Um dia depois de eu ter saído do hospital, o médico assinou meus papéis de alta, pois meus resultados médicos estão todos normais. Eu e o meu bebê estávamos bem de saúde. Minha mente estava tranquila ao sair do hospital, pois não havia nada com que me preocupar.
Embora a família Phoenix tivesse ficado comigo esse tempo todo, ainda não tinha conseguido falar com eles em particular sobre o que planejavam fazer comigo agora na família. Eles também não tocaram no assunto, mas eu sabia que o fariam quando chegasse a hora certa. Talvez o momento certo aconteceria depois de chegarmos em casa. E por falar em casa, Sophia e Philip insistiram que agora eu ficasse com eles.
Até agora, ainda não acreditava que Sophia e Philip eram meus pais. As coisas aconteceram tão de repente e sem nenhum aviso. Até agora eu ainda estava me perguntando se tudo isso não era apenas um sonho.
E se eles cometeram um erro? E se eu não for realmente a filha desaparecida e eles simplesmente tiraram conclusões precipitadas porque eu me pareço com Leilani? Não consegui tirar essas perguntas da cabeça, porque sabia que existia a possibilidade de eles terem me confundido com Lilibeth.
Era difícil acreditar, do meu ponto de vista, que eles poderiam ser minha família. Sempre acreditei que a mulher que me criou foi minha mãe. Ela era tão boa para mim e não me mostrava nada além de amor. No entanto, depois de saber a história por trás de como fui roubada de minha família, era difícil para mim aceitar a verdade já que isso significava que minha mãe mentiu para mim.
Era como descobrir que a vida que eu tinha era na verdade uma grande mentira esse tempo todo.
"Lily? O que você está pensando? Você parece tão distante." Cassandra me disse, quando entrou no quarto e me encontrou pensativa jogada na cama.
"Eu estava me perguntando e se o resultado do DNA for negativo." Eu disse a ela calmamente.
"Não tem como ser negativo." Ela me disse sem a menor dúvida em sua voz. "Aposto a minha alma que você é filha deles." Ela acrescentou com convicção em seu tom.
"Por que?" A pergunta emergiu suavemente dos meus lábios.
"Bem, já que você me perguntou, aqui está minha opinião. A heterocromia é hereditária, mas nenhum de seus pais ou mãe os tem. Obviamente, a família Phoenix tem essa condição. Se você ainda está duvidando da verdade, olhe-se no espelho e verá como Leilani era quando era mais jovem. Não estou me referindo apenas à aparência de seus olhos, mas ao todo, olhe toda a estrutura do seu rosto."
Cassandra fez uma pausa e esperou que eu digerisse a informação antes de continuar. "Eu sei que no fundo do seu coração, você sente uma sensação de pertencimento quando está com eles. Eu sempre observo você quando os Phoenix estão por perto e vejo como seus olhos brilham e se iluminam de felicidade. Você tem um brilho diferente quando está com eles. É como se você finalmente tivesse encontrado um lugar ao qual realmente pertence."
Não consegui argumentar sobre o que Cassandra me disse. Talvez eu estivesse negando a verdade óbvia porque tinha medo de aceitar que a mulher que me criou tinha me roubado para substituir seu filho morto.
"Espere até ver o resultado do DNA e verá que estou certa." Ela disse, desta vez ela estava com um sorriso largo no rosto.
"Na verdade, eu tenho o resultado do DNA comigo." Ela acrescentou e puxou o envelope escondido atrás dela.
Meus olhos se abriram em choque e meu queixo caiu no chão.
"V-você leu o que tem dentro?" Eu perguntei a ela, incapaz de esconder o tremor em meu tom de voz. Meu pulso acelerou e meu batimento cardíaco disparou enquanto esperava que ela respondesse.
"Não." Ela sussurrou calmamente e me entregou o envelope que continha o resultado do DNA. "Você deve ser a única a abri-lo." Ela me disse.
Peguei o envelope com meus dedos trêmulos. Seja o resultado positivo ou não, minha vida nunca mais seria a mesma.
Respirei fundo e longamente. Reunindo toda a coragem que pude, abri o envelope lacrado, peguei o papel e li o que continha.
COM BASE NOS RESULTADOS DE TESTES OBTIDOS DA ANÁLISE DOS LOCI DE DNA LISTADOS, A PROBABILIDADE É DE 99,9998%
Antes que eu percebesse, as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Foi uma lágrima que continha tanto tristeza, quanto alegria. Tristeza porque percebi que minha amada mãe mentiu para mim, mas apesar disso nunca conseguiria ficar brava com o que ela fez. E alegria porque mesmo que meus pais verdadeiros tenham demorado vinte e quatro longos anos, eles nunca pararam de me procurar e agora finalmente me encontraram.
"Eu te disse!" Cassandra foi até mim e me abraçou forte. "Você finalmente está em casa, Lily. Você não precisa procurar nada, porque tudo o que você precisa em sua vida está aqui no seu alcance. Sorria e seja feliz, porque você não tem ideia de como é abençoada agora por ter uma família completa."
Afastando-se de mim, Cassandra me entregou um lenço. Eu peguei de sua mão e enxuguei as lágrimas em meu rosto.
"Eu sou uma bebê chorona." Eu disse a ela, rindo levemente de como eu estava emocionada nos últimos dias.
"É natural, Lily, porque você está grávida. As mulheres grávidas tendem a ser mais emotivas." Ela me assegurou antes de acrescentar: "O motorista estaria aqui em breve, então enxugue suas lágrimas e sorria. Toda a família Phoenix está esperando por você em casa. Não quero que sua família pense que estou fazendo você chorar."
Sorrindo agora, eu enxuguei minhas bochechas até que minhas lágrimas estivessem completamente secas. A partir de agora, farei o possível para ser feliz com minha família e não ter que lidar com o passado que ficou para trás.
***
Os portões altos se abriram e a elegante limusine acelerou para dentro, antes de parar em frente a uma mansão incrivelmente grande. O motorista saiu do carro e abriu a porta.
Com cuidado, saí do carro e Cassandra fez o mesmo no lado oposto do carro.
"Bem-vinda ao lar, Sra. Lilibeth." O motorista educadamente tirou o chapéu e abaixou a cabeça antes de se afastar, apontando para a grande porta. "Todo mundo já está esperando por você lá dentro."
Enquanto eu caminhava lentamente até a porta, enchi meus pulmões de ar. Engoli em seco e abri a porta.
"BEM-VINDA AO LAR, LILIBETH!" Todos dentro da sala me cumprimentaram em uníssono no momento em que meus pés pisaram lá dentro.