Capítulo 48
1330palavras
2024-03-24 00:51
Jerez agiu como se não notasse o seu olhar insatisfeito. Ele tocou no chão do carro com a mão esquerda, tirou uma criatura branca como a neve e o jogou nos braços dela.
"Segure ele para aquecer suas mãos."
Ritalin estava confusa ao receber isso.
Momo, que havia sido acordado, se espreguiçou nos braços de Ritalin e soltou um miado.
Ritalin passou a mão sob a barriga branca, que estava, de fato, quentinha. Ela de repente pensou na imagem desconfortável de Jerez segurando Momo e, de certa forma, aquilo a divertiu. Ela não pôde evitar virar a cabeça e sorrir para o vidro.
Jerez a levou de volta para o apartamento e saiu do carro. Ele a ignorou e subiu diretamente as escadas.
Ritalin era sensível e sentiu que ele estava bravo, embora não tivesse certeza do que ele estava planejando.
Ela olhou para o "pequeno aquecedor" em seus braços e sussurrou, "Será que é melhor se eu sair agora?"
Momo abriu os olhos pequenos e miou para ela.
Ritalin suspirou e saiu do carro com Momo em seus braços. Ela se obrigou a seguí-lo.
Após entrar no prédio, percebeu que Jerez ainda não havia entrado no elevador.
Ele estava esperando por ela.
Num instante, esse pensamento veio à mente de Ritalin. Como um instinto, sem nenhuma razão.
Quando ela parou atrás dele, Jerez entrou no elevador, e Ritalin teve que segui-lo.
Era início de manhã em um feriado. Não havia mais ninguém no elevador. No espaço apertado, o cheiro dele se acumulou. Ritalin sentiu como se estivesse em seus braços, e ela não conseguia parar de ofegar.
Ela não pôde deixar de apertar os dedos e perguntou suavemente: "Como você sabia onde eu estava?"
Jerez a encarou sem dizer nada.
Ritalin achou que estava pensando demais. Talvez ele tenha encontrado com ela por acaso. Ele parecia estar a caminho do hospital veterinário.
"Na noite passada, meu marido teve um sangramento gastrintestinal e passei a noite toda no hospital."
Ela estava explicando que não tinha a intenção de deixá-lo esperando.
Mas tal explicação fez Jerez se sentir estranho. Ele virou a cabeça e olhou diretamente para ela. "Você aceitou o convite de um homem solteiro enquanto se preocupava com seu marido. Devo elogiar você como uma 'boa' esposa?"
O rosto de Ritalin mudou repentinamente e a voz afundou. "O que você quer dizer!?"
Jerez franziu os lábios e tirou um maço de cigarros do bolso. Ele pegou um cigarro e colocou na boca. Ele tocou o isqueiro em seu bolso com a outra mão e não pretendia falar com ela de jeito nenhum.
Ritalin estava furiosa com suas palavras. Ela deu um passo à frente, tirou o cigarro da boca dele e jogou no chão.
Jerez ficou atordoado, e seu olhar caiu lentamente sobre o rosto dela.
Devido a sua raiva, as bochechas dela ficaram levemente vermelhas e seus olhos, já grandes, se arregalaram. Havia raiva e injustiça em seus olhos, igual a um gato que tinha sido irritado, pronto para mostrar suas garras a qualquer momento.
A mulher enfiou Momo nos braços dele e disse, "Eu também não entendo! Você sabia que sou casada, por que você ainda convidaria uma mulher casada para sair? É algum passatempo seu?"
"Você não entende? Você não entende!" Jerez gritou entre dentes.
O homem rangeu os dentes e desejou que fosse capaz de abrir a cabeça dela. "Foi você quem me seduziu do começo ao fim! Então, como você poderia não saber o que eu quero?"
Ritalin estava chocada. Ela se livrou de sua mão em pânico, recuou apressadamente até o elevador e apertou os punhos. "Eu não sei! E não quero saber! Se algum comportamento meu anterior faz você entender mal, eu sinto muito! Peço desculpas, e eu nunca mais aparecerei na sua frente!"
Assim que ela terminou de falar, o elevador abriu. Ritalin saiu apressada, sem se importar com o andar em que estava.
