Capítulo 32
1356palavras
2023-11-15 19:00
POV de Daniela
Minha primeira reação foi: choque!
Leandro --- estava me beijando!
Por quê---?!
Ah, mas minha mente logo se voltou para coisas mais importantes. Como seus lábios se sentiam perfeitos contra os meus. Sem nem pensar, eu estava me movendo em sincronia com ele. Todo o meu ser se transformou em uma poça de não-vontade. Tudo que eu era neste momento era aquele beijo.
Eu podia ouvir um rosnado baixo no fundo de sua garganta, enviando arrepios de prazer pela minha espinha. Sua mão se meteu em volta da minha cintura, me pressionando firmemente contra seu corpo tonificado, enquanto a outra viajava para a parte de trás da minha cabeça, se emaranhando no meu cabelo. Me prendendo em seus braços, me segurando no lugar. Nunca na minha vida, tinha sentido tão bom ser dominada por um homem...
Seus dentes roçaram meus lábios inferiores. Eu gritei com o prazer doloroso repentino. Mas no segundo em que meus lábios se abriram, ele enfiou a língua na minha boca. Um gemido embaraçoso escapou dos meus lábios enquanto ele parecia estar explorando cada centímetro do meu interior. Eu fiz uma tentativa patética de lutar contra ele pela dominância, mas ele apenas sorriu para a tentativa. Eu estremeci de prazer com o som profundo e animal. Eu me senti ficando cada vez mais excitada, meu âmago se transformando em uma poça quente.
Sem pensar, coloquei minhas mãos em seu peito---
E assim, eu fui projetada de volta à realidade...
Sem aviso, Leandro pulou para trás como se eu estivesse pegando fogo. A cadeira atrás dele, atingiu o chão com um estrondo alto, ecoando a dor que senti pela rejeição súbita.
"Me desculpe!"
Confusa, tudo o que pude fazer foi encará-lo com raiva. Incapaz de entender o que diabos acabara de acontecer.
"O quê?!" Eu ofeguei a palavra, ainda sem fôlego do beijo intenso.
"Me desculpe", ele murmurou novamente, se apoiando na mesa e respirando pesadamente. Seus olhos não conseguiam encontrar os meus. "Eu não deveria ter..." ele murmurou, esfregando a ponta do nariz. Ele respirou fundo novamente e suspirou: "Me desculpe."
Eu só fiquei ali parada. Minha loba choramingou, pensando que seu companheiro acabara de rejeitá-la. E, para ser honesta, a rejeição parecia uma azia. Sem pensar, apertei minhas mãos, agarrando meu peito. Esperando que isso aliviasse a dor. Lágrimas bordejavam meus olhos e meu estômago parecia um nó duro.
Por quê? Foi tudo apenas minha imaginação? Foi apenas eu?
Fechei os olhos e percebi: claro, era só eu! Leandro não se importava comigo dessa maneira! Para ele, eu era apenas--- uma empregada! A empregada do Alfa...
E foi quando tudo finalmente fez sentido!
Eu suspirei, ao perceber. Claro...! Eu estive sendo tão estúpida! Eu...
"Oh não", grunhi, sentindo raiva, vergonha e fúria, se misturando com a dor. "Peço desculpas!" Eu olhei para cima e encontrei os olhos frios e desprovidos de emoção do Alfa Stuart. "Eu esqueci o meu lugar!" cuspi as palavras, esperando que elas fossem tão venenosas quanto eu me sentia.
"O quê?" o Alfa franzio a testa, confuso sobre o que acabava de acontecer. Mas eu estava muito irritada, muito envergonhada e muito zangada para perceber a reação dele.
"Mas então," eu zombei, segurando as lágrimas. "O que você esperava de uma empregada, hein?"
Eu esperava que minha palavras o machucassem tão profundamente quanto ele havia me machucado. Eu não esperei por uma resposta. Rapidamente passei por ele e, como se minha vida dependesse disso, corri para cima.
Como eu pude ser tão estúpida? Ele era um notório conquistador! Ele tinha mulheres - belas lobas! - caído aos seus pés todos os dias. Por que eu fui tão estúpida a ponto de pensar que tinha uma chance? Ele nunca me veria como algo além de uma empregada barata; uma praga que foi empurrada para a vida dele. Por que eu não percebi meus sentimentos por ele antes? Eu nunca deixaria chegar a esse ponto! Eu teria matado esses sentimentos antes que ele tivesse a chance de me machucar assim.
Por quê? POR QUÊ?
"Daniela!"
