Capítulo 9
1214palavras
2022-09-28 07:15
Marius fitzy narrando:
Já fazia alguns dias que eu tinha voltado da Holanda e estava cheio de trabalho, sei que meu pai fez o possível para que tudo andasse bem e que não acumulasse muito trabalho mas Cristian não tem jeito.
Meu irmão prometeu que iria ajudar nosso pai mas vejo que ele vinha pra empresa só vadiar... meu irmão é um puto desgraçado.
Agora tenho que fazer o que era pra ele ter feito pois não podemos perder os contratos e nem os investidores, eu estava correndo atrás do prejuízo que não era nem pra existir.
Só que hoje estava bem mais calmo que os outros dias, só tenho três reuniões, uma pela manhã e outras duas a tarde.
- Sr fitzy, os sócios já chegaram pra reunião _disse Avellar.
Assenti, logo ela saiu e eu também, segui pelos corredores para pegar o elevador mas acabei esbarrando em uma mulher que tinha um bebezinho nos braços, a criança começou a chorar.
Desci meu olhar para aquela pequena bebêzinha e senti algo novo e diferente, meu coração estava acelerado, mas porquê? Eu nem as conheço, ou se conheço não me lembro.
- Marius _vejo a mulher falar meu nome e a olho confuso.
- Sim? _perguntei.
- Preciso falar com você urgentemente _disse ela ainda balançando aquela coisinha rosa nos braços, a mesma já tinha parado de chorar.
- Desculpe mas tenho uma reunião agora _falei me afastando pois ainda estávamos bem próximos.
- Por favor, é urgente _disse quase chorando.
- Certo, dois minutinhos pois não posso atrasar _falei e seguimos para minha sala.
Mas antes pedi pra Avellar ir na sala de reuniões e falar que eu iria me atrasar um pouquinho.
- O que quer falar? _perguntei
- Não irei enrolar então vou direto ao ponto _disse respirando fundo_ essa bebê é sua filha.
Fiquei paralisado olhando pra ela, eu não me lembro dela então como aquela criança é minha filha.
- Você não vai me enganar _falei calmamente_ eu nem te conheço, como esse criança pode ser minha.
- Vejo que não lembra de mim _disse e eu neguei_ nos conhecemos em uma boate e acabamos trasando no banheiro, enfim, essa bebêzinha foi o resultado, sei que isso é confuso, ainda mais quando você fala que não me conhece mas pode fazer um DNA pra confirmar, não me importo.
Olhei pra ela desconfiado, ela não parece estar mentindo pois a mesma não vacila na voz e me olha nos olhos, outra coisa é, se ela tivesse mentindo não iria me pedir pra fazer um DNA.
Sou um pessoa observadora, e mesmo que alguém possa dizer que é um bom mentiroso ela sempre vai fazer algo suspeito, só basta olhar os detalhes.
Desço meu olhar pra criança e por algum motivo meu olhar vai em direção ao braço da mulher onde vejo que está roxo, seu olhar vai para onde eu estou olhando e a vejo puxar a manga longa da blusa mais pra baixo, cobrindo.
- O que foi isso? _perguntei.
- Eu... bati _disse sem me olhar nos olhos.
Opa! Ela mentiu.
- Certo _olho as horas no meu relógio e vejo que já passou uns cinco minutos_ preciso ir, mas você irá ficar aqui, quando eu voltar iremos conversar.
Ela assentiu enquanto acariciava os cabelinhos da bebezinha, eu não sou do tipo que faz escândalo após descobrir algo, tipo agora que do nada talvez eu seja pai, eu irei fazer o DNA e se ela tiver mentindo aí terei que tomar algumas providências, mas se isso for verdade...
Porra!! Se for verdade eu terei uma filha, eu irei ser pai... Eu não sei ser pai, tô fudido.
Deixo a mulher lá e sigo até a sala de reuniões onde peço pra Avellar fazer companhia a ela enquanto eu estou ocupado.
Fico o tempo todo pensando nelas, eu sempre tive tudo sobre controle e agora estou aqui perdido sem saber o que realmente vou fazer caso tudo isso seja verdade.
[...]
Victoria Becker narrando:
Confesso que estou surpresa, ele não me xingou, não me chamou de mentirosa, de interesseira ou disse que a minha filha pode ser de qualquer um... ele nem surtou.
Que homem é esse que não surta?
Ouço a porta abrir e uma mulher muito linda entrar por ela, a mesma sorri pra mim.
- Olá, sou Alisson Avellar secretária do Marius _disse ela_ vim te fazer companhia enquanto ele está em reunião.
- Olá, sou Victoria e essa é Helena _falei mostrando minha garotinha, a mulher olha pra minha filha com carinho.
- Sua filha? _perguntou e eu assenti_ muito linda, uma verdadeira princesa.
- Obrigada, gostei de você _sorri_ muito linda e simpática.
- Também gostei de você, então, precisa de algo? Um café ou qualquer outra coisa?
- Nossa, eu queria um café _falei, não comi nada e estou com muita fome, um cafezinho irá me dar energia até eu sair daqui pra comer.
- Irei buscar agora mesmo _disse saindo.
[...]
Alisson me trouxe uma xicara de café e alguns biscoitos, eu estava com muita fome então comi tudo enquanto a morena segurava Helena.
Minha filha é tão pequena e já está passando por isso tudo.
Já tinha passado alguns minutos quando a porta foi aberta, não por Marius mas por Cristian.
- Irmão _falou entrando na sala mas parou assim que nos viu.
- Ele está em reunião, mas já faz um bom tempo então creio que ele já esteja saindo _disse Alisson ainda com Helena em seus braços, minha filha gostou muito dela.
- Quem é ela e o que faz aqui? _perguntou me olhando, na verdade olhando para minhas roupas.
- Eu estou esperando o Marius _falei mas não disse quem eu era.
- Eu te conheço de algum lugar _disse me analisando_ ah, você é a garçonete daquele dia.
- Sou eu sim _falei, afinal eu não tenho vergonha de ter trabalhado como garçonete.
- Você não cansa de correr atrás do meu irmão não? _disse_ por que você não vai embora e deixa ele em paz.
- Ela não vai embora pois foi seu irmão quem mandou ela esperar por ele _disse Alisson.
- Ele deu pra fazer caridade agora? pois condições pra comprar nenhum dos nossos aparelho eletrônicos ela tem _disse_ mas se Marius com seu humilde coração quer ajudá-la quem sou eu pra impedir, só quero ver quando ela começar a enganar ele pra pedir dinheiro.
- Você é um babaca _falei enquanto me levantava e me aproximava dele.
- E você é uma mendiga, e ainda tem um filho _disse com desdém_ certeza que vai dizer que é do meu irmão, uma vadia mesmo.
Dei um tapa no seu rosto o fazendo virar de lado.
- Você vai se arrepender de tudo que está me falando _falei o encarando séria_ idiota.
- O que está acontecendo aqui?
Olhei para a porta vendo Marius, parado nos olhando.
- Nada _disse Cristian antes de me olhar com raiva e sair da sala esbarrando no ombro do irmão.
- O que ele fez? _perguntou Marius se aproximando de mim.
- Vou deixar vocês sozinhos _disse Alisson se levantando e me entregando Helena.
- Vai me falar o que estava acontecendo? Por que estava discutindo com meu irmão?