Capítulo 70
1564palavras
2023-01-24 00:01
Ponto de vista da Ashley
Ele gemeu de dor, e sua pele começou a ficar com um tom mais claro. "Blake? Blake! Por favor, fique comigo", eu chorei olhando para ele enquanto torcia minhas mãos para me livrar.
As cordas cortavam minha pele, mas eu não desistia. Com um dedo trêmulo, ele tocou o peito e o puxou para examinar o sangue.
Ele olhou para mim, com uma expressão de dor e disse: "Eu queria muito ter te beijado uma última vez antes de partir." Ele engasgou. O sangue se acumulava ao seu redor.
Balancei minha cabeça e chorei mais alto. "Por favor", implorei ao vê-lo ficar mais fraco com todo o sangue perdido.
"Eu te amo, Ashley", ele disse, e seus olhos rolaram para trás e ele caiu de cara no chão ao meu lado. Seu corpo estava tão perto dos meus pés, mas sentia que estávamos distantes.
Meus olhos se arregalaram quando um grito alto saiu dos meus lábios. "Blake!", gritei olhando para seu corpo imóvel. "Meu Deus, por favor, por favor", eu disse engasgando. Eu não podia perdê-lo.
"Mas que romântico! Juras de amor antes de morrer? Não tem preço", Shelly debochou caminhando até nós. Eu olhei para ela, desejando poder matá-la apenas com o olhar.
"Fique longe dele", rugi. A cadeira balançou quando eu me virei.
Seu rosto franziu em falsa simpatia. "Deve doer ver seu amor morrer aos seus pés sem poder salvá-lo. Que vida desperdiçada", ela suspirou e olhou para ele.
"E eu estava ansiosa para jogar com ele." Ela fez beicinho.
"Deixe ele em paz, Shelly, seu alvo sou eu", gritei.
Ela olhou para mim e sorriu enquanto se levantava. "Pena que não vou ver vocês em ação como planejei, queria tanto tirar mais algumas fotos para enviar ao seu querido pai", ela disse rindo.
Meu estômago revirou ao entender o motivo pelo qual ela queria Blake aqui. Ela queria nos forçar a fazer s*xo. Ela tinha perdido a cabeça.
Ela olhou para Blake e sua expressão era de saudade. Senti desconforta, não gostando do jeito que ela olhou para ele.
"Estava ansiosa para provar esse corpinho que você tanto ama", ela disse antes de olhar para mim e rir.
"A maneira como ele transava com você como se sua vida dependesse disso era demais. Queria sentir esse corpinho contra o meu também", ela disse com ar de saudade.
"Faz tanto tempo desde que me pegaram assim de jeito. Ele deve ter sido bom de cama para fazer você gemer tão alto", ela disse e riu.
Senti a bile subir na minha garganta, mas a engoli de volta. Era um jogo e eu só precisava jogar minhas cartas direito. Eu precisava salvar Blake. Quanto mais ficava aqui ouvindo essa louca, mais ele morreu. Eu precisava de acelerar.
Então controlei minhas feições e olhei para ela fingindo felicidade. "Você ainda pode ter isso. Me desamarre e deixe-me ajudar Blake a se recompor, pode mostrar a você como ele manda bem", sussurrei. Esperava que ela fosse louca o suficiente para aceitar o que eu sugeri.
Só Deus sabia, eu só precisava saber se ele ainda estava vivo.
Lágrimas ainda rolavam pelo meu rosto enquanto pensava na possibilidade de perder Blake. Preferia morrer ao lado dele do que não lutar para salvá-lo.
"Vamos, Shelly, quanto mais esperarmos, menos chances de conseguir o que você quer", disse me esforçando para não deixar o ressentimento transparecer na minha voz.
Ela sugou o lábio inferior e teve a coragem de parecer estar considerando. "Promete que não vai tentar bancar a espertinha?", ela perguntou.
Fitei rapidamente a arma e balancei a cabeça concordando. "É você quem está no comando, lembra?", disse a ela.
Ela balançou a arma e estalou os lábios. "Isso mesmo, sou a única no comando", ela disse e riu. Ela era realmente doente.
Ela suspirou e, em seguida, caminhou até mim. Ela estendeu a mão e colocou meus cabelos atrás das orelhas. "Se tentar qualquer coisa, queridinha, enviarei partes do seu cadáver para seus pais de presente", ela ameaçou, então riu e me mandou um beijo pelo ar.
Me segurei para não me contorcer. Eu só precisava jogar o jogo dela, era melhor do que ela mesma. "Não vou, Shelly, só me desamarre para que eu possa conter o sangramento e, assim, poderá aproveitá-lo o mais rápido possível", disse para ela deixando uma falsa inocência transparecer em minha voz.
Ela acenou com a cabeça concordando e se abaixou para desamarrar meus pés. Eu quis chutar a cara e quebrar todos os seus dentes dela, mas pensei melhor.
Ela tinha uma arma e poderia me matar em um instante antes que eu pudesse chegar até Blake.
Ela se levantou e me contornou.
