Capítulo 31
1296palavras
2024-02-29 11:09
Vincent se virou para olhar para ela, mas ela estava olhando para fora da janela. O rosto dele estava etéreo. As feridas no corpo dele ainda não haviam cicatrizado completamente. Na testa dele ainda era possível ver um curativo. Mas, ela não parecia notar que Vincent apertava o volante enquanto virava o carro.
O vovô não sabia que Vincent havia sofrido um acidente de carro. Ele pensou que Vincent ficou bêbado e se machucou acidentalmente. Ritalin não explicou os detalhes. O vovô estava com a saúde fraca e teria que voltar para casa depois do jantar. Então Vincent levou Ritalin para se despedir dele.
A cidade universitária não ficava longe da estrada da família Whitney. Era uma viagem de apenas dez minutos. Quando chegaram, o vovô pediu para que Vincent subisse com as coisas primeiro, e Ritalin caminhou com ele lentamente atrás.
"Ritalin, o Vincent te deixou com raiva?"
"Porque está perguntando isso?" Ritalin sorriu suavemente. "Ele está muito melhor do que antes."
"Estou pensando demais?" O ancião suspirou. "Melinda não sabe como educar uma criança. Vincent foi mimado desde que era uma criança. Todos sempre o trataram bem e ele considera natural ser bem tratado pelos outros. Por causa disso, algo que ele faz sem intenção pode machucar as pessoas."
Ritalin não falou nada. O ancião disse algo errado. Ele pode ser bom para as pessoas, mas só quem o acompanhou por todos esses anos saberia dizer realmente.
"Sabia que foi ele quem me chamou para vir aqui hoje? Embora eu não saiba o que aconteceu entre vocês, consigo ver que ele se preocupa com você." Ele sorriu. "Embora esteja um pouco atrasado, é bom que não seja tarde demais. Ritalin, você não deveria dar uma chance a ele?"
Ritalin tinha um olhar complicado e ela ficou em silêncio por um longo tempo.
...
Quando voltaram, ficaram em silêncio por todo o caminho. Quando o carro estava quase chegando ao apartamento de Yvette, Vincent disse em um tom ligeiramente constrangedor.
"O que o vovô disse para você?"
Ritalin tocou seu cinto de segurança e baixou os olhos. "Nada de especial."
Vincent se virou para olhar para ela. E depois de um tempo, ele disse, "Eu tenho ficado no nosso apartamento recentemente."
Ritalin pausou e não disse nada.
O homem continuou, "Você não aceitou a flor. Tenho regado ela, mas parece estar doente. As folhas estão bem amareladas."
Ritalin virou finalmente a cabeça. Ela sorriu indiferentemente e disse fria: "Então jogue fora".
Vincent franziu a testa e seu rosto escureceu. "Ritalin, o que mais você quer!? Você já não teve o suficiente? Quanto tempo faz que estamos casados? Foi você quem disse querer estar comigo mesmo que eu não te amasse. Agora eu me importo com você e me apaixono. Por que você está agindo assim? E o que você quer que eu faça? Eu não quero a criança. Você sabia que antes de ela ir para fora do país, eu e ela..."
"Eu não te pedi para fazer isso!" Ritalin o interrompeu e olhou para ele friamente. "É triste que não receber um tratamento bom depois de bajular alguém, não é?"
O rosto de Vincent se contorceu, mas ele não disse nada.
Ritalin sorriu e disse: "Você nunca bajula os outros. Por que está se forçando a aprender? Sei como é, porque tenho vivido assim há três anos." Ela desafivelou o cinto de segurança e abriu a porta. Ela se virou para ele e disse com indiferença: "Então, aconselho você a não fazer isso. Todos demos um passo para trás. O melhor é apenas sermos nós mesmos."
Vincent assistiu as costas dela se afastar e bateu no volante.
*
O coração de Ritalin não era tão duro quanto pedra. Ninguém sabia que ela tinha que reprimir suas emoções toda vez que encarava Vincent. A ficha dela caiu tão fortemente que, mesmo se Vincent estivesse sendo sincero, ela não conseguia acreditar facilmente.
Enquanto resistia, ela também ansiava por isso. Ela se odiava por ser assim. Talvez, quando Vincent se cansar desse joguinho, eles se divorciariam.
