Capítulo 29
1659palavras
2023-10-08 18:57
"Recebemos informações verídicas de que o grande benfeitor Northon Sulliver, foi o responsável pela morte da herdeira da família Howard. As informações que chegaram a nossa equipe constataram que Northon teve diversos envolvimentos com suas inquilinas em busca de prazer. Às vítimas estão disposta a ajudar a polícia..."
Click.
Allison desligou a tv. Ela sabia quem era o responsável pela matéria. Olhando para o rosto de seu pai, ela tocou pela última vez e envolveu o pano cobrindo seu rosto. Seu celular tocou e ela atendeu prontamente:
— Senhorita Sulliver, o que está acontecendo? - Leon perguntou preocupado.
— O meu pai morreu, Sr. Leon.
Allison não parecia mais triste. Ela queria vingança. A única forma de seu pai a perdoar, era provar sua inocência.
Se ele fosse culpado, ela não se importaria em ajudar as vítimas.
Mas se ele fosse inocente, todos pagariam pela vida do seu pai.
— Podemos nos encontrar, Senhor Leon? Estou no hospital.
— Claro. Existe uma cafeteira na próxima esquina. Está tudo bem, Sra. Allison?
— Está sim. Agora está. Vou esperar você.
Ela desligou, no momento seguinte, outra ligação chegou. Olhando para a tela, ela viu o nome de Justin.
Não havia mais sentimentos no coração de Allison. Ela perdeu seu pai, perdeu seu filho, quase perde sua vida quando ele tentou jogar ela do prédio, quase foi abusada por ele. Ela perdeu seu amor próprio por um homem movido a vingança.
Valia a pena?
Quando você cai, você deve estar disposta a se machucar.
Mas vale a pena quando é por amor?
— Oi. - A voz dela estava desprovida de emoção.
— Soube que ele morreu. Morreu antes de pagar por seus crimes, hein? Mesmo após a morte, ainda era um covarde. Não se preocupe, por respeito a você, vou enterrar ele como indigente.
Silêncio.
— Responda, Allison!
Allison sabia que ele não suportava falar sozinho. Suprimindo sua raiva interna, ela controlou suas emoções.
— Tanto faz.
E desligou no momento seguinte, bloqueando o contato dele em seguida. Ela olhou para o nome dele na lista de contatos e apagou.
 Assim como um dia se ama alguém, com a mesma intensidade se deixa de amar.
No outro lado, Justin sentiu a indiferença dela e pensou que ela estava abalada pela morte do pai e sentiu seu peito doer. Talvez se ele fosse um homem bom, ele estaria ao lado dela.
Justin sabia o quanto Allison amava seu pai. Ele levantou-se da cadeira e estava prestes a sair, quando Brenda chegou com o bebê.
— Oi. Nosso filho sentiu falta do papai dele.
Justin sorriu e pegou o bebê no colo.
E pensar que ele ficou com pena de Allison.
Ele se sentiu estúpido e voltou para sua mesa com seu filho no colo. Brenda sorria. Um sorriso de vitória por ter vencido Allison.
Em um galpão, Noah havia encontrado o lugar onde sua filha estava. Ele havia contratado homens experientes para ajudar no resgate. O que ele não sabia era que toda sua ação estava sendo vigiada. Brenda sabia os passos deles.
Quando os homens de Brenda saíram do galpão, Noah entrou por trás e conseguiu resgatar sua filha. Ele pediu que ela não dissesse nada.
A menina estava apavorada. De repente, houve um tiroteio na entrada. Noah segurou sua filha no colo e saiu depressa pela abertura que ele havia feito antes. Quando ele estava prestes a passar pelo buraco, ele levou um tirou nas costas e caiu.
— Papai!!! - A menina chorava.
Noah olhou para ela. Ele queria que ela não visse ele daquele jeito e tirou um pendrive do bolso e colocou nas mãos pequenas dela.
— Filha... procure...Allison Sulliver, condomínio Howard. Me promete...que ninguém... pegará isso?
— Não, pai! Eu não posso deixar o senhor. - Ela murmurou desesperada.
— Filha… seja forte... lembra?
— Não!!! Eu não vou te abandonar.
Eles ouviram passos se aproximar e ele a empurrou fechando o buraco.
Como havia um ponto cego no lugar, era impossível observar o que acontecia naquele momento. A filha de Noah caiu no meio de ervas daninhas e entrou em pânico.
Talvez essa Allison pudesse ajudar de alguma forma.
"Allison Sulliver, condomínio Howard", ela ditava como um mantra. Guardou o pendrive em seu sutiã e correu chorando muito.
Ela tinha que encontrar essa tal Allison. Talvez ela ajudasse seu pai.
Em uma cafeteria próximo ao hospital, Allison esperava por Leon e como ele era muito pontual, chegou no momento exato. A primeira coisa que fez, foi abraçar a jovem que estava desolada. Mas ele sabia que ela estava machucada.
— Lamento pelo seu pai, Sra.
— Podemos falar dele depois? Eu preciso que me diga quem realmente era meu pai. Ele mencionou 1046. O que significa isso?
Leon observou o semblante de Allison e notou que ela precisava saber a verdade.
— Ele mencionou exatamente, 1046?
Quando ela acenou afirmativamente, Leon pegou o seu computador portátil da mochila que carregava e ligou. Havia uma pasta: 1046.
