Capítulo 50
1100palavras
2023-03-30 07:34
Tessa Bennett
Acordo após tirar uma longa soneca, levanto com cuidado e vou até à sala.
— Oi filha, aquele amigo do Ralf veio aqui.

— O Jimmy?
— Sim.
— O que ele queria?
— O Ralf pediu para ele saber o que estava acontecendo, porque você não atendeu as ligações dele.
— Por que não me acordou?
— Não achei necessário.

— Devia ter me acordado mãe.
— Você precisava descansar. Ele deixou o número dele comigo, quer que eu ligue agora?
— Sim por favor. — Eu falo animada.
Assim que chama a primeira vez o Ralf já me atende, pego o celular e vou para o meu quarto. Conversamos por quase uma hora, ele me contou que ligou várias vezes no celular da minha mãe, mas a sua chamada era recusada. Assim que encerro a chamada vou falar com a minha mãe.

— Mãe por que não me falou que o Ralf ligou?
— Ele não ligou.
— Para de mentir.
— Eu não estou mentindo, esse homem quer te colocar contra mim.
— Tudo bem mãe, esquece, não quero discutir.
A minha mãe está sendo muito infantil agindo assim, tenho certeza que ela fez isso de propósito, mas não quero discutir com ela, então prefiro deixar pra lá.
Davis Garcia
No dia em que o Campbell apareceu aqui na minha casa reclamando da minha filha, achei uma excelente oportunidade para tentar me aproximar dela, já faz um tempo que não a vejo, no mesmo instante peguei o meu celular liguei e pedi para ela vim até a minha casa, pois tinha um assunto importante para falar, no mesmo momento ela disse que não, mas eu insisti e disse que ia esperar pela visita dela. Para minha filha posso ter sido um pai ruim, mas eu sempre amei e cuidei dela. Ela me odeia por eu ter tirado a vida da traidora da sua mãe.
Raven Carter
Estou parada em frente a enorme mansão do meu pai, após ter passado dias pensando se vinha ou não até esse lugar. Me vem a mente vagas lembranças de quando eu morava aqui, era tudo tão ruim, o meu pai sempre foi um escroto, cheguei a presenciar ele agredindo a minha mãe várias vezes, ele era muito cruel com ela. Subo as escadas e assim que chego no topo vejo o asqueroso do meu pai.
— Bem-vinda, Vamos, entre Raven Garcia?
— Não me chame de Garcia, meu sobrenome é Cater, o sobre nome da minha mãe. — Falo seriamente passando por ele.
— Se você tem orgulho de carregar o sobrenome de uma traidora vagabunda, o problema é seu.
— Tenho muito orgulho de ter o sobrenome da minha mãe, Davis Garcia.
— Tudo bem. Vamos direto ao assunto que te interessa.
— E que assunto seria esse?
— O Campbell veio aqui.
— O que o Ralf veio fazer aqui?
— Parece que você tá perturbando demais a mulherzinha dele.
— Aquela cega maldita! Jamais será mulher dele.
— Deixa eu te ajudar Raven?
— Não preciso de você Davis Garcia.
— Você está mentindo Raven. Deixa eu te ajudar a tirar essa mulher do seu caminho?
— E o que você ganha com isso?
— Se você se tornar a esposa do Campbell as coisas vão ficar melhores para mim.
— Então é isso? Eu achando que tinha um lado paternal nessa história.
— Claro que tem Raven, eu quero me aproximar de você.
— Eu nunca vou perdoar o que fez com a minha mãe Davis. — Eu encaro ele com ódio nos olhos.
— Te entendo, também não me perdoaria se eu fosse você. — Continuo encarando ele.
— Se já terminou eu vou embora.
— Eu vou tirar essa mulher do seu caminho filha.
— Não me chame de filha. — Eu falo com a expressão séria. Saio rápido de perto dele.
— Vou fazer isto por você Raven! — Grita, pois eu já estava um pouco distante.
Desço as escadas correndo, algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto, odeio chorar e odeio o meu pai por estar me fazendo chorar. Entro no meu carro, Frédéric que veio comigo ao me ver chorar me consola nos seus braços.
Jimmy Ricci
Paro o meu carro em frente a casa da Tessa.
— Você vai amanhã no concurso torcer por mim Jimmy? — Pergunta com o seu jeitinho meigo, após voltarmos de mais uma avaliação no oftalmologista.
— Não sei Tessa, tenho muitas coisas para resolver. — Dou uma desculpa para não ir, pois agora o que mais quero é tentar manter distância dessa mulher.
— Você e o Ralf só pensam em resolver “as coisas”. — Percebo que ela ficou chateada.
— Prometo que vou tentar ir. — Eu falo da boca para fora só para não vê-la chateada.
— Obrigado Jimmy. — Ela sorri, e esse sorriso dela me desmonta inteiro.
Tessa se despede de mim com um beijo no rosto, sinto o meu peito queimar quando os lábios macios dela encostam na minha pele, assim que ela entra na sua casa. Me sinto mal por estar me sentindo atraído por ela. Esses dias que passei com a Tessa fez acender algo no meu peito, a ela é uma mulher tão especial, acabei me apaixonando, eu lutei contra esse sentimento até onde pude, mas foi mais forte que eu, sei que ela é proibida para mim, mas muitas vezes já imaginei nós dois juntos, já me imaginei beijando aqueles lábios rosados que ela tem, acariciando aquele rosto macio que ela tem, já imaginei nossos corpos suados fazendo amor. Enquanto estou com os meus pensamentos longe volto a mim com o meu celular tocando, é o Ralf, se um dia ele imaginar que estou sentindo algo pela mulher que ele idólatra, não sei o que será de mim.
Ligação on
— Oi Ralf?
— Tudo certo por aí?
— Tá tudo nos conformes.
— Sabia que podia confiar na sua competência.
— Sempre.
— Você já buscou a Tessa no médico?
— Sim, acabei de deixá-la em casa.
— Ela não está desconfiando de nada?
— Não. Está achando que você não vai vim.
— Ótimo. Jimmy quero que você peça para alguém organizar o meu chalé, depois do concurso eu e a Tessa vamos passar a noite lá.
— Claro! Pode contar comigo.
— Até mais. Qualquer novidade me avisa.
— Claro. Tchau!
Ligação off
Que ciúmes desgraçado que senti agora, só de pensar nos dois juntos naquele chalé! Soco várias vezes o volante com força, dou partida no carro e saio cantando pneu.