Capítulo 63
1256palavras
2022-09-08 05:08
Depois do que houve aquele tumulto no Bom Retiro e do desentendimento com seu pai, Helena achou melhor voltar para a sua casa. O que foi muito difícil, já que durante o caminho sempre encontrava algum repórter, algum curioso ou alguma fã de Sabriel Reyes.
Se a sua vida já estava complicada desde que foi revelado para o mundo que ela era a chica de Paris, agora com esta aparição pública dele ficou muito pior.
Lá estava ela voltando de mais um dia cansativo de trabalho. Era cansativo não pelo trabalho em si, pois Helena adorava a sua profissão, mesmo com todos os perrengues que ela apresenta.
Era cansativo o alvoroço do público.
Ao ser deixada na portaria do seu prédio mais uma vez pela limusine de seu chefe, Helena viu um grande carro blindado parado em frente ao prédio. Já vira aquele carro em algum lugar, mas preferiu deixar para lá, achando que era só impressão.
— É só um carro parecido... até parece que ele vai estar ali mesmo me esperando... — falou consigo mesma.
— É claro que eu não estou ali, pois eu estou aqui. — Disse alguém atrás dela. Teve de colocar a mão na boca para não gritar de susto. Era Sabriel a surpreendendo mais uma vez.
— Mas que raios você está fazendo aqui?
— Eu disse que iria te encontrar.
Aquilo realmente a estava assustando. Como ele conseguiu saber onde ela morava e onde estava? Ela começou a achar que um certo jornalista estava por trás disso
— Eu acho melhor entrarmos antes que você cause mais um tumulto.
*
Ao contrário do prédio de Dayane, o prédio onde Helena mora tem elevador. Mas optou em subir as escadas, para não encontrar nenhum vizinho. Mesmo assim, rezou para não esbarrar com ninguém. E só porque ela estava com muita pressa para entrar logo dentro de casa, a fechadura emperrou.
— Ai que droga de porta! — Resmungou ao entrar. Convidou Sabriel a entrar logo atrás dela... na verdade, o obrigou a entrar. Assim que ele passou pela porta, a fechou com tudo, passou a chave e se encostou nela.
Os dois ficaram ali se encarando. A maior vontade de Helena era de pular em cima dele. Só ainda não havia decidido se era para o encher de beijinhos ou de porrada. Já a vontade dele era de pegá-la de jeito contra a parede, mas como ela estava com uma cara de poucos amigos, precisou se conter.
— Você não me disse que se chamava koúkla ou kori mou... — disse numa tentativa meio que frustrada de puxar conversa. Helena só o olhou com cara de paisagem.
— Deve ser porque não me chamo assim. Koúkla significa "boneca" em grego. E Kori mou significa "minha filha"... e você também não me disse que era Sabriel Reyes, então estamos quites.
— Bom na verdade eu disse, mas não tem como usar o meu nome completo. Então quando retomei a minha carreira solo, tive de abreviá-lo.
Helena continuava a encará-lo com cara de paisagem.
— Eu tentei te ligar, mas roubaram o meu celular...
— Eu sei. Recebi sua mensagem no meu WhatsApp. Foi a mesma mensagem que recebi do meu ex-namorado e alguns dias depois, ele postou no Facebook para todo mundo ver que estava em um relacionamento sério com aquela vagaba. Por isso eu fui embora... e nesse meio tempo, quem roubou o seu celular viu as fotos e postou na internet. E todo o mundo soube que eu era a chica de Paris.
— Eu te achei no Facebook, queria mandar uma solicitação de amizade, mas fiquei com medo de você não me aceitar...
— Eu também te procurei no Facebook..., mas eu fiquei com medo de ver o que eu não queria... se você estava com outra pessoa...
— Não. Eu não estava. Não ia conseguir me envolver com outra mulher com você no meu coração. Nenhuma mulher até hoje, me fez senti o que você faz. Foi por isso que fiz a música para você. Era uma declaração de amor e uma maneira de chamar a sua atenção.
Helena riu com aquela declaração de amor platônico dele. Mas teve de esclarecer algumas dúvidas que martelavam em sua cabeça.
— Como me encontrou? Por acaso um certo jornalista chamado Mitchel Junqueira contou a você?
Vendo que não tinha mais como esconder, Sabriel revelou tudo.
— Oh por favor me perdoe chica. Eu o paguei para encontrar você. Ele me falou da proposta da entrevista que lhe fez.
— Você viu a entrevista?
— Sim inclusive perguntei o que faria se a gente se reencontrasse. E você mesmo disse que se eu quisesse lhe ver, que a procurasse.
— Oh era você?
— Sim... e eu ouvi a sua história, o que você sofreu graças ao seu ex... sinto muito.
— Tudo bem. Já foi, já passou. Não deu certo. E falando nisso, deu certo o fato de você ter feito a música para chamar a minha atenção. Não foi somente a minha, mas também do mundo inteiro. Desde quando a música foi lançada, não tive um segundo de paz. Até parei na delegacia por causa disso.
Sabriel só dava risada com as histórias de Helena. Não era a intenção dele fazer com que ela passasse por maus bocados por causa da música.
— Você ri porque não foi com você...
— Perdóname chica. Era para ser uma prova de amor. Era para mostrar o quanto estoy enamorado de ti.
— Sei... Então você me viu em Paris...
— Oh si, la vi en Paris! La mujer mas hermosa, caliente y muy sexy del mundo!
— Sim, mas quem foi que me viu? Você ou o artista?
Ele já sabia aonde ela queria chegar. Sabia que Helena não estava interessada no cantor, mas sim pelo homem atrás do cantor. E isto o deixou muito contente.
— Bom... vamos fazer de conta o seguinte: você esteve comigo nas ruas de Paris. Quando nos separamos, pedi para o cantor fazer uma música para você, que tal?
— Hum... pode ser. A ideia não é ruim.
— E se você quiser, pode ficar com os dois... não sou ciumento. Até porque eu não posso ter ciúmes de mim mesmo
— Oh você não falou isso...
— Mas qual é o problema? Você teria dois homens a hora que quisesse. Só não dá para ter os dois ao mesmo tempo.
Helena deu risada com o comentário tosco dele. Aquela foi demais. E vendo que finalmente ela abaixou a guarda, ele foi ao seu encontro. A prendeu contra a parede com o seu corpo, como na noite da escada. Sem cerimônias, já foi logo dando um beijo para lá de caliente, a fazendo ficar com as pernas bambas.
E não foi somente ela que perdeu a pose. Para recordar o momento hot da escada, com uma das mãos agarrou o traseiro dele e com a outra enfiou para dentro de sua camisa. Quando ela fez aquilo, ele fez aquele movimento masculino com os quadris, para que ela pudesse sentir a sua virilidade. Na hora em que ele fez isso, ela soltou um gemido.
— Que rico hein chica? (Que delícia hein garota)
Em vez de responder com palavras, Helena respondeu dando aquele beijo.
— Eu vou tomar um banho... gostaria de tomar um banho junto comigo? — Perguntou com toda malícia.
Sabriel só arqueou as sobrancelhas quando ela perguntou aquilo. Antes mesmo de perguntar onde ficava o banheiro, ela lhe mostrou o caminho.