Capítulo 81
2175palavras
2023-02-08 10:25
Descansei minha cabeça no ombro de Charles enquanto meu coração desacelerava e o ar voltava aos meus pulmões. O corpo ainda estava levemente trêmulo.
Sentia o peito dele mover-se com as batidas intensas do coração. Sorri, sabendo que meu “el cantante” sentia o mesmo que eu, o prazer e o amor a cada toque mútuo.
- Eu amo você, Charles. – Falei, sem mover-me de onde estava, sentindo-me segura como nunca em toda a minha vida.

- Eu amo você, Sabrina. E vou amar para sempre. E não importa mais o que você peça... Esqueça seus planos, pois não vou mais me separar de você e Medy.
- Promete? – Encarei-o, percebendo a tranquilidade em seus olhos verde-esmeralda.
- Prometo.
Beijei-o carinhosamente, sentindo seu gosto misturado à Champagne, o cheiro de sexo e luxúria tomando conta do quarto.
Meus dias de glória haviam chegado. Ele era tudo que eu queria, desde o início. E depois de anos, estava ali, junto de mim e de nossa filha, realizando nosso desejo, o pedido dela ao Papai Noel.
- Charles, é Natal! – Falei, saindo de cima dele, empolgada.

- Nosso primeiro Natal juntos, garotinha.
- Sim... Nós quatro. – Toquei meu ventre.
Ele veio na minha direção e pegou-me no colo, levando-me diretamente ao box do banheiro.
O box era grande, ocupando mais da metade do espaço. O banheiro era todo branco, fosco, com uma bancada branca com cuba em vidro. O espelho gigante ficava acima da bancada, na parede.

O chuveiro era bom e a temperatura agradável. Nem nos meus sonhos imaginei ser banhada pelo amor da minha vida, tomando cuidado com cada centímetro da pele, demorando-se em lugares que achava que lhe agradavam mais, atrevendo-se a lamber algumas regiões.
Do lado de fora, certamente ouviam-se risos... Carregados de alegria e amor.
Ele desligou o chuveiro e transportou-me para a cama novamente, ainda úmida.
- Quer dizer que não vou mais andar agora? – Brinquei, enquanto deliciava-me com o toque macio dos lençóis no meu corpo nu.
- Não enquanto eu estiver com desejo de você. – Lambeu meus seios.
- Hum, ainda não enjoou, senhor Bailey?
- Não enjoo da minha garotinha, a mulher da minha vida... Nunca...
Beijou-me com ardor. Enquanto o beijo ficava mais intenso, sua língua tomando conta da minha boca de uma forma enlouquecedora, novamente pegou-me no colo, levando-me para uma poltrona no canto do quarto.
Saiu, nu, indo à mesa, pegando o copo de tequila. Encarou-me, o sorriso no canto dos lábios, o corpo enlouquecendo-me a cada movimento que fazia.
Eu sabia exatamente o que ele queria. Pus os braços sobre as laterais da poltrona e abri as pernas, descansando a cabeça no encosto enquanto sentia ele virar o líquido sobre meu corpo vagarosamente, o líquido descendo pelo colo, no meio dos seios, passando pela barriga, umedecendo minha boceta quente.
- Vou comer você com tequila. – Avisou, enquanto abria minhas pernas e ajeitava seu corpo entre elas.
Peguei a rodela de limão do copo e pus na boca, convidativa.
Ele lambeu meu colo, descendo pelos seios, saboreando cada gota do líquido que fazia parte da nossa história, depois encontrando o limão na minha boca, azedo e ao mesmo tempo cítrico, o acalento depois do amargor misturado ao doce do meu corpo.
Cada centímetro da minha pele foi lambido por seus lábios quentes e envolventes.
Quando a tequila acabou, o pus sentado na poltrona e em seguida sentei-me em seu colo, de costas. Ajeitei seu pau até entrar por inteiro dentro de mim e dei-me ao luxo de novamente ser preenchida de um prazer indescritível que era o contato dele no meu corpo.
As mãos de Charles seguraram meus seios enquanto nossos corpos se chocavam, o som do atrito causado espalhando-se pelo quarto, misturado aos nossos gemidos intensos, lânguidos, uníssonos.
Gemi, chorosa, quando cheguei a mais um orgasmo, sentindo Charles encharcar-me mais uma vez com seu sêmen morno.
Deixei meu corpo descansar sobre o dele, que me abraçou, enquanto o rosto ficava ao lado do meu. Nossas respirações estavam aceleradas e ficamos ali, juntos, sem pressa, até voltarmos da viagem que nossos corpos fizeram para o mundo do prazer e luxúria.
