CapĂtulo 11
1872palavras
2024-05-21 10:10
Os prĂłximos dias sĂŁo exaustivos. Ann estava aliviada que Kingsley finalmente desistiu de persegui-la. Ela já havia cortado laços com ele, trocou seu nĂşmero e nĂŁo aceitava mais nenhum dos homens dele em sua porta entregando vários itens de luxo. Isso era o mĂnimo que ela queria. Ela queria sua paz apĂłs a tragĂ©dia que lhe aconteceu, e Kingsley nunca fez parte disso.
Como ela estava em seu primeiro mĂŞs de gravidez, estar sozinha na casa de seus pais era difĂcil. Lidar com o enjoo matinal todo dia podia ser cansativo Ă s vezes. E ela desejava alguns alimentos, combinações bizarras, e perturbava bastante sua melhor amiga para encontrá-los.
Todas essas mudanças, ela aceitou de bom grado. Ela está, de fato, ansiosa para vivenciar a jornada de sua gravidez. Não há nada neste mundo que poderia excitá-la mais do que ver seu bebê daqui a alguns meses. E ela fará tudo que puder para trazê-lo ou trazê-la seguro(a) e saudável a este mundo.
Ela já marcou uma consulta com um obstetra. Sua mĂ©dica já confirmou que o bebĂŞ estava seguro e saudável apĂłs uma sĂ©rie de exames que incluĂam ultrassom, entre outros. A mĂ©dica havia prescrito leite suplementar e vitaminas para garantir que ela e o bebĂŞ cresceriam seguros e saudáveis durante a jornada da gravidez.
Ann estava segurando a imagem de seu bebê pela primeira vez. Ela estava descansando na cadeira de balanço na varanda. De alguma forma, sentiu-se nostálgica. Ela se lembrou da última vez que viu sua mãe viva e lágrimas quentes escorreram por seu rosto em um instante.
“Mãe, Pai,” ela disse olhando para o céu e murmurou os nomes deles em silêncio. “Se podem me ver lá de cima, sabem que estou grávida de seu primeiro neto(a)…”
“Por favor, nos orientem todos os dias até o dia que eu der à luz este filho(a) de forma segura e saudável neste mundo.”
Alice veio visitá-la no dia seguinte. Sua melhor amiga tem sido uma grande ajuda para ela nesses dias. Alice a mimava muito, e a seu futuro afilhado(a). Alice ocasionalmente trazia muitas coisas para a casa dela, seja comida para ela ou coisas para a criança. Ann sentia vergonha de todos os esforços que sua melhor amiga havia feito até agora, mas Alice ainda insistia em mimá-la tanto quanto podia.
“Obrigada,” Ann murmurou após tomar o suco de laranja fresco de Alice. Sua melhor amiga passaria a noite com ela até o fim de semana. “É muito bom ter você aqui.”
“Quantas vezes eu tenho que lhe dizer que sou sua amiga, Ann,” Alice revirou seus olhos, mas sorriu para ela em seguida. “Para que servem as amigas? É natural ajudar uma à outra.”
"Mas vocĂŞ nĂŁo precisa se envolver nisso," disse Ann, timidamente. "Afinal, Ă© o meu prĂłprio problema."
“Problema?” Alice exclamou. Ela se aproximou dela com o cenho franzido e tocou o topo de sua barriga. Ela estava começando a ver a protuberância. O bebê estava crescendo firme dentro dela. "Não ouse dizer que isto é um problema..."
“Na verdade, nada disso. O que aconteceu com vocĂŞ e sua famĂlia nĂŁo foi culpa sua. E este bebĂŞ,” Alice enfatizou. “É absolutamente uma benção, Ann. E cuidar de vocĂŞ nunca foi um problema. Eu sempre estarei aqui para vocĂŞ, para te apoiar atĂ© o fim, vocĂŞ, futura mĂŁe que está ficando boba por causa dos hormĂ´nios.”
“Alice,” Ann não consegue segurar as lágrimas muito bem nestes últimos dias. É mais cedo para derramar lágrimas do que antes. Provavelmente devido aos hormônios. Ela abraçou sua melhor amiga e chorou em seu seio. “Eu não sei o que teria sido de mim se você não estivesse aqui.”
