Capítulo 33
1226palavras
2022-09-07 04:00
E lá foram Helena e Sabriel passear em Paris. Ela colocou o seu sobretudo branco, que faz conjunto com o seu gorro de crochê caído, calça jeans e suas botas pretas de cano alto. Queria estar bonita para passear com ele.
Para deixar o passeio ainda melhor, o dia estava lindo com um Sol radiante, mesmo estando frio. Ela já havia passeado com suas amigas pelos pontos turísticos da cidade. Mas desta vez estaria com ele, então veria as atrações com outros olhos.
— Onde você gostaria de ir primeiro?

— Ah vamos caminhar sem rumo, sem hora para voltar..., mas gostaria de visitar a Catedral de Notre Dame. Prometi a minha mãe que passaria lá para fazer uma oração.
Eles andaram praticamente o dia inteiro, visitando quase toda Paris. Teve alguns locais que somente puderam ver de passagem, pois estavam lotados de turistas. Visitaram o Museu do Louvre, onde viram a Estátua da Vênus de Milo e o famoso quadro da Mona Lisa, fora o acervo egípcio e muitas outras obras de Michelangelo, Rembrandt e Goya.
Também passaram e subiram no Arco do Triunfo e de lá do alto avistaram o famoso Cemitério Pere Lachaise, onde estão sepultados ícones famosos das artes, música e literatura, como Allan Kardec, Edith Piaf, Honoré de Balzac, Oscar Wilde e Jim Morrison, líder da banda The Doors. No mesmo local, está o jazigo da família Remy, a família de Dayane. Entre eles, estão as cinzas de sua mãe, Charlotte.
— Na minha terra, jogaram uma bomba em um cemitério.
— Ai que horror! Que falta de respeito com os mortos. Não encontraram o autor do crime?
— Não, só gente morta.

Helena só ficou olhando para ele. E Sabriel só a observou, tentando conter o riso. Depois de muito tempo, percebeu que era uma piada.
— Oh só você mesmo para fazer piada com os mortos. — Deu uma bronca nele, mas se segurando para não rir.
— Mas admita, você gostou da piada. — Disse ao notar que ela queria rir.
— Vamos sair daqui, antes que alguma alma penada venha nos assombrar.

Foram passear pelo bairro de Montmartre, um dos bairros mais afastados de Paris, mas com atrações turísticas incríveis, como o Moulin Rouge e a basílica de Sacre Coeur. É um bairro boêmio com muitos bares e casas noturnas.
— Aqui foi filmado o filme de Amelie Poulain. — Comentou Helena.
Paris também possuía os mais belos parques e jardins. Um dele era o Jardim de Luxemburgo, onde pode fazer exercícios, passear ou fazer piquenique. E já passava da hora do almoço, quando decidiram fazer um piquenique, bem em frente ao Palácio de Luxemburgo.
— Eu te disse que seria uma boa ideia trazer a comida do café. Assim a gente não gasta dinheiro em restaurantes.
— Posso perguntar uma coisa? É verdade que todo contador é meio sovina em relação ao dinheiro?
Helena deu risada com a pergunta de Sabriel. Ela sempre escutava algumas piadas sobre a sua profissão. Algumas eram engraçadas, outras nem tanto... Às vezes ela mesma fazia piada e realizava algumas fantasias...
Mostrou a ele uma foto que ela tinha no celular, de algum grupo de contadores no Facebook, onde falava sobre as razões para namorar uma contadora.
Ele olhava para o celular, olhava para ela e dava risada.
— Você realmente faria tudo isso... se eu namorasse você?
Helena não respondeu. Só olhou de cima a baixo, rindo com a curiosidade dele.
— Está demorando muito para responder. Devo interpretar com um "sim"?
— Hum... Não!
— Mas também não foi um "não"?
— Não.
"Puxa tá difícil!" Pensou enquanto devolvia o celular para ela.
"Eu disse que não ia facilitar para você!" Era o pensamento dela. Mas para dar um pouquinho de esperança para ele, comentou:
— Vamos dar mais uma volta para ver se você consegue me convencer...
— Bem já que é para convencê-la, tem um lugar que provavelmente vai gostar.
— Qual?
E lá foram eles, como se fossem um casal de namorados, até o subúrbio de Paris, onde localiza-se a "Cidade Real" da França, a cidade de Versalhes. É uma cidade projetada a partir do zero por ordem do rei Luís VIX. Foi a sede do poder político durante um século, antes de ser o berço da Revolução Francesa. E onde também se encontra o famoso Palácio de Versalhes.
— Oh, não acredito que me trouxe aqui!
Lá dentro, passearam pelo Grande Apartamento do Rei (um espaço com vários salões), pelo Grande Apartamento da Rainha, a Galeria de Espelhos e a Casa Refúgio de Marie Antonieta.
— Por que ela tinha uma casa refúgio? Já não tinha um espaço só para ela dentro do palácio? Aí tem coisa! — Sabriel estranhou as excentricidades de Marie Antonieta. Helena somente deu risada com a sua observação.
O Palácio é famoso por servir de cenário para filmes, como a biografia de Marie Antonieta e o Homem da Máscara de Ferro, baseado na obra de Alexandre Dumas. Também serviu de inspiração para o mangá e anime de Riyoko Ikeda, a Rosa de Versalhes, conhecido no Brasil como Lady Oscar, e chegou a ter uma versão live action na França.
— Era um dos meus desenhos favoritos. — Disse Helena ao se lembrar do desenho. E também é conhecido por sediar eventos e shows. É onde será realizada a Semana da Moda.
"Espero que Day apareça para apresentar a sua coleção."
Depois de caminharem pelos jardins do palácio, decidiram passear pelo Rio Sena. Infelizmente não puderam andar de barco, mas desceram e caminharam pelas margens do Rio. No meio do caminho, pararam um pouco para apreciar a paisagem e os barcos passando.
No momento em que resolveram trocar um selinho, uma das embarcações resolveu atracar perto deles, onde os turistas aplaudiram e acenaram para eles.
Helena ficou morrendo de vergonha com toda aquela euforia. Alguns passageiros gritavam "que casal lindo", outros assobiavam e tiravam foto com os seus celulares. E para fazer graça, Sabriel se ajoelhou perante ela, como se estivesse a pedindo em casamento.
Ela ficou passada com aquilo e os turistas vibraram e começaram a gritar "aceita, aceita, aceita, aceita!" Somente "aceitou" o pedido de casamento dele para acabar com todo aquele show. Depois que a embarcação foi embora, ainda conseguiu ouvir alguém gritar "viva os noivos!"
— Ai que mico que pagamos agora. Eu não acredito que isso realmente aconteceu! — Helena comentou meio que envergonhada com a situação.
— Ora relaxe, estamos em Paris, a cidade mais romântica do mundo, então curte o nosso momento. Sabe se lá quando viveremos este momento de novo... se é que teremos alguma chance de se ver novamente.
Sabriel tocou num ponto que Helena estava evitando ao máximo em pensar. Sabia que logo após ao evento de moda, voltaria para São Paulo e provavelmente, não o veria mais. Por isso, queria curtir cada segundo ao lado dele.
Ela o abraçou como se quisesse esquecer o que tinha acabado de pensar, mesmo que por alguns minutos. Ele também a abraçou, como se adivinhasse o pensamento dela. Se olharam como se fosse o último dia de suas vidas.
— Podemos ir até a Catedral? Se não me engano, não fica muito longe daqui.
Ele só balançou a cabeça concordando com ela. E lá foram os dois enamorados, caminhando em silêncio até a Catedral.