- Dorme comigo, “el cantante”? – Perguntei, sem mover-me de onde estava.
- Quando reservei os quartos, pensei nisso, garotinha! Eu, você... E Medy no outro.
- Conseguiu planejar isso mesmo na correria que foi a noite? – Comecei a rir.
- Você está sempre nos meus planos, garotinha... Não importa o que aconteça ou o tempo que eu tenha.
Levantei:
- Preciso tomar banho... Estou grudando... - Senti tequila por todos os meus poros.
- Vou ajudá-la a ensaboar-se... – Ele sorriu, descansando o rosto na mão, que se apoiava com o cotovelo na lateral da poltrona.
- Nem pensar... – Saí correndo e tranquei a porta, certa de que se ele fosse me ajudar, voltaríamos a transar.
Assim que terminei meu terceiro banho desde as poucas horas que cheguei ao Hotel, deitei na cama, ainda com os cabelos úmidos. Esperei até que Charles viesse do banheiro.
Ele deitou ao meu lado e virei para ele, encarando-o. As mãos de “el cantante” me acariciaram o rosto:
- Quero casar com você.
Senti meu coração acelerar novamente e um frio percorrer o estômago.
- Quero ser sua esposa, “el cantante”.
Nossos lábios novamente se encontraram num beijo doce e cheio de amor. Colei meu corpo nu ao dele, que passou as pernas sobre mim, imobilizando-me.
Parecíamos um só, como acredito que tenha sido desde que nos encontramos, mesmo estando longe um do outro. Simplesmente porque o sentimento que nos ligava era absolutamente inexplicável e grandioso.
Adormeci nos braços de “el cantante”, como sonhei por tanto tempo. O cheiro dele entrando na minha narina, sua pele quente me provando que ele era real... E estava ali, comigo.
Despertei quando Charles se mexeu na cama. Abri os olhos e ele sorriu, retirando minha cabeça do seu braço.
- Que horas são? – Perguntei, completamente preguiçosa.
- Oito horas... Pode dormir, meu amor. Estão batendo na porta... Vou ver quem é.
- Mas... Não deveriam avisar por telefone? Você pediu algo? – Fiquei confusa, levantando.
- Não precisa levantar, Sabrina. Não há de ser nada. Descanse.
- Sou curiosa... – Não lhe dei ouvidos, pondo o roupão branco atoalhado do Hotel, que estava no chão.
Charles procurou a roupa, jogada um pouco em cada canto. Achei a cueca dele, mas o vi enrolado na toalha branca, já saindo.
Fui atrás dele, que rapidamente abriu a porta. Guilherme entrou, arregalando os olhos ao nos ver, a raiva nítida em cada músculo do seu rosto.
- Bom dia, família! – Disse de forma irônica.
- Gui? – Foi o que consegui pronunciar.
- Onde está Melody? – Ele perguntou.
- No... Quarto.
- Ela sabe que ele está aqui? – Perguntou diretamente para mim.
- Sim... – Respondi, confusa.
- Quer... Tomar café conosco? É Natal! – Charles falou, enquanto ele não deu ouvidos ao pai, vindo na minha direção.
Seguiu, passando direto por mim, indo ao sofá, onde pegou um celular:
- Vim buscar isso... – Levantou o aparelho – Liguei umas vinte vezes, mas vocês estavam muito ocupados para atender, não é mesmo?
- Guilherme, eu acho que devemos conversar seriamente, nós três. – Charles sugeriu.
- Vai me dizer o quê? Que ficou com a minha namorada? – riu de forma irônica – Engraçado que Sabrina se preocupava que eu era muito novo para ela... E ele é extremamente velho para você. Isso não a incomoda?
Cruzei os braços, como se aquilo fosse impedir a mágoa e raiva dele de me atingir.
- É Natal, meu filho! Se dê uma chance... Me dê uma chance... Por favor. – Charles tentou mais uma vez.
- Eu tenho um presente de Natal para você, “papai”. Espero que goste.
Charles olhou-o e Guilherme deu um soco na cara dele, fazendo-o cambalear, tamanha força e violência que usou.
Dei um grito e me dirigi a eles. Charles pegou o filho pela roupa, aproximando-o de si. Ambos tinham quase a mesma altura e creio que Guilherme possuísse alguns poucos quilos menos que o pai.
Temi que Charles fosse revidar, mas não. Soltou Guilherme, afastando-o de si, e pôs a mão no rosto, gemendo de dor.
Abri a porta e ordenei:
- Vá embora!
Guilherme me encarou antes de sair furioso, sem dizer nada, sequer desculpando-se pelo que fez no próprio pai.
Charles sentou-se no sofá e toquei seu rosto vermelho:
- Este menino não tem noção... É bruto... Ríspido, irônico... Até quando ele vai fingir que você não é o pai dele?
