de prazeres, que veio em forma de orgasmo, fazendo-me gemer na sua boca, gozar no seu pau ao mesmo tempo que senti seu líquido quente encontrar minha cavidade profunda, que queria recebê-lo mais do que qualquer outra coisa no mundo.
Ele relaxou o corpo sobre o meu enquanto eu ainda tentava recuperar o ar.
Logo a pequena chave, deixada ao lado da mesa, abriu as algemas e minhas mãos foram libertas, envolvendo-o num abraço, enquanto os dedos de uma das mãos alisavam sua pele lisa e macia das costas.
Eu senti sua respiração ofegante no ouvido, arrepiando meu pescoço.
Heitor levantou o rosto e os olhos encararam os meus:
- Eu amo você, Bárbara Novaes... Eu amo! E simplesmente não tenho mais medo de sentir isso.
- Amo você... – sorri – Como nunca amei outra pessoa na vida. Desculpe se algum dia o comparei com alguém que eu não deveria. Você nunca vai ser igual.
- Nunca... Jamais faria qualquer coisa para feri-la. A sua dor é a minha, Bárbara.
- Como consegui ficar tanto tempo longe de você? – toquei seu rosto, levantando a cabeça e dando um beijo nos lábios dele – Esperei por você a minha vida inteira.
Ele rolou, tirando o corpo de cima do meu, ficando sobre a cama. Virei-me na direção dele. Nossas mãos encontraram o rosto um do outro, sem combinarmos. Um sorriso divertido iluminou nossos lábios.
- Não conseguimos nos afastar... Nossos corpos não permitem.
- Não mesmo. – Concordei com ele.
- Quero fazer amor com você de novo, Bárbara.
Respirei fundo:
- Eu realmente preciso ir, Heitor. Ben vai viajar agora cedo.
- Para onde? Ele... Tem que trabalhar. – disse, confuso, a testa enrugada.
- Ele vai seguir no emprego. Volta antes de começar, não se preocupe. Vai atrás de Tony... Na Itália.
- Ben é louco.
- Às vezes eu também acho que sim.
- Isso deve ser contagioso... Certamente quem fica muito tempo perto de você contrai isso.
Comecei a rir. Depois toquei seus cabelos e perguntei:
- Por que Cindy estava aqui naquela manhã?
- Ela ainda se sente íntima.
- E você lhe dá esta intimidade?
- Acha que se eu ainda tivesse intimidade com ela teria tirado o poste do meu quarto?
- Por que não a tira completamente da sua vida de uma vez?
- Bárbara, eu sei que você não gosta dela. E aceito seu ciúme e se disser que não gosto desta situação estaria mentindo, pois isso me faz acreditar que você realmente sente algo por mim. Mas... Cindy e eu nos tornamos amigos.
- Amigos que fazem sexo?
- Que faziam – ele ajeitou meus cabelos atrás da orelha – Ela é uma boa profissional, entende de negócios, finanças, tem boas ideias com relação a atrações na Babilônia...
- Isso quer dizer que ela sempre ficará entre nós dois?
- Não foi isso que eu disse. Só quero que entenda que não é tão fácil assim. Eu não estou dormindo com ela... Acredite em mim.
- Céus, eu acabei de dormir com você depois de ter expulsado duas putas do seu apartamento... Duas! Você é um sem-vergonha. – Sentei na cama.
- Assuma um compromisso comigo e nada disso acontecerá novamente. Pare de fugir porra. Fica comigo de uma vez.
Levantei e fui até o armário, procurando uma camiseta branca. Peguei uma camisa e comecei a colocar. Enquanto abotoava, disse:
- Eu tenho uma coisa para lhe contar. – Não olhei na direção dele.
- Conte. – Ele seguiu sentado na cama, tranquilamente.
Fui abrindo as portas dos armários até encontrar uma calça em moletom mais curta, com ribana na parte de baixo e na cintura. Analisei a peça e perguntei:
- Isso serve em você? Deve evidenciar muito suas partes íntimas... Em especial seu pênis. – Arqueei a sobrancelha.
- Nem sei se já usei esta porra. – Ele enrugou a testa, pensativo.
Coloquei, sem calcinha por baixo, enquanto disse, de forma espontânea:
- Você tem uma filha.
Primeiramente houve um breve silêncio, creio que não mais do que um minuto. Depois ele deu uma gargalhada estrondosa, gostosa, daquelas que parece que você contou uma piada completamente engraçada.
Olhei na direção dele:
- Estou falando sério.
- Hum... É nossa filha? – Colocou o dedo na testa, ainda rindo.
