"Um divórcio?", Nelson gritou ao abrir a boca assombrada.
"Podemos conversar calmamente sem transformar isso num problema? Nós poderíamos resolver isso sem fazer um drama todo", Octavio disse calmamente ao deslizar as mãos nos bolsos.
"Resolver sem fazer drama? Eu não entendo, Octavio. Simplesmente não consigo entender! Você só quer me abandonar porque a Mariana voltou! E eu não vou permitir que faça isso!", Nelson gritou.
"Vamos lá, Nelson! Sei que você está cansada de ser minha esposa. Estou poupando você do estresse de estar presa a um monstro como eu. Então, apenas assine os malditos papéis e seguimos nossos caminhos separados!", Octavio respondeu zangado.
"Não podemos simplesmente nos separar assim! Não podemos nos separar assim! Passei a minha vida toda em fanatismo. Não acredito que você está fazendo isso comigo. Não acredito que você simplesmente não teve consideração ao agir assim. Eu sou sua esposa. Veja, nós nos casamos!", Nelson lamentou.
"Eu quero que possamos conversar como pessoas maduras. E que possamos resolver isso de forma amigável. Com compreensão de ambos os lados, meus pais e sua família. Ok?", Octavio disse enquanto olhava fixamente nos olhos chorosos de Nelson.
"Nunca! Eu não aceito isso. Confie em mim, Octavio. Se é sobre a fusão, estou tentando resolver. Nós podemos fazer isso. Eu simplesmente não posso... eu não posso imaginar nós fazendo isso. Eu simplesmente não posso!", Nelson gritou enquanto jogava os papéis e o envelope no chão.
Ela subiu as escadas às pressas. Suas mãos estavam trêmulas e ela desabou no chão ao entrar no quarto. Ela apoiou a cabeça na cama enquanto se ajoelhava ao lado da cama. Subitamente, lembrou-se de como tinha forçado Octavio a se divorciar de Mariana. Agora, ela tinha tomado do próprio remédio.
Por que Octavio faria isso com ela? Ela tinha sacrificado muito pelo relacionamento deles. Não neste momento em que todos estavam de olho em seu casamento.
*****
Octavio se sentiu aliviado depois de entregar os papéis de anulação a Nelson. Já que ele não conseguia atingir seu objetivo, era melhor largá-la logo do que fingir seu amor por ela. Ele sentiu a dor dela ao receber os papéis. Mas não teve escolha. Tinha que fazer isso a tempo.
"Por quê? Por que você está fazendo isso, Octavio? Por quê?" Ele havia se perguntado no escritório.
Provavelmente, para ter Mariana de volta. Ou para trazer sua empresa de volta aos holofotes. Ele estragou tudo e estava determinado a consertar.
Ele tinha certeza de que Nelson não estava esperando os papéis do divórcio. Ele subiu as escadas lentamente e entrou no quarto. Ela estava ajoelhada, encostando a cabeça na cama.
"Eu sinto muito, Nelson. É realmente para o nosso bem. Além disso, seu irmão não parece que vai me ajudar. Praticamente todo mundo não gosta mais de mim. Meu pai está me dando tantos problemas no escritório. Eu só preciso de conforto. Eu só quero que você...", Octavio gaguejou antes de uma bofetada lhe atingir o rosto.
Nelson pegou sua bolsa e bateu a porta. Ela tinha certeza que Octavio não estava esperando aquele tapa forte. Octavio correu atrás dela e a puxou para ele.
"Só vou deixar passar dessa vez, mas nunca mais tente fazer isso de novo. Nunca mais encoste suas mãos sujas no meu rosto novamente!", Ele gritou enquanto sacudia Nelson violentamente e a chutava para o chão com o pé.
A campainha tocou, fazendo Octavio olhar para Nelson com olhos inquisitivos. Ela balançou a cabeça rapidamente, enviando a ele a mensagem com os olhos de que não estava esperando ninguém.
Octavio passou por Nelson e abriu a porta. Era Mariana.
"O que você está fazendo aqui, Mary? Quero dizer, não estava esperando te ver aqui", Octavio gaguejou.
"Sim, te liguei várias vezes, mas você não atendeu. Então eu peguei um táxi até aqui. Sinto muito por aparecer assim", disse Mariana, abaixando as pálpebras para focar no chão.
Ela usava um vestido curto azul com mangas adornadas com penas. Embora o vestido não fosse apertado, revelava maravilhosamente suas curvas e bela forma.
"Ah! Desculpe por ter perdido sua ligação. Eu estava ocupado fazendo algumas coisas", respondeu Octavio, com os olhos fixos em seu corpo.
"Eu queria que você me acompanhasse até a loja de carros. Eu meio que quero comprar um carro e preciso da sua ajuda", disse Mariana, segurando suas mãos.
"Ah, sim. Isso é ótimo! Sim, podemos ir juntos. Meu Deus! Desculpe por ter te deixado do lado de fora. Entre", disse Octavio, abrindo a porta para que ela entrasse.
