Capítulo 99
1408palavras
2023-01-19 00:01
Grey não podia acreditar em seus olhos. Lily estava parada na porta do restaurante. Ele piscou rapidamente enquanto se perguntava se ela fazia parte apenas da sua imaginação. Ele não conseguia tirá-la da cabeça depois de trombar com ela no cemitério esta manhã e queria muito vê-la novamente.
Ela era apenas uma alucinação? Ele se perguntou com os olhos ainda fixos na porta de luxo. Ainda assim, depois de piscar os olhos, a mulher que não saía de sua cabeça estava ainda lá.
Irritado, ele observou o casal seguir o garçom até a mesa.
Limpando a garganta, endireitou-se na cadeira e forçou-se a desviar o olhar. Devia ter sido seus pensamentos sobre Lily que o trouxera até lá.
Ele estava realmente feliz em vê-la, mas não nessa situação. Ela estava com um homem e era obviamente um encontro. Apesar de ignorá-los, no fundo ainda doía como um inferno.
Nenhum homem jamais iria querer ver a mulher que amava saindo com outro cara. Especialmente quando ele claramente notava que ela era muito mais feliz com esse homem do que quando estava com ele.
"Curiosa pelo o que está se passando pela sua cabeça, Grey." Catrina comentou. Uma risada suave emergiu de seus lábios carnudos.
"Bem, sobre o seu contrato com a empresa..." Grey continuou de onde parou, fingindo que nada havia acontecido. Mas antes que ele pudesse terminar, ela o cortou.
"Então ela era a mulher de quem você estava falando?" Ela sussurrou. A frase soou mais como uma afirmação do que como uma pergunta.
"Não, não é ela." Ele mentiu sem deixar transparecer nenhuma emoção em seu rosto.
Catrina se aproximou dele e disse: "Mentiroso."
"Eu chamei você para vir aqui para falar sobre seu contrato, Catrina, e não para discutir sobre a minha vida pessoal." Ele refletiu. Desta vez, ele não conseguiu esconder sua irritação.
Seus lábios lentamente se curvaram em um sorriso provocador. "Está com 'ciuminho'?" Ela murmurou docemente. Incapaz de esconder mais sua diversão, ela caiu na gargalhada, fazendo com que os ocupantes das mesas próximas olhassem na direção deles com curiosidade.
Ele viu Lily e olhou para eles também. Ele não tinha certeza se era apenas sua imaginação, mas ele pensou ter visto Lily lançar um olhar penetrante para Catrina antes de desviar o olhar abruptamente.
Talvez ele estivesse errado. Ele pensou consigo mesmo antes de voltar seu olhar para Catrina.
"Se você não parar com isso vou escolher outro garota-propaganda para substituí-la." Ele disse a ela.
Não afetada, Catrina simplesmente encolheu os ombros. "Como se você pudesse me substituir." Ela murmurou baixinho com bastante confiança.
Grey ignorou seu comentário e continuou a discutir os termos do contrato com sua empresa. Quando ele terminou, os copos de vinho envelhecido em cima da mesa estavam vazios.
"Você quer mais vinho?" Grey perguntou a ela, mas Catrina balançou a cabeça.
“Não, obrigada. Eu ainda preciso dirigir de volta para a residência Blackwell." Ela soltou um suspiro profundo e pegou sua bolsa de luxo. "Meus pais estão me esperando em casa. Hoje é o aniversário de bodas de prata deles. Eles vão me matar se eu voltar para casa bêbada."
"Mande minhas felicitações a eles." Ele disse a ela e observou enquanto ela se levantava da cadeira.
"Pode deixar." Respondeu Catrina.
Grey se levantou de sua cadeira e deixou uma gorjeta boa em cima da mesa.
Sem aviso, Catrina colocou as mãos em volta do pescoço dele e deu um beijo em sua bochecha esquerda. Surpreso com a ação dela, ele não conseguiu se mover ou dizer uma palavra por segundos. Quando ele se recuperou, colocou as mãos em ambas as cinturas dela, não para puxá-la para mais perto, mas para afastá-la gentilmente.
"O que foi isso?" Ele perguntou com as sobrancelhas levemente franzidas em confusão enquanto se afastava do abraço dela.
"Nada." Ela respondeu com um sorriso misterioso nos lábios vermelhos. "Só quis testar uma coisinha." Ela acrescentou misteriosamente, com o olhar fixo na direção onde ele sabia que Lily e seu acompanhante estavam sentados.
"De que teste você está falando?"
