Capítulo 65
1323palavras
2023-01-19 00:01
Ponto de vista da Ashley
Lancei um olhar furioso para Blake. "Isso é culpa sua!" Eu rugi andando até ele e socando-o bem no peito. Ele cambaleou para trás assustado, não esperando que o ataque físico.
"Você simplesmente não conseguiu manter a boca fechada!" Eu chorei, socando-o novamente, mas meus golpes estavam ficando desleixados. Ele não tentou me impedir. Só ficou lá olhando para mim enquanto eu batia meu pequeno punho em seu peito.
"Você causou isso." Eu disse fracamente, fungando.
Então, ele parou meu punho, me puxando para seu peito, abraçando-me como se minha vida dependesse disso. E era provavelmente verdade. Seu cheiro me envolveu enquanto ele passava a mão pelas minhas costas suavemente.
Ele não falou nada, apenas ficou quieto enquanto me pressionava contra seu peito. Eu o ouvi soltar um suspiro. "Sinto muito, Ley." Ele resmungou acima da minha cabeça. Finalmente voltei à realidade, saindo de seu conforto.
Então, encarei-o. "Sim, é melhor você se desculpar se meu pai fizer algo estúpido." Eu me afastei dele completamente, então me virei para caminhar até sua motocicleta.
Senti sua confusão quando me empoleirei na garupa de sua motocicleta. Então me virei para ele e arqueei uma sobrancelha perfeita. Ele ficou ali olhando para mim como se eu fosse a mulher mais bonita do planeta.
Por mais que o pensamento fizesse meu coração cantar de alegria, eu sabia que precisávamos resolver muitos pepinos antes que eu pudesse me sentir confortável o suficiente para ser livre com ele novamente. "Bem, você não vem?"
Ele balançou a cabeça como se estivesse em transe. "Para onde?"
"Vamos seguir meu pai até a casa de Peter. Espero que cheguemos a tempo." Murmurei a última parte. Percebi então que Blake ainda não havia se mexido.
"Pronto, apresse-se, Blake! Se meu pai fizer algo estúpido, nunca mais falarei com você." Eu sibilei, impacientemente.
Isso fez com que ele se movesse porque, alguns segundos depois, que ele se posicionou na minha frente, partimos. Minhas mãos seguramente envolveram seu torso enquanto ele acelerava pela rua meio vazia.
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Senti o sangue escapar do meu rosto enquanto olhava alarmada para meu pai seguindo para a porta da frente dos Williams. Ele bateu e esperou pacientemente enquanto mamãe corria até ele, puxando-o sem sucesso.
Blake diminuiu a velocidade e estacionou ao lado da calçada. Eu pulei da moto rapidamente, mal me importando que quase caí enquanto corria até meus pais. Não me importei em olhar para trás para ver se Blake estava me seguindo.
Subi as escadas correndo e ajudei mamãe a puxar papai. "Pai, por favor, não faça nada estúpido." Eu implorei enquanto uma nova onda de lágrimas crescia em meus olhos.
Ele se virou para mim com um olhar furioso. Isso me fez parar e engolir em seco com a pura raiva em seus olhos. "Eu não vou deixar aquele c*nalha seguir impune. Já é ruim o suficiente eu não ter feito algo antes. Como acha que eu me sinto por ter ouvido isso de outra pessoa em vez da minha própria filha?"
Eu me encolhi. "Me desculpe, papai..."
Seus olhos se estreitaram. "Você ia sequer nos contar?"
Ele tomou meu silêncio como resposta e acenou com a cabeça em desapontamento. Então, usou o taco de beisebol para bater na porta de madeira, que balançou com a batida.
"Kain, eu sei que você está aí! Abra a p*rra da porta e traga seu m*ldito filho com você!" Ele rugiu assustando mamãe e eu.
"Asher! Amor! Talvez você não devesse fazer isso." Mamãe sussurrou quando papai foi bater na porta mais uma vez com o bastão. Por pouco ele não perfurou a madeira e nem causou danos.
Senti a presença de Blake atrás de mim. "Eu já liguei para minha mãe. Ela está a caminho." Ele sussurrou para mim. Eu queria me sentir aliviada, mas, nesse momento, a porta foi aberta, revelando Kain William.
