Capítulo 59
1575palavras
2023-12-15 00:01
POV de Daniela
Eu estava em casa!
Aparentemente, Matheus havia se conectado mentalmente com Leandro assim que acordou, dizendo-lhe que tinha um tiro limpo na cabeça de Lucian. Ninguém prestou atenção nele, pois Lucian tinha a atenção de todos em nós.
Era um plano arriscado, mas admito: magistralmente executado.
Uma vez que Leandro e eu estávamos sozinhos, finalmente pude queimar o estúpido narcótico que Lucian havia me injetado. E pelo sorriso no rosto de Leandro, diria que ele está a ponto de se arrepender de tê-lo matado antes de conseguir um nome para a coisa.
Estivemos nisso por dois dias seguidos antes que minhas necessidades finalmente se aquietassem.
"Provavelmente foi algo que iniciou o seu cio", Leandro murmurou na curva do meu pescoço, esfregando minhas costas doloridas. Eu resmunguei uma resposta incoerente, apenas aproveitando a presença do meu companheiro.
A luz da lua inundou o quarto e, de repente, meu companheiro se mexeu na cama para se afastar de mim.
"Não acredito que não notei isso antes", ele disse, traçando padrões ao longo das linhas que eu sabia serem os contornos da minha tatuagem.
"Minha tatuagem?" Eu perguntei, instantaneamente sabendo o que tinha capturado sua atenção ao luar. "Minha mãe a fez para mim quando eu mudei pela primeira vez. Ela disse que iria me dizer o que significava quando eu crescesse, mas..." Eu dei de ombros. Ainda doía pensar em não tê-la aqui. Especialmente agora; eu tinha tantas perguntas... "Ela não estava por perto quando eu cresci."
"Você sabe o que significa?"
"Eu juro", eu franzi a testa antes de me virar para encará-lo. "Se você disser 'Lobo Feroz', eu vou QUEBRAR seu pescoço."
"Por que você diz Lobo Feroz?" ele perguntou, o rosto ainda inexpressivo e estoico. Eu franzi ainda mais a testa. Ele estava falando sério?
"Porque foi a única coisa que o vampiro repetiu sem parar", eu expliquei, sentindo meu coração apertar ao pensar naquele monstro. "Ele disse algo sobre criar um exército de Lobos Ferozes e fazer híbridos..." Como se sentindo meu desconforto, Leandro enfiou seus braços em volta de mim, me puxando para mais perto dele. Eu suspirei, aspirando seu cheiro terroso que acalmava instantaneamente minha loba.
"Ele estava claramente doente", eu afirmei, tentando convencer Leandro, assim como a mim mesma.
"Doente, sim!" Leandro respondeu, desenhando círculos nas minhas costas. "Mas errado? Não."
"O quê?"
Eu olhei para cima. Mal podia acreditar nos meus ouvidos e os meus olhos estavam arregalados de surpresa. Mas Leandro só olhou para mim com uma expressão suave; quase suplicando para eu acreditar nele.
"Essa tatuagem", disse ele suavemente, segurando-me firmemente. Como se estivesse com medo que eu fugisse. "É o símbolo de um Lobo Feroz."
"É só uma tatuagem!" Eu exclamei, recusando-me a acreditar nele. Isso tinha que ser algum tipo de piada! Piada doentia e estúpida.
"Não é, e eu posso provar," continuou ele, sua voz severa e dura. Ele se levantou e pegou uma caneta da sua mesa. Sentou-se na minha frente. Eu segui o seu exemplo e me levantei, observando enquanto ele desenhava o símbolo nos braços. Eu soltei um grito de choque. No segundo em que o símbolo começou a tomar forma, as linhas começaram a sangrar. Leandro sibilou de dor, mas continuou desenhando.
"P-pare," sussurrei, minha voz tremendo. Eu não podia acreditar no que estava vendo, mas ele continuou, desenhando mais sangue. "Pare!” Eu gritei, me jogando em cima dele. Peguei a caneta e a joguei para longe. Corri para o banheiro, puxando Leandro comigo. Abri a torneira e lavei quase freneticamente. "Que diabos foi isso?!" Eu exclamei enquanto tinta e sangue se misturavam. Meu coração batia contra as minhas costelas como se estivesse tentando escapar e meu lobo estava uivando e pranteando. Eu não podia acreditar! Mas Leandro permaneceu calmo.
"É o símbolo do Lobo Feroz," ele explicou e fechou a água, antes de se virar para mim novamente. "Qualquer um que não tenha sangue de Lobo Feroz, o símbolo vai queimar..."
"E você sabia disso?!" Eu estava praticamente gritando neste ponto, sem realmente saber se estava assustada, confusa, ou furiosa. "E desenhou isso no seu braço de qualquer forma?! Você é louco?! Você poderia ter se machucado..."
"Eu tinha que te convencer de alguma forma," ele deu de ombros, e eu estava tentada a bater algum juízo nele. "Você tem sangue de Lobo Feroz nas suas veias."
Eu respirei fundo e deixei tudo assimilar por um momento. Lobo Feroz! Eu---eu era um Lobo Feroz. Tudo isso aconteceu porque eu era um Lobo Feroz?!
Eu precisava sentar...
Andei além de Leandro e me sentei no vaso sanitário.
