Capítulo 45
1897palavras
2022-08-26 01:01
DAIANA HEREZA NÚNEZ
- Eu prometo tirar-nos dessa vida custe o que custar.- Palavras que foram feitas de promessas e que não foram compridas, eu Daiana, abri minha boca e fiz uma promessa que nunca cheguei a cumprir pelo contrário trouxe desgraça.- Minha mamã se foi por minha culpa, meu pai Caio. Meu Deus, porque depois disse sofrimento todo ainda cá? Estou? será que o senhor não vê o quanto sua filha sofre? Como poderei ter a certeza que o senhor me ouve e aguardo se eu venho sofrendo desde meus 22 anos? Porquê Deus? Porque o senhor me desamparou? Será que não sou digna de ser chamada sua filha? Pai? Responde minha suplicar e meu clamor. E leve-me para junto de minha mãe. Todos os dias são feitas as mesmas perguntas e como sempre não há resposta para nenhuma delas. O silêncio duro é tudo que recebo de tal Deus.
Já não via sentido de viver, só não havia tirado minha vida porque Aleksei contratou uma senhora para me vigiar, para além do psicólogo que tem gastado o seu tempo para nada. Me perdi no tempo e no espaço, se alguém viesse me perguntar dia da semana estamos ou mês simplesmente não saberia responder. Minha cabeça não processa nada, está um vazio e ao mesmo tempo cheia e pesada. Acredito que seja meus últimos dias, coisa que está a demorar para chegar pois não aguento mais esse tormento que é a minha vida.
Dia e noite eu ficava trancada no quarto escuro que se tornou meu refúgio para a solidão, não via Aleksei apenas sentia sua presença durante a madrugada fingia esta a dormir para que ele não viesse o quão desagradável é destruída eu estava, também ouvia seu apelo para que o perdoasse, seu choro sofrido e sentia seu coração batendo em angústia. Mas eu não consigo mais viver, não do jeito que ele quer, pois a Daiana que antes conhecida por ele se foi por mais que Aleksei tente não há mais existência de Daiana. Seu sofrimento não consegue não me traz mais nenhum sentido nem mesmo pena, por mais que Aleksei, esteja sendo sincero não conseguia ver isso, meu coração tornou-se gelo. Com as noites frias onde não sabia estava acordada ou dormia, pois tudo em minha volta acontecia no automático. Seu pedido de desculpas e seu sofrimento por mim só trago sufoco para a minha alma já morta pois eu entendo que a mesma não quer viver.
Já não há existência de força para mas uma guerra espiritual. Essa tem sido minha rotina diária sem esperança e sem vida para viver. Apenas a uma espera do anjo da morte.
Voltando ao presente onde meus olhos
Doem de tanto chorar e meu rosto formigar por estar numa posição constrangedora eu simplesmente deixo Aleksei e Kelle a sós no quarto. Minha vergonha é tão grande que nem percebi quando comecei a chorar de novo.
Me fechei no banheiro e ainda podia ouvir Aleksei da instrução a ela. E logo depois uma leve batido na porta.
- Me deixa em paz Aleksei, vai embora por favor. - Digo ao meio de um pequeno choro, Aleksei não percebi que toda as palavras proferidas por eles estão a trazer sentimentos que não quero mais saber deles. Eu não estou preparada para isso, não ainda.
- Me deixe cuidar de você por favor, permita que eu cure seu coração meu amor é tudo que te peço.
- Aleksei.. Eu não estou bem o que está acontecendo comigo meu Deus?
- Day por favor!- Suplicar ele mais uma vez me fazendo fraquejar por alguns segundos.
Me viro para a porta e encosto minha testa contra a mesma, choro porque meu coração está doendo muito. Respirei duas vezes sem ter mas o que fazer, faço o que minha emoção diz. Abro a porta deixando ele entrar, Aleksei não espera nenhum segundo e me abriga em seu braços, daí só deixei que as lágrimas caíssem sem eu tentar impedir.
Aleksei erguer meu corpo é entrelaço minhas pernas em volta da sua cintura por sua vez Aleksei, anda vagarosamente rosamente comigo até o box, com outra mão ele abre a porta e entra comigo. sinto a água fria cai sobre nós, meu corpo arrepiar-se todo tremendo pelo frio. Abraço com mais força o corpo de Aleksei como se em qualquer momento ele fosse sumir e me deixar só. Meu rosto está enterrado no seu peitoral molhado com a mistura das minhas lágrimas e a água , o mesmo tenta descer meu corpo mas não permito tal acção prendo mais ainda minhas pernas ao seu cintura porque meu medo de saber que tudo isso não passa de um sonho, não saberei lidar com mais uma ilusão da minha própria mente.
Ficamos por bom tempo na mesma posição todavia Aleksei fazia carinho em minha costas nuas, sussurrava palavras para me ajudar a ficar mais calma, estava prestes a cai no sono quando o mesmo quando ele por fim me põe no chão. Não consigo olhar para ele, me sinto fraca demais para isso.
- Ei olha para mim. - Pedi ele num tom calmo e sereno, entretanto me falta coragem para a acção. - Day não sinto vergonha de mim por favor. - Dando-me por vencida olhei para cima e lá estava os olhos mais bonitos que o mundo já havia feito, tão azuis, tão profundo como o oceano. Engulo em seco e abduz o meu olhar sobre ele para qualquer outro ponto. Não consigo entender o porquê de não sustentar mas o meu olhar para ele. Meu coração bate muito forte e sem dar tempo de respirar como deve ser. -Não te apartes de mim de mim Daiana, eu pronto que nenhum mal farei-los-ei contra você.- afiança ele com toda a certeza. Eu apenas meneio a cabeça para ele.
