Thales dirigia atrás de um Camry preto enquanto todos esperavam pelo sinal de trânsito que piscava em vermelho. Ele pensava na conversa que tivera com Octavio há pouco tempo.
Ele estava bêbado ou algo assim? Ele se perguntava enquanto estava lá, batendo impaciente no volante esperando pelo sinal de partida.
"Fique longe dela!" As palavras raivosas de Octavio ecoaram em sua cabeça.
Ele deveria ficar longe de Mariana? Por quê? Como? Alguém que ele não conseguia tirar da cabeça e que direito diabos Octavio tinha de lhe dizer para ficar longe dela?
Uma buzina explodiu em seus ouvidos e ele olhou para cima para ver os carros já avançando. Então ele pisou no acelerador e arrancou.
Ele estava realmente indo para a casa de Mariana. Era muito tarde e sua casa era muito longe da dela, mas ele não se importava nem um pouco com sua segurança, tudo o que queria fazer era exatamente o oposto do que Octavio tinha dito, sentindo a necessidade de vê-la mais do que nunca. Ele aumentou a velocidade e pisou forte no acelerador e empurrou seu Morgan até o limite.
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"O que você está fazendo aqui?" Mariana perguntou surpresa e, nesse instante, Bianca entrou ofegante. “Por que você o deixou entrar?” Mariana perguntou, seus olhos nunca se desviando do seu rosto.
“Peço desculpas, Mary, ele se forçou a entrar”, Bianca respondeu ofegante como alguém que tinha corrido desde as escadas, o que de fato tinha feito.
"Acabei de fazer uma pergunta, o que você está fazendo aqui, Octavio?" Mariana perguntou novamente.
Ele a encarou como que em um transe. Ele parecia realmente bêbado e o cheiro forte de álcool estava evidente.
Como ele conseguiu encontrar a casa dela?
"Vim te ver, Mariana", ele disse, suas palavras arrastadas como a de tipicos bêbados.
Octavio nunca foi de beber, ela se perguntava, vivendo com ele ela descobriu que uma vez que ele tomava mais de dois goles regulares, ele estava acabado.
Ela se perguntou o que teria justificado ele estar bebendo quando o sonho de se casar com a mulher dos seus sonhos estava tão próximo.
Ele se moveu na direção dela e ela deu um passo para trás.
"Sabe de uma coisa? Eu não quero saber por que você está aqui, apenas saia da minha casa!" Mariana gritou, apontando para a porta.
"Eu não vou a lugar nenhum, eu vim... vim aqui te ver", disse Octavio, cambaleando um pouco enquanto Mariana balançava a cabeça com desgosto.
"Por favor, eu peço, vá embora, por que diabos você veio até a minha casa?" Mariana gritou "Bianca, desça e chame a polícia!"
"Certo," Bianca respondeu enquanto corria escada abaixo imediatamente.
"Por que você está com ele? Como ousa sair com ele?" Ele avançou em sua direção de forma instável e ela recuou com medo.
"Do que você está falando?" Ela perguntou fechando os olhos enquanto ele a encostava na mesa de cabeceira.
"Você é minha e eu te possuo pelo resto da vida!" Ele disse enquanto continuava avançando até que não havia mais espaço entre eles e seu hálito alcoólico a fez sentir uma onda de enjoo que subiu até a garganta.
"Afaste-se! Fique longe de mim!" ela gritou.
"Não, Mariana! Eu não vou!" ele gritou de volta e Mariana tremia de raiva enquanto o empurrava e tentava fugir quando ele a puxou para baixo e disse de novo "Você é minha, você é minha!"
"Saia!" ela gritou e então seus olhos abriram-se abruptamente, ela se sentou de repente e olhou em volta apenas para perceber que era um sonho.
Caramba, parecia tão real! As mãos dela tremiam exatamente como no sonho enquanto ela olhava em volta com atenção.
Um único toque na porta e Bianca espiou por dentro.
"Mary, você ainda está acordada?" ela perguntou.
"Sim, por quê?" Mariana perguntou, ainda perturbada por seu sonho.
"Alguém está aqui para te ver," Bianca respondeu com um sorriso.
"Quem?" Mariana perguntou, esperando que seus sonhos não estivessem se tornando realidade.
"Não sei quem é, minha filha, ele apenas insistiu em ver você," Bianca respondeu. Mariana suspirou aliviada com o conhecimento de que não era nem Thales nem Octavio, caso contrário, Bianca teria lhe contado, já que os conhecia muito bem.
"A essa hora da noite? De fato, desça e diga a ele que eu estarei lá em alguns minutos," Mariana respondeu, saindo da cama.
"Certo, eu devor oferecer-lhe um assento?" Bianca perguntou.
"Claro, Bianca" Mariana disse, revirando os olhos.
"Onde, na sala de estar ou...." Bianca perguntou novamente.
" Ahhhh... Tskkk.... Bianca, por favor, ofereça-lhe um assento na sala de estar" Mariana respondeu com um grunhido, e Bianca riu enquanto se afastava.
Ela se dirigiu ao seu armário e pegou seu roupão, enrolando-o ao redor do corpo. Ela saiu do quarto e voltou quase imediatamente para trocar a roupa, pois se sentia desconfortável em receber alguém que nem conhecia vestida com aquele roupão.
Ela deixou o quarto vestindo uma calça de moletom e uma camiseta grande, e enquanto descia as escadas, seus pensamentos se concentravam principalmente em seu estranho sonho.
Aquilo sim foi um sonho muito louco!! Ela não gostaria que aquilo acontecesse de jeito nenhum.
Espere!! De quem ela está brincando, Octavio jamais desejaria qualquer coisa com ela.