Ouvi ele me chamar. Mas eu não consegui parar. Lágrimas ameaçavam cair e naquele momento, eu preferiria morrer, do que deixá-lo me ver chorar como uma garotinha patética e fraca...
"Daniela, pare!" Ele de repente puxou meu braço, me surpreendendo. "Não é assim!"
Eu rapidamente tentei fugir, mas em questão de segundos ele tinha um braço de cada lado de mim, eficientemente me prendendo entre ele e a parede.
"Então, o que é?" eu gritei, sentindo as lágrimas pressionando o canto dos meus olhos. Olhei para cima, mas os olhos dele rapidamente evitaram os meus. Nenhuma resposta. Ele apenas ficou lá, boquiaberto como um peixe fora d'água. Mais um golpe no meu coração já despedaçado, quando eu finalmente entendi o porquê.
"Ah, entendi," eu ri de repente. Uma risada seca e sem humor. Eu fui mesmo muito idiota…!
"O que?"
"Perdão, Alfa", eu resmunguei, forçando-me a sustentar seu olhar frio. “Não percebi que me salvar teria um preço. Mas eu não sou igual às bonecas com quem você está acostumado, então, se for conveniente para você: desconte do meu salário!”
Eu me virei para fugir dele, mas---
"Pare!"
De repente, fui ainda mais pressionada contra a parede. Eu ofeguei levemente, virando-me para encará-lo. Seus olhos estavam negros como a noite. Seu corpo todo tremia.
"Apenas...Pare!" ele respirou pesadamente, e eu podia ver seu maxilar se contraindo. “Não é nada disso...” Eu podia vê-lo lutando. De repente, suas mãos agarraram minha cabeça rudemente, puxando-me para ele. Ele, com força, mas incrivelmente cuidadoso, inclinou minha cabeça para trás e encostou sua testa na minha. E como magia, o tremor dele parou. Ele deu uma respiração profunda e, como se alguém tivesse injetado um sedativo nele, ele se relaxou. "Eu não me importaria se tivesse que matar um exército de vampiros por você, Daniela", ele murmurou, seu hálito quente espalhando arrepios por todo meu corpo. "Se for o que é preciso para mantê-la segura, eu faria num piscar de olhos."
"Você não está fazendo sentido", eu sussurrei, sem entender nada. Minhas mãos estavam enlouquecendo para agarrá-lo novamente, mas sua reação anterior me forçou a mantê-las coladas na parede atrás de mim.
"Eu quero que você fique segura, Daniela", ele sussurrou, sua voz suave e triste. Tão profundamente triste, que de repente esqueci minha própria dor. De repente, tudo que eu queria fazer era tirar sua dor. Tirar sua tristeza e substituí-la por alegria. Eu queria fazer isso por ele…
"Eu estou segura", eu sussurrei, inspirando seu forte aroma masculino. De fato, eu nunca me senti tão segura na minha vida. Bem aqui. Em seus braços…
Ele suspirou, me soltando. Ele se levantou. Seus olhos continuavam fechados e sua cabeça descansava na minha. Seu nariz tocava o meu e seu hálito quente fazia cócegas na minha pele.
"Comigo, você nunca estará segura", ele suspirou impotente.
"O que você quer dizer?" perguntei como uma idiota. E desta vez, Leandro foi quem soltou outra risada seca e sem humor.
"Instinto Sangrento, Daniela!" ele resmungou. "Se eu perder o controle dele - por um segundo apenas - é o suficiente para eu causar um dano sério." Ele rosnou frustrado, batendo as mãos na parede atrás de nós. “Para machucar as pessoas de quem me importo--- ” A dor em sua voz era quase insuportável. “Machuca-las!”
"O que você está tentando dizer?" Eu murmurei, ainda confusa. Meu coração doía ao ouvi-lo sofrer assim. Eu só queria envolvê-lo em meus braços. Sentir ele contra minha pele, protegê-lo e aliviar sua dor.
"Estou te dizendo que...” ele suspirou, a tensão em sua voz era evidente. “Mesmo que eu não queira, eu posso e vou te machucar, se você se aproximar de mim." Ele suspirou uma última vez, antes de finalmente se afastar de mim. Meus olhos encontraram os dele, escuros. "Eu vou te machucar e," ele continuou, sua voz rouca por lutar contra sua própria batalha interna. “Eu posso te matar!”
Eu suguei o ar e um soluço fraco deixou meus lábios.
"E eu morreria se fosse eu a causar sua dor!"
Eu finalmente entendi o que ele estava me dizendo…