Capítulo 94
1851palavras
2023-02-08 10:31
- Eu penso que... Não quero os presentes. Eu pedi para o Papai Noel o meu papai e ele trouxe. Não preciso de mais nada... Não ouviram a minha mamãe? Ela disse “não”. E “não” é “não”.
- Mas diga a ela que você quer ver o vovô e a vovó... Por favor. – Ele quase implorou.
- Eu não quero mais ver vocês – ela foi firme – Nunca mais.
- Não pode dizer “nunca”. Você só tem cinco anos. – Ele balançou a cabeça, confuso.
- Jordan, deu! Ela já lhe deu a resposta que você queria. Agora vamos embora. – Calissa tentou puxá-lo.
Ele me encarou e depois olhou para Melody, os olhos um pouco menos raivosos. Acenou para ela e virou as costas, indo com Calissa para o carro.
Fechei a porta e fui até Melody, abraçando-a, não contendo as lágrimas. Ela estava alguns degraus acima de mim e alcançou meus cabelos, alisando-os:
- Não chore, mamãe. Eu amo você.
- Eu também amo você. – Limpei as lágrimas.
- Vamos pedir pizza? – Sugeriu, talvez para tentar me alegrar.
- Pode ser... – examinei seus olhinhos verdes, preocupada – O que você ouviu da conversa.
- Um pouco – confessou – E não quero mais ver os dois, mamãe.
- Mas... Por quê?
- Vovô é muito rude com você. E quem fala assim com a minha mamãe... Eu não devo gostar.
- Melody, você é o que eu tenho de mais importante na vida. Não há um só dia que eu não agradeça aos céus por você. Obrigada... Por ser a minha filha.
- Obrigada por ser a melhor mamãe do mundo. – Ela gritou, levantando os braços, rindo, os dentinhos minúsculos e brancos perfeitamente enfileirados na boca carnuda.
A enchi de beijos:
- Agora vamos pedir uma pizza. E deixo você escolher os sabores.
- Vamos ligar para o papai?
- Vamos. Mas primeiro... Eu preciso de um banho. E acho que comida. – Comecei a rir, sentindo meu estômago roncar.
- Mamãe, o bebê está com fome. – Ela começou a rir do som produzido pela minha barriga.
Subimos e tomei um banho rápido, enquanto ela me esperava no quarto. Pedimos a pizza e durante o tempo que eu penteava os cabelos, fizemos chamada de vídeo para Charles.
- Olá, garotinhas. – Ele estava dentro de um carro, mas não dirigindo.
- Papai! – Ela gritou.
- Olá...
- Tudo bem, Sabrina? – Ele pareceu perceber minha tristeza imediatamente.
- Tudo certo. – Menti.
- Nós pedimos pizza. E mamãe me deixou escolher os sabores. O bebê está com fome. – Melody o pôs a par de tudo.
- Que ótimo. Eu tenho uma surpresa para vocês.
- Surpresa? Eu amo surpresas! Mas não vou perguntar o que é. Porque senão não é surpresa. – Ela disse ao pai.
- Exato. Estou morrendo de saudades. – Ele me olhou.
- Nós também.
- Eu preciso desligar. Assim que der, ligo de volta.
- Sua cara está péssima. – Observei.
- Estou cansado. – Ele confessou.
- Durma bem. E sonhe conosco. – Acenei e Melody jogou beijos.
Ele desligou. Terminei de pentear meus cabelos e procurei um desenho animado para nós duas olharmos no celular até vir nossa comida.
Alguém bateu na porta novamente. Olhei para ela:
- Agora é a pizza.
Ela levantou, pegando minha carteira e descendo comigo, para fazer o pagamento:
- Eu confiro o troco, mamãe.
- Ok, você confere. – Concordei.
Quando abrimos a porta, Charles estava lá, escorado, uma mala ao seu lado, a jaqueta de couro pendurada no braço, os cabelos bagunçados, a barba por fazer...