Seu pensamento foi para o casamento que estava a apenas dois dias... estava em todos os lugares na internet com um título chamativo e uma linda foto dele com Nelson. A foto era tão linda que a revista de moda Laney a colocou na capa como o casal do mês.
Os pés dela moviam-se mais lentamente ao ver o cavalheiro sentado na sala de estar, esperando pacientemente por ela. Ele estava de costas para ela, então ela não podia ver seu rosto, mas notou que ele tinha o mesmo cabelo curto e loiro ondulado do Thales.
Mas com certeza não era ele, já que Bianca teria informado ela. Ela procurava por Bianca, mas ela estava em lugar nenhum.
À medida que ela se aproximava, o homem virou-se na direção dela percebendo o som de seus chinelos e ela parou em seu caminho. Seus olhos se encontraram. A respiração dela parou e ela apenas olhou para ele atônita.
Bianca!! Bianca realmente a pegou de surpresa.
"Oi Mary" Thales acena para ela e ela se obrigou a continuar andando até ficar na frente dele. Não tão perto, no entanto.
"Oi Thales" ela respondeu fraqueando.
Sério!!! Foi tudo o que você conseguiu dizer oi... sua consciência a reprendeu. "Qua...o que, eu quero dizer, por que você está aqui?" Ela perguntou tentando provar à sua consciência que ela podia fazer melhor.
Thales olhou para os cabelos castanhos dela que pareciam bagunçados, para os olhos brilhantes e depois para os pequenos lábios. Como ele sentiu falta de vê-la fazia seu coração acelerar muito rápido.
"Eu estava apenas de passagem por uma negociação de negócios por aqui, então decidi parar para visitar" ele disse mentindo descaradamente.
Droga! Ele não podia deixar que ela soubesse que ele tinha vindo até aqui só porque ele queria vê-la.
"Oh" Mariana balbuciou um pouco desapontada que ele não tinha realmente vindo para vê-la. Ela se perguntou por que ela se importava, já que não era como se ela quisesse que ele viesse de qualquer forma, então por que se decepcionar. "Como foi?" ela perguntou, desviando o olhar de seus olhos curiosos em todo seu corpo.
"O quê?" ele perguntou surpreso
"Eu quero dizer, a negociação de negócios" ela repetiu
"Oh, meio que deu tudo certo" ele respondeu evasivamente
"Ok, o que posso te oferecer?" ela perguntou, lembrando-se de repente que ele era um visitante e ela precisava oferecer-lhe algo.
"Nada", ele respondeu.
"Isso não é possível, você precisa aceitar algo", Mariana respondeu, já se levantando.
"Ok, me traga água", ele respondeu, embora não precisasse de nada. Ver Mariana já o fazia se sentir satisfeito.
"Só água", ela perguntou novamente.
"Sim, só água", ele respondeu firmemente.
"Ok então, me dê um minuto", ela disse enquanto seguia para a cozinha. Ao entrar, viu Bianca fingindo estar à procura de algo.
"Você", Mariana murmurou acenando um dedo para ela. "Eu pensei que você não conhecia o cavalheiro que estava me procurando", Mariana perguntou enquanto Bianca se virava para ela com um sorriso sem graça.
"Bem, eu não sabia no início", ela mentiu ainda sorrindo.
"Sério Bianca, essa é uma mentira fraca. Como você pode dizer que não sabia que era o Thales?", Mariana disparou pegando um copo de vidro e uma garrafa de água da geladeira.
"Ok, eu sabia, mas estava certa de que você se recusaria a vê-lo, embora não saiba por quê. Só sabia que ele realmente queria te ver", Bianca declarou.
"Eu tenho meus motivos Bianca, na próxima vez, por favor, não tente me enganar assim", Mariana advertiu e Bianca deu um sorriso largo.
"Ok, senhora", ela respondeu e Mariana a encarou antes de sair para encontrar Thales ainda sentado no lugar onde o deixara. Ela deu uma rápida olhada no relógio. Espere!! Onze horas! Caramba, já estava muito tarde.
"Aqui está sua água, como você pediu", ela disse com um tom brincalhão.
"Não me diga que você não está feliz em me oferecer água", ele perguntou no mesmo tom enquanto enchia um copo e o esvaziava de uma vez só.
"Claro que não, só achei que você deveria ter pego outra coisa, já que está obviamente cansado depois da sua reunião de negócios", ela se explicou rapidamente, sem querer que ele interpretasse de maneira errada.
Espere!! Por que ela se importa se ele entendeu errado?
Ela estava tentando impressioná-lo ou o quê?
"Eu já jantei, então estou bastante satisfeito" Uma mentira, ele nem tinha provado nada desde o meio-dia.
"Ohhh, acho que você realmente precisa de água então" Mariana afirmou ao vê-lo olhando para o relógio.
"Sim, acho que devo ir embora agora, já está muito tarde," disse ele ao ver a hora.
Era realmente tarde e ele se perguntava como ia dirigir para casa tão tarde com os muitos criminosos da Califórnia circulando por aí nesse horário.
"Sim, é verdade, obrigada por passar aqui," ela disse muito rapidamente que temeu que ele pensasse que ela queria que ele saísse o mais rápido possível.
Ele se levantou e ela o seguiu até a porta. Uma vez do lado de fora, ele se virou para ela.
"Boa noite, Mary," ele disse, evitando os olhos dela.
"Boa noite, Thales," ela respondeu, e ele se virou, afastando-se resistindo ao impulso de puxá-la para seus braços. Assim que ele chegou ao seu carro, a bela voz dela o parou.
"Thales,"
"Sim?" ele respondeu, virando-se para vê-la ainda parada na porta.
"Passe a noite, já está muito tarde." Ele simplesmente ficou ali, olhando para ela atônito.