"Sua vagabunda! O que você está fazendo aqui?", Nelson gritou ao ver Mariana. Ela estava parada como se estivesse pronta para bater em Mariana.
"Octavio, podemos ir o mais rápido possível? Tenho outras coisas para fazer", Mariana sorriu para Octavio e passou por Nelson até o sofá, ignorando sua postura violenta.
"Certo! Deixe-me trocar de roupa e já volto", disse Octavio enquanto caminhava apressado para a escada.
"Posso ir com você, Octavio?", Mariana perguntou em um tom suave e tentador.
"Certo, pode ir se quiser"
"Diretamente atrás de você então", disse Mariana, enquanto Octavio subia as escadas com um sorriso.
Mariana caminhou devagar até onde Nelson estava. Ela riu de forma maníaca e aproximou seus lábios do ouvido de Nelson.
"Querida, é melhor você se comportar quando me ver. É óbvio que Octavio perdeu todo o interesse por você. Sem ofensas, querida. Se eu te disser que ele agora é meu, o que é verdade, eu não vou tirar nada de sentir orgulho disso. Então aceite o seu destino, tola!", Mariana sussurrou.
"Nunca! Você é louca, Mariana. Você ficou maluca! Eu nunca vou deixar meu marido por nada!", Nelson gritou.
Mariana sorriu de forma sinistra enquanto passava por Nelson, com seus saltos fazendo sons de batida. Ela subiu as escadas e olhou para os olhos lacrimejantes de Nelson com piedade, enquanto ria histérica.
Ela entrou no quarto. Nada realmente havia mudado. Ela lembrou de sua primeira noite juntos, onde ela havia se forçado sobre ele. Ela suspirou profundamente e colocou sua bolsa suavemente na mesa de cabeceira. Ela sentou e cruzou as pernas esperando pacientemente por Octavio.
"Maldição! Meu Deus. Desculpa, Thales! Não! Não fui eu. Eu juro por tudo. Não fui eu!", Octavio gritou enquanto corria para fora do banheiro com uma toalha manchada.
"O que aconteceu, Octavio? Você está bem? O que houve?", Mariana perguntou se levantando apressadamente de onde estava sentada.
"Mary, estou com medo. Não sei. A torneira. As janelas e até as paredes estão cheias de fotos do Thales. Eu ouvi a voz dele, Mary. Eu ouvi a voz dele!", disse Octavio, enquanto começava a chorar. Seu rosto estava vermelho e o medo o invadira completamente.
"Se acalme, Octavio. Primeiro de tudo, Thales está morto. E eu também não ouvi nenhuma voz. Estou aqui agora, Octavio. Nada vai acontecer com você, tá bom?", disse Mariana segurando suas mãos e secando as lágrimas do rosto dele com as mãos.
"Tenho certeza que vi todas essas coisas, Mary. Era ele. Não sei. Ele era meu melhor amigo. Eu não sei! Eu só não sei o que aconteceu"
Mariana correu para o banheiro e chutou a porta com o pé. Ela espiou e não encontrou nada lá. Ela abriu a torneira e a água começou a fluir. Ela sorriu e voltou para o quarto apressadamente.
"Não há nada lá, Octavio. O que aconteceu? Tenho certeza que você estava alucinando. Está tudo bem. Estou aqui agora. Tá bom? Vamos, você precisa tomar um banho rápido. Me dê sua mão"
"Não, Mary. Eu não quero. Ele disse que voltaria por mim. Ele disse que me faria pagar em dobro. Eu não quero voltar lá"
"Você não fez nada de errado para Thales. Então por que está com medo? Você era o melhor amigo dele e cresceram juntos. Então recomponha-se e tome seu banho, Octavio. Tenho certeza de que não era Thales e além disso, estou aqui agora", disse Mariana, garantindo a ele.
Octavio decidiu voltar para evitar levantar suspeitas. Se ela conseguia conversar daquela maneira, ele ainda era confiável aos olhos dela. E ele não estava pronto para perder a confiança dela desta vez.
Ele de repente sentiu mãos no ombro enquanto se virava para ir ao banheiro.
"O que aconteceu com você, Octavio? Por que todas essas cicatrizes repentinamente no seu braço e ombro? O que aconteceu?", perguntou ela com curiosidade.
"Eu não sei. Provavelmente uma reação. Eu já volto, Mary", disse ele, enquanto tirava as mãos dela e andava rapidamente.
Ele tomou banho às pressas e foi para o guarda-roupa de roupão. Ele escolheu uma camisa listrada amarela e preta e calças pretas do guarda-roupa, que vestiu rapidamente.
Mariana estava ficando confortável perto dele, pensou. Ele ainda se surpreendia ao vê-la em sua casa. Graças a Deus ele perdeu a ligação dela. Ele sorriu e olhou no espelho para verificar sua roupa. De repente, gritou ao ver outro reflexo no espelho.