Capítulo 95
1454palavras
2024-04-22 01:42
Patricia
Desde o ocorrido, eu estou tentando me cercar de coisas boas, estou tentando aproveitar mais a vida, depois de passar semanas presas em um local escuro e frio onde você não tem água em comida o suficiente para viver, ao atingir a liberdade você começa a pensar em como a vida pode ser bonita.
Eu me senti liberta mas ainda assim eu tive que passar pelo luto, a dor do luto pode ser muito estranha quando se trata de uma pessoa que você não conhece, mais que teoricamente deveria ser importante para você, a Elisa foi alguém que eu literalmente não tenho palavras para descrever, apesar de tudo o que ela fez e de ela ser completamente pirada, eu sei que a única coisa que ela queria era ser amada.
Ela fez do jeito completamente errado e maluco? Fez, mas foi o jeito dela de tentar ser feliz. Sim,eu já a perdoei, afinal do que adiantaria sentir o corpo de alguém que já partiu? Exatamente, de nada adiantaria, afinal já passou.
Mesmo que para mim tenha sido difícil quando eu finalmente sair daquele lugar eu sonhava todos os dias que ainda estava presa lá eu sonhava todos os dias que a Elisa estava me torturando, mas isso foi antes de eu conseguir perdoá-la por todas as suas atrocidades incluindo tentar ficar com meu marido enquanto me mantinha presa naquele inferno.
Hoje eu estou indo conversar com a Paloma, vulgo a minha mãe que eu achei que estava morta, vou tentar acertar de uma vez por todas tudo o que aconteceu entre a gente, apesar de que ela sempre tem vindo a minha casa conversar comigo, eu não tinha perdoado completamente agora eu decidi que vou eu não posso guardar esse tipo de mágoa para sempre não faz bem para mim.
Na verdade Guardar mágoa e rancor não faz bem para ninguém, se eu ficasse com raiva dela era capaz que eu não consegui continuar a minha vida, porque eu só iria pensar nisso o tempo inteiro, pensar em como isso me machuca, e tendo como consequência a minha mágoa e rancor apenas iria aumentar e tendo como consequência me corroer por dentro até os meus últimos dias de vida nesta terra.
A minha mãe me convidou para um almoço, antes ela estava ficando na casa do meu pai, enquanto ela não conseguia reivindicar os bens do ex-marido morto, e eu fiquei curiosa para saber como tudo aconteceu,por isso que eu acordei bem rápido com esse almoço claro que conversar e resolver tudo também é um bom motivo.
Chegando no restaurante em que a minha mãe marcou comigo, nós tentamos e pedimos o almoço, nós duas pedimos a lasanha de molho branco aparentemente isso é uma coisa que nós temos em comum ela disse que esse sempre foi meu prato favorito desde criança, Claro não teria como ela saber se eu ainda gostava desse prato tanto quanto antes, mas coincidentemente eu ainda amo lasanha claro uma coisa tão fácil para parar de gostar.
-Você quer um pouco de vinho, querida? - a minha mãe perguntou, para mim ainda é muito estranho chamar uma pessoa viva de mãe e não uma foto pendurada no meu colar.
-Sim, eu quero. Tinto por favor! - eu respondi ao vê-la com a cartas de vinho na mão, ela comentou sobre o fato de que a minha irmã gostava de vinho branco mas ela sempre preferiu o tinto, sempre preferi os bons vinhos tintos da Itália assim como eu, é muito bom saber que temos algumas coisas em comum.
Depois de um certo tempo o almoço chegou, tomamos o vinho, eu não tomei muito para quem não costumo tomar muito bem mas essa hora do dia, não matasse não iria me fazer mal. A minha mãe começou a contar sobre a história dela com o meu pai, bom a parte que eu não sabia, ela me contou que ela conheceu meu pai ainda muito jovem, que ele se casaram, também confessou que na época ela era muito interesseira, que o motivo dela ter se casado com meu pai era porque ela queria uma vida melhor para ela, não é porque ela não chegava mal do meu pai apenas gostava dele.