- Até Kelly parar de encher a cabeça do garoto contra mim.
Fui até o frigobar e providenciei gelo, colocando no rosto dele, que reclamou:
- Ai... Está doendo!
- Sinto muito, meu amor... – Enchi de beijos o rosto dele, especialmente a parte que estava machucada, gelada.
Charles puxou meu rosto em direção ao seu e encarou-me:
- Eu amo você, garotinha... E levaria mil socos por sua causa.
- Assim como enfrentou quatro anos preso por minha culpa?
- Não sabe se foi realmente um Rockfeller, Sabrina.
- Eu sei que foi.
- Mas você não tem culpa... Eu jamais a culparia e sabe disto.
- Eu me culpo.
- Sabrina, esqueça esta história. Vamos ser felizes, eu, você e nossa filha... E este bebê que está aqui. – Tocou meu ventre, sob o roupão, tateando minha pele nua.
- Não posso... Nos separaram de uma forma muito cruel. Deixaram minha Melody por cinco anos sem o pai. Alguém precisa pagar por este estrago, “el cantante”.
- Eu só quero você, meu amor... Nada mais importa.
O abracei, sabendo que não conseguiria deixar em pune a pessoa que o pôs atrás das grades injustamente, fazendo-o pagar anos por um crime que não cometeu.
Voltamos para a cama e segui pondo gelo no rosto dele. Ainda assim estava começando a ficar um hematoma arroxeado no local.
Era mais de dez horas quando Melody abriu a porta, os cabelos enrolados, o pijama a deixando ainda mais fofa. Sorriu quando nos viu juntos na cama e veio andando na nossa direção. Parou e pegou algo no chão:
- Ei, o que vocês comeram e não me convidaram?
Olhei a embalagem do preservativo de chocolate na mão dela, que olhava curiosa, enquanto cheirava.
Corri e peguei de suas mãos, enquanto Charles a trouxe para o colo, jogando-a na cama e enchendo-a de cócegas.
Pus a embalagem na lixeira, colocando papel higiênico por cima, como se aquilo fosse resolver. Ela já tinha visto o pequeno plástico prateado, que tinha odor de chocolate. Como eu consegui ser tão distraída?
Bem, poderia me dar um desconto, visto que nunca tinha transado com um homem desde que a tive. Então ainda estava aprendendo certos cuidados que deveria ter. E precisava dar mais atenção à certas situações, visto que minha filha era esperta e curiosa.
Assim que cheguei no quarto, ela estava deitada na cama, abraçada ao pai. Deitei-me do outro lado e ela pegou minha cabeça, fazendo-nos ficar um em cada braço dela:
- Nós vamos passar o Natal juntos? – perguntou – Ainda é Natal?
- Sim, ainda é Natal. – Respondi.
- E sim, vamos passar o Natal juntos... E todos os demais dias que virão depois dele. Porque a partir de agora, papai vai morar com vocês. – Charles garantiu.
Ela sentou na cama e percebi os olhinhos marejarem e logo em seguida uma lágrima emocionada escorrer pela bochecha vermelha.
Sentei e a abracei, apertando-a para mim. Charles limpou a lágrima dela e disse:
- Não quero mais choro nesta família... Só virão coisas boas de agora em diante.
- Eu estou feliz, papai. E não sei porque às vezes as lágrimas caem... Mesmo quando eu não estou triste.
- São lágrimas de felicidade, meu docinho. – Expliquei.
- Nós somos uma família de verdade... Para sempre? – Ela olhou para mim e depois para o pai.
- Uma família de verdade, para sempre. – Ele confirmou.
Descemos para cear no Restaurante do Hotel, junto de Yuna. A comida estava saborosa e teve inclusive um Papai Noel que veio alegrar as crianças hospedadas. Claro que Melody foi agradecer por seu presente, levando o pai, orgulhosa.
Charles, por sua vez, vez ou outra atendia uma fã impressionada com a sua presença no local.
Embora não estivesse muito calor, Melody quis experimentar a piscina, que não era aquecida. Tentei recusar, mas Charles queria muito acompanhar a filha. Yuna achou que não teria problemas, já que Melody era uma criança saudável.
- Ela está muito feliz. – Yuna observou, enquanto Melody brincava de jogar água no pai.
- Sim... Esperou por ele a vida toda.
- Seu “el cantante” é maravilhoso, Sabrina. Você não poderia ter escolhido melhor pai para nossa Melody. É como se eles se conhecessem a vida inteira.
- Nossa conexão é assim mesmo: forte, intensa, inexplicável... Não só entre mim e ele, mas também com Melody.