Capítulo 74
1527palavras
2024-04-16 21:56
Patricia
Finalmente aquela maluca foi embora!! Passei um verdadeiro inferno tendo que escutar as ameaças e brincadeiras da Elisa, eu prefiro ficar aqui sozinha do que ter que aguentar a pressão psicológica da minha irmã gêmea do mal, ela parece ter sido feita em laboratório, por um cientista maluco que estava tentando ressuscitar algum psicopata dos anos setenta, ela parece tanto com uma vilã de um filme que se ela desse uma risada maligna eu teria um ataque de pânico.
Já é muito difícil o fato dela ter a mesma cara que eu, ela fica andando pra lá e pra cá, falando como seria facil me matar, e que não fez isso porque tem outros planos, mas que com certeza eu vou morrer, minha cabeça esta doendo de tanto escuta-la, meu cerebro já deve esta cansado de produzir tanto cortisol (O cortisol é uma hormônio e da família dos esteroides, produzido pela parte superior da glândula suprarrenal diretamente envolvido na resposta ao estresse.).
Eu comi a comida aos poucos, minhas mãos ainda tremiam de fome e sede, tentei fazer render para caso essa maluca não voltasse para me alimentar,deixei meio pão e um pouco de água, eu me senti como um cachorro faminto, esperando uma migalha cair do prato de alguém, era tão degradante está naquela situação, presa a uma corrente, indefesa e sozinha,nunca me senti tão mal na vida, nem mesmo quando aquele maluco do Luís tentou me obrigar a sair do país com ele,pelo menos aquele lugar tinha saídas, mesmo que não muito apropriadas, me machuquei muito quando pulei daquela árvore, mas esse lugar é como uma prisão de segurança máxima, é como se eu estivesse presa, em uma lata de atum que só abre por fora.
Ao que parece, mesmo com uma bomba eu não conseguiria derrubar essas paredes, mas isso não podia me parar, eu não posso simplesmente desistir, o lugar que eu estava antes era mais limpo e maior, provavelmente porque a minha gêmea maluca que me prendeu aqui passava mais tempo lá, mas aqui é só um quartinho velho e sujo, mas o que eu reparei que a porta não parece tão difícil de abrir quanto a da outra sala, deve ser por isso que estou acorrentada,ou porque ela é sádica e maluca, bom as duas opçoes são boas, mais a porta parece mesmo frágil, quem sabe eu possa tirar algum vantagem disso.
Decidi levantar da cama para tentar alcançar a porta, talvez a distância não seja tão grande quanto parece!
Levantei da cama e fiquei na frente dela, comecei a me esticar tentando alcançar a porta, mas a corrente das algemas era bem curta, mas isso não me parou eu continuei me esticando, parei quando senti o pulso doer.
MAIS QUE DROGA!! Vamos lá é só alcançar a maçaneta, que está do outro lado do quarto, que merda, meu braço não alcança essa porcaria.-parei por um minuto de me esticar e comecei a tentar tirar a minha mão da algema, mas toda vez que eu puxava parecia ficar ainda mais apertado, então parei de tentar tirar a mão daquela coisa, isso me fez lembrar daquele filme de terror, como é mesmo o nome? Jogos mortais!
Parece que a minha mão só vai sair se eu cortar ela fora, mas se fosse esse filme provavelmente teria um serrote em algum lugar desse quarto, nossa que pensamento bizarro!!! Eu não posso cortar a minha mão fora só para tirar essa algema, com certeza tem um jeito que não envolve cortar partes do corpo para resolver esse problema, bom é isso que eu espero.
Pensa! pensa! pensa!!! É ISSO! eu tenho que achar algo que me ajude a abrir a porta daqui e algo para quebrar ou abrir a algema! Mas o que?!
Comecei a olhar em volta nada parecia ajudar, então vasculhei a cama por completo com a minha mão livre, embaixo dos lençóis sujos, travesseiro, colchão e não tinha nada, ela deve ter planejado isso também não tem nada aqui que poderia facilitar a minha fuga, tá isso não pode me parar tentei alcançar os poucos móveis no quarto com o pé para ver se encontrava alguma coisa útil, chutei a mesinha com bastante força, até acabei derrubando a bandeja que a maluca trouxe com a minha comida, meu pé começou a arder e com o impacto repentino eu gritei de dor.
Aaaaaaaaiiiiiiii, meu pé!!!!! mas que droga!- Comecei a pular e tentar me equilibrar com o pé que me restava, depois de alguns minutos a dor passou, então eu resolvi tentar esticar a perna o máximo possível para tentar encostar na porta, mas meu pé nem tocou.
