Capítulo 38
1069palavras
2023-02-18 01:56
Duas semanas depois...
Raf Campbell
Já faz duas semanas que estou no Brasil, confesso que a falta que eu estou sentindo da Tessa está muito maior que imaginava, essa mulher entrou de um jeito na minha cabeça que me da até medo.

O problema aqui no meu apartamento já está sendo resolvido, mas eles não têm prazo para acabar o serviço, falaram que talvez em um mês, isso tudo porque a infiltração acabou causando muito mofo nas paredes, estragou também o piso, virou uma bagunça só. Nem teve como eu ficar no apartamento de tão feio que estava a situação, estou hospedado no apartamento de um amigo que fazia faculdade comigo, o Bruce, ele também mora no mesmo bloco que eu. Só de pensar que vou ficar um mês longe da minha mulher o meu peito dói, converso com ela diariamente por telefone, mas o que quero mesmo é voltar para os braços dela. Assim que vim para o Brasil deixei o Jimmy em Los Angeles no meu lugar, para resolver os assuntos enquanto estou por aqui, por enquanto está tudo dando certo.
As vezes o Bruce e outros amigos que tenho aqui me convidam para sair, mas por enquanto não aceitei nenhum convite, sei que nesses lugares que eles vão tem algumas mulheres que eu saía quando morava aqui, não quero cair em tentação, não penso em trair a Tessa, e do jeito que estou na seca seria bem fácil isso acontecer.
Tessa Bennett
Hoje na escola a diretora Emma me falou que vão antecipar o concurso para daqui um mês, ele não será mais daqui a três meses, o concurso será no começo do mês que vem, já está quase chegando. Volto para casa bastante ansiosa para falar com o Ralf, nos falamos todos os dias, mas a saudade e a ansiedade em falar com ele nunca passa. Tomo um banho rápido e enquanto estou me trocando ele me liga. Ralf já atende dizendo que está com muitas saudades de mim, digo que também estou, ele me diz que pediu ao Jimmy para providenciar a minha cirurgia, queria esperar ele voltar para fazer isso, mas o Ralf acha melhor eu operar logo, assim ele fica mais tranquilo, conto a ele sobre a antecipação do concurso, Ralf diz que fará de tudo para vim. Após conversarmos bastante encerramos a ligação.
Raven Carter
Estou no hospital mais uma vez esperando o resultado do meu exame sair, tenho certeza que dessa vez deu certo, tenho certeza que estou grávida. Estou com muitos enjoo, tonturas e a minha menstruação não deu as caras. Vejo a enfermeira se aproximando de mim, ela me entrega o envelope com o exame, abro ansiosa para saber o resultado... Positivo... Dou um sorriso de orelha a orelha, preciso correr e colocar logo o meu plano em prática.

Volto para casa, passo pela sala sem dizer uma palavra, o Frédéric está deitado no sofá, e fica me olhando enquanto passo, vou para o meu quarto e me tranco, pego o meu celular ligo para o detetive do meu pai, eu tinha pedido para ele procurar pelo Ralf, sei que ele não está na cidade. O detetive me fala que o Ralf está no Brasil, na casa de um amigo nosso, o Bruce, que fez faculdade conosco, vibro de alegria, Bruce e eu sempre fomos unha e carne, isso vai ser mais fácil do que eu pensei.
Após falar com o detetive, vou procurar passagem para o Brasil, quero ir ainda hoje, por sorte encontro um voo para daqui a quatro horas, faço a compra da passagem “online”, depois saio do meu quarto sem conseguir tirar o sorriso de satisfação do rosto.
— Que sorrisão é esse? — Me agarra pela cintura.
— Que sorriso Fred? — Me afasto disfarçadamente dele.

— Esse aí nessa boca maravilhosa que você tem, minha rainha
— Você está vendo coisa. Tenho algo para dizer.
— Pode falar minha rainha?
— Vou ter que fazer uma viagem Fred.
— Viagem para onde?
— Para o Brasil.
— O que você vai fazer no Brasil?
— Ai Fred tudo você quer saber.
— Qual o problema em falar? — Me encara.
— Problema nenhum. É coisa do meu pai, ele me pediu um favor, não me pergunte mais nada porque não posso dizer.
— Como assim Raven? — Pergunta desconfiado.
— Não posso falar mais nada, esquece isso Fred. Vou arrumar a minha mala.
Frédéric Hill
Não acredito nem um pouco nisso que a Raven falou, ela nem fala com o pai direito, e ela quer que eu acredite que ele está pedindo favor a ela, isso está estranho, vou ficar de olho bem aberto, sei que está apontando ou vai aprontar algo.
Um tempo depois ela aparece toda arrumada na sala, essa mulher é linda demais.
— Você está linda demais minha rainha.
— Sei disso. Eu sempre estou linda.
— Convencida. — Me aproximo dela. — Mas tem razão, você está sempre linda. — Tento beijá-la, mas ela se afasta.
— Você já viu um lugar para você ficar?
— Como assim minha rainha?
— Eu vou viajar, essa é a minha casa, vou trancar e levar as chaves.
— Minha rainha, você sabe que não tenho para aonde ir.
— Olha Frédéric, eu já te suportei tempo demais. — Me encara com a expressão séria.
— Por que está falando disso agora?
— A minha casa não é hotel.
— Vai me botar para fora, é isso?
— Não me leve a mau Fred, mas isso, nós dois convivendo no mesmo teto, não rola.
— Achei que estávamos nos dando bem, eu gosto de estar com você, imaginei que você também gostasse.
— Sim, nos damos muito bem, mas isso de casal feliz não vai dar. Você pode ficar, mas quando eu voltar espero que já tenha arrumado um lugar para você. — Joga as chaves em cima do sofá da sala.
— Isso é sério? — Ela concorda com a cabeça.
— Tchau! Fred. — Anda até a porta.
— Raven, não faz isso comigo. — Seguro ela pelo braço.
— Da pra me soltar!
— Por favor minha rainha, eu quero ficar com você. Me deixa ficar?
— Boa sorte Fred. — Puxa o seu braço com força, e sai pela porta.
— Porra! — Grito cheio de ódio. Não acredito que essa maldita está fazendo isso comigo.