"As cordas estão bem apertadas, né, querida?", ela perguntou. A ouvi vasculhar a gaveta atrás dela e senti a lâmina afiada da tesoura cortando a corda.
Não me apeguei à sensação de alívio quando as cordas apertadas caíram do meu pulso. Imediatamente, caí de joelhos ao lado de Blake abraçando ele por trás enquanto chorava em sua camisa. Não me importava que seu sangue encharcasse minha camiseta.
Pressionei meu dedo em seu pulso e o alívio tomou conta de mim. Ele ainda tinha pulso, o que significava que ainda estava vivo. Chorei de alívio beijando sua bochecha. Levei meu lábios até o ouvido dele.
"Prometo que vou conseguir ajuda, amor. Fique aí. Eu te amo", sussurrei apenas para ele.
"Já chega dessa besteira de amor. Ande logo, pare esse sangramento para que ele possa acordar para me entreter", Shelly resmungou.
Mordi meu lábio para não dizer a ela nada que pudesse irritá-la. Acenei me afastando de Blake e levantei a camisa branca dele. Lágrimas encheram meus olhos quando vi a ferida. Estava sangrando sem parar e eu temia que fosse fatal.
Me virei para Shelly e disse, "Preciso de álcool e alguma coisa para tirar a bala que ainda está lá dentro." Sim, eu precisava de álcool, mas não havia bala nenhuma lá dentro.
Foi um tiro de raspão e eu só precisava que ela nos deixasse por alguns segundos para que eu pudesse bolar um plano.
"Tenho álcool, queridinha, mas não tenho nada para tirar essa bala, terá que usar os dedos", ela disse quando a ouvi abrir um sorteio.
Olhei para a minha bolsa, onde eu sabia que meu telefone ainda estava. A ouvi caminhar até nós até que parou na nossa frente.
A fitei enquanto ela colocava a tesoura no balcão e então, me estendeu as mãos que seguravam a garrafa de álcool.
"Não vai aceitar?", ela brincou, sacudindo a garrafa.
Olhei para a arma que ela ainda segurava na mão.
Eu precisava levar Blake até um hospital logo. Não ia perder o cara que amava porque uma maníaca decidiu que queria se vingar dos meus pais.
Estendo a mão, segurei a garrafa e, sem dar a ela a tempo de pensar, me levantei e empurrei meu corpo contra o dela. A garrafa caiu e se espatifou no chão. Ela engasgou chocada quando bateu nos armários.
Levantei meu punho e soquei seu rosto como Blake me ensinou. Ouvi a arma cair no chão e continuei a socá-la em qualquer lugar que pudesse.
Ouvi o estalo de seu nariz enquanto batia minha testa naquele osso delicado. "Sua pirr*lha!", Shelly gritou tentando lutar comigo. Ela não tinha mais oportunidade, dado que eu não estava apenas lutando pela minha vida, mas pela de Blake. Eu não podia falhar com ele.
Senti suas unhas arranharem a superfície do meu rosto. Não parei de esmurrá-la até que ela engasgasse de dor. Resmunguei quando senti seus dedos entrarem em meus olhos, me cegando por um momento, o que me fez bater nos armários.
Tateei o que estava atrás de mim enquanto piscava para clarear minha visão. Quando voltei a enxergar, Shelly já estava apontando a arma para mim. Meus dedos agarraram o cabo da tesoura atrás de mim enquanto ela puxou o gatilho.
Meus olhos se arregalaram em choque com a dor intensa em meu abdômen. Senti o ar deixar meus pulmões e meus olhos rapidamente se voltaram para Blake. Prometi a ele que conseguiria ajuda. Não deixaria ele na mão. Não podia desistir da nossa liberdade.
Agarrei a tesoura com toda a minha força e corri em sua direção. Seus olhos se arregalaram, não esperando que eu ainda estivesse de pé. Ela levantou a arma novamente, mas não teve tempo de puxar o gatilho antes que eu enfiasse a tesoura em seu estômago.
Ela engasgou, deixando cair a arma enquanto eu puxei a tesoura novamente, enfiando ela de volta no corpo de Shelly. Chorei de dor enquanto a esfaqueava repetidamente e ela se agarrava a mim. "E-eu...", ela disse engasgando ao cair no chão, enquanto eu puxava a tesoura que brilhava de sangue.
Olhei para sua forma sem vida com a mão no meu estômago, onde eu estava sangrando. Minha visão estava embaçada enquanto andava cambaleante até minha bolsa e tentei pegar meu telefone. Rapidamente, comecei a ligar para a emergência quando senti meu corpo enfraquecer.
"Qual é a sua emergência?", a mulher perguntou. Coloquei no viva-voz enquanto meus lábios se abriam para falar.
"Por favor, mande ajuda", sussurrei fracamente sentindo minha língua ficar pesada enquanto respirar ficava mais difícil. Engasguei caindo no chão.
"Senhora, sua localização, por favor?", ela perguntou freneticamente enquanto minha visão se transformava em nada além de escuridão.