Deito novamente a minha cabeça sobre seu peito fechando meus olhos e ao mesmo tempo incorporo seu cheiro característico que inebria meu ser dos pés a cabeça. Logo remanso, se instala entre nós, onde as únicas toadas, que se ouvia eram as das nossas respirações e corações, a mistura de som no ar ao se propagar colidiram formando uma melodia harmoniosa boa de se ouvir. Este mesmo silêncio é quebrado através da minha fala quando por fim tomei coragem e disse-lhe:
-- Aleksei, Eu quero sair daqui.
- Está bem meu amor. - Asseverou ele com calma, já não podia ficar mais por baixo da água, meu corpo todo está trêmulo por conta da água fria.
Alguns minutos mais tarde já estávamos revestidos por pijamas quentes, Aleksei, agora penteados meus cabelos e desembaraço os fios com todos os cuidados possíveis e carinho após isso saímos do closet, minha intenção era dominar pois o fui tomada de muitas emoções, mas Aleksei, impede dizendo:
- O que pensa que faz?- O olhei confusa já estava perto da cama pondo para dormir.
- Eh dormir.
- Nada disso, Day, primeiro você come depois pode dormir- Diz ele com firmeza.
- Aleksei!- Tento protestar mas seu olhar diz que não é hoje que ganho.
- Venha comer.
- Tudo bem então. - réplicas dando-me por vencida.
Ando até que estendo sua mão e a pegou sem contestar. Me sento na penteadeira e Aleksei na bandeja e a põe em meu colo. Abre a tampa sobre o prato ela estava uma sopa de batata de legumes . O seu cheiro adentra em minhas narinas fazendo meu estômago doer de fome. Fazia alguns dias que não me alimentava devidamente, sempre que comia alguma coisa era por obrigação de Aleksei ou Kelle que insistiam a mulher não é teimosa como uma mula. Enquanto comia Aleksei puxou uma cadeira e sentou-se à minha frente apreensiva cada movimento que fazia.
- Porquê me olha assim? - Perguntou assim que depositei a colher do lado do prato de sopa. Ele apenas deu um sorriso fraco e abanou a cabeça em negativo. Então disse:
- Coma tudo, preciso falar contigo sobre algo muito sério. - Sua voz saiu séria e seu timbre muito forte .
Engulo em seco esperando ele continuar, pois meu corpo ficou duro lugar e a ansiedade de saber o que era esse assunto começou a tomar posse de mim .
- Aleksei!- Supliquei mas ele negou outra vez e disse:
- Coma por favor. - Antes mesmo que eu falasse mais alguma coisa seu telemóvel toca e interrompe nosso pequeno diálogo.
Ele faz gesto com as cabeças dizendo em saliência "Coma" enquanto ele atendia seu telemóvel. Olhei para o meu prato já não conseguia comer, toda a fome que tenha se foi.
- Ricardo, como vai? - Eu prestava atenção em cada sua fala. Além que seu resto nunca para uma expressão assustadora, meu corpo arrepiar-se já temendo por alguma terrível.
- Tudo bem Rick.- Uma pausa depois responde. - Sem problema meu amigo estarei em alerta. Obrigada. - Por fim Aleksei desliga seu telemóvel e volta a olhar para mim, seus olhos já não estão no tom azul que me transmite paz estão num azul escuro que diz alguma coisa não está bem. Aleksei levanta-se do seu assento e dá as voltas puxando seus cabelos para trás muito nervoso e ao mesmo tempo me assusta.
Paguei na bandeja e pus por cima da Cadeira após me levantar. Andei até tocando em seu braços pedindo por alguma explicação.
- O que foi? - Ele olha para mim e responde.
- Não é nada, volte a comer. - Sua resposta não me convenceu, voltei a insistir.
- Aleksei?
- Daiana vai comer porra. - Arregaloi meus olhos espantada e assustada, engulo em seco e soltei seu braços, com os olhos marejados afastei-me dele mantendo uma certa distância. Vendo minha reação o mesmo respira fundo e tenta vir até mim.
Mas o medo fala mais alto e me afasto mais dele.
- Daiana.. Porra.Daiana eu não queria gritar com você por favor me perdoe.
- Eu já ouvi essas palavras saírem da sua boca.
- Daiana não é...
-Para, por favor. Me conta o que se passa porque você ficou assim?
-Daiana você sabe que nunca machucaria né? - Indaga ele chegando mais perto.
-Você já me machucou ,Aleksei . Afirmo me afastando.
-Tá, mas não dessa forma, fisicamente
- Eu não sei de mais nada , Aleksei. -A minha resposta saiu mais fria do que previa, cruzei meus braços na altura dos seios e direcionei meu olhar para outro lugar.
- Tudo bem, você quer saber o que se passa então vem irei contar tudo a você. - Olhei para meio sem o que fazer suas mãos estavam estendidas para mim. Olhei para as suas mãos pensando se devo ou não aceitar, simplesmente a ignorei e fui sentar-me na cama . Depois de uma respiração longa ele veio e sentou-se puxando meu corpo para o seu colo.
- Desculpe-me!- Exclamou ele enquanto cheirava meu pescoço.
- Aleksei por favor!
- Tudo bem amor. Enfim, não irei mais enrolar , então Daiana você está doente.
- Doente? - Pergunto sem entender, do que ele fala.
- É, doente, HIV.
- O que? - Minha respiração já está falha, entretanto voltei à pergunta para ter certeza de que ouvi direito. Aleksei por sua vez fechou seu olhos e respiro profundamente ao abri afirmou com mais precisão nas palavras dizendo:
- Você está com HIV.