“Bobinha,” Alice acariciou seu cabelo enquanto a consolava. Ela está bebendo sua lata de cerveja apesar de sua aprovação. Ela está bem ao seu lado enquanto assistem ao pôr do sol. “Seus pais estão te olhando lá de cima…”
"VocĂŞ tem que mostrar a eles que vocĂŞ Ă© forte por vocĂŞ, e especialmente pelo bebĂŞ."
Alice tinha sido sua melhor amiga por tanto tempo quanto conseguia se lembrar. Elas compartilhavam segredos juntas. Ela a conhecia mais do que seus pais talvez conhecessem. E Alice frequentava a casa delas em ocasiões especiais. Seus pais tratavam a melhor amiga como se fosse sua própria filha.
Ann estava olhando para a sua melhor amiga que agora estava sentada na cadeira do outro lado da mesa. Se ela quisesse, Alice poderia ser popular com os meninos. Mas, aparentemente, ela priorizava o trabalho e seus sonhos. E o amor era a Ăşltima de suas preocupidades.
Se havia alguém que realmente poderia entender melhor a situação recente, era ninguém menos que Alice. Ela tinha perdido os pais, o pai morreu quando ela estava no colegial e a mãe sucumbiu à doença antes mesmo de se formar na faculdade. Alice acreditava que a mãe não queria ser um fardo e escondeu a doença. Afinal, a mãe sempre foi clara em querer que a única filha se formasse na faculdade. E a melhor amiga cumpriu o desejo da mãe falecida.
Alice tinha suas próprias lutas na vida, lidando com a incerteza e como viver livre de preocupações financeiras. Mas ela superou as adversidades que surgiram em seu caminho e agora tem um emprego estável com seu próprio apartamento na cidade.
"Qual Ă© o seu plano agora?" Alice a tirou de seus pensamentos vagos. Ann fez beicinho, ainda bastante incerta.
"O que vier, eu aguento?" Ela disse e entĂŁo sorriu.
Alice suspirou. "É melhor ter planos do que não ter, você sabe disso," Então ela tossiu repetidamente quando se lembrou de algo. "Desculpa por isso..."
"Eu me lembro de ter visto o Kingsley no cemitério. A imagem dele era vaga, mas eu sabia que era ele," Os olhos de Alice se estreitaram em direção a ela. "Qual é a história com esse homem?"
Era a vez dela suspirar. "NĂŁo podemos simplesmente nĂŁo falar sobre ele?"
"NĂŁo, nĂŁo podemos, Ann."
"Kingsley queria falar comigo em particular."
"E..." Alice a incentivou a continuar. Ela suspirou pensando em como Alice podia ser insistente.
"E eu disse nĂŁo. Ponto final."
"E," Os olhos de Alice ainda estavam fixos nela. "Eu acho que ouço um mas aĂ."
"Mas ele me incomodou depois, me enviando presentes e tais. Mas não se preocupe, ele já parou—"
"Esse bastardo ainda tinha cara para te ver depois de tudo o que ele fez. NĂŁo tem ele nenhuma vergonha!" Exclamou Alice. "Se ele Ă© realmente tĂŁo brilhante como empresário, ele já deveria ter percebido que aquelas fotos eram falsas desde o inĂcio!"
Ann nĂŁo podia rebater as palavras de sua melhor amiga. Mas nĂŁo importa o quanto pensassem sobre a situação, isso nĂŁo mudará o fato de que ela já assinou os papĂ©is do divĂłrcio. A qualquer momento a partir de agora, ela receberá a carta oficialmente informando que o caso foi concluĂdo e que ela Ă© finalmente uma mulher livre novamente.
Ela está cansada de pensar no 'E se'. Realmente não importa mesmo se ao longo do caminho Kingsley mudou de ideia. O mais importante para Ann no momento era superar o infeliz evento que aconteceu com ela a fim de apoiar e cuidar da vida que crescia dentro dela.