Embora tivesse inconveniências no relacionamento, sua carreira estava melhorando gradualmente. A nova fabricação de produtos do Grupo Casablanca e do Departamento Comercial tiveram um avanço. Ritalin planejava levantar fundos para fabricar e vender os produtos, mas a opinião da maioria dos diretores era de vender a fórmula.
Neste ponto, a disputa era feroz. No final, com a cooperação de Troye, o conselho de administração concordou em dar a Ritalin uma semana. Se ela conseguisse arrecadar 50 milhões durante esse período, eles concordariam com sua opinião. Caso contrário, venderiam a fórmula.
*
"Você não vai investir?"
Quando Jerez jogou os documentos fora, Travis levantou ligeiramente as sobrancelhas e disse: "Eu também fui ver a nova pesquisa da família Casablanca. É de grande valor."
Jerez não levantou os olhos. "Melhor do que investir nos outros, prefiro produzir eu mesmo. O Grupo Casablanca está todo corrompido e seus funcionários já se tornaram preguiçosos há muito tempo. Se investirmos dinheiro, sofreremos grandes perdas. Pareço alguém assim?"
Travis tocou levemente seu nariz e sorriu. "Não precisa ser para ter lucro. Ouvi que nos últimos dias, a senhorita Casablanca teve que ir a sete ou oito eventos por dia para arrecadar fundos. Eu não acho seguro para mulheres ficarem circulando em eventos o dia todo."
"O que você está tentando dizer?" Jerez parou e olhou para ele.
"Quero dizer que você está obviamente interessado nela, por que não admite?" Travis cruzou suas longas pernas e sorriu significativamente. "Jenny disse que ajudou você a registrar Momo. Da última vez que você levou Momo para um exame, poderia ter sido direto e mostrado o certificado de adoção, mas você..."
A expressão de Jerez não mudou. "Eu esqueci."
Travis balançou a cabeça sorrindo. "Uma pessoa cautelosa como você..."
Jerez o ignorou. Pegou seu casaco e caminhou até a porta. Travis se levantou e disse em voz alta, "Às cinco da tarde, no Hotel W."
Jerez virou a cabeça e Travis balançou os ombros. Ele sorriu e disse, "Estou falando sobre o lugar onde a senhorita Casablanca vai encontrá-lo."
*
"Argh!"
Ritalin retirou seu dedo, pegou um pouco de água e enxaguou a boca.
Cherry parou ao lado com uma toalha de papel na mão e disse, preocupada: "Ritalin, vamos parar por aqui hoje. Pela maneira como o chefe Diesel olha para você, é óbvio que ele não está aqui para investir."
Ritalin pegou o lenço e secou. Ela abaixou levemente os olhos. "Até agora, quanto está faltando?"
"Mais da metade..."
Ritalin se levantou e pegou um blush rosa para retocar um pouco da maquiagem. "Você pode ir embora primeiro. O Grupo Casablanca significa muito para mim, mas você não tem motivo para ficar."
"Ritalin, eu..."
"Eu não quero dizer nada de mais com isso." Ritalin virou a cabeça e sorriu. "Vá para casa cedo. Voltarei antes das 10 horas."
"Então está bem." Cherry era nativa, e havia anciãos em casa que precisavam de seus cuidados, por isso ela não se recusou. "Ritalin, quando chegar em casa, se lembre de me mandar uma mensagem."
Ritalin assentiu com um sorriso. Após se despedir dela, arrumou a maquiagem e voltou para o salão.
"Senhorita Casablanca, o que a fez demorar tanto?"
O senhor Diesel era um homem de meia-idade com uma barriga de cerveja. Ele era careca e seus olhos eram muito pequenos, mas muito perspicazes. Ele estava conversando com Ritalin há duas horas. Toda vez que Ritalin mencionava investimento, ele desviava o assunto. Ritalin deu uma respirada funda e sussurrou.
"Senhor Diesel, se você ainda tem dúvidas sobre este plano, pode levar o tempo que precisar para pensar sobre isso. Eu me encontrarei com outra pessoa logo mais."
O senhor Diesel sorriu contidamente, "Senhorita Casablanca, você ainda é jovem. É muito impaciente!"