Capítulo 53
1116palavras
2022-09-08 04:12
Na hora de entrar em uma das viaturas, foi mais confusão. Núbia começou a fazer escândalo, chegando a agredir um dos policiais. Depois com a cara mais lavada do mundo, começou a flertar com o outro policial para não ser levada à delegacia. Helena só observava aquela cena ridícula e depois olhava para Luiz. Este por sua vez, abaixou a cabeça morrendo de vergonha.
— Foi com essa periguete aí que você teve a coragem de me trair?
Também pediu para um dos policiais para ir sozinha na viatura. Depois dessa, ela não queria mais olhar para as fuças dele.
— Que é isso Lena, você vai sozinha na viatura com dois homens? Você não tem vergonha?
— Por que eu deveria ter, se você não tem menos ainda?
Ela preferiu se arriscar a estar sozinha na viatura com dois homens do que dividir o espaço com ele. Ele foi obrigado a ir com a Núbia no outro carro. Para piorar a sua situação, durante o trajeto começou a ser interrogada pelos policiais. E não foi um interrogatório de polícia qualquer...
Foi "aquele interrogatório".
— Ei moça, você não é a chica de Paris? — Perguntou um dos policiais.
— O que? — Ela perguntou meio que perdida em seus pensamentos.
— Não foi para você que Sabriel Reyes fez a música "La vi en Paris"?
— Sim é ela mesma! Caraca véi não tô acreditando, a famosa chica de Paris tá na nossa viatura!
De início Helena ficou assustada quando os policiais a reconheceram..., mas pela primeira vez depois que foi revelada para o mundo como a "chica de Paris", pensou em se aproveitar da situação.
— Sim... sou eu mesma.
— Caraca véi! — Os dois policiais comemoraram como se fossem dois adolescentes diante de uma pop star.
— Ô moça, você pode tirar uma selfie com a gente?
— Todo mundo vai ficar com inveja da gente!
— Não foi à toa que Sabriel Reyes se apaixonou, a senhorita é muito linda! Com todo respeito é claro...
Na delegacia, também foi aquele sucesso. Todos que estavam presentes queriam ver e conhecer a chica de Paris por quem Sabriel Reyes se apaixonou e compôs a música do momento, desde os policiais até os presos. Até mesmo a delegada fez questão de abraça-la. Contou a ela que muito fã de Sabriel na época do La Pandilla e é claro, fez várias perguntas sobre ele.
— Como ele é na intimidade? — Ela perguntou toda eufórica. E Helena fez questão de olhar para Luiz, que estava perto e respondeu com toda malícia.
— Oh ele é como aquele tipo de café que pessoalmente eu adoro: quente, forte e muito gostoso. Ele é muy caliente. Aliás era tão do caliente que precisei passar uma pomada lá você sabe onde. Era o verdadeiro amante latino!
— Então é verdade que você dormiu com esse cara? — Luiz perguntou mais uma vez muito puto da vida... como se ele tivesse este direito.
— Sim! — Disse bem alto e em bom som para quem quisesse ouvir, principalmente ele: — por que, algum problema? O corpo é meu e faço o que eu bem quiser com ele tá! E tem mais...
Luiz só olhou para ela, esperando pelo pior. E ela despejou:
— Eu fiz questão de fazer o meu ritual do banho de rosas para ele... aquele que eu sempre fazia para você. E também nós usamos um espelho.
— Caralho porra você virou uma tremenda de uma puta! Quem me falou isso deveria ter razão ao te chamar disso e a Núbia também...
Mesmo estando em uma delegacia, Helena deu mais um tapa na cara dele e desta vez mais forte. E fez questão de dizer uma boa verdade a ele:
— Quem sabe se eu realmente fosse uma puta, você me daria mais valor!
E todos vibraram com aquilo. Consumido pelo ódio, Luiz avançou no pescoço de Helena. Os policiais tiveram que prendê-lo em uma cela provisória. Além de ter sido rejeitado, virou motivo de chacota.
— O que você fez sua vaca?
"Ah não!" Ela ainda tinha de lidar com aquela pessoa.
— Sinceramente eu não sei do que você tá falando? E na real, quem fez acontecer aqui foi você.
— Você me paga Helena! Vou fazer você comer a própria merda! Depois que acabar com essa sua carinha de santa, nenhum homem vai te querer, nem mesmo esse tal de Sabriel Reyes...
Vendo aquela cena patética, a delegada somente fez um gesto para prenderem Núbia em outra cela. Depois convidou Helena para ir até a sua sala, para conversar e não era sobre o Sabriel.
— O que foi tudo aquilo? E o que aconteceu para você e aqueles dois pararem aqui na delegacia?
Helena contou toda a história desde o princípio, do dia em que viu a postagem no Facebook até o momento em que Luiz teve coragem de segui-la até o seu prédio, exigindo satisfações sobre o seu romance com Sabriel Reyes. Assim como todo mundo, a delegada se mostrou indignada com a história e ficou horrorizada quando ela contou sobre os vídeos que a difamaram no YouTube.
— Então você é a recalcada da internet? — Perguntou o escrivão que estava na mesma sala: — bem que eu a reconheci de algum lugar, inclusive saiu até em algum site de notícia falando sobre o assunto.
— Notícia? Onde você viu? — Perguntaram as duas ao mesmo tempo ao rapaz.
— Quando foi revelado que você era a tal garota de Paris, alguns assinantes do site comentaram que já a conheciam do YouTube. — O escrivão tirou o celular do bolso e mostrou os comentários no site. E realmente era verdade, muitos reconheceram Helena como a recalcada da internet e comentaram sobre os vídeos. Em alguns dos comentários estava o link de um dos vídeos. Mas quando acessava, só aparecia a mensagem "conteúdo excluído".
— Com esta informação eu posso processar os dois? — Helena perguntou esperançosa.
— Eu recomendo que converse com um advogado sobre o caso. O máximo que posso fazer agora é deixou aqueles dois detidos até amanhã. E quanto a você, está dispensada. Deu para perceber que a culpa de toda esta confusão não foi sua.
— Oh obrigada!
— E além do mais... — A delegada sorriu maliciosamente para ela: — você já está em um relacionamento muy más caliente, não é mesmo?
Helena não se aguentou e caiu na risada com o seu comentário. Se despediu dela com um abraço e um dos policiais lhe providenciou um táxi. Mas antes de ir embora, foi encontrar Núbia para conversar com ela...ou pelo menos tentar uma conversa civilizada.