Ponto de vista da Madrina
"Ei, querida, olhe para mim." Derek estalou seus dedos na frente do meu rosto e eu instantaneamente voltei à realidade, lançando um olhar para a garçonete enquanto ela cobria o rosto de vergonha. "Sanduíche." Eu saltei do banquinho antes de me dirigir a uma mesa vazia com Derek, tentando ignorar os olhares curiosos sobre mim. "Derek?" Eu me sentei no pequeno sofá e Derek se sentou ao meu lado antes de levantar uma sobrancelha para mim. "Hmm?" "Por que essas pessoas continuam nos encarando?" Eu mal sussurrei e poderia jurar que vi eles sorrindo maliciosamente assim que essas palavras deixaram minha boca. "Não se preocupe com eles, apenas coma." Ele disse impacientemente, acenando para a garçonete enquanto ela colocava meu sanduíche na mesa. Comecei a beliscar minha comida, tentando ignorar os olhares contínuos. Eu saltei levemente quando uma mão agarrou minhas coxas por debaixo da mesa e virei minha cabeça para olhar Derek, minhas bochechas levemente aquecidas de vergonha. "Pare de tremer, você está comigo." Suas palavras pareceram me acalmar e eu soltei o ar que não sabia que estava segurando. A mão de Derek ainda estava apoiada em minhas coxas e eu olhei para ele, dando-lhe um olhar à medida que suas sobrancelhas subiam. "Você pode parar agora." Eu murmurei, sem realmente querer dizer essas palavras. Seu toque era excitante e eu silenciosamente ansiava por mais. "Parar o que?" Ele começou a brincar, sua voz ficando rouca e profunda à medida que ele se inclinava mais perto do meu ouvido. "Isso?" Ele sussurrou, apertando subitamente minhas coxas suavemente. Eu quase guinchei e bati na mão dele enquanto ele caía de volta no sofá com uma risada. Comecei a terminar meu sanduíche, grata por ele ter desviado minha mente daqueles estranhos na mesa. "Eu poderia ficar olhando para você o dia todo." Ele murmurei do nada e eu quase engasguei com minha comida antes de olhar para Derek, que agora estava me encarando, seus cotovelos apoiados na mesa enquanto um sorriso irônico brincava em seus lábios. "Assustador, mas tá bom." Tentei esconder o lisonjeamento na minha voz. "Sério, esses caras são assustadores. Por que eles continuam nos encarando como se-" "Eles são vampiros." As palavras de Derek fizeram meus olhos se arregalarem e eu olhei para ele em choque, mas ele ainda parecia um tanto quanto deslumbrado em seu próprio pequeno mundo, um sorriso se formando em seus lábios ao notar meu estado petrificado. "O que você quer dizer-" "Realmente quero te beijar agora." "Derek, estou falando sério, vamos embora." Comecei a puxar sua mão e me levantei quando Derek não se moveu. Marchei em direção à porta e congelei quando os caras começaram a se levantar, seus olhos ficando um tom mais escuro enquanto eles se agrupavam ao meu redor, fazendo-me congelar. Um deles deu um passo à frente e eu recuei quando percebi que suas mãos se estendiam para roçar minhas bochechas. Por instinto, dei um passo rápido para trás e bati em algo duro, olhando para cima para ver Derek, que agora pairava sobre meu corpo, sua mão pendendo em meu ombro. "Nós só queríamos ter uma pequena conversa com a linda senhorita aqui," Um cara de cabelos loiros de praia deu um passo à frente, seus intimidantes olhos verdes florestais fazendo minhas pernas enfraquecerem. "Ela tem um cheiro muito bom." "Pena que ela já está acompanhada." Derek parecia extraordinariamente calmo para alguém que normalmente já teria atacado eles até agora. "Acho que não nos apresentamos," O cara de cabelos loiros começou com um sorriso, beliscando o nariz de maneira arrogante. "Meu nome é Zack, eu venho da família Alorain, descendente de-" "Derek Brunswick, dos Ardeleans," Derek interrompeu rudemente, estendendo uma de suas mãos enquanto a outra ainda estava seguramente enrolada em minha cintura. "Acredito que já ouviu falar de mim." Sua voz se tornou séria quando a expressão de Zack caiu, seus lábios se curvando para baixo em medo e obediência. "Sim." Ele disse suavemente, seus olhos rapidamente encontrando seus irmãos antes de reunir a coragem para olhar para Derek novamente. "Por que está na minha cidade, Zack Ramorey?" "Eu tenho algumas coisas para resolver." Seus olhos se estreitaram para Derek, que levantou uma sobrancelha, o aperto que ele tinha em minha cintura se apertando levemente. "Tenho certeza que tem, mas ainda quero que esteja longe daqui dentro de uma semana." Derek começou a sair comigo quando Zack falou novamente. "Ouvi dizer que você está mudando algumas leis e regras entre os mortais e os nossos," Eu notei que os olhos de Derek se tornaram um tom mais escuro, mas nenhum de nós se deu ao trabalho de virar. "Estou supondo que seja por causa daquela coisinha bonitinha ali," Ele quase provocou e eu agarrei a camisa de Derek antes que ele pudesse virar. "Pelo bem de seu tipo e do nosso, espero que você não acabe fazendo algo estúpido Derek. Você sabe o que acontecerá se um vampiro e um humano-" Ele continuou falando, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Derek me arrastou para fora com ele, nem mesmo se incomodando em dar outra olhada para Zack. Eu tropecei em direção ao carro com ele e decidi guardar as perguntas para mim mesma por enquanto. "O que foi isso?" Questionei quando Derek parou na frente da mansão e ouvi ele murmurar "nada" antes de sair apressadamente do carro. "Não é nada, Derek, pare!" Eu me coloquei na frente dele enquanto ele soltava um resmungo, seus olhos brevemente encontrando os meus. "Me diga do que ele estava falando." "Ele só falou asneiras. Eu nem sequer ouvi a maior parte." "Eu não estava surda lá atrás, Derek." "Tenho certeza que não, rostinho bonito." E com isso, ele me deixou para trás e entrou, e eu o segui, lentamente perdendo a paciência.
