CapĂ­tulo 51
1674palavras
2024-05-21 14:50
"Lamento, Sr. Henry, mas não tenho tempo para a sua proposta. Ainda tenho tantas coisas para fazer," Ann recusou sua oferta naquele instante e deixou Kingsley na sala de conferências naquela manhã. Era apenas o primeiro dia e ela queria se estabelecer primeiro na etiqueta do trabalho. E tomar um café com o atual CEO do Grupo KH Development poderia dar a impressão errada, o que ela menos queria de seus colegas de trabalho ou do conselho.
Assim que ela saiu da sala de conferĂŞncias, viu o Advogado Agoncillo esperando Ă  margem, falando ao telefone. Quando ele a viu, imediatamente encerrou a chamada e se aproximou.
"Antes que eu me esqueça, gostaria de levar você ao seu novo escritório e apresentar sua nova secretária", disse o Advogado Agoncillo e conduziu o caminho. Ann apenas seguiu o homem e foi levada a uma sala um pouco distante da qual vieram. E ela estava parcialmente satisfeita com o design do interior.
Era do seu gosto - a cor era uma mistura de bege e castanho palha. Havia um conjunto de sofás à sua direita, e uma mini biblioteca à sua esquerda. Ao longe, no meio, estava a sua mesa de mogno, com o seu nome gravado na placa em cima dela. Tudo já estava pronto como se ela fosse a única esperando para ocupar aquele espaço.
Ela adorava o jeito que os raios do sol iluminavam o ambiente através da janela do chão ao teto. Ela gostaria de ver uma bela vista da cidade de vez em quando. E apreciava muito a existência de uma cafeteira próxima, já que é uma amante de café.
Apenas não conseguia mostrar o quanto amava tudo isso para todos. Ann queria ser uma mulher de poucas palavras e mais de ação.
"Espero que tudo esteja do seu agrado, Ann", disse o Advogado Agoncillo. "Foi solicitado por David Lawrence que mudemos todo o interior se houver algo que nĂŁo goste-"
"Não, isso seria desnecessário", Ann tinha guardado as suas coisas no sofá próximo e caminhou em direção à sua própria mesa. Ela tocou a placa com o seu nome gravado nela como se fosse um vidro delicado. "Eu aprecio o esforço para embelezar tudo. Muito obrigada."
"Muito bem," ele tossiu e mencionou outra coisa. "Antes que eu possa finalmente ir para casa para a minha esposa e crianças, deixe-me apresentar a sua nova secretária..."
Ann se virou para conhecĂŞ-la e sentiu algo estranho enquanto a olhava pela primeira vez.
Ela é bonita, seu corte de cabelo curto destacando os traços faciais. Ela deveria se sentir insegura sabendo que tinha uma secretária bonita. Mas seus olhos eram do marrom mais suave e quando ela sorriu para ela, Ann não pôde deixar de fazer o mesmo. A aura dela era simplesmente contagiante. E ali mesmo, ela soube que se dariam muito bem.
"Esta é Rufa Gutierrez, sua secretária a partir de hoje", Advogado Agoncillo apresentou as duas. "Espero que trabalhem bem juntas."
"Bom dia, Srta. Ann", Rufa ofereceu a mĂŁo para ela. "Estou feliz em finalmente conhecĂŞ-la."
"Já nos encontramos antes?" Ela ousou perguntar enquanto pegava a mão oferecida. Até mesmo o toque da mão dela era um pouco estranho. Havia uma sensação de familiaridade-
E Rufa colocou um fim a todas as suas conclusões com um aceno de cabeça. "Acredito que não. Fui enviada pelo Sr. Agoncillo para fazer um recado fora da empresa e acabei de voltar."
“Entendo. Prazer em conhecê-lo, Rufa," disse Ann sinceramente. Rufa respondeu o mesmo.
"Se vocês duas estão bem, por favor desculpem este velho por intrusão, lamentavelmente terei que ir," disse o Advogado Agoncillo, sorrindo para elas. "Mantenha contato comigo, Ann, se você tiver qualquer preocupação..."
"Farei isso, Advogado."
O Advogado acabara de sair do seu escritĂłrio quando Rufa colocou na sua mesa todos os montes de documentos que ela precisava revisar e assinar. Todos sĂŁo documentos para as propriedades Ă  venda, projetos de edifĂ­cios que precisavam ser estabelecidos.
"No primeiro dia, isso certamente foi muito," ela disse brincando. Rufa sĂł pĂ´de concordar.
"Devo sair agora, Srta. Ann. Se vocĂŞ precisar de alguma coisa, estarei logo do lado de fora."
"Certo, eu farei isso," ela andou em volta da mesa e sentou na sua cadeira giratĂłria. "Obrigada, Rufa."
Ann estava envolvida na leitura de um certo documento quando sentiu a vibração do seu telefone em cima da mesa. Ela o havia colocado em modo de vibração para não ser interrompida enquanto trabalhava. Mas quando viu o número da sua casa, Ann atendeu imediatamente a chamada.
"Alô—"
"Mãe, você não está em casa?" Sandro falou do outro lado. Ela ficou surpresa ao ouvir a voz do seu filho a essa hora do dia.
"Ainda estou no escritório, Sandro. Pai não está aí?" Ele só tem aula até às doze da tarde. E, como ele tinha um ônibus escolar, ela não tinha que pegá-lo na escola.
