Capítulo 28
1156palavras
2023-02-11 02:08
Raven Carter
Quando eu estava prestes a acabar com a vida da maldita cega, o Ralf apareceu, ver os dois juntos naquela melação toda só fez o ódio que sinto por ela aumentar.
Eu e o Frédéric fomos levados para outro galpão, já faz umas seis horas que estamos amarrados.

Olho para alguns idiotas numa rodinha conversando e rindo. Chamo por eles.
— Algum de vocês podem me soltar? Eu preciso ir ao banheiro. — Eles me olham e riem. — Da pra algum dos idiotas me soltar! Quero fazer xixi! — Grito causando um enorme eco em todo o lugar.
Um deles vem até mim com um sorriso sarcástico nos lábios.
— O que a princesa quer? — Sorri de lado.
Desinquieta esfregando uma perna na outra, respondo.
— Eu já disse. Quero ir no banheiro.

— Vocês ouviram rapazes? Ela ta apertada... Quer fazer xixi!
— Ou idiota eu estou apertada!
— Pode fazer aí mesmo. — Me olha e ri.
— Claro que não. Me solta logo seu idiota!

— Foi mexer com a mulher do chefe se deu mal.
— Quem vai se dar muito mal vão ser vocês.
— Claro que vamos. — Gargalha alto. — E você Frédéric não vai falar nada? O gato comeu a sua língua?
— Vai a merda!
— Seu traidor safado. O chefe confiava tanto em você, não passa de um rato traidor. — Acerta um soco no rosto do Frédéric. Que cospe em seguida uma poça de sangue.
— Você vai ver só quando o meu pai ficar sabendo disso. — Encaro o idiota.
— Quem liga pro seu pai garota. — Diz enquanto alisa o seu punho.
— O pai dela é o Davis Garcia seu idiota. — Frédéric ri.
— O seu pai é o Davis Garcia?
— Você ouviu, o pai dela é o Davis Garcia. — Frédéric disse.
— Isso mesmo seu idiota. — Confirmo.
Ele fica nos olhando em silêncio, depois sai.
Ralf Campbell
Assim que chego no galpão o Jimmy vem falar comigo.
— Você não vai acreditar. — Diz apreensivo.
— Não me diga que vocês deixaram os malditos fugirem.
— Não é nada disso.
— Então fala logo que porra é? — Digo com raiva.
— Aquela sua peguete, ela é filha do Davis Garcia.
— Que história é essa? Ela ta mentindo. Se ela fosse mesmo filha daquele desgraçado eu iria saber.
— Eu acho que não. Parece que ela te enganou direitinho. — Olho para o Jimmy com cara de poucos amigos.
— Cala essa boca Jimmy.
Entro no galpão com passos ligeiros.
— Que história é essa de você ser filha do Davis Garcia Raven?
— Não é história Ralf, é a mais pura verdade. — Me olha sorrindo de lado.
— E por que nunca me contou isso? — Pergunto enraivecido.
— Porque eu não quis. — Diz com um sorriso travesso.
— Filha da puta! — Saco a minha arma da cintura e aponto para ela.
— Calma Ralf? Não vai fazer besteira. — Jimmy diz colocando sua mão sobre a arma.
— Essa infeliz merece morrer! Por que não me contou sua maldita?
— Ralf, eu não tinha porque te contar que sou filha dele. — A maldita diz tranquila.
— Claro que tinha sua desgraçada! — Encosto o cano da arma na sua cabeça.
— Pensa direito Ralf, se matar ela, você sabe que o Davis não vai deixar barato. — Jimmy diz nervoso.
— Foda-se! Aquele filho da puta não matou o meu pai. Agora ele vai saber o que eu senti. — Coloco o dedo no gatilho.
— Ralf pensa na Tessa. Se você matar a filha dele, o Davis vai querer se vingar de você fazendo mau a ela.
O Jimmy tem razão, se eu puxar esse gatilho a Tessa vai estar em perigo, e eu não quero isso pra ela.
— Filha da puta! Filha da puta! Ahhhhh! — Grito com as mãos na minha cabeça. — Solta essa maldita. — Ordeno. Jimmy vai até a Raven e solta ela.
— Decisão sábia. — A desgraçada diz tranquila.
— Escuta aqui sua maldita... Você vai ficar longe da Tessa, porque da próxima vez você não vai ter essa mesma sorte.
— Quanto drama.
— Não brinca comigo sua desgraçada! Vai logo embora daqui.
— Solta o Frédéric também?
— Não. Vai logo embora daqui sua filha da puta!
— acho bom você deixar ele vivo.
— Se não o quê?
— Eu não preciso dizer nada. — Pego ela pelo braço.
— Pensa que pode me ameaçar sua maldita!
— Claro que não. — Solta um beijo e sai.
Olho para o Jimmy que me pergunta:
— O que vamos fazer com ele? — Aponta com a cabeça para o maldito do Frédéric.
— Presta atenção Jimmy, só deixa esse cara sair daqui após dar uma surra bem dada nele, quero que deixe esse infeliz inconsciente. Depois pode jogar ele em qualquer lugar.
— Qual é Ralf, mata logo esse rato?
Me aproximo do maldito do Frédéric.
— Se você se aproximar de novo da Tessa eu te mato com as minhas próprias mãos, seu desgraçado. — Acerto um soco de direita no nariz dele, fazendo o sangue escorrer na hora. — O infeliz ri. — Vamos ver até quando você vai continuar com esse deboche seu arrombado.
Saio do galpão e volto para casa.
Assim que chego, vou para o meu quarto, ao abrir a porta a Tessa leva um tremendo susto.
— Calma sou eu. — Vou até ela e a abraço.
— Você demorou. — Diz com a voz manhosa.
— Eu sei, me desculpa. — Dou um beijo no topo da sua cabeça.
— O que fez com eles?
— Não se preocupa com isso.
— Me conta?
— Não quero que pergunte sobre esses assuntos. — Beijo a sua boca. — Estou pensando em ir amanhã até a fazenda do meu pai, descansar um pouco, vem comigo?
— Claro. Mas antes de ir preciso passar na minha mãe.
— Tudo bem, amanhã te levo.
— Está bem.
— Tessa... Eu quero que você faça a sua operação.
— Ainda não me decidi.
— Será melhor. Você vai ficar mais segura.
— Quer dizer que isso que aconteceu hoje comigo, vai acontecer mais vezes?
— É bem provável que sim.
— Ralf estou com muito medo. Não sei se consigo lidar com isso...
— Não Tessa... Não fala que você vai me deixar.
— Estou com medo.
— Eu prometo que esses malditos nunca mais vão te incomodar de novo.
— E se tiver outros, ou outras?
— Eu peço que não me deixe, mas não posso afirmar que não haverá outros, ou que isso que aconteceu hoje não vá se repetir. Se você quiser ir... Se você quiser, eu... Pode ir. — Falo com o meu coração batendo a mil.