MAS QUE DROGAAAAAAAAA- gritei como a Regina Giorgia do filme meninas malvadas quando ela descobre que as barras de cereais que ela estava comendo era o que estava fazendo ela engordar, ou seja um grito que poderia abalar o mundo inteiro.
Elisa? É você?-escutei uma voz que vinha do outro lado da parede!Nessa altura do campeonato eu pensei que tinha sido coisa da minha cabeça, mas para me sentir menos louca eu respondi a voz misteriosa.
Tem alguém aí?-Perguntei com um pouco de medo de ser uma alucinação, ou apenas a minha irmã gêmea maluca tentando me assustar, o que já estava dando certo.
Oi! Você não é a Elisa, certo?
Não sou não.
Você conhecia a Elisa? Quero dizer antes de vir para cá?- perguntei para a voz da parede
Sim! e você?
Não! Como você veio parar aqui?
Bom antes de me jogar aqui embaixo ela falou que precisava testar se alguém ouviria o barulho então ela me trancou aqui e voltou para cima, eu fiquei gritando e pedindo socorro e falando pra ela me deixar ir por horas quase até minha voz acabar, depois de várias horas ela voltou e quando percebeu que eu tinha passado esse tempo todo gritando ela disse que tinha escolhido o lugar perfeito e me deixou apodrecer aqui.
Nossa, isso é horrível!! Mas você disse que conhece ela, então porque ela te sequestrou?- sentei na cama e continuei ouvindo a voz da parede tentando entender como a mente bizarra da minha irmã maluca funcionava.
Sabe a Elisa sempre foi meio estranha, mas eu nunca achei que ela viraria esse monstro que ela é hoje, quando ela me trancou aqui eu primeiro pensei que eu fiz algo de errado, talvez se eu tivesse convencido ela a ir a um médico ela talvez não teria feito isso, mas eu tive muito tempo para pensar e mesmo eu não tendo feito muito para impedir, sei que as pessoas tem livre arbítrio, e ela decidiu seguir esse caminho.
Uau, bom, eu nem sei o que dizer…você conhece ela a muito tempo?
A vida toda..Depois de alguns segundos de silêncio ela continuou.
Por favor não fique calada assim, passei tempo o suficiente aqui para pensar que sua voz é apenas uma parte da minha cabeça lutando para manter sanidade.
Eu não sou da sua cabeça, pode apostar nisso, sabe quando eu acordei aqui embaixo fiquei com muito medo, senti muita solidão, mas agora que sei que não estou sozinha sinto menos medo, acho que podemos descobrir algum jeito de sair daqui juntas!
Eu admiro a sua esperança, mas ainda não conhece a Elisa, ela pode te manter aqui pra sempre só por diversão, a muito tempo eu não vejo o rosto de outra pessoa, ela me mantém apagada, eu acordo às vezes e tem um prato de comida próximo, mas eu sei que a comida tem alguma substancia que me apaga, mas é a única opção de comida então com o passar do tempo eu perdi a esperança.
Então você é aquela mulher que eu vi desacordada quando eu estava naquele escritório maluco! na sala onde você está tem uma janelinha bem no alto?
Tem sim! mas eu nunca consegui alcançar.
Eu achei que você estava morta!
Bom eu me sinto meio morta!
Bom, você não está morta! e podemos fugir daqui juntas o que me diz?
tá bom, vamos fugir juntas então!
Passamos o resto do dia pensando em possíveis saídas, e tudo o que lembramos desse local qualquer memória poderia nos ajudar, a maioria que eu tinha era dentro do covil daquela maluca então não serviu para muita coisa, depois de tentar imaginar o lugar e como escapar, tentamos imaginar os pontos fracos da mandante de toda essa operação.
quais seriam os possíveis pontos fracos dela? Quem sabe se eu batesse com a bandeja na cabeça dela quando ela voltasse, nós rimos dessa opção, não seria muito possível com um braço preso à cama, então continuamos pensando como fazer para enganar a Elisa, ou talvez roubar as chaves dela, fazer ela comer a comida que ela mesmo drogou, e eu ultimo caso eu arranco a algema a força e uso todas as minhas forças para colocar a porta a baixo, depois eu abro a porta onde a voz da parede está e nós duas fugimos antes da minha irmã gêmea maligna volte para fazer outra das suas visitas.
Terminamos o dia assim, fazendo planos de fuga, eu comi um pedaço do pão que guardei e peguei no sono.