Capítulo 73
2427palavras
2023-02-08 10:21
Nossas bocas selaram um beijo perfeito, as línguas se encontrando ao mesmo tempo, ansiosas, enlouquecidas, quentes como fogo.
Envolvi seu pescoço com meus braços, grudando o corpo ao dele, afastando qualquer possibilidade de separação. Charles, por sua vez, foi diretamente à minha bunda, apertando-a com força, fazendo-me sentir sua protuberância sob a calça.
Parecia um sonho, o qual se repetiu por tantas noites, sem possibilidade de realizar-se. Era meu “el cantante”. Estávamos juntos novamente, nós dois... E Melody.
O beijo só encerrou quando o ar faltou aos nossos pulmões. Senti minha boca levemente inchada da intensidade dos nossos lábios.
Charles tocou meus lábios com o polegar. Seus olhos estavam escuros e eu conseguia ver neles o desejo daquele homem por mim.
- Eu esperei tanto por você, Sabrina...
Olhei para a calça dele e toquei seu membro sob ela, sentindo sua robustez:
- Esperei exatamente cinco anos e oito meses, “el cantante”. Porque aquela noite no show nós não vamos contar.
- Como não, “garotinha”? Ela pode ter nos dado outro bebê...
Deslizei parte da calça folgada, com elástico na cintura, na parte direita, tendo a visão da cueca boxer preta, não deixando de pensar no que tinha debaixo dela, me esperando:
- Você tem preservativo? – Perguntei.
- Só no outro quarto...
- Que porra!
- Não acha que é tarde demais para nos preocuparmos com isso?
Desci a calça de uma vez, junto da cueca, ajoelhando-me junto com o tecido que chegava aos seus tornozelos.
- Quer me matar, Sabrina? – Ele escorou-se na parede e percebi seu peito inflando conforme sua respiração, que se acelerou imediatamente.
- Sim, quero lhe matar de amor, “el cantante”... E de prazer... – Sorri, umedecendo meus lábios.
Passei a língua delicadamente pela extensão de seu pau, logo em seguida dedicando-me à glande, que chupei ferozmente enquanto o ouvia gemer, sentindo minha umidade intensa e a boceta exigi-lo.
Com a ponta da língua o estimulei ainda mais, observando seus olhos fechados, enquanto se entregava ao prazer da minha boca quente e ávida.
- Assim você vai fazer eu gozar em segundos, “garotinha”...
- Não... Ainda não... – Pedi, mal afastando a boca dele, a voz saindo fraca.
Cansada das delicadezas, abocanhei-o agressivamente, chupando como fiquei a sonhar por tantos anos, enquanto me masturbava. Charles exalava sexo, desejo, luxúria. Peguei sua bunda dura e perfeita e puxei-a de encontro a mim, fazendo seu membro chegar à minha garganta, enlouquecendo-me, observando cada reação dele.
Seus dedos firmes enrolaram meus cabelos e ele foi mais fundo ainda, fodendo minha boca como eu queria.
Quando senti que ele estava prestes a gozar, retirei-o da boca e pus a língua para fora, deixando a entender que era ali que eu queria senti-lo se derramando para mim.
Charles pegou o próprio pau e ia batendo com ele levemente na minha língua enquanto eu sentia seu líquido morno, levemente adocicado.
Engoli tudo e lambi os lábios, provocante, fazendo-o me puxar com força em sua direção, levantando-me do chão. Sua língua apossou-se da minha, nossos gostos se misturando, o prazer não cessando, pois eu sentia seu pau ainda duro se roçando contra mim.
Ele retirou minha blusa e jogou-a longe. Olhou brevemente para meus seios e tocou-os, sob o sutiã, para depois retirar os colchetes habilidosamente, também tocando para cima, sem se preocupar com onde iria parar.
Enquanto a boca tomava um dos seios, Charles ia abrindo a minha calça e descendo-a, tocando minha intimidade encharcada, esperando por ele ansiosamente.
A língua brincava com o bico do mamilo enquanto o dedo circulava com força meu clitóris, fazendo-me gemer.
Fechei os olhos, enlouquecida de prazer, ouvindo a voz dele, aveludada, tão próxima que sentia seu hálito quente na minha pele:
- Caralho, eu sonhei com este som por tanto tempo...
- Sua melodia preferida, “el cantante”... – Falei, incapaz de abrir os olhos.
- Eu fiz uma música para este som, “garotinha”...
- Por favor... Não pare... – Implorei.
Charles deixou meu seio, rijo, e retirou a calça pelos meus pés, deixando-me completamente nua. Pegou-me pela bunda, fazendo-me envolver as pernas sobre seus quadris para não cair, enquanto me punha para dentro do box, ligando o chuveiro.
A água morna caiu sobre nós. Fiquei de pé, nossos corpos nus se encostando.
Novamente um beijo, com a novidade das leves mordidas nos meus lábios, as mãos dele descendo pelas minhas costas molhadas, em seguida alternando entre a bunda e a virilha.
Os lábios de Charles desceram pelo meu pescoço, onde senti o chupão, não conseguindo impedir o gemido causado por aquele toque.
