Após longas horas no escritório tentando fechar um quase impossível acordo 50/50 que Octavio lhe havia instruído a fazer, Thales finalmente conseguiu, o que exigiu praticamente toda a sua energia e boa vontade para explicar e convencer o Sr. Lenient a fechar negócio com eles.
"Obrigado, senhor", disse ele estendendo a mão para o Sr. Lenient para um aperto de mão.
"Realmente espero não me arrepender disso", disse o Sr. Lenient batendo as mãos com as de Thales enquanto eles apertavam as mãos firmemente.
"Certamente não se arrependerá, senhor, você tem minha palavra"
"Ok então, foi bom fazer negócios com você, vou me retirar agora, preciso pegar um vôo", disse o Sr. Lenient, caminhando em direção à porta.
"O prazer é todo meu, senhor, tenha uma boa viagem", respondeu Thales
"Obrigado, Sr. Rorschach", disse o Sr. Lenient antes de fechar a porta atrás dele.
Ele suspirou aliviado e cansado. Ele não podia acreditar que tinha conseguido fechar o acordo. Droga, ele estava tão preocupado e distraído com a situação de Mariana. Era um milagre que o Sr. Lenient tivesse aceitado a proposta, já que ele estava tão distraído que sua apresentação foi um fracasso total. Arrumando seus arquivos, ele ligou para Jenny.
"Por favor, entre aqui" disse ele assim que ela atendeu a chamada.
"Ok senhor", ela respondeu e em poucos minutos ela entrou na sala de reuniões, parecendo inteligente e bem arrumada como sempre com um terninho laranja flamejante, calças palazzo e um sapato de salto preto. O cabelo, como sempre, estava preso em um coque apertado sem fios soltos.
"Srta. Jenny, por favor, cuide destes arquivos ", instruiu Thales, pegando sua maleta
"Ok senhor", respondeu Jenny educadamente, e começou a trabalhar assim que ele saiu do escritório, pegando os elevadores. Não demorou muito para chegar ao hospital, e ele abriu a porta bem na hora de ver Mariana correndo para a janela. Ele jogou sua maleta para o lado e correu atrás dela. Antes que ela pudesse subir nas grades, ele e a Sra. Granger a puxaram de volta para o quarto enquanto ela lutava e chutava, chorando profusamente.
"Me deixem morrer, por favor, me deixem morrer", ela continuava gritando, e Thales se sentiu devastado pela sua dor. A Sra. Granger já estava em lágrimas tentando segurar Mariana, que continuou resistindo. Foi então que o Sr. Granger e o médico chegaram e viram o drama em andamento.
"Mariana, por favor, eu sei que isso está sendo duro para você, mas você pode superar isso", disse Thales frenético, e ela olhou para ele com lágrimas nos olhos.
"Eu não consigo, eu não posso superar isso", disse ela amargamente.
"Sim, você consegue, eu sei que está machucada, mas tudo isso vai passar, você precisa ser forte" Sra. Granger implorou, enquanto Mariana os olhava com lágrimas e dor misturada a ódio.
"Vocês não entendem" ela gritou, colocando as mãos em seu estômago, sentindo-se tão vazia. "Há poucos dias, eu esperava meu filho, esperava ter alguém para amar e acarinhar, alguém que também me amasse, e agora se foi, o que mais devo fazer nessa vida miserável e neste casamento miserável, por favor, só me deixem acabar com isso" disse Mariana amargamente. Todos no quarto foram tocados por suas palavras, ela parecia alguém que tinha apostado tudo e perdido tudo no processo.
Miranda não podia acreditar que era a mesma órfã feliz, mas pobre, que ela havia ajudado há muito tempo. Ela se lembrou da excitação e da determinação nos olhos de Mariana, quando sempre sorria, e sacudiu a cabeça tristemente em como seu filho havia quebrado a pobre menina apenas porque ela tinha cometeu o erro de juntá-los.
"Eu entendo o que você está sentindo, Mariana, mas quero que saiba que estamos com você nessa situação, sua dor é nossa dor e não podemos deixá-la morrer, porque você precisa ficar viva, precisa ser forte, não desista da vida assim tão facilmente. Se não for por mais nada, pelo menos por causa de seu filho falecido, ao menos para descobrir o que aconteceu contigo no banheiro feminino que levou a isso, por favor Mariana, você precisa ficar viva" Thales disse e ela se agarrou a ele, chorando muito, enquanto Miranda também chorava. O médico teve que ir embora, prometendo voltar quando Mariana estivesse menos emocional, e o Sr. Granger levou a esposa para fora, consolando-a enquanto ela chorava com os olhos inchados e as bochechas claras ficavam vermelhas.