"M-mas Lobos Ferozes..." eu gaguejei, observando meu companheiro ajoelhado na minha frente. "São apenas uma lenda."
"Não mais," ele disse como se estivesse apenas afirmando que o céu é realmente azul!
"Mas o que isso significa?" Eu instigava quase desesperada, como se ele pudesse me dizer. Eu não queria ser uma lenda de lobo! Não queria ser um animal carnal... Até meu lobo estava protestando...!
Mas ele apenas suspirou, passando a mão pelos cabelos.
"Eu não sei," ele confessou, antes de se levantar. Por uma fração de segundo, me perguntei se agora ele estava se arrependendo de me marcar. Um monstro de lobo...! “Mas eu sei”ele continuou e, antes que eu percebesse, me pegou no estilo nupcial e nos levou de volta ao nosso quarto. Delicadamente ele me colocou antes de se deitar ao meu lado. “Não importa o que aconteça, Daniela Ridley," ele sussurrou amorosamente em meu ouvido. "Vou sempre te amar."
Quase suspirei aliviada. Deixe para Leandro ser um romântico!
"Eu também te amo, Leandro," Eu sussurrei, me aconchegando em seus braços. Até minha loba ronronou, estando tão próxima ao seu parceiro novamente. Deitada aqui perto dele, tudo que aconteceu parecia nada além de um pesadelo.
Minha mente oscilava de um lado para o outro. Fui vendida a vampiros por meu irmão porque eu era uma loba Dire. Mas achei algum conforto, sabendo que tinha sido seu último recurso. Ele realmente vendeu todo o resto primeiro, certo? Minha loba zombou, sua lealdade ao seu sangue há muito desaparecida! Eu sorri. Acho que era apenas minha maneira de lidar com isso. Tentando ver o bom num irmão horrível... Não que ele merecesse, mas me fazia sentir melhor, então quem liga---?
"Daniela Stuart," Leandro repentinamente interrompeu meu fluxo de pensamento. "Soa melhor! Nós deveríamos nos casar para você poder mudar isso."
"O quê?!" Eu estalei, olhando para meu parceiro. Mas seu rosto estoico não tinha sequer uma expressão, me fazendo pensar que eu imaginei. “Isso foi uma tentativa patética de pedido de casamento?”
"E se foi?" ele continuou, ainda sem mostrar qualquer emoção. "Você diria sim?"
"Não!" Eu exclamei e golpeei seu ombro. Revirei os olhos para ele e, irritada, me enfiei de novo sob os cobertores. Alfa idiota! Fazendo meu estômago estremecer com borboletas e meu coração cair e – tudo! "Me pergunte apropriadamente!" Eu bufava e virei minhas costas para ele. "Idiota!"
"Então você vai dizer sim?" ele continuou atrás de mim. Franzi a testa. Ele estava falando sério...?!
"Depende," eu dei de ombros, sem saber o que havia possuído meu parceiro naquela noite. Eu me casaria com ele se ele perguntasse seriamente? Sim! Éramos parceiros, então, não é como se fossemos nos livrar um do outro tão cedo. E eu queria um casamento humano, mas talvez DEPOIS eu me formasse...?
"Então você vai se casar comigo?" Ele continuou me importunando. Eu rosnei. Isso. Não. Era. Engraçado!
"A menos que você fique de joelhos com um anel, eu vou...," Eu irrompi contra ele, pronta para dar a ele um pedaço da minha mente e do meu coração ferido – quando ele de repente se levantou e saiu do quarto. Eu apenas fiquei lá, espantada. Pude ouvi-lo no escritório, revirando suas gavetas, antes de reaparecer na porta. Ele veio rapidamente para a cama – e se ajoelhou! Segurando um anel entre os dedos…
"Leandro?" Tentei perguntar, mas a palavra mal foi um sussurro audível.
"Pertencia à minha mãe, mas eu posso comprar uma nova para você se preferir", ele disse com sua voz escura e rouca de costume, fazendo meu coração palpitar. "Daniela Ridley", ele levantou o olhar, e seus olhos azuis como o oceano brilhavam ao luar. Cheios de amor e paixão.
"Você quer se casar comigo?"
Todas as meninas sonham, pelo menos uma vez na vida, com a proposta de casamento perfeita. Mas isso não era o que eu tinha em mente. Meu parceiro semi-nu ajoelhado à frente de nossa cama e eu completamente nua nela? Não era bem assim que eu imaginava!
E ainda assim... Isso foi tão, mas tão melhor do que eu poderia imaginar.
"Sim!" Eu exclamei e joguei meus braços em volta de seu pescoço, beijando-o profundamente. "Sim, vou me casar com você, seu persistente!"
Eu beijei seus lábios novamente, sentindo quando ele nos levantou de volta para a cama.
"Eu, um persistente?" Leandro sorriu entre os beijos, tentando parecer acusador. "Se você ia dizer sim o tempo todo, poderia ter apenas..."
"Leandro!" Eu o interrompi, colocando um dedo sobre seus lábios. "Apenas se cale e me beije."
Ele sorriu maliciosamente, antes de enfiar o anel em meu dedo.
"Tudo por você, meu amor", ele respondeu, o sorriso em seu rosto chegando até suas orelhas. Ele se inclinou e me beijou apaixonadamente. Um beijo que logo se transformou em um fogo de desejo e amor e uma longa noite de apenas... fazendo amor...