Ela o montou no assento e o abraçou forte. “Por que? O que te levou a fazer isso?"
“Quero realizar todos os seus sonhos, Yasmin. Quero que você ria e sorria de felicidade. Nunca quero que você fique triste e, se estiver triste, quero estar perto o suficiente de você para poder enxugar essas lágrimas e fazer você se sentir melhor. Cresci com o meu pai sempre por perto e quero isso para os nossos filhos. Ele nunca precisou nos deixar por semanas a fio e não quero isso para o nosso bebê. Quero o que meus pais tinham e enquanto eu estava na reunião ontem de manhã pensando no meu pai no dia em que ele saiu de uma reunião de um milhão de dólares porque minha mãe precisava dele, bom, vamos dizer que eu fiquei inspirado.”
Os soluços dela davam lugar a arrotos e fungadelas enquanto ele fazia movimentos longos e carinhosos para cima e para baixo em suas costas, segurando-a firme junto a ele.

"Quer dar uma olhada ao redor?"
"Sim."
"Bom, porque acho que Mallory está bem preocupado, pensando que vamos transar no banco da frente do carro. Vejo ele se afastando estrategicamente com os outros pelo retrovisor. Comprei a casa ontem à noite do filho do casal que a possuía. Estava vazia há alguns anos. Fiz uma oferta que eles não puderam recusar e quando eu disse que queria criar nossa família aqui da maneira como ele foi criado, ele ficou feliz. Acho que a maioria das ofertas que ele recebeu era para demolir o local e colocar um condomínio. Durante a noite, tive uma equipe de limpeza e depois o Mallory fez sua equipe instalar um sistema de segurança na casa. Precisa de muito trabalho, a cozinha tem mais de vinte anos, os banheiros são tão antigos quanto ou mais. O piso de madeira, embora, está em ótimo estado e com uma boa lixada e uma camada de verniz, vai ficar novo.”
Yasmin ria enquanto ele começava a falar animadamente sobre as reformas. Ela começou a sair do colo dele, mas ele a segurou firme. Ele abriu a porta do carro, e ela instintivamente envolveu as pernas em volta da cintura dele e os braços ao redor do seu pescoço e ele a carregou em direção à varanda.
Ele ficou na varanda e sorriu, "imagine sentar aqui fora pela manhã com uma xícara de café enquanto as crianças correm atrás de nossas galinhas soltas no quintal ou pulam em poças de lama após uma chuva."
Ela sentiu seu coração se apertar de alegria com suas palavras, “crianças, hein?”

"Sim. Acho que você disse que queria dois de cada. Estamos apenas começando.”
"Você quer uma família grande?"
"Com você? Eu terei uma dúzia se é isso que você quiser, meu amor. Tudo o que quero é dar a você tudo o que você já sonhou que fosse possível.”
Ele digitou um código na porta de segurança, “o código da porta da frente é o aniversário do seu pai. Assim você não esquece.”