"Você realmente vai me ignorar assim, Derek? Se for, então não se incomode em tentar falar sobre isso mais tarde." Derek parou no meio do caminho enquanto eu me virava para subir as escadas. "Me desculpe, tá bom?" Ele apareceu na minha frente antes que eu pudesse subir os degraus. "Vou explicar tudo para você, a tempo. Só não pense nisso agora, ok?" Sua voz se tornou suave, a preocupação claramente evidente em seu tom e eu recuei quando seus dedos roçaram carinhosamente minhas bochechas. Fiquei em silêncio e o assisti me dar mais um olhar antes de desaparecer de minha vista, me deixando sozinha. Com um longo suspiro derrotado, fiz meu caminho até o meu quarto no andar de cima, não querendo realmente encontrar os caras no caminho, sabendo que eles me bombardeariam com perguntas. Assim que abri a porta e entrei, uma mão bateu tão forte na porta que causou um zumbido doloroso em meus ouvidos e eu ofeguei quando a figura de Helena veio à foco. Seus olhos estavam ardendo de raiva, seus lábios se curvaram acintosamente no rosto antes que ela me encarasse. "Eu fui tão legal com você, Madrina. Avisou para você ficar longe dele, praticamente implorou a uma mortal patética para entregar o que é meu por direito e você tem a audácia de me desobedecer?" Ela estava sendo histérica agora, bufando e rindo sem nenhuma diversão. "Quem você pensa que é?!" Ela praticamente gritou na minha cara e eu abri minha boca para dizer algo de volta quando ela olhou bem nos meus olhos, seus olhos castanhos absorvendo os meus num olhar hipnotizante. "Cale a boca, você não vai falar uma palavra sobre isso. Eu tenho sido paciente, querida. Eu realmente tenho. Mas você não pôde ficar longe e manter suas mãos sujas para si mesma!" Ela sibilou e meus olhos se arregalaram quando percebi que já estava sob sua compulsão. Isso é ruim, ela definitavamente ia fazer algo, eu sei que sim. Seus olhos continham tanta raiva, enchendo-se com o desejo de arrancar meu coração a qualquer segundo. "Helena, o que Derek e eu temos é muito mais complicado-" "Poupe-me da baboseira," Ela pegou rudemente minhas bochechas e eu imediatamente comecei a entrar em pânico de medo. "Não diga nada e não se mexa. Tudo que você tem que fazer é seguir meu comando. Você é simplesmente um saco de sangue inútil que não significa nada para Derek. E ele vai perceber o quão patética e sem importância é a sua vida depois que eu acabar com você." As palavras que cuspiam de sua boca eram loucas. Ela era louca. Mas não havia nada que eu pudesse fazer, não com Helena tendo total controle do meu corpo. "Vou organizar um evento hoje à noite. Quero que você compareça pontualmente, vestindo algo extremamente bonito, considerando o fato de que esta pode ser sua última chance de se vestir bem," Ela se divertiu, se afastando e supliquei para que meu corpo se movesse e começasse a correr, mas não adiantava. Eu estava presa, colada na minha posição, me sentindo indefesa e frustrada. "À meia-noite, você vai fugir, entrar num carro, se afogar ou melhor," Suas palavras fizeram meu sangue congelar e minha mandíbula cair em descrença e horror. "Pular de um prédio, seja lá o que agrade seu gosto." Ela estalou os dedos e senti uma lágrima descer por minhas bochechas. Ela não estava falando sério, estava? Então, por que estou me convencendo a fazer o que ela diz agora. "Diga algo, querida." "Por favor, Helena," Eu mal consegui dizer e ela me lançou outro olhar, fazendo-me calar imediatamente. "Pensando bem, fique quieta.