- Demarcando meu território... – explicou, quase sem voz – Só meu...
- Explore seu território... Desbrave cada centímetro dele...
Os lábios sedentos chegaram aos meus seios. Enquanto sugava um, deixando a língua em evidência no bico, apertava o outro levemente, causando-me certa dor, talvez devido à possível gravidez.
Ele ficou ali, sem pressa, dando a mesma atenção ao outro seio. Depois desceu pela minha barriga, alternando entre beijos e lambidas, até chegar ao lugar onde eu esperava.
Escorou-me na parede, tirando-me do foco da água, e abriu os grandes lábios, passando a ponta da língua no meu clitóris. Puxei seus cabelos, enquanto ouvia uma risada abafada dele, que o mordeu levemente, enquanto eu imaginava que estava a perder completamente os sentidos, quase chegando ao êxtase.
- Sua vez de gozar na minha língua, Sabrina... – Os olhos verdes levantaram na minha direção.
Já sabendo o que me esperava, abri os braços e escorei-me entre as duas paredes, abrindo as pernas enquanto ele me fodia com sua língua. A barba roçava na parte mais íntima do meu ser, levando-me a loucura.
Juro que tentei não gritar, sem a certeza de que consegui me conter.
O orgasmo veio intenso, fazendo meu corpo estremecer involuntariamente. Apertei sua cabeça entre minhas pernas, sentindo os braços amolecerem.
Charles abriu minhas pernas e levantou a cabeça, a água do chuveiro caindo nas suas costas, um sorriso debochado:
- Qualquer dia você me mata sufocado no meio das suas pernas, meu bem... Confesso que vou morrer feliz...
Comecei a rir enquanto o corpo dele voltava para o meu, os braços me envolvendo:
- Quero a sua língua...
Pus a língua para fora, obediente. Ele mordeu-a delicadamente, chupando-a em seguida.
Tentei puxar os lábios dele com os meus, mas me vi sendo posta de costas.
- Acha mesmo que não vou me enfiar em você, meu amor? – Falou enquanto seu pau entrava na minha boceta, preenchendo-me por completo.
- Me fode, Charles... Forte... Gostoso...
- Sim... Não só hoje... Mas todos os dias das nossas vidas, “garotinha”...
As mãos dele pegaram meus quadris firmemente, enquanto ouvíamos o som dos nossos corpos se chocando um contra o outro, numa sintonia indescritível de prazer, enquanto a melodia dos nossos gemidos ecoavam pelo banheiro.
- Preparada para gozar junto comigo, meu amor? – Ele perguntou no meu ouvido, mordendo o lóbulo da minha orelha, a respiração ofegante, o hálito quente fazendo meu corpo arrepiar-se.
- Agora... – Minha voz saiu fina, baixa, quase um choro...
Ele gozou dentro de mim, sem deixar de me comer, até que não aguentássemos mais.
Fiquei ali, o rosto colado à parede gelada, sentindo a respiração dele no meu ouvido, enquanto descansava a cabeça no meu ombro.
- Eu amo você, Charles. – Falei, sentindo meu coração completo, numa paz e tranquilidade que há muito não sentia.
- Estou aqui, meu amor... E nunca mais vou separar-me de você... Eu juro.
Cheguei a pensar que era aquilo que tínhamos para a noite. Mas não. Fui fodida novamente, pouco tempo depois, no colo dele, de frente, ainda no box.
Depois do banho sem pressa, onde um lavou o corpo do outro, não se importando com o tempo, aproveitando cada segundo que tínhamos, nos enxugamos.
Pus um roupão e Charles somente a calça confortável, sem a cueca. Enrolei meus cabelos úmidos numa das toalhas e abri a porta. Melody seguia com seu sono profundo.
Fiquei observando-a quando senti os braços de Charles me envolvendo por trás, aconchegando o corpo ao meu:
- Ela é a coisa mais linda e perfeita que já vi na vida. – Falou.
- Também acho. – Sorri, pondo minhas mãos sobre as dele, que tocavam meu ventre.
- Obrigado por ter me dado ela...
- Eu posso agradecer também? – comecei a rir – Nossa filha... Fruto das noites quentes de verão que passamos naquela praia, na “nossa casa”.
Ele me pegou no colo, levando-me para a pequena sacada. Sentou-se numa das cadeiras arredondadas e me pôs no seu colo.
- Era verdade... Que ficaríamos aqui depois? – Perguntei, envolvendo meus braços em seu pescoço.
- Sim... Não posso mais ficar sem você, “garotinha”.
Olhei para a piscina iluminada. O ar fresco vindo da praia tinha cheiro de maresia. Ouvíamos o som das ondas se quebrando no mar, mas não víamos por causa da escuridão. Eu não tinha noção de que horas eram... Mas pouco me importava se alguém nos visse ali. Porque meu sonho estava se realizando, depois de tantos anos, exatamente da forma como eu imaginei.
- Como Melody sabia que era eu? – Ele perguntou.
- Sempre expliquei a ela que o pai apareceria... E que esperaríamos por ele. – Falei, sem levantar a cabeça do peito dele, onde eu descansava, segura e tranquila, depois de tanto tempo.