- Não.
- Ah, então eu não quero. Detesto crianças, mas se fosse uma garotinha com os seus olhos eu não dispensaria. Em especial se tivesse o gênio da mamãe... Ainda que as duas me deixassem louco.
- Vamos deixá-lo louco, disso eu tenho certeza.
- Investigou minhas vidas passadas? Porque nesta encarnação eu não vou ter filhos.
- Podemos ter concebido um agora. – Não me contive.
- Não saio transando sem camisinha com todo mundo, se é isso que quer saber. Poderia ter me perguntado diretamente. Aliás, acho que você já fez esta pergunta, exatamente ali – apontou para o canto do quarto – Enquanto um poste de metal caía sobre a sua cabeça. Eu estava bêbado e você que esquece as coisas?
- Heitor... Não é uma brincadeira.
Ele riu novamente, de forma divertida, balançando a cabeça. O telefone tocou, mas ele sequer foi verificar quem era.
- Não vai atender? – Perguntei.
- Não... Nada é mais importante do que ficar com você, Bárbara. Não quero interrupções, especialmente agora, quando estamos discutindo sobre “nossa filha”. – Disse, de forma debochada.
- Olha, eu queria dizer que estou a brincar com você, mas...
- Mas... – ele riu novamente, balançando a cabeça – Você bebeu?
- Claro que não.
- Caralho, por isso eu amo você. Estar ao seu lado é como uma montanha russa de emoções. Nada, eu disse “nada” se compara a você e suas loucuras.
Ouvimos uma batida leve na porta:
- Heitor, precisa atender o telefone. É Celine. – Nicolete disse do outro lado.
Ele me olhou, apreensivo:
- Atenda. Deve ser importante. – Falei, pensando em Allan.
Ele pegou o celular e ligou para ela. Fui até a cama, ouvindo-o falar em monossílabos com a madrasta.
Quando ele largou o telefone sobre a cama, percebi que seu olhar havia mudado. Não existia mais tom de brincadeira. Ele estava completamente sério.
- O que houve, Heitor?
- Meu pai está no hospital. – Disse, mecanicamente.
- Allan... Meu Deus. O que houve? – Levantei, andando de um lado para o outro, preocupada.
- Eu... Preciso ir até lá. – Ele foi até o armário, colocando um conjunto esportivo de marca conhecida e famosa e um tênis.
Fui até ele e disse:
- Olhe para mim – ele o fez – Vai dar tudo certo.
- Eu estou bem. Não se preocupe – deu de ombros – Pode ir comigo?
- Eu? – Perguntei, surpresa.
- Por favor... – Pediu, virando-se para mim, os olhos dentro dos meus, o semblante sério.
Assenti, incapaz de dizer “não” naquele momento. Além do mais, eu também queria saber como Allan estava.
Ele pegou minha mão e descemos juntos as escadas de vidro. Nicolete vestia um roupão e nos esperava na porta.
- Celine parecia preocupada. – Ela disse.
- Nada que já não tenha acontecido antes – Heitor falou – Só a morte seria uma novidade para ele.
- Não diga isso, Heitor. – Pedi.
Ele abriu a porta usando a digital. Antes que eu cruzasse para o lado de fora, Nicolete pegou meu braço:
- Cuide bem dele. Tenta parecer forte, mas não é. Ele não sabe lidar muito bem com os sentimentos.
- Nic, eu estou aqui. – Ele disse, balançando a cabeça.
- Eu vou cuidar dele, Nic. Não se preocupe. – Garanti.
Fomos para o elevador. Assim que porta se fechou, perguntei:
- Por que Nic mudou comigo? Posso jurar que ela me odiava na última vez que estive aqui. Inclusive nem me convidou para o café da manhã.
- Café? Que café?
- O que ela convidou Cindy.
Ele riu:
- Acha mesmo que Cindy tomaria café da manhã na minha casa? – enrugou a testa – Nem temos este hábito eu e Nic. Comemos em horários diferentes e na maioria das vezes nem faço as refeições em casa.
- Eu achei que...
- Você acha demais, Bárbara. – Tocou meu nariz com o dedo indicador, como eu fazia com Maria Lua.
- Talvez...
Ele me puxou para perto dele, carinhosamente, me enlaçando pela cintura:
- Amo você, mãe dos meus filhos imaginários.
Porra, eu teria que trazer Maria Lua, um teste de DNA, o diário, Ben e ir até um centro espírita levando junto uma pessoa que incorporasse o espírito de Salma para que ele acreditasse em mim?