"Não vamos estragar nossa tarde falando sobre ele," ela tomou um gole do seu copo enquanto acariciava a barriga. "Mais cedo ou mais tarde, ele saberá que tudo que ele está fazendo é apenas uma perda de tempo."
"VocĂŞ tem certeza?" Alice teve aquele olhar ridĂculo novamente. Como se nĂŁo estivesse convencida de sua determinação. "E se Kingsley finalmente ver o seu valor e finalmente se tornar o homem que vocĂŞ quer que ele seja?"
"Você ainda aceitaria o bastardo que também é o pai do seu bebê?"
"Definitivamente, Não!" Ela declarou. "Não há chance. E além do mais, ele também não faria isso."
"Eu não sei sobre ele, mas eu te conheço, Ann," Aslice tomou outro gole de sua cerveja em lata. "Você estava loucamente apaixonada por ele—"
"E isso foi antes, Alice," Ann estava ficando irritada com o rumo desta conversa. "Por favor, vamos apenas mudar o assunto ou você não quer deixar essa grávida irritada?"
Alice levantou ambas as mãos em sinal de rendição. Ann podia ver que sua melhor amiga estava testando-a. No entanto, não é realmente um assunto de interesse. Seu casamento com Kingsley já havia acabado. E ela vai seguir em frente e se vingar dele quando chegar a hora.
Ela nunca perdoará nem esquecerá. Kingsley pagará por tudo.
Os dias se passaram e nenhum Kingsley se atreveu a incomodá-la novamente. Ann estava observando o exterior de sua casa, procurando por qualquer homem estranho, mas nada foi detectado nem mesmo em sua visão periférica. Após confirmar que a costa estava limpa, ela deixou a casa e pegou seu carro de volta para a cidade.
Alice insistiu que ela nunca precisou trabalhar já que está grávida. Que o fundo fiduciário deixado por seus pais era suficiente para apoiar ela e as necessidades do bebê nos próximos anos. Mas Ann estava tão entediada de ver os quatro cantos da casa que ela queria desafiar a si mesma novamente. Afinal, ela é uma engenheira licenciada. E ela precisa colocar suas habilidades em ação ou ficará estagnada para o resto da vida.
Então, sem informar Alice, ela foi para a cidade para participar de sua entrevista inicial na Francis Properties. O dito nome distinto esteve no topo do jogo quando se trata da indústria da construção. Eles estão expandindo o negócio para o mercado imobiliário, que está alinhado ao seu negócio principal.
Ann viu a vaga de emprego em um dos sites e imediatamente se inscreveu. Adquirir experiência em uma empresa tão renomada pode ser uma ótima adição ao seu portfólio.
Ela saiu do carro após se verificar no espelho. À sua frente estava o escritório principal da Francis Propriedades. Ann sentiu pela primeira vez o entusiasmo tomar conta dela. É isso! Ela disse a si mesma enquanto dava o primeiro passo em direção à realização de seu sonho.
Trabalhar como Engenheira Estrutural era um de seus sonhos. Se ao menos ela não tivesse se casado logo após aquele incidente, poderia ter alcançado muitas coisas durante esses três anos.
"O passado Ă© passado, Ann," uma parte dela raciocinou. "Tudo o que vocĂŞ tem que fazer Ă© seguir em frente..."
Se o exterior do prĂ©dio era impressionante e bem construĂdo, os interiores eram precisos, todos alinhados com o tema de simplista, mas com um toque de luxo. Ann parou por um momento enquanto a vista do magnĂfico saguĂŁo a encantava. SĂł atĂ© que um dos funcionários por trás da recepção chamou sua atenção.
"Nome, por favor," a recepcionista sorriu educadamente para ela. Ann retribuiu o gesto e mostrou a ela sua identificação.
"Senhorita Ann Cullen," a mulher verificou algo em seu computador e após alguns segundos, retornou para ela. "Já confirmei seu compromisso em nosso banco de dados..."
"Por aqui, por favor," e Ann seguiu a mulher até chegarem na sala de reuniões no fim do corredor. A recepcionista desejou-lhe boa sorte ao abrir a porta para ela.
Ann estava confiante ao entrar na sala, apenas para ficar atordoada ao encontrar o homem familiar em um elegante terno preto.