A jovem Paloma, e o jovem Carlos Eduardo se casaram e tiveram gêmeas, a Elisa e eu, a minha mãe disse que tentou o máximo que pode ficar com meu pai, mas depois de um certo tempo o meu pai começou a beber e a jogar, aparentemente isso Começou a acontecer com a maior frequência, Apesar de que antes ele bebia apenas nos finais de semana ela vai começar na sexta Ele começava na quarta às vezes ele nem aparecia em casa.
O meu pai estava começando a gastar todo o dinheiro que deveria ser para a família em bebida e jogos vírgulas sabe lá Deus mais o quê.
Ela me contou que quando a Elisa e eu completamos 3 anos de idade ela conheceu um cara, no caso o seu falecido marido, ele era o cavaleiro, uma pessoa do bem, ele disse que amava ela e que estava disposto a sustentar ela e a sua família, a minha mãe me contou que ela queria ir embora e me levar se jogou ela deixou claro que parecia muito ruim mas ela só tinha essa opção pois o homem com quem ela se casou achava que ela apenas tinha uma filha e não duas, eu sei que isso não diminui a sua culpa mas ela contou toda a sua história e disse como estava triste e arrependida por ter feito algo tão ruim tanto para mim quanto para Elisa.
Ela também me contou que na hora em que ela ia fugir Ela tinha me preparado para isso, mas na hora tudo aconteceu tão rápido, que a Elisa estava no meu lugar quando ela ia fugir então ela apenas pegou achando que era eu na verdade eu não sei o que teria acontecido se eu tivesse ido com ela no lugar da Elisa, talvez eu nunca tivesse conhecido o Gabriel, talvez nada do que aconteceu na minha vida tivesse acontecido do jeito que aconteceu ponto então eu não estou zangada por isso, Apenas fiquei pensativa, no início eu pensei que tipo de mãe abandona a filha só por causa de alguns milhões de dólares, a pessoa tem que ser realmente disso humana para isso.
Mas você pode pensar um pouco cheguei à conclusão de que não vale a pena, não vale a pena ficar zangada com esse tipo de coisa livro não vale a pena guardar mágoa de toda minha infância sem uma mãe isolar o meu pai tentou de tudo para mim criar bem, para saber se ter feito todos os meus gostos você ter me deixado muito mimada ele fez o que ele pode.
Por fim a minha mãe e eu entramos em um acordo, nós tentaremos nos dar melhor, nos conhecer e ter uma relação saudável entre mãe e filha, porque tanto ela quanto eu precisamos disso, precisamos de relações saudáveis em nossas vidas livro eu me sinto tão feliz por finalmente ter uma mãe de verdade, ela me fez muita falta durante todos esses anos vai chegar o dia das mães e eu vou poder comemorar com ela pela primeira vez na minha vida.
Nos abraçamos e choramos como duas choronas que nós somos nós temos muitas coisas em comum e muitas coisas que nós discordamos, é assim que se faz uma boa relação entre mãe e filha, nós temos uma coisa muito incomum também que é o amor pelas compras, nós já marcamos a próxima saída, vamos passar o dia no spa e depois iremos às compras, teremos um lindo dia de princesa como merecemos.
Depois daquele almoço eu senti como se um pedaço de mim tivesse sido reconstituído, um pedaço que eu nem sabia que faltava, hoje eu entendo a importância de que é ter um apoio de uma mãe Apesar de que toda minha vida eu não tive, antes de conhecer a minha mãe verdadeira a pessoa mais próxima de uma mãe que eu tive foi a Dona Marta, que por um acaso é uma das pessoas mais importantes da minha vida hoje, ela me mostrou como é ter uma mãe pela primeira vez, como é acordado no meio da noite se sentindo mal e receber um copo de leite e um abraço maternal.
Antes de conhecer o Gabriel eu não tinha nenhuma mãe, e hoje eu tenho duas Mães, a Dona Marta que vai ser a minha mãe de consideração para sempre, ela é um amorzinho e a minha mãe dona Paloma mulher elegante linda, amorosa e de fato a minha mãe biológica.