Embora estivesse tentada a não fazer isso, Kelsey pediu o serviço de quarto, mas fez uma nota mental para pagar com seu próprio dinheiro e não com o cartão de crédito que Edwiin deu a ela. Depois de desligar, ela se sentou no sofá, pensando como um pequeno mal-entendido poderia levar a tal desastre. E ela nem mesmo poderia culpar Katherine. Afinal, ela poderia ter dito não e mantido sua palavra. Kelsey estava decidida que na próxima vez, ela não se colocaria em tal posição.
Mas novamente, por que Edwiin estava com ela se ele não podia confiar nela? Ela havia contado a verdade para ele, afinal de contas. E se a situação fosse pior? O que Edwiin teria dito então?
Quando o serviço de quarto chegou, Kelsey pagou o homem na porta, não permitindo que ele entrasse no quarto. Ela também pagou com seu próprio dinheiro, decidida a não cobrar mais do que o necessário em seu cartão de crédito.
Não estava com vontade de tomar um café da manhã completo, então pegou um prato, encheu-o com frutas, sentou-se novamente no sofá e beliscou uma uva.
Katherine ainda não havia voltado, então obviamente ela havia encontrado com ele. Uma parte dela se perguntava como estava indo a conversa deles, mas a outra parte estava chateada demais para se importar. Depois das coisas que Edwiin havia dito a ela, iria demorar muito para convencê-la a ficar com ele.
Ring! Ring!
Quando Kelsey olhou para o telefone, viu que era o hospital. Shannon. Seu coração pulou no peito e calafrios correram pelo seu corpo, temendo o pior. Ela se preparou e atendeu o telefone. "Alô?"
"Alô," uma mulher profissional disse do outro lado. "Estou falando com Kelsey Valdez Chamberlain?"
"Sim, sou eu," Kelsey respondeu. "Há algo errado? Aconteceu alguma coisa com Shannon?" Lágrimas se acumularam em seus olhos, ameaçando derramar. Claro, o hospital seria o primeiro a ligar para ela se algo acontecesse com Shannon. Sua mãe estaria muito abalada.
"Oh, não!" A mulher do outro lado riu. "Na verdade, ela está indo muito bem! É por isso que estou ligando esta manhã."
Kelsey esperou a mulher esclarecer.
"Sei que é de última hora e é o dia de Ano Novo, mas surgiu uma vaga e gostaríamos de fazer o transplante de células-tronco hoje, se não se importar. Sei que você não estará na cidade por muito tempo, então..."
Kelsey respirou aliviada. "Oh, me desculpe! Eu estava temendo o pior... sobre Shannon."
A mulher riu de novo. "Desculpe por tê-la assustado." Ela fez uma pausa por um momento e então perguntou, "Então, hoje é um bom dia para você?"
Kelsey concordou por hábito. "Sim, claro. Deixe-me tomar um banho e eu estarei aí embaixo. Eu já estava a caminho do hospital de qualquer maneira."
"Fantástico!" a mulher respondeu, como se fosse a melhor notícia que tinha ouvido durante toda a manhã. "Com certeza irei informar o médico da Shannon."
"Obrigada." Kelsey então pensou em algo. "Você ligou para a minha mãe?"
"Sim, nós já contamos a ela. Ela já está aqui."
"Claro que está," respondeu Kelsey, pensando que sua mãe deve ter implorado aos funcionários do hospital para montarem uma cama para ela em uma sala de armazenamento ou algo do tipo, pois ela raramente tem estado em casa desde que Shannon entrou no hospital. "Estarei aí embaixo em breve."
Depois que desligou, ela apressou-se para tomar um banho e se vestiu com um suéter longo, jeans e botas. Quando saiu, Katherine e Edwiin entraram pela porta da frente.
"Kelsey, peço desculpas pelo que aconteceu ontem à noite," disse Edwiin, "Eu não deveria ter tirado conclusões precipitadas assim. Katherine explicou tudo."
Kelsey respondeu com sarcasmo, pendurando seu casaco pesado no braço. "Então, você acredita na Katherine, mas não em mim?"
"Não é assim que—"
"Edwiin, eu sou sua esposa," Kelsey o interrompeu. "Você tem que confiar e acreditar em mim. Eu me recuso a ser comparada com a Roxanne. Eu não sou ela."
Edwiin parecia ter levado um tapa na cara.
"Vou tomar um banho e me trocar," disse Katherine calmamente, caminhando para o seu quarto e banheiro privativos, claramente dando-lhes privacidade.
Edwiin deu um passo mais perto. "Eu prometo dar-lhe o benefício da dúvida da próxima vez."
Kelsey pendurou a bolsa no ombro. "Bem, não haverá uma próxima vez. Daqui para frente, se eu não quiser ir a algum lugar, não deixarei ninguém me convencer do contrário. E não vou mais me colocar em uma posição como essa novamente."
Edwiin assentiu. "E eu prometo falar com você primeiro antes de tirar conclusões precipitadas."
"Mas acima de tudo," acrescentou Kelsey, "Você precisa confiar em mim." Ela cruzou os braços sobre o peito. "Eu não sou a Roxanne."
"Por favor, não fale dela agora."
Ela deu de ombros, olhando em seus olhos. "Então, quando?" Ela respirou fundo para se acalmar, não querendo ser cruel. "Olha. Eu sinto muito. Mas você vai ter que confiar em mim. Só porque aconteceu uma vez, não significa que vai acontecer de novo." Ela desviou o olhar e depois voltou a olhar para ele. "Podemos falar sobre isso mais tarde? O hospital antecipou o procedimento para hoje."
"Sério?" Edwiin perguntou, suas sobrancelhas quase subindo até a sua linha do cabelo.
Kelsey assentiu. "Sim. Eles ligaram cedo e perguntaram se eu poderia ir agora. Abriram uma vaga."
Edwiin colocou a mão nas costas dela. "Eu te levo."
Ela recuou e deu um passo para o lado, o que não passou despercebido por ele. "Eu pensei que você estava indo para Estrea esta manhã."
"Eu estava...." Edwiin suspirou, passando os dedos pelos cabelos, tão atraente quanto sempre. Mas Kelsey se recusou a notar. "Olha. Eu sinto muito, Kelsey. Eu prometo que não vai acontecer de novo." Ele se aproximou dela com cuidado e esfregou os braços dela. "Por favor, deixe-me te levar ao hospital."
Ela cruzou os braços sobre o peito. "Você vai ficar?"
Edwiin inclinou a cabeça para o lado e então assentiu lentamente. "Se você me permitir."
Kelsey deixou as mãos caírem lentamente ao lado do corpo enquanto lágrimas brotavam em seus olhos. "Você quer... ficar?"
Ele assentiu enquanto um sorriso iluminava seus lábios. "Eu quero... se você quer que eu fique."
Kelsey assentiu, cedendo. Ela envolveu os braços em volta dele e o puxou para ela. "Não faça isso comigo novamente."
Ele esfregou as costas dela, encostando a cabeça na dela. "Eu não vou."
Kelsey suspirou. "Na próxima vez, converse comigo sobre o que te incomoda antes de pensar em divórcio."
Edwiin assentiu contra a cabeça dela. "Eu prometo." Ele continuou a esfregar as costas dela enquanto a abraçava. "Eu sinto muito, Kelsey. Você consegue me perdoar?"
Kelsey pensou por um momento e então assentiu lentamente. "Sim, eu consigo. Mas não faça isso comigo novamente. Eu não sei o que faria sem você." E ela nunca queria descobrir.