- Nunca pensou em voltar para Noriah Norte... E procurar por mim?
- Eu foquei por muito tempo nela... E nada mais. Vivi cinco anos por e para Melody. E esperando que o mesmo destino que me separou do pai dela pudesse nos unir novamente. Eu tinha duas fotos... Duas únicas fotos que salvei no celular. E ela o conhecia por ali.
- Ela é tão inteligente...
- Ela é perfeita.
- Eu não quero ficar longe de vocês. Não tenho certeza se consigo levar isso adiante.
- Acha que eu quero me separar de você? – levantei o rosto, encarando-o – Não tenho certeza se estou agindo certo. No entanto, quero saber o que houve neste tempo que estivemos longe... Quem o pôs atrás das grades. Eu não tenho dúvidas de que foi alguém da minha família, Charles.
- Vale a pena revirar isso depois de tanto tempo?
- Não quer saber quem está por trás disso tudo? Foram anos trancafiado... Por minha culpa...
Ele alisou meu rosto:
- Nunca foi culpa sua, Sabrina. E sempre dizia para mim mesmo que se fosse por você, valia cada segundo lá dentro.
- Só de pensar em tudo que passou... Eu... Sinto o ódio crescer ainda mais dentro de mim.
- Não sei se tenho espaço para o ódio... Quando meu coração é só amor depois que reencontrei você... Com uma filha de presente.
- O que você fez numa prisão por tantos anos, Charles?
Ele riu:
- Acho que compus músicas para toda a minha vida... E talvez a próxima, caso eu reencarne.
Não aguentei e comece a rir também.
- Claro que a prisão não é um bom lugar... Mas poderia ter sido pior, confesso.
- Charles, não acredito que está dizendo isso.
- Eu sabia que longe de você, a sensação não seria muito diferente da que eu tinha ali. Compus, cantei... Fiz até umas pequenas apresentações lá dentro.
- Jura? – Comecei a rir.
- Eu, um violão e tempo ocioso. Pude pensar muito na vida. E senti raiva a ponto de querer a morte de quem fez tudo que fez comigo. Depois eu percebi que não tinha outra alternativa a não ser esperar... E ver o tempo passar. O ódio não resolveria o problema.
- Me perdoa...
Ele tocou meu rosto carinhosamente:
- Nunca se culpe por isso, meu amor.
Olhei para o céu, que estava encoberto, completamente escuro:
- Teve vezes que olhei as estrelas no céu e me perguntei se estávamos vendo-as ao mesmo tempo. Jamais passou pela minha cabeça que você não via as estrelas...
- Eu via você...
Aconcheguei novamente minha cabeça no peito dele, tentando encontrar vestígios do mar à frente, enquanto escutava o som das ondas na areia:
- Charles, acha que fomos destinados a ficar juntos? Que nosso encontro estava escrito, desde sempre? Porque o que sinto por você é tão forte... Que não parece normal...
- O que eu acho? – ele ficou um tempo calado, pensativo – Eu acho que você veio para me provar que o amor existe... Que ele pode ser à primeira vista... Que sim, por mais que eu tenha me decepcionado anteriormente, a vida me deu uma chance de mudar tudo, provando que minhas crenças, baseadas no que deu errado, poderiam ser infundadas. Que do nada, poderia aparecer uma “garotinha” usando um véu, onze anos mais nova que eu, e abalar completamente o meu mundo... O deixando ainda mais desestabilizado do que sempre foi... A vida toda.
- Eu acho que amei você desde o momento que tropecei no fio, no meio da pista de dança...
- E eu tenho certeza que você foi o meu presente, embrulhado num tule branco, cheio de camadas... – Riu, ao mesmo tempo que escutei o coração dele batendo dentro do peito.
- Vou tentar pensar que o tempo que ficamos afastados foi necessário para eu amadurecer.
- E eu como um tempo para rever toda minha vida e as merdas que fiz ao longo dela.
- Fala de Gui?
- Eu errei... Fui imaturo. Não deveria tê-lo levado comigo para os bares onde eu cantava. Ele era só uma criança... Praticamente um bebê.
- E você um adolescente, com a responsabilidade de criar um filho sozinho.
- Não sei se ele vai me perdoar... Ainda mais agora, com você na jogada.
- Eu sinto muito... Mas eu não sabia.
- Eu também sinto muito... Por Mariane.
- “El cantante”... Acha que o destino “brinca” conosco?
- Acho que fomos postos à toda prova... E vencemos.
Ficamos ali, conversando sobre os anos que ficamos separados, até vermos os primeiros raios de sol nascendo no horizonte, iluminando o mar que passou a noite inteira na escuridão.
- Você precisa ir agora... – Falei, levantando do colo dele.
- Tem certeza? – Ele me olhou.
- Charles, precisamos fazer tudo com calma. E dizer a verdade a todos não vai resolver a situação. Eu tenho quase certeza de que meu pai está por trás disso também. No entanto, se assumirmos nosso relacionamento, teremos que ir embora. E jamais saberemos quem armou para você.
- Tem tanta certeza assim de que é um dos dois?
- Sim.