Capítulo 68
1178palavras
2023-11-16 00:01
Ponto de vista da Madrina
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Na manhã seguinte, decidi reservar um tempo para me arrumar e cuidar de mim. Eu precisava fazer isso para entender os meus sentimentos, sem contar que poderia ser uma boa maneira de me distrair. Afinal, eu gostava de me arrumar em casa, então, por que não poderia fazer isso de vez em quando ali também? Ou talvez não fosse uma boa ideia, considerando que eu estava cercada por i*iotas sugadores de sangue cheios de tesão, que provavelmente dariam em cima de qualquer coisa com peitos e se esconderiam atrás da velha desculpa: "Sou um homem simples". Que original!
Decidi vestir um top branco com uma saia justa preta, prender o meu cabelo em um coque bagunçado, e aplicar um pouco de brilho labial, para deixar os meus lábios carnudos e rosados. Em seguida, apliquei um pouco de delineador e fiquei pensando se deveria enrolar o cabelo ou alisá-lo, mas decidi deixar como estava, num coque bagunçado. Depois de terminar, saí correndo do quarto e encontrei no meu caminho a Alice, que me lançou um olhar de ódio, fazendo-me parar para questioná-la.
"O que foi, Alice?" "Você sabe muito bem o que foi, cara de v*gabunda. Eu vi o Derek entrando no seu quarto ontem à noite." Ela jogou o cabelo para o lado e olhou para mim com seus grandes olhos castanhos. "Você com certeza entendeu tudo errado, porque o Derek e eu..." "Não somos nada? Por favor, você precisa aprender a mentir primeiro." Ela cruzou os braços sobre o peito e bateu os calcanhares no chão enquanto colocava o peso na perna direita. "Deus, por que isso te incomoda tanto? Achei que você e o Sherlock fossem um casal agora..." Eu a questionei, e como resposta, vi a garota se contorcendo de aborrecimento e soltando um bufo frustrado. "Nós somos, mas só até eu conseguir o Derek." "Isso é baixo, até mesmo pra..." "Então vamos esclarecer uma coisa, nós tínhamos um acordo. Você me ajuda a me tornar a doadora do Derek, e eu te ajudo a escapar. Nós concordamos com isso, então sugiro que você..."
"Senhoras..." Uma voz ecoou pelo corredor, e antes que pudéssemos nos virar, Santiago apareceu na nossa frente, fazendo-nos engasgar de surpresa. "Deus." Murmurei baixinho enquanto ele me olhava da cabeça aos pés. "Você está muito gostosa hoje, querida." Ele arrulhou, passando um braço em volta da minha cintura, e eu tentei afastá-lo, mas o vampiro me segurou firme e começou a me arrastar pelo corredor. Mirei Alice e a vi me encarando carrancuda, porém decidi ignorá-la. Eu deveria tê-la mandado embora quando Derek quis.
"Pare de me tocar." Eu o empurrei enquanto descíamos as escadas, e ele simplesmente sorriu, revelando uma covinha que eu nunca percebera antes. "Não consigo evitar... Você está cheirando muito bem." Ele fechou os olhos e respirou fundo, fazendo-me estremecer de medo e nojo. "Acho que o Derek se deu bem ontem à noite." Ele abriu os olhos, e eu engoli em seco, ficando em silêncio, tinha quase me esquecido da marca da mordida, e nem tinha feito um curativo, só lavara o local durante o banho. "Santiago, você poderia..." "Deixar você em paz? Querida, eu até gostaria, mas mesmo com o Derek nos avisando para ficarmos longe de você, ainda estou aqui... resistindo à vontade de rasgar as suas roupas e te f*der até você gritar meu no..."
"Santiago, você está atrasado. Já disse para ir procurá-lo." A voz de Santiago nos interrompeu quando ele apareceu ao nosso lado, e eu suspirei de alívio antes de olhar para Santiago, que me lançou uma piscadela, mordendo o lábio enquanto me olhava da cabeça aos pés novamente, o que me deu arrepios. "Vamos!" Santiago murmurou, agarrando a minha mão e praticamente me arrastando para o outro lado, até chegarmos em uma sala desconhecida, e eu vê-lo tirando algumas chaves do bolso.
"O que você está fazendo? Vai me manter aqui ou..." "Quem você acha que eu sou?" Ele riu, finalmente pegando uma chave e usando-a para destrancar a porta, que ouvi abrir com um som de "clique". Fiquei surpresa quando entramos em uma enorme biblioteca com pilhas de livros que enchiam a sala inteira. Notei vários mordomos tirando o pó do lugar, mas todos pararam e se curvaram quando nos notaram, depois saíram enquanto Santiago fechava a porta atrás de mim. "Oh meu Deus… por que você não me disse que tinha uma biblioteca aqui?!" Gritei, quase pulando nele, e ele riu, encolhendo os ombros. "Não achei que você tivesse interesse..." Meu queixo caiu com suas palavras. "Até agora, é claro." Ele deu uma risada curta, e eu balancei a cabeça com um sorriso antes de admirar o lugar novamente. "Então você realmente não me conhece bem o suficiente. Posso ficar aqui e ler?" Perguntei, indo em direção a um armário cheio de livros, e ele assentiu. "Desde que eu possa te fazer companhia." Ele sorriu, e eu simplesmente assenti com a cabeça. A companhia dele não seria tão ruim, desde que ele não interrompesse a minha leitura.
"Deus, esse lugar é incrível." Passei os dedos em um livro com os olhos brilhando de prazer e animação, sempre ficava assim diante das obras. "Você que é incrível." Pensei ter ouvido ele dizer algo, e me virei para olhá-lo. "O quê?" "O quê?" Semicerrei os olhos quando ele quase falou ao mesmo tempo que eu, mas balancei a cabeça e mirei os livros novamente. Escolhi um livro aleatório, e Santiago me guiou até a mesa mais próxima. Comecei a ler antes mesmo de me sentar, já fisgada pela história, o que fez Santiago rir baixinho. Ele se sentou na minha frente, e eu o percebi olhando para mim, em vez de ler o livro dele, porém nem comentei nada. Era Irritante, mas eu já estava absorta, completamente envolvida pela história.
Depois de ler por uns bons 20 minutos ou mais, ouvi o som de uma cadeira sendo arrastada, e Santiago disse algo. "Ei, preciso ir agora, não demore muito." Eu simplesmente assenti rapidamente, sem desviar os olhos do livro. Minutos, horas se passaram, e eu estava cada vez mais envolvida com o livro, mas eu não me importava de ficar ali. A história era muito interessante, e eu não conseguia parar. Deus, é por isso que meus pais pararam de me comprar livros, alegando que me "distrairiam" das coisas "importantes" da vida. Como tentar conquistar o coração de um monstro sugador de sangue.
"Interessante." Ouvi uma voz familiar antes do meu livro ser arrancado de mim. "Ei!" Gritei, levantando-me e virando-me para encarar Derek, vê-lo com o livro na mão me irritou além das palavras, apesar do receio de que ele estivesse bravo comigo por ter ido ali sem sua permissão. "Devolva!" "Achei que você não gostasse de ler." "Não acho que isso seja da sua conta." Tentei arrancar o livro da mão dele, mas acabei batendo com o joelho no canto da mesa. Estremeci de dor e olhei para o vampiro, que já estava rindo. Nossa, que surpresa...