— Norton disse que, se algo acontecesse com ele. A Sra. era a única pessoa capaz de abrir essa pasta. Ele mencionou na época que a Sra. saberia a senha.
Allison franziu o cenho. Ela não lembra o seu pai mencionar senha alguma. Entretanto, ela poderia facilmente lembrar se fosse esse o caso.
Percebendo a confusão instalada no rosto da jovem, Leon pensou em algo.
— Talvez um código entre pai e filha? Eu tinha um código com a minha irmã. Dizíamos que se um dia acontecesse algo ruim com um de nós dois, a senha para pedir ajuda seria "solavanco".
Allison sorriu.
Leon observou que ela tinha um sorriso lindo e as covinhas da sua bochecha a deixavam muito sensual. Mas por respeito ao seu amigo, ele não iria alimentar sentimentos em relação a jovem.
— Eu lembrei de algo. O meu pai sempre me chamava Rabbit. Ele dizia ser um codnome fofo para sua garota fofa. - Quando ela pensou isso, o seu semblante antes alegre, murchou. — Eu sinto falta dele, Sr. Leon.
Leon se compadeceu dela. Por fim, ele digitou o nome.
Flop!
A pasta com o arquivo abriu. Ele passou o computador portátil para ela que se aproximou dele e juntos encontraram varias fotos de Clarice com vários homens.
Em algumas fotos, ela estava beijando um homem, na seguinte, estava sem roupas com dois homens. Haviam várias fotos dela, que Justin julgava ser doente cardíaca em posições extremamente depravadas para uma doente crônica.
Havia um vídeo.
Nesse vídeo, acontecia uma discussão entre Northon e Clarice.
"Northon: Amor eu já disse, não posso mais dar dinheiro. As crianças precisam de uniformes, livros, materiais para a escola.
Clarice: Não me importa com o essas crianças imundas! Northon eu exijo dinheiro ou vou fazer você cair num abismo tão grande que será impossível você se reerguer de novo.
Northon: Isso é alguma ameaça?
No segundo seguinte, ele derrubou alguns papéis sobre a mesa. Clarice se aproximou e deu um tapa no rosto dele.
Clarice: O meu irmão vai-me vingar. E quando eu fizer o que vou fazer, seu nome, que você tanto preza vai cair tão fundo que a única coisa que sobrar será seu cadáver. "
A gravação acabou.
Allison e Leon se olharam surpresos. Clarice não era tão pura assim. Ela usou o pai de Allison para levar uma vida devassa.
Devido a sua beleza e jovialidade, ela poderia fazer o que desejasse com quem quisesse.
Havia um arquivo também.
E nesse arquivo, ela descobriu que as rendas do seu pai, foram desviadas para Teodoro. O segundo abaixo de Northon. Eles eram bastante parecidos.
Será?
Fotos seguintes, eram de Teodoro saindo do apartamento de Allison. A câmera do hospital onde o pai dela saia com uma mala também foi gravada.
Nas gravações, Northon disse a Clarice que estava machucada que iria embora da cidade com a filha. Clarice surtou e quebrou todas as coisas. Tentando acalmá-la. Ele teve que dar um tapa nela. Pois, ela estava descontrolada, ela abriu a mala dele e jogou as roupas pela janela. Northon decidiu ignorar e saiu dali com as malas. A câmera do quarto ficou muito escura, mas poderia ver que havia outra pessoa no quarto assim que Northon saiu. A imagem não era tão nítida, mas pelas imagens, poderia-se ver, que a pessoa estrangulava Clarice. O homem usava chapéu.
Northon caiu em uma armadilha.
E poderia ser Clarice e Teodoro. Ambos eram amantes.
Agora com evidências sólidas, Allison olhou para Leon:
— Ele vai anunciar o noivado na quinta. Então eu estarei lá. Senhor Leon, o senhor conhece um bom hacker?
— Conheço. Do que precisa?
Allison sorriu. A prova da inocência do seu pai estava diante dos seus olhos.
Entretanto, ao olhar para a imagem seguinte, ela notou que o acidente do seu pai, foi causado por alguém. Os olhos dela ficaram fixos na pessoa no volante que não percebeu haverem câmeras naquela rodovia. O seu desejo de vingança aumentou.
Ninguém está preparado para lidar com a verdade tão abertamente.
Se for para correr riscos, então que assim seja.
No condomínio, a menina chegou extremamente cansada. O porteiro se aproximou ao ver ela encostada na parede respirando com dificuldade.
— Criança, o que aconteceu, menina?
— A senhorita Allison Sulliver.
Foi a única palavra que ela disse antes de desmaiar.
Desesperado, o porteiro a carregou para o condomínio de Allison. Ele pensou que ela conhecia a garotinha. Então decidiu ligar para a jovem.
— Oi, Senhor Gastão!
— Senhora Howard, tem uma menina na sua mansão.
— Uma menina? Tem certeza? - Allison perguntou sobre o olhar curioso de Leon.
— Sim, senhora, ela perguntou pela senhora eu tomei a liberdade de chamar o médico.
— Obrigada Gastão, eu irei imediatamente.
— O que aconteceu?
— Uma garota perguntou por mim. Isso é muito estranho.
— Quer que eu vá com você? Talvez seja uma armadilha?
Ela assentiu e eles partiram na Lamborghini de Leon.