- Surpresa! – Sorriu.
Nos penduramos nele, as duas ao mesmo tempo.
Deus, eu precisava tanto dele! E parecia que “el cantante” sabia, pois chegou exatamente na hora.
Deixei Melody falar primeiro, pois ela tinha muitas novidades. A pizza veio e continuamos na sala, optando por comer ali.
- Eu gostei da segunda escola que tia Yuna me levou. Tinha salas grandes. E tem futebol uma vez na semana. Eu gosto de futebol.
- Quer me dizer o que houve? – Charles perguntou, enquanto pegava Melody no colo, aninhando-a ao seu corpo.
- Agora não. Depois...
- Ok.
Charles fez ela dormir em minutos. A pôs na cama e quando voltou, eu já estava deitada.
- Preciso tomar banho. Você me acompanha?
Respirei fundo e sentei na cama:
- Acho que não preciso de banho, e sim de sexo, “el cantante”.
- Eu preciso de sexo... E de você. – Ele veio até a cama, pegando-me no colo, enquanto passava o rosto no meu, a barba me fazendo cócegas.
Me pôs no chão, escorando-me na parede, enquanto retirava a parte de baixo do meu pijama.
- Estou horrível... – Falei, fechando os olhos, sentindo um frio na barriga.
- Está linda... Você sempre está linda. E ficar longe de você é horrível... – Ajoelhou-se à minha frente, enquanto retirava a camiseta, jogando no chão.
- Ficamos tanto tempo longe... Que agora parece que isso não está certo... – Falei, num fio de voz.
- Exatamente... – tocou minha boceta, sob a calcinha branca em renda – Seu cheiro me excita... E não consigo ficar longe do gosto que você tem...
Gemi quando a língua dele me tocou, sobre a calcinha.
- Estou com saudade da minha melodia preferida. – Mordeu-me o clitóris, sem retirar o tecido fino que nos separava.
- Isso é simplesmente... – Não consegui terminar a frase, puxando com força os cabelos dele.
- Simplesmente saboroso... – A língua quente contornou toda a calcinha, tocando minha pele, descendo lentamente pela virilha.
A respiração quente na minha boceta fazia eu me excitar ainda mais. Retirei a parte de cima da roupa, ficando completamente nua.
Charles me contemplou demoradamente antes de retirar a calcinha, sem pressa. Depois enfiou-se entre minhas pernas, abrindo-as levemente:
- A visão do paraíso... – A voz estava fraca, carregada de luxúria.
- Bem-vindo... O paraíso é todo seu... – Mordi o lábio, sentindo meu corpo contorcer-se antes mesmo de ele me tocar.
Esqueci tudo que havia acontecido horas antes. Charles me curava de qualquer dor, por pior que fosse. Simplesmente porque eu sabia que não existia nada pior do que ficar longe dele.
“El cantante” abriu os grandes lábios, lambendo vagarosamente cada centímetro da extensão da minha boceta, atentando-se ao clitóris, sabendo o prazer que aquele ponto me causava.
Tive que conter-me para não gozar naquele momento, em minutos que ele havia começado a me tocar. Abri os olhos e a visão dos cabelos negros e lisos se movendo entre minhas pernas era simplesmente sem explicação.
Gemi alto, chegando ao meu ápice, não conseguindo esperar mais. Ele não parou, aparando com a língua cada gota de prazer que meu corpo produzia em contato com o dele.
- Minha melodia preferida... – Falou, num fio de voz, a língua ainda trabalhando entre minhas pernas.
Meu corpo enfraqueceu. Ele pegou-me no colo novamente, colocando-me de quatro na cama:
- Acha mesmo que isso acabou, meu amor? – Falou enquanto abria o zíper da própria calça, retirando-a junto da cueca.
- Não quero que acabe... Preciso gozar... De novo... Junto com você.
Charles passou a mão lentamente sobre minha bunda, descendo novamente até minha boceta.
