Capítulo 101
726palavras
2024-05-11 00:52
As lágrimas não paravam de escorrer. Ela sentia pena de si mesma enquanto estava sentada no armário com a cabeça enterrada entre os joelhos e as pernas todas encolhidas.
Ela simplesmente não conseguia acreditar no que Octavio fez. Ele convidou aquela vadia para sua casa matrimonial. A própria casa deles e fez ela se preparar como se fosse uma espécie de convidada importante.
O que Octavio viu nela que ele não conseguia deixar que ela fosse embora? Ela havia dado tudo de si para Octavio. Seu amor e seu corpo eram todos dele. Ele até a manipulou em alguns casos. Ela se levantou e caminhou até o quarto. Pegando o telefone, ela discou o número de sua mãe.
"Eu sabia que ela nunca atenderia. Ela não faz esforços para entrar em contato conosco e mesmo quando entramos em contato, concluímos que foi um erro ter feito isso", disse Nelson em voz alta.
Ela rolou e viu o contato de Darion. Ela pensou em ligar para ele. Ela precisava conversar com alguém. Qualquer pessoa. Todos os amigos dela a haviam abandonado por causa de como ela se apegava a Octavio como se sua vida dependesse dele.
Ela acabou ligando para a linha de Darion. Estava tocando e ela só esperava que ele estivesse ocupado.
"Adivinha quem me ligou! Nelson, como você está?", disse Darion imediatamente ao atender a ligação sem esperar que ela dissesse algo.
"Ei, Darion!" Ela disse devagar.
"Ei, Nelson", ele disse imitando-a.
"Hã, eu estava olhando meus contatos e decidi dizer oi. Desculpe por ligar tão tarde", disse ela tentando esconder a voz chorosa.
"Nossa! Isso é maravilhoso! Você passou pela sua lista de contatos e me escolheu. Estou honrado, Whits. De qualquer forma, obrigado!" Ele respondeu animado.
"Como foi o trabalho hoje?" Ela perguntou.
"Você tem certeza que está bem?" Darion perguntou.
Ela quis dizer a ele naquele ponto que estava cansada da crueldade de Octavio com ela. Ela queria dizer a ele que amava Octavio tanto e que, apesar do abuso, ela não o deixaria, mas tentaria mudá-lo. Ela queria dizer a ele que queria ir de férias com o marido. Ela queria dizer a ele que Mariana era a causa de todo aquele caos. Ela queria conversar com alguém. Mas ela se encontrou sem palavras nesse ponto.
"Você está aí? Alô?"
"Consigo ouvir você, Darion. Vamos almoçar amanhã. O que acha?"
"Ah, tudo bem. Eu te ligo então"
"Certo, eu posso dirigir do meu escritório até o café perto do hospital"
"Seu escritório? Desde quando você começou a trabalhar? Estou totalmente surpreso"
"Agora eu trabalho com meu pai, Darion"
*****
"Seu fim chegou, assassino!!!" Octavio leu em voz alta.
A mesma mensagem novamente. Ele tem recebido mensagens de um número desconhecido há um mês.
Ele já tentou rastrear o número, mas sem sucesso. Quem era o f*da-se que estava tentando mexer com sua cabeça. Ninguém sabia que ele era quem tinha arranjado a morte do Thales. E o Rex não seria tão idiota a ponto de fazer isso. Era sua forma de sobrevivência e ele não ia querer estragar tudo. Então quem era o f*da-se?
Ele olhou ao redor do quarto e observou a bagunça que havia criado. Tinha espalhado tudo da prateleira e rasgado a roupa de cama em pedaços. De repente, sentiu uma forte dor de cabeça.
Decidiu ligar para Mariana. Ela havia dado seu contato ontem após seus insistentes pedidos.
"Ei, Mary!” Ele disse alegremente assim que ela atendeu.
"Você não acha que é muito cedo para me ligar?" Ela respondeu rudemente.
"Desculpe por isso. Eu liguei para você tão cedo para saber o seu horário do dia,” ele disse em um tom calmo.
"Desde quando você virou meu marido de novo? Além disso, se eu estivesse tão livre o dia todo, não iria querer ver você,” ela disse ao desligar.
"Que merda!” Octavio exclamou ao jogar seu telefone na cama.
Por que ela estava sendo tão dura com ele? Isso era tão injusto da parte dela, ele pensou. Ele entendeu que ela ainda estava chateada com ele por tudo o que ele fez. E como ele tinha bagunçado a vida dela. Mas ele estava pronto para deixar isso para trás e mudar tudo também.
"Só uma chance de provar a mim mesmo, Mary. Apenas me deixe provar como eu mudei pra car*lho!” Ele disse em voz alta.