Capítulo 52
950palavras
2022-12-07 22:00
Grey abriu a porta do carro. Deixei Celine entrar, antes de seguir atrás dela e me sentar no espaço ao seu lado no banco de trás. Não trouxe meu carro comigo porque não podia dirigir sozinha na minha condição atual. Celine também não trouxe o dela pelo mesmo motivo. Foi Grey quem se ofereceu para nos levar ao cemitério. Ele era o único apto para dirigir entre nós, e Celine e eu aceitamos a sua oferta.
Quando estávamos acomodadas em nossos assentos, Grey fechou a porta e se sentou atrás do volante.
Exausta, recostei-me no assento de couro e olhei pela janela. A chuva caía forte agora. Se eu tivesse insistido em ficar um tempo atrás, certamente pegaria um resfriado. Cruzei os braços no peito para me proteger do frio. Esqueci-me de trazer minha jaqueta, então tinha que aguentar até chegarmos em casa.
Grey manobrou o carro em direção a rodovia. Suspirando, deixei as minhas pálpebras caírem para meus olhos exaustos descansarem um pouco.
O carro estava quieto e com o ar parado. Nenhum de nós falou para quebrar o silêncio, e eu deixei assim até que finalmente chegamos em casa. A viagem de volta para casa durou trinta minutos, mas para mim pareceu durar uma eternidade.
Quando o carro finalmente parou, eu soube instantaneamente que finalmente tínhamos chegado. Abrindo os olhos, encontrei Celine abrindo a porta do carro. Já tinha parado de chover, mas as nuvens cinzentas ainda pairavam no céu, avisando que em breve iria chover de novo. Celine saiu do carro, mas antes que eu pudesse segui-la, Grey falou. Com um suspiro, eu me virei para ele. Pela primeira vez em semanas, notei as olheiras debaixo dos seus olhos. Parecia que não fui a única que passou noites sem dormir nessas últimas semanas depois da morte de mamãe.
"Vou viajar a negócios por uma semana. Quando eu chegar em casa, quero que a gente converse, Lily." Havia algo incomum em sua expressão quando ele disse as palavras. Ele até parecia querer dizer algo mais, mas apertou os lábios, guardando para si o queria dizer.
Não investiguei, embora quisesse perguntar sobre o que precisávamos conversar e por que isso precisava ser discutido na próxima semana, quando poderíamos falar sobre isso agora.
Como se Grey lesse o que está passando pela minha cabeça, ele falou. "Vou embora hoje, logo que chegar em casa e terminar de arrumar minhas coisas. Não tenho tempo agora." Ele explicou.
"Você sabe onde me encontrar assim que voltar de sua viagem." Eu o informei, antes de sair do carro. Fui direto para a casa. Estava quase na porta quando ouvi o rugido do motor do carro ganhar vida. O carro de Grey saiu da garagem. Um minuto depois, ele já tinha partido.
Grey queria resolver os papéis do divórcio. Essa era a única razão que consegui pensar para ele querer conversar comigo.
Entrei em casa e fechei a porta atrás de mim. Celine estava me esperando na sala de estar. Duas xícaras de café fumegante estavam sobre a mesa de vidro à sua frente. Um café era o que eu mais precisava agora. Eu pensei comigo mesma e me sentei ao seu lado no sofá. Celine havia me dito há alguns dias que queria me contar algo importante. Estivemos ocupadas nos últimos dias e não tivemos a chance de conversar. Agora era o momento perfeito para perguntar a ela sobre isso.
"Você achou um emprego novo?" Perguntei a Celine. Tive a sensação de que o que ela estava prestes a me contar estava relacionado ao seu novo emprego. Perguntar a ela sobre seu novo emprego tornaria mais fácil para ela me contar.
"Eu achei." Celine respondeu. Ela pegou a xícara e tomou um gole de café, antes virar toda a sua atenção na minha direção. "É o que eu queria te contar esses dias atrás." Ela acrescentou enquanto baixava o copo de volta, colocando na mesa de vidro.
Observei atentamente o rosto de Celine e notei que ela parecia bastante triste. Ela tinha conseguido um novo emprego. Ela deveria estar feliz. Devia haver alguma razão para seu novo trabalho não a deixar animada. Mas antes que eu pudesse perguntar sobre seu novo emprego, ela continuou. "A vovó queria que eu administrasse os negócios da família no exterior. Eu recusei antes porque amava meu trabalho como enfermeira, mas a vovó estava doente e não pode mais cuidar dos negócios da família sozinha. A responsabilidade foi colocada nas minhas mãos, já que eu sou a neta mais velha." Celine explicou. Mostrando claramente em seu rosto que ela não estava nada feliz com isso.
Os pais de Celine se divorciaram antes que ela tivesse cinco anos. Seu pai fugiu com sua amante enquanto sua mãe encontrou uma nova pessoa, deixando Celine nos cuidados de sua vó. Ambos os pais dela tinham filhos agora e desde o dia em que seus pais a deixaram, eles nunca mais apareceram em sua vida. Celine não tentou procurar seus pais separados porque sabia que eles nem se importavam com ela. Foi sua avó quem a criou sozinha e Celine não podia negar o desejo de sua velha avó de administrar o restaurante da família.
Apesar de me sentir triste por ela partir em breve, forcei um sorriso. "Não se preocupe comigo, Celine. Vou ficar bem sozinha." Eu assegurei, embora não ter me convencido com as minhas palavras. Ficávamos juntas por tanto tempo e ela era como uma irmã para mim. Depois que ela se for, a minha vida só se tornaria mais monótona.
"Eu não quero deixar você, Lily. Já passamos por muita coisa. Eu queria que as coisas entre nós continuassem como antes." Celine disse, arrependimento brilhava em seus olhos.