"Nenhum." Ela respondeu com um encolher de ombros. No entanto, o sorriso misterioso em seus lábios não desapareceu.
Catrina não queria mais falar, então Grey parou de insistir. Eles seguiram direto para a porta luxuosa do restaurante.
Uma vez fora, ele a acompanhou até a área onde seu carro estava estacionado. Colocando a chave dentro da bolsa, ela abriu o carro e entrou.
"Cuidado ao dirigir." Ele a lembrou.
"Relaxa, eu vou tomar." Ela o assegurou.
Mas antes que ela manobrasse o carro, ela se virou para ele. "O sentimento entre vocês dois é mútuo. O problema é vocês são dois idiotas!" Depois de dizer isso na cara dele, o carro acelerou, deixando-o adivinhando o que ela queria dizer com isso.
"Que pirralha!” Ele murmurou baixinho, irritado.
Se ela não fosse sua prima, ele nunca a deixaria escapar assim.
O pai de Catrina era irmão ilegítimo de seu pai. Resultada de uma noite entre seu avô e uma empregada. Seu avô era uma figura respeitável e proeminente em seu auge quando acidentalmente engravidou a criada. A fim de proteger o nome da família, a verdade foi mantida por anos e até agora ninguém sabia disso, exceto os membros da família Bradford.
Era o segredo escondido no fundo do armário da família.
Todos pensavam que os dois estavam tendo um caso. Grey só conseguia rir das fofocas que ouvia sobre eles. Se ao menos eles soubessem a verdade... Ele pensou presunçosamente.
Ele soltou um suspiro profundo, caminhou em direção ao carro e entrou.
O bipe em seu telefone avisou que ele recebeu uma mensagem. Ele leu a mensagem e colocou o telefone em cima do painel.
A mensagem informava que Natalia finalmente havia chegado em casa. Ele estava esperando seu retorno.
Eles tinham um assunto importante para conversar.
***
Natalia andava de um lado para o outro ao longo de seu luxuoso quarto. Ela não conseguia acreditar que Lily De Silva ainda estava viva. Ela não era mais uma De Silva, mas uma Phoenix! Quem teria pensado que ela era a filha há muito perdida de uma família tão influente!
Apesar do ar gelado soprando de seu aparelho de ar condicionado, gotas de suor se formaram em sua testa.
Não iria demorar muito até que Lily conseguisse realizar sua doce vingança contra ela.
Pensar em Lily deixou sua garganta apertada e seca. Com as mãos trêmulas, ela foi até a adega e se serviu de uma taça. O líquido dourado derramou em cima do balcão do mini bar, mas ela continuou a derramar até que o copo contivesse uma quantidade generosa de uísque.
O médico da família a proibiu de beber uísque, mas ela não conseguiu resistir. Ela estava cheia de tensão e precisava de um copo para aliviar o peso dentro dela.
Ela levou o copo aos lábios. Em segundos ela esvaziou o copo e serviu-se de outra dose de bebida.
Seus pensamentos voltaram para como Lily a tinha humilhado na frente de uma multidão!
Ela virou motivo de chacota por causa disso!
Lily apenas havia mostrado os dentes. Ela estava mandando a ela um recado silencioso de que ela revidaria.
Inferno! Ela não iria permitir que Lily levasse tudo o que era dela! Especialmente Grey! Nem seu filho Dylan!
A raiva queimou dentro dela e ela jogou a garrafa de uísque no chão. O som ensurdecedor de vidro encontrando o chão, preencheu seu quarto antes que o silêncio tomasse conta mais uma vez. Ela observou os fragmentos se espalharem pelo chão como constelações dispersas no céu.
"Se eu tiver que te matar de novo e de novo para que você desapareça da minha vida, eu o farei mais milvezes!" Ela cuspiu indignada com a palavra "assassinato" estampada em seus olhos.
Ela deslizou pelo quarto, ignorando os cacos quebrados sob seus sapatos, em seguida, pegou o celular de dentro da bolsa, que estava em cima de sua cama.
Ela discou um número. A ligação foi atendida após o terceiro toque.
"Eu tenho um trabalho para você… E vou te pagar milhões." Ela disse ao assassino na outra linha.
"O que eu preciso fazer?" Ele perguntou.
"Eu preciso que você mate Lilibeth... esta noite."
A ligação terminou logo depois que ela ouviu o som de um carro entrando pela garagem. Sem verificar, ela sabia que seu marido havia chegado.
Por que ele voltou para casa esta noite? Ela se perguntou com uma carranca irritada na testa.