Ele não iria para mesmo de me encher o saco? Eu pensei exasperadamente. Ele estava tramando algo de novo, mas seja lá o que fosse, não iria permitir que nada acontecesse. Ignorando sua chamada persistente, desci do carro e estremeci contra a dor excruciante em meus tornozelos. Ah é, quase esqueci da minha lesão, pensei comigo mesma. Gemi de dor. Luis veio até mim e me levantou do assento, em seguida, foi direto para o meu quarto, onde me disse que minha filha Isabelle estava me esperando.
Meu irmão me carregou com facilidade até o meu quarto, como se eu não pesasse mais que uma pena. Descobri que Leilani e um criado estavam lá dentro quando entrei na sala, porém, o criado saiu da sala para nos dar privacidade. Fechando a porta, Luis cuidadosamente me colocou na cama.
"Estou feliz que você esteja bem – além, é claro, da torção do tornozelo." Leilani falou. Seus olhos penetrantes me examinaram da cabeça aos pés. A preocupação evidente não apareceu em seu rosto, mas com certeza conseguia ouvir em sua voz. "Tive um mini ataque cardíaco depois de ouvir a voz frenética de sua mãe dizendo a Philip que você havia sido atropelada por um carro! Graças a Deus você teve apenas um ferimento leve." Leilani acrescentou, sacudindo a cabeça.
Meus lábios se abriram, mas depois se fecharam novamente. A culpa cresceu dentro de mim quando percebi como havia deixado todos eles tão preocupados. Mas, embora eu tentasse evitar a todo custo tudo isso, os problemas continuavam me perseguindo. Eu abaixei minha cabeça, olhando para o meu colo. Eu apenas mantive meu silêncio sabendo que não poderia dizer nada que pudesse melhorar a situação.
"Eu não estou com raiva de você, Lily." Leilani me assegurou com a voz mais suave que conseguia. Ela colocou uma palma aconchegante em meus ombros. "Não estamos com raiva de você, estamos com raiva do que está acontecendo ao seu redor. Já perdemos você uma vez e levamos vinte e quatro longos anos para encontrá-la. Não podíamos nos dar ao luxo de perdê-la novamente e esperar outra vida para estar com você. Não queremos que nada aconteça com você novamente."
"Sinto muito, vovó." Eu finalmente falei.
"Não foi sua culpa, então não peça desculpas, Lily." Ela deu um tapinha em meus ombros uma última vez e se levantou da cabeceira. "Vou deixá-la agora para que você possa descansar." Depois de dizer isso, ela e Luis partiram para a porta.
Quando eles se foram, deixei escapar um suspiro cansado.
O bipe no meu telefone chamou minha atenção. Olhei para a tela e vi uma mensagem de texto de Grey.
"Só queria ter certeza de que você chegou em casa com segurança..."
Eu não respondi e imediatamente apertei o botão delete.
Eu ainda estava limpando suas mensagens de texto quando recebi outra mensagem.
"Não se esqueça de aplicar compressas frias nos seus tornozelos machucados..."
A mensagem foi imediatamente para a lixeira novamente. Depois disso, ele parou de mandar mais mensagens de texto. Ele provavelmente percebeu que eu não iria responder de volta... E ele estava certo. Eu pensei triunfante enquanto colocava meu telefone em cima da mesa de cabeceira, depois de deletar todas as mensagens que ele havia me enviado.
No dia seguinte, não tive permissão para voltar ao escritório. Eu realmente não me liguei para isso, já que ainda não conseguia mexer direito os meus tornozelos inchados. Os dias se passaram rapidamente, mas mesmo depois de alguns dias meus pais se recusaram a me deixar voltar ao hotel, temendo que o mesmo incidente pudesse acontecer novamente. Eu tentei garantir a eles que isso não se repetiria, já que o culpado havia sido pego, mas ainda assim eles não me deixaram sair de casa e me disseram para esperar mais uma semana. Foi aí que senti que eles estavam escondendo algo de mim.
Não quis que eles se sentissem mal, então eu apenas aceitei o pedido deles.
Tinha toneladas de papéis para assinar e deixei minha secretária pessoal vir em casa, toda vez que um documento muito importante precisasse da minha assinatura. Embora eu não tivesse permissão para sair de casa, consegui trabalhar desse modo.
Eu fazia meus papéis em casa e mandava para minha secretária para que ela pudesse imprimir. As transações diárias foram tranquilas e, pela graça de Deus, não tive nenhuma dificuldade enquanto trabalhava em casa.
A única coisa que eu considerava um incômodo, eram as constantes mensagens de texto do meu ex-marido. Ele estava enviando mensagens como se fôssemos amigos íntimos. Apesar de seus esforços diários – ignorei todas suas mensagens.
Eu fingi que ele não existia, mas isso não significava que era fácil para mim de ser feito.
Um dia antes de meu retorno ao Hotel, recebi um e-mail muito misterioso. A princípio, pensei que Grey estava desesperado para entrar em contato comigo novamente. Ele devia ter achado o meu e-mail, mas logo notei que não tinha sido ele o remetente.
Meu coração de repente errou as batidas quando eu abri o e-mail.
Havia uma foto anexada, mas não havia nenhuma mensagem. Curiosa, finalmente abri o anexo. Tive o maior choque da minha vida quando a imagem abriu e vi meu filho Dylan.
Engoli seco depois de ver a foto do menino. Devia ser alguém que se parecesse com ele.