Capítulo 47
2190palavras
2023-12-14 14:44
"Por que voce tá chorando?"
Damian perguntou para ela.
Quando ele a viu chorar, sentiu-se inquieto por dentro.
Quando ela foi no banheiro, ele também se levantou depois de um minuto e foi procurá-la.
Emília estava olhando para ele pelo espelho.
"O que você tá fazendo aqui? Esse é um banheiro feminino. Mesmo se você fosse o chefe Alfa, não quer dizer que pode ir entrando onde quiser", Emília disse friamente.
Damian fechou a porta e trancou-a.
Emília imediatamente se virou e perguntou: "O que você tá fazendo? Por que você tá trancando a porta?"
Damian aproximou-se dela.
Emília deu um passo para trás, mas bateu com as costas na pia.
Ele pegou o lenço com o qual ela estava na mão e jogou longe.
Ele pegou outro lenço e começou a enxugar o rosto dela.
Emília o parou, segurando a mão dele: "Por que você tá fazendo isso?"
Damian empurrou a mão da Emília e começou a limpar novamente.
"Me responda primeiro. Você estava bem antes. Por que você tá chorando repentino agora?", ele perguntou.
Ele estava esfregando lentamente o lenço na testa, nos olhos, nas bochechas e no queixo dela.
"Damian."
"Hum?"
"Nós não temos nenhuma relação, então você não precisa fazer isso. Você deve viver sua vida como viveu até agora e me deixar viver em paz. Não me confunda com suas ações."
Depois de enxugar o rosto dela, ele olhou em seus olhos e disse: "E se eu disser que não tenho nenhuma intenção de te confundir?"
"Tô feliz com minha vida. Não quero te ver."
"Por que você sente aborrecido quando me vê?"
"Eu não quis dizer isso. Você é o chefe Alfa, ninguém pode replicá-lo."
"Então é porque ela me beijou?", Damian perguntou.
Emília franziu as sobrancelhas. Ela tinha se esquecido do incidente de hoje por um momento.
Esse homem estava realmente brincando com a mente dela.
Ela tentou empurrá-lo, entretanto, o Damian segurou suas mãos. "Me responda", ele insistiu.
"Não tenho que te responder. Ela é sua namorada e tem o direito de fazer esse tipo de coisa com você."
"Ela não é mais minha namorada", Damian explicou para ver a expressão dela, mas a Emília estava se contendo para não demonstrar uma reação.
"Isso não tem nada a ver comigo. Ou você tá me culpando pela sua separação?"
"Eu nunca te culpei, mas você é a razão, não vou negar."
Emília conseguiu escapar das mãos do Damian. Ela tentou passar por ele, o qual a puxou e a girou.
Agora, os dois estavam muito próximos e de frente para o espelho.
Damian colocou os braços ao redor da cintura dela e a abraçou com força.
Ele sussurrou no ouvido dela, olhando para ela no espelho: "Por que você é tão teimosa?"
Emília estava olhando para ele pelo espelho. A forma como ele a abraçava era muito íntima.
Ela nunca pensou, em toda sua vida, que o Damian a seguraria dessa forma.
Ela lutou para se mover, mas ele puxou o corpo dela para perto para que eles não sobrasse nenhuma distância entre seus corpos.
"O-O que você quer, Ar-Damian?"
Damian sorriu para ela e sussurrou: "Como posso explicar pra você o que eu quero?"
"Me solte, eles ainda estão esperando por mim."
"E aqui tô eu, esperando você quebrar o gelo e conversar comigo sobre tudo."
"Eu não tenho nada pra falar com você."
"Mas eu tenho. O que eu deveria fazer? Eu tenho que te contar tantas coisas."
"Você pode me contar tudo sem me segurar desse jeito", Emília refutou.
"Hã. Eu quero te abraçar assim por mais tempo. Seu cheiro tá me acalmando", Damian disse e descansou, apoiando o nariz no pescoço dela.
Ela sentiu um arrepio na espinha.
O toque dele a deixava fraca. "Eu não sou um brinquedo que você pode quebrar e depois consertar quando quiser", ela acusou com raiva.
Damian mirou-a no espelho e disse: "Me desculpe, Emília."
Os olhos da Emília se arregalaram.
"Me desculpe pelo que fiz. Eu não deveria ter te rejeitado. Eu deveria ter dado um pouco de tempo pra nós. Não sei por que fiz aquilo, mas agora me sinto culpado."
Emília se virou para ele e franziu a testa: "Você acha que minha vida é um jogo??"
Damian balançou a cabeça: "Não..."
"Pare e me escute", interrompeu Emília.