Ele olhou para o meu pai de baixo, já que ele era alguns centímetros mais alto. "Grey, você não tem nada a ver com meu filho."
Papai bufou. "Eu não tenho nada a ver com seu filho, é mesmo? Tipo, como ele não tinha nada a ver com tentar estuprar a minha filha?"
Kain empalideceu, mas logo corrigiu sua compostura. Algo me disse que Kain sabia desse encontro mais do que nós. "Meu filho nunca viu sua filha antes..."
"Traga o c*nalha do seu filho, Kain! Pare de falar por ele. Vamos, ele não pensou que era homem o suficiente para forçar uma garota inocente? Então, por que ele está agindo como um maricas agora?" Meu pai rugiu tentando entrar na casa.
Kain bloqueou seu caminho engolindo em seco. "Vá embora, Gray, ou chamarei os policiais." Kain advertiu.
Papai fez uma careta. "Você acha que eu dou a mínima? Vá em frente e ligue para eles e veja quem vai para a cadeia..."
"Deixe meu pai fora disso." Peter contornou o pai, empurrando-o atrás dele.
"Ah, o c*nalha apareceu." Papai sorriu perversamente. Ele se virou para mim, bem, atrás de mim na verdade. Ele olhou para Blake. "Ele é esse cara?" Ele pediu confirmação a Blake.
"Sim, é ele. O c*nalha que tentou estuprar Ashley." Blake assentiu e respondeu atrás de mim.
Eu fiquei congelada no minuto em que Peter mostrou seu rosto. Como eu poderia pensar que poderia simplesmente esquecer aquele dia? Ver seu rosto me engatilhou. Eu me vi tropeçando de volta e batendo no peito de Blake.
Ele me agarrou com força, como se quisesse me assegurar de que estava segura em seus braços. Eu estava segura com ele. Papai se virou para olhar para Peter, zombeteiro. "Vou garantir que você pague pelo que fez à minha filha. Vou arruiná-lo até que caia aos pés dela implorando por perdão..."
"Eu tentei me desculpar com ela!" Peter gritou. Então, ele se virou para mim. "Eu tentei me desculpar com você."
Ele pensou que um simples pedido de desculpas consertaria o que ele causou. Como meus pesadelos? Como minha ansiedade de sozinha? Como minha sensação de impotência? Ele realmente achava que um pedido de desculpas me salvaria dessas coisas?
"No entanto, ficou perseguindo ela e tirando fotos de nós como o pervertido que você é!" Blake zombou me puxando para mais perto dele como se para me proteger.
As sobrancelhas de Peter franziram em confusão. "Perseguir ela? Tirar fotos? Eu não fiz isso." Ele disse honestamente.
Um enorme jipe preto estacionou. Era muito familiar e não fiquei surpresa quando a mãe e o pai de Blake saíram, caminhando em nossa direção. Estávamos todos muito ocupados observando Ryn e seu marido vindo em nossa direção para perceber que papai havia se aproximado de Peter.
Um grito de dor perfurou a área outrora silenciosa. Eu estalei meus olhos para olhar com horror para a perna de Peter. Papai conseguiu acertar o bastão na perna e, ao que parece, estava quebrada.
"Você pode não ter tirado as fotos, mas ainda assim tentou agarrar a minha filha!" Papai gritou, preparando-se para batê-lo com o taco de beisebol novamente na perna de Peter, mas Blake rapidamente correu para o lado dele e parou. Mamãe ofegou em choque enquanto eu sentia o ar deixar meus pulmões.
Peter caiu no chão, segurando a perna machucada enquanto chorava de dor. "Seu desgraçado!" Kain rugiu quando se abaixou para ajudar seu filho.
"Asher, Jesus Cristo cara, eu pensei que tinha te ensinado a bater na virilha primeiro." O pai de Blake disse vindo em nossa direção com a policial Ryn. Ela se virou para o marido e o encarou. "Você não pode dizer coisas assim na frente de uma policial, Ace!"
"Querida, não é como se você estivesse de serviço." O Sr. Reed resmungou, ajudando Blake a puxar meu pai para longe do menino ferido.
"Sim, mas eu ainda vi e ouvi partes de tudo. Sabe o que isso significa, não é, Asher?" Ela questionou. Achei que todos nós sabíamos o que aconteceria: papai seria preso.