"O aniversário do meu pai? Como você descobriu -” o lábio inferior dela tremeu.
"Fácil, Yasmin. Eu conversei com Frank quando jantamos com ele uma noite. Ele me contou o quanto você era apegada ao seu pai. Disse que mesmo na adolescência você costumava sentar no colo dele e brincar com o cabelo dele. Ele me disse que quando ele faleceu, você sentiu mais do que ninguém. Disse que você não pintou durante um ano inteiro".
Ela assentiu enquanto ele a colocava de pé no meio de um saguão. “Minha primeira pintura, quando comecei a pintar de novo, foi dele. Ela enfeita a sala da minha mãe. Eu o pintei milhares de vezes.”
“Espero que tenhamos uma menina. Quero uma pequena garota para mimar como consigo mimar sua mãe.”
Ela olhou em volta e fez um bico mudando de assunto, “Sanchez, você vai retirar o papel de parede?”
“Querida, ele é dos anos sessenta.”
“Mas eu amo as grandes flores ousadas.”
“Vamos negociar. Muitas dessas paredes serão derrubadas para fazer um grande plano aberto para que possamos ver as crianças de qualquer sala daqui de baixo, mas talvez eu possa mandar recriar o papel de parede para fazer uma parede.”
“Talvez”, ela sorriu para ele com insolência.
Ele a guiou pela cozinha e salas de estar. Yasmin não conseguiu evitar de sorrir com a luz brilhante das enormes janelas na área de estar. Ele apontou para a grande parede, "Sei que você já percebeu em nossa casa na cidade que eu não tenho uma televisão na sala de estar, mas há uma na sala de TV. No andar de baixo, temos uma cave que podemos reformar em uma área de entretenimento com uma sala de cinema. Sei que seu irmão mantém uma televisão na sala de estar para os jogos de futebol e para distrair a Wendy, mas você está bem com apenas uma tv lá embaixo?"
“Sim. Absolutamente.”
“Ótimo. Você pode pintar essa parede então.”
“Posso fazer o quê?”
“Um mural. Você pode usar esta parede como uma tela?”
"Sim". Ela pulou de excitação enquanto ele balançava a cabeça para as suas palhaçadas.
"Vamos, eu quero te mostrar os quartos."
Ela segurou a mão dele enquanto ele a guiava pelas escadas estreitas, explicando que pretendia alargá-las um pouco. Quando chegaram ao patamar, ele apontou como o longo corredor se estendia de ambos os lados das escadas. “Aquela ponta é a suíte principal atual, mas tenho um plano e espero que você concorde. Se não, iremos resolver.”
"Certo."
Ele a levou pelo lado esquerdo primeiro, "há quatro quartos nessa extremidade e dois banheiros completos. Cada banheiro é compartilhado entre dois quartos."
"Legal." Ela olhou ao redor de cada quarto. "São de um bom tamanho também."
"São."
Ele parou no primeiro, "acha que isso faria um ótimo berçário?"
Ela sorriu bastante e colocou as mãos na barriga, "Eu acho que sim."
"Bom. Eventualmente todos serão berçários, mas começaremos com um."
Ela riu de suas palavras. "Quatro quartos para quatro filhos?"
"Isso mesmo. Podemos expandir se precisarmos."
Ela riu, o som ecoando pelo quarto vazio.
Ele apontou para um conjunto de escadas no final do corredor. "Vem comigo."
Ela subiu as escadas na frente dele e surpreendeu-se ao encontrar o que pensava ser um espaço de sótão na verdade era uma área grande.
"Os antigos proprietários usaram isso como uma sala de brincadeiras." Ele apontou para uma parede. "Do outro lado da parede há uma grande área de armazenamento. Quero derrubar todas as paredes e fazer isto o quarto principal. Colocarei um banheiro aqui em cima. Estaremos na mesma extremidade da casa que as crianças, elas estarão bem abaixo de nós, facilmente acessíveis pelas escadas."
Ela piscou surpresa com seu cuidado. "Eu amo essa ideia."
"Você ainda nem olhou pela janela a paisagem." Ele apontou para a janela, "Vou construir uma varanda estilo Julieta ali ou talvez um pátio para o café da manhã. Suficiente para colocar um telescópio para observar as estrelas e um par de cadeiras pequenas para nos aconchegarmos."
“Eu adoro isso”, ela se moveu até a janela e então soltou um suspiro. “Sanchez."
"Quando eu peguei o trabalho aqui, vinte anos atrás, para fazer a reforma da cozinha, eles me mostraram a casa e essa vista ficou para sempre gravada em minha cabeça. As montanhas à distância. O campo abaixo. O riacho na borda da propriedade. O celeiro ao lado", ele apontou por cima do ombro dela, "será o seu estúdio."
"Será?"
"Sim."
Ela ficou olhando para o quintal por vários minutos, os braços dele envoltos ao redor de sua cintura, as costas dele contra seu peito, se sentindo segura e protegida. "Como manteremos a Alyssa distante?"
"Meus homens têm ordens para atirar à vista."
"Sanchez." Ela olhou para ele horrorizada e viu o sorriso sarcástico em seu rosto. "Muito engraçado."
"Eu sempre quis dizer isso como um vilão em um filme. Vamos construir um perímetro de segurança ao redor da propriedade, e eu vou ter uma equipe inteira aqui o tempo todo com você e as crianças." Ele tomou fôlego, "Eu sempre estarei por perto. Estaremos ocupados e faremos coisas em nossos próprios termos, e eventualmente pegarei trabalhos de design como eu fazia anteriormente, e vou escolher alguns trabalhos por ano, mas se eu tiver que viajar, vamos organizar nossos horários juntos e iremos juntos como uma família. Eu quero estar com você, Yasmin. Quer dizer, não me leve a mal, se você quiser ir por um fim de semana ou até uma semana com as meninas, eu vou pagar as passagens para onde quer que vocês queiram ir. Provavelmente vou com Octavio e Mallory para fins de semana só de garotos. Eu simplesmente quero que a gente sempre volte para casa um ao outro.”