- Está querendo me castigar, “el cantante”? – Parecia que o ar me faltava.
- Quero senti-la meu amor... E provar cada centímetro do seu corpo.
- Senti saudades...
- Eu também... E não quero sentir mais... Nunca mais.
Dizendo isso, ele me penetrou sem pressa, entrando e saindo de forma enlouquecedora, como se quisesse que eu implorasse por ele dentro de mim de uma vez.
- Acho que estou... Sendo castigada. – Minha voz saiu melosa.
- Sim, por me fazer sentir tanta saudade... Por me deixar completamente louco... E não sair da minha mente...
- Se é por isso... Vou castigá-lo também, “el cantante”...
- Por hora... Eu castigo...
Deitei a cabeça sobre o colchão, sentindo cada músculo do meu corpo contrair-se enquanto minha bunda ficava à mercê dele, que seguia tentando me matar com seu pau, vagarosamente.
- Eu não vou aguentar... Sou fraca e você sabe disto.
- O que quer, meu amor?
- Quero que me foda, “el cantante”.
Ouvi a risada dele, ao mesmo tempo que as estocadas ficaram mais rápidas, e os gemidos de Charles começaram a ecoar pelo quarto.
As mãos firmes seguravam meus quadris enquanto ele me fodia com força. Dei um grito abafado pela minha própria mão sobre a boca junto de um gemido quando gozei. E senti o líquido morno dele sobre a minha bunda.
Joguei-me sobre a cama, sem ar, meu coração quase saindo para fora do corpo e a sensação de que não conseguiria me recompor tão cedo.
Senti a mão dele espalhando sua porra sobre a minha pele:
- Garotinha, acho que você vai precisar ir para o banho comigo. – Debochou.
- Você não vale nada, “el cantante”. – Comecei a rir.
Ele pegou-me no colo novamente. Envolvi meus braços em seu pescoço, dizendo:
- Acho que você mima muito a sua garotinha.
- Muito menos do que ela merece. Quero recuperar todo tempo perdido longe de vocês.
- Inclusive de sexo? – Comecei a rir.
- Inclusive de sexo – confirmou, ao mesmo tempo que me pôs de volta ao chão, no box do banheiro – Ei, você está ficando pesada.
- Não fale isso se não quiser morrer aqui e agora.
Ele ligou o chuveiro e começou a me ensaboar lentamente. Fechei meus olhos e confessei:
- Você é o que de melhor aconteceu na minha vida, Charles.
- E você na minha, Sabrina.
Passei as mãos sobre seus cabelos molhados, atentando-me aos verdes perfeitos dos seus olhos. Então meus lábios devoraram os dele.
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- Acho que realmente estamos botando o sexo dos anos perdidos em dia... – Comecei a rir, enquanto me deitava na cama, só de roupão.
Charles deitou ao meu lado e depois de um tempo levantou a cabeça, observando-me atentamente:
- Não sei como vou fazer, Sabrina, mas é uma tortura ficar longe de vocês duas.
- Eu sei... Também fiquei morrendo de saudade, Charles.
- Você e Medy poderiam vir comigo.
- Eu posso tentar... Nas viagens não muito longas. Mas dentro de um ou dois meses não há mais como... Em função da gravidez.
- Sim, eu sei. Mas esta primeira semana longe foi horrível.
- Por isso esta cara de cansaço?
- Quase não consegui dormir. Quando deitava na cama, me pegava vendo fotos de vocês duas no celular... E o sono não vinha. – Alisou meu rosto carinhosamente.
- Acha que isso tudo vai passar um dia? Me refiro a este sentimento tão forte... Que chega a doer dentro de mim.
- Espero que não passe... Nunca.
Toquei seu rosto e confessei:
- Meu pai esteve aqui... Junto de minha mãe.
Ele enrugou a testa e seus olhos pareceram escurecer. Afastou-se um pouco de mim, pensando antes de perguntar:
- O que eles queriam?
- Melody.