Capítulo 49
1088palavras
2023-03-30 07:34
Três dias depois...
Lince Bennett
Dessa vez eu não consegui evitar que a Tessa fosse para a mesa de cirurgia, tentei fingir estar passando mal, mas dessa vez não deu certo, pois aquele amigo do Ralf que agora se tornou a sombra da minha filha, deu um jeito de contratar uma enfermeira para me vigiar, enquanto a Tessa fica no hospital. Sei que a cirurgia dela foi na noite de ontem provavelmente hoje ela volta para casa. Só de pensar que logo ela vai descobrir toda a verdade, chego a sentir falta de ar.
— Tá tudo bem dona Lince? — A enfermeira pergunta ao ouvir a minha respiração pesada.
— Estou bem. Só preciso ir ao banheiro. — Eu me levanto.
Após usar o banheiro entro no quarto da Tessa, vejo o celular dela em cima da cama, penso comigo: “ Quando ela sair do hospital vai querer ligar para o infeliz por chamada de vídeo ” , não posso deixar isso acontecer pego o celular em cima da cama e jogo com força no chão, a enfermeira vem correndo saber o que está acontecendo.
— Está tudo bem por aqui?
— Tá sim. — Eu forço um sorriso.
— Esse celular era seu? — Ela ponta para o celular.
— Era da minha filha, ele acabou caindo da minha mão. — Ela me olha desconfiada. — Eu ia tirar da cama justamente para não acontecer um acidente como esse, e veja só... Aconteceu. — Pego o celular do chão e coloco sobre o criado mudo.
Depois volto para a sala onde antes eu estava deitada assistindo ao filme.
Tessa Bennett
Estou contente por ter dado tudo certo até o momento, o médico disse que agora tenho que fazer repouso absoluto e esperar pelos resultados, ele disse que a minha visão vai voltar lentamente, estou muito ansiosa para voltar a ver o mundo novamente, por enquanto vou ter que usar um curativo e daqui a uma semana terei que voltar para uma revisão.
Jimmy Ricci
Com muito cuidado ajudo a Tessa a descer do carro, depois acompanho ela até a sua casa.
— Muito obrigado Jimmy. — Ela diz simpática.
— De nada.
Assim que a mãe dela nos ver entrando, se levanta rapidamente do sofá e se aproxima.
— Como está se sentindo filha? — Ela pergunta abraçando a Tessa.
— Estou bem mãe.
— Vem, senta aqui? — Ela leva a Tessa até o sofá. Tessa se senta.
— Bom, eu já vou indo.
— Senta um pouco Jimmy? — Tessa diz.
— Bem que eu gostaria, mas preciso mesmo ir.
— Mais uma vez obrigado por tudo, você foi um verdadeiro anjo.
— Não precisa agradecer. Nos vemos daqui há uma semana.
— Tá bem.
A enfermeira que o Ralf pediu para eu contratar se despede, saímos os dois juntos, acerto o pagamento com ela depois vou para o galpão resolver algumas coisas.
Ralf Campbell
Já faz alguns dias que voltei para o Brasil. Faz dois dias que o Jimmy me ligou falando que a Tessa operou, tentei ligar para ela, mas a chamada só vai para caixa postal, já liguei também várias vezes para a mãe dela, mas acho que a mesma não me atende de propósito. Já faz dois dias que estou tentando falar com a Tessa, e não consigo estou quase enlouquecendo. Hoje liguei novamente para o Jimmy e pedi para que ele fosse até a casa dela, não me importo se a mãe da Tessa vai gostar ou não.
Tessa Bennett
Dois dias passou desde da minha cirurgia, a minha mãe me mima a maior parte do dia, até passa dos limites as vezes, acho que é porque ela está se sentindo culpada por ter quebrado o meu celular, minha mãe não me contou direito como fez isso, mas me pede desculpas o tempo todo. O ruim é que eu não consigo falar com o Ralf, já pedi para a minha mãe ligar do celular dela, mas ela diz que não tem o número dele salvo nos contatos, e como eu ainda estou usando curativo não consigo ver o número dele no histórico de chamadas, também não sei de cor, lembro só dos dois últimos números. Ele também não me ligou e confesso que isso me deixa chateada, o Ralf tem o número da minha mãe, poderia ter me ligado.
Jimmy Ricci
O Ralf ligou hoje totalmente alterado, dizendo não estar conseguindo falar com a Tessa, ele pede que eu vá até a casa dela ver o que está acontecendo, e assim eu faço, quem me atende é a mãe dela.
— Oi Senhora. — Mostro um sorriso simpático.
— O que você quer? — Que mulher grossa.
— O Ralf ligou hoje dizendo que não consegue falar com a Tessa pelo celular, aconteceu alguma coisa?
— Não é da sua conta. — Ela fecha a porta na minha cara. Que mulher doida!
Fico parado em frente a porta sem saber o que fazer, pego o meu celular e ligo para o Ralf.
Ligação on
— Fala Jimmy?
— Estou aqui na casa da Tessa, mas a mãe dela bateu a porta na minha cara.
— Que mulher doida. E a Tessa?
— Não sei, a doida da mãe dela não me deu tempo de falar nada.
— Derruba a merda dessa porta!
— Não posso fazer isso Ralf.
— Derruba essa merda!
— Tá bem.
Ligação off
Encerro a chamada, respiro fundo e bato novamente na porta, ela atende.
— Fala pro o seu chefe que assim que a Tessa acordar eu digo pra ela ligar para ele. — Ela diz rapidamente, logo em seguida fecha a porta. Agora eu sei porque o Ralf chama ela de dona encrenca.
Lince Bennett
Assim que o amigo do Ralf vai embora, penso num jeito de falar para Tessa que estou com o número do infeliz daquele mafioso no meu celular, ela havia me pedido para procurar o número dele no meu histórico de chamadas, falou que se lembrava do final 4567, claro que eu encontrei, mas disse a ela que não. Ele me ligou, mas claro que não atendi, e quando ele ligou uma segunda vez, bloqueie a chamada dele, assim ele pensaria que a minha filha não queria falar com ele, e ela pensaria o mesmo também. Estava tudo dando certo até esse capacho dele aparecer aqui. Penso bastante e decido falar para minha filha que o amigo do infeliz do mafioso veio aqui e deixou o número dele comigo.