Seu pulso foi pego em um aperto súbito e ela foi puxada de volta para o elevador. Ainda em choque, Jerez segurou seu rosto com ambas as mãos e inclinou a cabeça para beijá-la profundamente.
Seu beijo estava carregado com uma punição brutal. Ele mordeu sua pele frágil e sua língua invadiu sua boca. Como um invasor dominador, atacou o território e Ritalin resistiu, o que apenas aumentou sua intensa possessividade. Ele a prensou contra a parede com força. Seus corpos estavam tão próximos que ela podia claramente sentir as mudanças no corpo dele. Ela arregalou os olhos como um coelho assustado e não se atreveu a se mover. Era apenas um beijo, mas ele realmente…
Observando sua obediência, Jerez se acalmou. Beijou os lábios dela suavemente e a puxou para fora do elevador.
Ritalin tocou os lábios e observou suas costas, se sentindo injustiçada e assustada.
Sua única experiência sexual foi tomada em uma situação insuportável. Apesar de se envergonhar ao se lembrar do prazer que sentiu naquela noite, ela temia muito essa reação em seu coração. Jerez parecia nunca se importar com a ética. Ela não se atrevia a apostar na diferença entre homens e mulheres.
Ela foi quase arrastada porta à dentro por ele. Jerez ainda estava com raiva, então bateu a porta com muita força. Se Momo não tivesse corrido rápido, teria virado um bolo de carne.
Assim que entrou no quarto, ele a soltou e buscou o kit de primeiros socorros debaixo da mesa de centro. Ao ver que ela ainda estava parada na porta, ele franziu a testa e disse: "Venha aqui!"
Ritalin mordeu os lábios e caminhou a contragosto. Jerez pegou sua mão e a empurrou em direção ao sofá, segurando um algodão com antisséptico para desinfectar a ferida.
Seu movimento não era nada delicado, o que fez Ritalin sentir dor. Ela cerrou os dentes e aguentou. Olhou para outro lugar e se sentiu injustiçada novamente.
Quando Jerez viu seus ombros tremerem levemente, um traço de ternura passou por seus olhos. E ele se tornou muito mais suave. A ferida não era longa nem profunda, mas era tão óbvia em sua pele que ele deveria ter cuidado disso mais cedo.
Quando ela disse no telefone que não conseguiria ir, ele já havia confirmado sua localização através do GPS em seu aparelho. Ele estava realmente zangado naquele momento, mas quando a viu em perigo, só sentiu preocupação.
Ela queria desistir de sua vida por um celular. Como ela poderia ser tão idiota?
No entanto, ele ainda estava com raiva. Ela mencionou o marido na frente dele. Ele realmente não quis admitir que ele se sentia perturbado pela constante menção do marido dela.
A primeira vez que ele a viu, ela estava bêbada. A primeira coisa que ela disse quando ele a segurou em seus braços foi "marido". Quando estava sendo intimidada por outras pessoas durante um evento, a primeira coisa que ela disse também foi "marido". Mesmo naquela noite, quando ela estava trans*ndo com ele, ela também gritou o nome de Vincent.
Um homem orgulhoso como ele nunca permitiria que uma mulher pronunciasse o nome de outro em sua cama, então ele ignorou que era a primeira vez dela e a torturou.
As palavras do marido dela sem dúvidas despertaram uma memória infeliz, ou, sendo mais preciso, despertaram o ciúme forte de um homem.
Quando os homens se tornam ciumentos, eles podem ser piores que as mulheres, especialmente um homem mais velho, que havia estado deprimido por um longo tempo.
Depois que fez um curativo no ferimento, a raiva dele diminuiu bastante. Só então ele percebeu que ela ainda estava usando pijamas. Não é de admirar que a mão dela estivesse fria. Ele olhou para cima e quis dizer algo, mas de repente notou as marcas vermelhas e inchadas na bochecha esquerda dela, marcas de dedos que formavam uma mão.
Como estava coberto pelo cabelo dela, ele não prestou atenção antes. Agora, quando ela virou o rosto e mostrou apenas metade dele. Ele pôde ver claramente e seus olhos imediatamente escureceram.