Capítulo 11
823palavras
2023-09-28 17:02
Ponto de vista da Madrina
"Me deixe em paz." Murmurei, respirando fundo antes de inconscientemente enterrar o rosto no peito dele, e o vampiro ficou em silêncio até chegarmos no meu quarto, onde ele abriu a porta e caminhou lentamente em direção à cama, apertando os meus ombros com delicadeza. Onde estava a supervelocidade dele quando era mais necessária? Ou será que ele estava tentando ser cordial, esperando que eu caísse no teatrinho? "Descanse, se precisar de alguma coisa, é só me chamar."
Ele afirmou parecendo preocupado, mas eu o ignorei, e, diante do meu silêncio, Santiago me colocou na cama enquanto uma lágrima rolava pelo meu rosto, a qual sequei rapidamente por não querer parecer um bebê chorão.
Afinal, qualquer pessoa no meu lugar estaria furiosa, e eu estava desabando aos prantos de novo. Tudo porque me sentia desamparada, fraca e vulnerável. "Ei?" Ouvi a voz dele antes que seus dedos frios roçassem minhas bochechas, e me encolhi ao olhá-lo, afastando rapidamente a sua mão.
Eu nem tinha notado que ele ficara sentado na cama ao meu lado, observando-me com olhos que até pareciam culpados, o que era impossível, porque nenhum vampiro sente remorso.
"Estou bem." Menti, com a voz claramente irritada, porém ele não se levantou para sair. "Vou ficar aqui até você adormecer." Meu pulso acelerou com suas palavras.
"P-por favor, eu já aprendi a minha lição..." Comecei, saltando da cama e me sentando enquanto Santiago balançava a cabeça. "Eu não vou machucar você." Ele garantiu, mas não acreditei nele, mesmo querendo.
Depois do que Derek fizera essa noite, não havia nenhuma possibilidade de eu confiar em um vampiro. "Por favor..." Implorei, cheia de desespero, com receio de que ele se alimentasse de mim se eu adormecesse.
"Descanse." Ele ignorou o meu pedido, fixando os olhos azuis nos meus, e eu suspirei, derrotada. De nada adiantaria implorar a um vampiro, súplicas só funcionam em pessoas com coração.
"Tenho algumas músicas aqui no celular. Posso tocar o que você quiser, para te ajudar a dormir." Ele ofereceu enquanto eu me enfiava no cobertor, ficando em silêncio. "Acho que isso é um não, então."
Uma risada nervosa escapou dos seus lábios, e continuei quieta. "Cry, baby." Finalmente murmurei, e ele olhou para mim confuso.
"Cry, baby, de Melanie Martinez." Acrescentei, e ele percebeu que eu estava pedindo para que ele buscasse uma música. Então ele mexeu no celular, e a canção começou a tocar. Você parece substituir o cérebro pelo coração.
E leva as coisas tão a sério que desmorona. Você tenta explicar, mas antes que possa começar. As lágrimas de bebê chorão surgem do nada a música começou, e eu fechei os olhos, tentando ignorar a presença do vampiro ao lado.
Eles te chamam de bebê chorão, bebê chorão, mas você está pouco se f*dendo.
Bebê chorão, bebê chorão.
Então você ri em meio às lágrimas. Um soluço escapou dos meus lábios antes que minhas pálpebras finalmente cedessem, e eu caí em um sono profundo.
*3 dias depois*
Três dias se passaram desde a última vez que vi Derek ou tive qualquer problema, pois segui todas as regras e certifiquei-me de não me atrasar para o café da manhã, almoço ou jantar.
Na verdade, comecei a acordar antes de todo mundo e sempre como correndo, para voltar ao meu quarto o quanto antes e evitar encontrar qualquer outra pessoa (ou vampiro).
Felizmente, não vi Derek desde o dia do "incidente", e Anthony me garantiu que a minha mãe está bem. Embora eu não tenha acreditado nele no início, ele provou estar falando a verdade ao ligar para ela, que, como sempre, pareceu irritada, e desligou assim que respondeu às minhas perguntas, sem se preocupar em perguntar como eu estava ou explicar por que o meu pai não entrara em contato para saber como eu estava. "Ei, você está pronta?" Ouvi a voz de Morin atrás da porta, mas não respondi.
Apenas mirei o vestido preto elegante sem alças que tinha sido praticamente forçada a usar e suspirei aborrecida. Uma hora antes, fomos instruídas a nos vestirmos, para depois encontrarmos os outros embaixo. Aparentemente, era o dia em que faríamos o "discurso" sobre a hospitalidade dos vampiros para os humanos.
Ou seja, teríamos de espalhar mentiras. "P*rra, você está tão sexy!" Ouvi a voz de Anthony e virei a cabeça, deparando-me com ele, Morin e Santiago me olhando com admiração.
"Não te dei permissão para entrar." Murmurei, nem um pouco lisonjeada com o "elogio".
Para ser honesta, sinto-me um pouco mais confortável perto desses três do que dos outros vampiros, já que eles não me machucaram ou tentaram me atacar.
Não que eu goste deles nem nada, só estou dizendo que são um pouquinho melhores que o resto dos i*iotas.
Caminhei até os três e forcei um sorriso antes de Santiago falar. "Você está deslumbrante!" Sorri em resposta, não muito feliz com o fato de eles estarem tão confortáveis ​​perto de mim.