Ela colocou o dedo no peito dele. "Você, o chefe Alfa dessa alcateia, é muito poderoso. As pessoas o chamam de Todo-Poderoso, porque você é um sangue puro. Você não merece uma Ômega fraca como eu. Então, você fez o que achou certo. Agora, depois de tudo que aconteceu, você não pode simplesmente vir até mim e falar essas coisas."
"Eu tô me desculpando com você."
"Não dá pra aceitar seu pedido de desculpas. É impossível perdoá-lo. O que você fez comigo foi algo que jamais esquecerei por toda a minha vida. Você arriscou minha vida, pois sabia que eu poderia morrer e, mesmo assim, fez isso."
Damian a ouvia em silêncio, pois ela estava certa. Ele fez aquilo mesmo sabendo de tudo que poderia acontecer.
"Por que você ficou em silêncio agora? O gato comeu sua língua?" Emília perguntou para ele, do qual não obteve resposta.
Emília o empurrou, dessa vez ele se moveu de bom grado.
"É melhor pra nós dois seguirmos em frente. E eu vou te superar", disse Emília. Ela abriu a porta e saiu do banheiro.
Damian cerrou os punhos.
Ele era um homem muito agressivo.
Ele não conseguia se controlar se ficasse ali por um minuto, então saiu do shopping sem dizer nada para ninguém.
Emília voltou para a praça de alimentação.
"Por que você demorou tanto? Você tá bem, Emi?", Cecília sussurrou. Emília assentiu com a cabeça.
Damian não voltou, então o Elijah ligou para ele.
Damian disse que tinha surgido um trabalho, por isso ele foi embora.
Elijah olhou para a reação da Emília e quase entendeu o que já tinha acontecido.
Emília saiu do shopping.
Ela voltou para casa quando já estava escuro.
Ela estava chateada com tudo.
Ela não estava feliz pelo Damian se sentir culpado.
Se sua loba não tivesse sentido dor, ela aceitaria as desculpas, mas ela quase perdeu a loba dela.
Felizmente, Diaz e a avó dela salvaram-na.
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Nos três dias seguintes, Emília não foi para a faculdade. Hoje, ela estava se preparando para ir, quando, de repente, o celular dela tocou.
Ela atendeu a ligação sem olhar o nome de quem tinha ligado: "Alô?"
"Onde você tá?"
"Zoe!"
"Você se surpreendeu com a minha ligação?"
"Não, não olhei o nome quando atendi."
"E qual é a sua resposta à minha pergunta?"
"Tô me arrumando pra ir pra faculdade. E você?"
"Você esqueceu do nosso combinado, completamente. Legal, trapaceira", Zoe fingiu estar triste ao ouvir o que ela disse.
"Espere aí, que combinado?", Emília ficava confusa. Por fim, ela se lembrou que ele tinha falado que iria na alcateia dela hoje.
"Viu? Você nem se lembra do que nós combinamos."
"Eu me lembrei agora. Onde você tá?", Emília perguntou.
"Tô do lado de fora da sua casa."
"O QUÊ?"
"É verdade, tô te esperando aqui fora. Desça rápido."
"Tá bom, tô indo."
Emília fez um rabo de cavalo alto com o cabelo, pegou a bolsa, o celular e desceu as escadas.
Ela viu que a Helen estava conversando com o Zoe. Eles estavam sentados no sofá.
Emília ficou paralisada.
"Olha, sua filha finalmente chegou", Zoe riu.
Helen virou a cabeça para a Emília.
Ela estava fazendo o café da manhã quando viu um carro grande do lado de fora da casa.
Quando ela tentou olhar pela janela, ela viu que o Alfa Zoe estava de pé, apoiando-se no carro.
Ela ficou chocada. Ela o viu no jantar do baile.
Ela abriu imediatamente a porta e o cumprimentou.
Zoe também a cumprimentou.
Helen convidou para ele entrar.
Ele disse que tinha ido lá para buscar a Emília.
No começo, Helen ficou surpresa pelo Zoe conhecer a Emília, mas então ele disse que a Emília era sua amiga.
"Venha cá. Alfa Zoe tá te esperando faz tempo", Helen apressou a Emília.
Emília olhou para o Zoe e acenou com a cabeça. Ela não se sentou lá.
"Mãe, esse é o Alfa Zoe, o Alfa chefe da alcateia Silver River. E Zoe, essa é a minha mãe", Emília os apresentou.
Os olhos da Helen se arregalaram quando ela ouviu a filha chamando o Alfa pelo nome. Parecia que eles eram muito próximos. Do contrário, ninguém se atreveria a chamar qualquer chefe Alfa pelo nome.
"Eu o conheço", Helen assentiu com a cabeça.
"Mãe, Zoe veio pra nossa alcateia fazer algum trabalho. Então, ele precisa da minha companhia. Eu tenho que ir junto", disse Emília.
