Ao ouvir suas palavras, Sasha sorriu levemente, "Tio, você virá me encontrar?" Ela realmente queria isso, pois havia esperado meio dia em sua casa, mas ainda não havia conseguido falar uma única frase com ele. Daniel dispensou friamente sua pergunta, "Não, estou falando da sua irmã."
O sorriso no rosto de Sasha desapareceu imediatamente, mas ela conseguiu forçar um sorriso e concordar, "Ah, tá bom!" Embora parecesse não afetada, a frustração no seu tom era inevitável.
Sasha continuou a se comportar bem até que deixaram a vila de Daniel. Ela não parava de cutucar Maria, perguntando impacientemente o que exatamente estava acontecendo entra os dois.
"Eu não sei, Cass. O Tio Daniel diz que eu sou dele, que serei dele para a vida toda. Ele está me forçando a ficar com ele." Maria disse, deliberadamente enxugando uma lágrima com seu dedo longo e esbelto para parecer vulnerável. Ela continuou, "Mana, eu não sei o que fazer. Estou com muito medo. Deveria... deveria eu obedecer e ficar com ele? Ele disse que eu vou segui-lo pelo resto da vida."
Sasha deu uma respirada funda, como se suas palavras tivessem sido algum tipo de ignição, a Grande Senhorita da família Green explodiu como um vulcão, "Chega! Você está fora de si? Como você pode ficar com Daniel Lambert? Ele é nosso tio, um ancião! Você não é mais uma criança, você deveria evitar quem não pode arcar com as consequências!"
Maria tremeu um pouco fazendo a outra se recompor, percebendo que havia baixado a guarda e quase exposto suas verdadeiras emoções, Sasha abaixou o tom e ficou mais gentil, "Maria, você não tem o Octavio? Vocês não estão muito apaixonados? Confie em mim, Octavio Owen é perfeito para você e vai cuidar bem de você. Não seja ingênua a ponto de acreditar que o Tio Daniel está mesmo interessado em você. Talvez ele estivesse apenas brincando com você porque gosta de ter virgens na cama dele."
Maria forçou um sorriso amargo, ela não conseguia acreditar que Sasha pudesse pensar em uma desculpa tão repugnante. Nesse ponto, Maria não tinha certeza se ela estava tentando convencê-la a desistir ou enganando a si mesma com tais desculpas.
Com a menção de Octavio Owen, Maria contraiu os lábios e ficou quieta por um tempo. Depois ela finalmente disse, "Eu... eu não gosto mais do Octavio. Ele é apático e imaturo. Eu gosto mais de homens introvertidos e maduros."
Maria estava cuidadosamente dando dicas para a outra de que ela preferia alguém como Daniel ou talvez ele próprio.
Para ser honesta, Sasha estava certa, ela realmente estava apaixonada por Octavio Owen. Em sua vida anterior, ele disse que também a amava. Na cabeça dela, Octavio era o homem mais perfeito da Terra, ele era a figura do Príncipe Encantado para ela. Não apenas era gentil e atencioso, ele era realmente bonito e admirável.
Ele prometeu a ela que iria casar com ela assim que terminassem a faculdade. Maria estava vivendo seu sonho até que tudo virou de cabeça para baixo. Octavio descobriu sobre seu relacionamento ilícito com Daniel antes de poderem terminar a graduação.
Como um covarde, ele nunca apareceu de novo e terminou com ela sem nem mesmo ouvir o lado dela da história. Ele desapareceu completamente da vida dela até o dia em que ela conseguiu convencê-lo a encontrá-la em um quarto de hotel sem contar a Daniel.
Ela planejava contar a ele que estava sendo forçada e que não queria ficar com ele. Mas as coisas não saíram como planejado porque Sasha acabou colocando droga na sua bebida e ela perdeu o controle. Confusa e desesperada, ela se debatia na cama esperando por Octavio. Tudo isso estava sendo gravado e enviado para Daniel.
Ele ficou tão furioso ao ver isso que a empurrou na piscina e quase a afogou. Seu ódio não diminuiu aí, ele a forçou a abandonar a faculdade e ficar em prisão domiciliar. Se não fosse por Sasha incriminá-la pelo assassinato da Senhora Lambert, ela ainda estaria em prisão domiciliar até hoje, sendo torturada e pensando em cometer suicídio para fugir desse destino.
Assim que entraram na casa, as duas meninas foram paradas por Katrina Brown - a mãe biológica de Sasha e madrasta de Maria. Ao ver Maria finalmente voltar para casa com suas roupas esfarrapadas e rasgadas, protegida pelo casaco de sua filha, ela a desprezou com ódio, "Maria, você tem algum senso de vergonha? Você acabou de se tornar uma adolescente e já aprendeu a não voltar para casa à noite. Tal mãe, tal filha! Diga-me, por que suas roupas estão rasgadas?"
Embora seu tom fosse extremamente severo, Maria já estava acostumada. Vivendo sob o teto dos Green, Katrina era seu maior pesadelo. Ela a odiava até o âmago e nunca a tratava como filha. Ela, e Sasha, eram uma dupla de serpentes, tornando sua vida miserável nesse lar. Sr. Green era seu pai e ela tinha todo o direito de viver ali, mas sua moradia nessa casa era vista como um ato de caridade para com ela por essas duas mulheres nobres.
Sasha falou em defesa de Maria, dizendo que a última estava na casa de uma amiga e não conseguia contatá-las para avisar que ficaria lá durante a noite, "Mãe, você deveria pegar mais leve com ela. Ela vai começar a faculdade em breve. Deixe-a aproveitar um pouco, consegue?"
Maria sorriu com sarcasmo, se fosse seu antigo eu, teria se derretido vendo a bondade de Sasha e prometido ser grata a ela pelo resto da vida. Ela estava protegendo-a e não guardando rancor contra ela por ser uma filha ilegítima, como sua mãe fazia. Mas agora, desde que viu seu verdadeiro eu, ela não sentia nada além de ódio.
Sasha suspirou um pouco, sentiu como se uma noite na casa de Daniel tivesse mudado Maria um pouco. Algo estava estranho, mas ela não conseguia identificar exatamente o que.
Katrina não acreditou nas palavras da própria filha, mas começou a 'repreendê-la' por ser gentil, "Querida, por que você é assim? Em vez de bater e intimidar essa semente selvagem invadindo o seu espaço nesta casa, você sempre cuidou bem dela e a protegeu com tudo o que tinha. Agora, está até ajudando-a a mentir? Por que você é tão gentil, minha pequena, sobretudo com pessoas que nem sequer sabem como apreciar isso?"