Isso é estranho. Ann disse a si mesma. Ryan tinha dito a ela que não tinha compromissos hoje. Mas talvez ele tivesse algumas coisas urgentes para fazer no escritório e simplesmente esqueceu de informá-la. De qualquer maneira, ela precisava ver seu filho mesmo se ele estivesse com a babá.
"Certo, estou indo para casa agora. Você já almoçou?"
"Sim, Mamãe. Tia já cozinhou para mim," ele estava se referindo à sua babá.
"Isso é bom de ouvir," Enquanto falava com Sandro, Ann já tinha se levantado, deixado tudo de lado e estava se preparando para sair. "Tem algo que você quer que eu compre para você?"
"Nada, MamĂŁe. SĂł venha para casa logo. Vou contar muitas coisas, especialmente o nosso futuro dia da famĂ­lia na escola," ele parecia tĂŁo entusiasmado. Ela sĂł pode sorrir. Ficava feliz quando Sandro parecia e soava tĂŁo animado. Ann faria qualquer coisa para manter aquele sorriso para sempre.
"É isso? Ok, a mamãe estará em casa logo," Ela se despediu e disse a Rufa que, se alguém a procurasse, tinha algo a que precisava atender.
Afinal de contas, Ann prioriza os assuntos da famĂ­lia, principalmente os do seu filho mais do que qualquer outra coisa.
Conforme atravessou o longo corredor, olhou para o relógio no pulso, já era meio-dia. Ann ouviu o som do elevador e apressou o passo sem olhar para frente. Estava ocupada vasculhando sua bolsa para pegar as chaves do carro quando inesperadamente esbarrou em algo sólido. Estava prestes a cair no chão frio de azulejos quando braços fortes e estáveis a seguraram bem a tempo. Ele a puxou para mais perto de seu corpo firme e seguro com uma mão na parte inferior das costas.
Ann ficou atônita ao perceber que Kingsley era quem ela tinha esbarrado. E a distância entre eles era muito desconfortável para ela. Ela estava praticamente respirando o mesmo ar que ele, seu familiar aroma masculino a atacava, provocando dentro dela algo quente e não soliccitado.
Ela imediatamente se afastou dele e se recompos. Não podia permitir que ninguém, especialmente ele, a visse nesse estado. Ann estava prestes a conversar com ele em particular quando uma pequena, animada, agarrou sua mão.
"Tia," Ela ficou além do surpresa ao ver Kenny com seu pai. Ann se esqueceu instantaneamente do que estava prestes a dizer a Kingsley, pois estava mesmerizada pelo sorriso genuíno da menina, como se estivesse muito feliz em vê-la. Ela irradiava alegria. Que fofura!
E então Ann percebeu que sua filha deveria ter a mesma idade que Kenny. Sua filha deveria ser encantadora e cheia de vida como ela. Não pôde evitar e se ajoelhou na frente da criança e alcançou-a. Ann abraçou a garota pelo mesmo motivo de sentir falta da sua própria filha.
~*~
Kingsley só pôde assistir enquanto Ann abraçava sua filha, Kenny, bem na frente dele. É impressão dele ou a cena puxava seu coração. Se fosse honesto consigo mesmo, adoraria ver esta cena várias e várias vezes, não apenas pelo bem de Kenny, mas pelo seu próprio bem também.
Esta é a visão que ele gostaria de ver todos os dias quando acordasse e quando voltasse para casa. E Kingsley acredita que isto seria mais apreciado pela criança. Sally estava muito ocupada com a carreira dela que muitas vezes esquecia que tinham uma filha.
Kenny pode nĂŁo ser sua filha de sangue, mas ele a tratava como tal. E, como pai dela, ele sĂł queria o melhor para ela.
Como de costume, Sally não conseguiu buscá-la na escola. É por isso que Kingsley saiu do escritório para buscar Kenny. Ele até viu Sandro entrar no ônibus escolar. Talvez ele deva ter trazido a criança com ele. Parece que Ann vai voltar para casa para encontrar o filho.
"Tia," balbuciou a filha. E como se despertada do transe, Ann se afastou e enxugou uma única lágrima que escapou de seu rosto. "Qual é o problema?" a filha perguntou inocentemente. E Kingsley também gostaria de saber o porquê.
"Nada," ela balançou a cabeça e sorriu. Um sorriso genuíno para o dia. "É que eu estou com saudades da minha filha. Ela deve ter mais ou menos a sua idade…"
Os olhos de Kenny brilharam de excitação. "Sério, onde ela está—"
"Kenny," sua filha o olhou e ele balançou a cabeça. "Talvez estamos segurando muito sua Tia Ann. Ela deve estar a caminho para encontrar seu filho—"
"Sandro! Deixe-me encontrá-la, Tia, por favor," Kenny até juntou as mãos enquanto seus olhos azuis como de uma corça pediam permissão a Ann.
Ela suspirou e olhou para ele como se pedisse ajuda. Ele balançou a cabeça mais uma vez, em sua mente só podia se desculpar, pois não tinha poder sobre nenhum dos pedidos de Kenny. Kingsley não sabia se podia se orgulhar de sua filha. Mesmo na sua idade, Kenny já sabia como usar seu charme para conseguir o que queria. E quem recusaria tal pedido de uma menininha tão fofa? Ninguém.
Se apenas seu avô ainda estivesse vivo, Kingsley sabia que ele a mimaria com todas as riquezas do mundo. Ele aposta que David Lawrence dará a ela tudo o que quiser num estalar de dedos.