Thales deixou Mariana deitar em seu peito, envolvendo-a com seus braços enquanto ela chorava a dor. Seu coração se partiu em mil pedaços, ao ver o quão quebrada, triste e depressiva ela parecia. Ele não deixaria Octavio machucá-la mais, mesmo que isso custasse a amizade dele e seu emprego, Octavio não ficaria impune se a fizesse chorar novamente. Segurando-a firmemente, ele a embalava gentilmente e em pouco tempo ela adormeceu. Ele a deitou na cama e saiu para o saguão para ver os pais de Octavio, a mãe de Octavio estava deitada nos ombros do marido, ainda segurando o choro. Ela parecia tão triste quanto Mariana e ele sentiu pena dela. Quando notaram que ele se aproximava, eles imediatamente se levantaram e foram em sua direção.
"Como ela está?" perguntou o pai de Octavio
"Ela está dormindo agora, mas alguém precisa ficar com ela o tempo todo" declarou Thales
"Nós sabemos, muito obrigado, você tem sido de grande ajuda para nós, se você não tivesse chegado a tempo, não sei o que teria acontecido" disse a mãe de Octavio, abraçando Thales
"Não foi nada, senhora" respondeu ele humildemente e o pai de Octavio apertou sua mão calorosamente
"Obrigado, filho, você tem sido de grande ajuda"
"Eu só fiz o que era certo" e assim que Thales disse isso, ele soube que não tinha feito o que era certo. Ele tinha deixado o respeito que tinha por Octavio bloquear seu senso de razão. Ele se fez parecer mais um fantoche do que um amigo ao recusar-se a dizer na cara de Octavio as coisas erradas que ele estava fazendo, e hoje ele iria fazer exatamente isso, ele iria dizer a Octavio o quão errado ele estava tratando Mariana como lixo. Ele não ia deixar isso passar. Ele iria falar com Octavio pela primeira vez, por magoar a mulher que amava. Ele não ficaria mais sentado e deixando Octavio se sentir correto com o que vinha fazendo.
"Senhor e senhora Granger, preciso ir agora" ele disse com um olhar determinado
"Bem, entao, Thales, obrigada por tudo" ele acenou em reconhecimento e saiu em passos firmes, mas determinados.
Octavio saiu com Nelson de seu hotel, de mãos dadas, rindo e conversando empolgados.
Depois que ele se aproximou dela na seção VIP onde ela estava sentada com os amigos. Eles subiram e fizeram sexo por horas.
"Desejo que passaríamos nossa lua de mel em Paris", disse Nelson, rindo com o pensamento.
"Como você desejar, minha senhora", disse Octavio, menos animado.
"Oh, eu mal posso esperar, iríamos ao Louvre... aos Champs-Élysées, ah, iríamos à Torre Eiffel, o Templo do Amor não poderia ficar de fora, e ainda teríamos os Jardins de Luxemburgo, oh Octavio, estou tão animada e mal posso esperar". Nelson disse com os olhos dançando de excitação enquanto eles estavam sentados nos bancos situados ao lado do hotel.
"É isso que eu gosto em você Nelson, você é uma mulher que sabe o que quer e corre atrás disso", disse Octavio, e Nelson sorriu e o abraçou de lado. Eles sentaram-se lá, conversando, rindo e observando o pôr do sol. As pessoas passavam e secretamente tiravam fotos deles.
"Só queria que hoje não acabasse, desejo que pudéssemos ficar assim para sempre, eu realmente te amo Octavio e eu espero que você saiba que eu não posso dividir você com mais ninguém".
"Vamos lá Nelson, você não está me dividindo com ninguém", respondeu Octavio seriamente.
"Mas e a Mariana?" ela disse hesitante, escolhendo suas palavras com cuidado. Desde que Octavio era uma pessoa de mudar de humor facilmente. Quando ele a veio ver esta manhã depois de ignorar com sucesso seus amigos. Ela o levou para sua suíte e ele imediatamente exigiu sexo, e sem nenhuma forma de delicadeza ele a penetrou, a estocando em diferentes posições de forma brusca, e apesar de ela sentir dor, ela desfrutou mais do sexo do que qualquer outra coisa. Ela sabia que ele estava com raiva e, mesmo que ela não soubesse por quê, ela fez o seu melhor para deixá-lo feliz, como ele estava agora.
"Não se preocupe com ela, eu vou cuidar dela", ele disse com uma expressão de raiva vazia. Como ela havia dito, suas oscilações de humor eram terríveis. Voltaram a conversar e rir quando ela avistou Thales se aproximando, e ela chamou a atenção de Octavio para isso.
"O que ele está fazendo aqui?", ela perguntou e Octavio seguiu a direção do olhar dela. Ele viu Thales. Ele não disse nada em resposta às perguntas de Nelson enquanto esperava que Thales se aproximasse, mas Octavio percebeu o quanto ele parecia furioso e se perguntou o porquê.
Justamente quando Thales chegou perto deles, antes que Octavio pudesse dizer uma palavra, Thales deu-lhe um soco forte no rosto.