Zoe assentiu com a cabeça.
"Tá bom", Helen disse.
"Tô pronta. Pra onde vamos agora?", Emília disse para o Zoe.
"Vou deixar você na sua faculdade primeiro. Você não precisa perder sua aula por mim. Te busco depois das aulas", Zoe disse.
Helen sorriu para eles. Ela queria saber se eles estavam em algum relacionamento.
Zoe era um chefe Alfa, embora fosse de outra alcateia rival. Ela ouviu falar bem dele. Se ele gostasse da filha dela, então ela seria feliz com ele.
"Antes de tudo, vamos tomar café da manhã", Helen exotou e se levantou.
"Mãe, não tenho tempo pra tomar café da manhã", Emília recusou.
"Por que você tá mentindo? Você tem mais meia hora. Essa é a primeira vez que o Alfa Zoe visita à nossa casa. Não posso deixá-lo ir embora sem comer nada."
Emília estava prestes a negar, mas o Zoe a impediu. "A Sra. Lambert tá certa. É a primeira vez que venho à sua casa e você tá me tratando desse jeito?", Zoe riu e se levantou.
Emília ficava complexo olhando para ele, que sorriu. "Tô com fome. Quero tomar café da manhã, Sra. Lambert", Ele pediu educadamente.
Helen ficou feliz. Ela assentiu com a cabeça e serviu todos os pratos na mesa para ele.
Emília viu o Zoe sentando-se em uma cadeira do lado direito. Ela olhou para a mãe e viu que ela não disse para ele se sentar na cadeira principal, como disse para o Damian da outra vez.
Ela foi até a mesa e sentou-se em frente à cadeira do Zoe.
Helen sentou-se em uma cadeira e disse: "Espero que você goste da comida. Eu não sabia que você viria, se não, eu teria cozinhado mais pra você."
Zoe balançou a cabeça e disse: "Não, Sra. Lambert. Tá tudo bem. Você cozinhou perfeitamente e até acertou meu gosto em cheio. Eu gosto de bolinhos."
Helen ficou aliviada por ele gostar da comida dela.
"A propósito, Emília disse que você veio a trabalho", ela perguntou para o Zoe.
Zoe parou de comer e olhou na direção da Helen e, em seguida, virou a cabeça para a Emília, que estava comendo.
"Na verdade, ela mentiu pra você. Eu vim na alcateia da senhora pra me encontrar com sua filha."
Quando ouviu o Zoe, a comida entalou na garganta da Emília.
Ela não acreditou no que ele disse para sua mãe.
Ela olhou espantada para o Zoe e começou a tossir.
Helen ficou em choque e pensou: 'Ele veio aqui só pra ver a Emília?'
Ela olhou para ambos.
Zoe colocou água em um copo, deu para a Emília e disse: "Beba."
Emília pegou o copo e bebeu a água. Depois, ela olhou para o Zoe, o qual sorriu e explicou: "Eu não conseguiria mentir pra sua mãe."
Helen ficou confusa com a conversa deles.
Emília se levantou e quis sair: "Mãe, te explico quando eu voltar. Agora tenho que ir, tchau."
Zoe também se levantou e disse: "Sra. Lambert, foi um prazer te conhecer. Nos veremos de novo", Helen assentiu com a cabeça e despediu-se.
Zoe saiu e Emília o seguiu.
Zoe abriu a porta do carro para ela, a qual entrou, e ele foi para o banco do motorista e deu partida no motor.
Helen ficou vendo tudo da casa.
Ela pensou que, finalmente, alguém tinha entrado na vida da filha dela.
Naquela noite do baile, ela tinha ouvido o que o Zoe disse para todos sobre a companheira escolhida a dedo por ele. Ela tinha esperança de que era de sua filha que ele estava falando.
No carro, Emília olhou para o Zoe e perguntou: "Por que você disse aquilo pra minha mãe?"
"Por quê? Você tá com medo da sua mãe?", Zoe perguntou.
"Não, mas ela pode entender errado."
"Entender o que errado?"
"A nossa relação."
"Eu queria que ela nos entendesse errado, querida", Zoe sorriu de forma maliciosa para ela.
"Não me venha com esse sorrisinho. Você é muito danado!"
Zoe riu enquanto dirigia o carro.
O carro entrou na Universidade e todos ficaram olhando. Eles sabiam de quem era aquele carro agora.
Zoe desceu primeiro e abriu a porta para a Emília.
Emília desceu do carro.
"Volto quando as aulas terminarem, tá bom?", Zoe perguntou para Emília.
Emília concordou com a cabeça e despediu-se dele.
Ele sorriu para ela e despediu-se também.
Mas mal sabiam eles que alguém estava olhando com muita raiva.