Capítulo 5
1482palavras
2023-09-28 16:32
Ponto de vista da Madrina
"Eu odeio isso!" Murmurei em voz alta, respirando fundo antes de passar os olhos ao redor do banheiro chique. E depois de tomar um bom e longo banho quente, decidi sair, pois sabia que ficar lá muito tempo só iria me fazer afundar nos próprios pensamentos, levando-me a chorar de novo.
Engraçado como uma pessoas fraca como eu estava tentando tanto permanecer forte, mas estava falhando miseravelmente até o momento. Vesti as roupas novas e escovei o cabelo algumas vezes até uma batida repentina na porta me fazer pular. "E...entre." Eu disse suavemente, e a porta se abriu revelando um rosto masculino desconhecido. "O meu nome é Morin, prazer em conhecê-la!" Ele me cumprimentou, aproximando-se em alta velocidade, e eu engasguei ao ver um dos seus braços envolto na minha cintura, enquanto o outro segurava firme o meu pulso, puxando-o para mais perto de suas orelhas para que eu me aproximasse.
"Espere, o que você..." "Você é uma gracinha, qual é o seu nome?" Ele perguntou, ignorando completamente a minha resistência ao tentar me afastar do seu rosto, que se aproximava cada vez mais. "Não seja tão rude!" Ouvi outra voz desconhecida, antes de Morin ser arrancado do meu lado e empurrado para longe. Só tive tempo de vê-lo cambalear para trás, porque logo em seguida percebi que a minha mão estava sendo segurada por outro cara, que se ajoelhara antes de dar um beijo suave nas costas da minha palma, pegando-me de surpresa e fazendo-me corar.
"Anthony, ao seu serviço." Ele afirmou com pompa, separando os lábios da minha pele, e eu me afastei com um passo para trás.
"Vá se f*rrar! Olha quem está flertando agora." Ouvi Morin reclamar enquanto se levantava, e estudei os dois, com meus olhos indo de um para o outro. Eles estavam lá para se alimentar de mim? "P-por favor, saiam." Consegui sussurrar, e observei os dois estreitarem os olhos antes de trocarem olhares. "Estamos aqui para acompanhá-la até a sala de jantar." Anthony afirmou, bagunçando um pouco o cabelo castanho grosso, e eu olhei para cima para encontrar seus olhos azuis.
Será que eu podia confiar neles? E se tudo aquilo não passasse de um truque para me atrair para a sala de alimentação ou pior, e se eles estivessem planejando me estuprar? Isso também não seria surpreendente. "Não vou." Concluí, e Anthony simplesmente levantou uma sobrancelha enquanto Morin ria. "Por que não?" Ele perguntou calmo, levantando as sobrancelhas, e eu abaixei a cabeça, brincando com os dedos.
"Porque não confio em vocês." Falei com sinceridade, e os dois reviraram os olhos com a minha resposta "patética". "Você é a única que está protestando. As outras garotas foram amigáveis e bem mais doces." Anthony fez uma careta, e Morin concordou.
"Mesmo assim, por favor, saiam." Levantei a voz, tentando manter a coragem, mas estava com vontade de vomitar só de ver o rosto deles. Não sei por que, mas estar perto de vampiros me faz passar muito mal.
É óbvio que eles usam seus encantos e boa aparência para atrair todos os humanos e usá-los como bolsa de sangue pessoal. "Ah, vamos lá, você já está atrasada!"
Anhony reclamou enquanto corria na minha direção e me pegava nos braços, fazendo-me ofegar. "O que você está fazendo?! Você perdeu o..." Antes que eu pudesse terminar de falar, minha cabeça começou a girar por alguns segundos, até pararmos de repente, e eu perceber que estava em outro lugar ao focar os olhos. E não era qualquer outro lugar, era a sala de jantar.
"Mas que ridículo! Ela teve que ser forçada a comparecer ao jantar?" Ouvi a voz de uma das garotas quando Anthony me colocou no chão. "Ignore-a, Daisy." Alice disse, segurando o ombro da garota para "acalmá-la".
Elas estavam sentadas à mesa de jantar, e meus olhos se arregalaram quando de repente vi todos os vampiros lá sentados também, com os olhos fixos em mim, o que me fez contorcer desconfortavelmente no lugar.
Você já ficou com medo ao subir num palco e perceber um monte de gente olhando para você? Bom, essa cena foi um milhão de vezes pior. "Sente-se!" Ouvi a voz de Derek, e engasguei, virando-me para encará-lo. Ele passou por mim e se sentou na ponta da mesa antes de vários mordomos entrarem, segurando pratos de comida e garrafas de vinho. Com o coração disparado, corri para ocupar o único assento vazio, que "felizmente" ficava bem ao lado do anfitrião.
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O jantar começou, e todos começaram a conversar para se "conhecerem" enquanto eu apenas olhava para o meu prato, com os olhos grudados na comida o tempo todo. "Por que ela está tão quieta?" Ouvi uma voz masculina perguntando, e em pouco tempo toda a atenção foi atraída para mim novamente, fazendo-me encolher na cadeira. Por que eles não podiam simplesmente ignorar a minha existência e me deixar em paz, só por essa noite? "Quem sabe." Ouvi a voz de Derek e olhei para ele, por saber que não gostava de ser ignorado ou desrespeitado.
Eu deveria pelo menos reconhecer a sua existência. O vampiro estava com os cotovelos na mesa, e seu queixo estava apoiado em uma das palmas preguiçosamente, enquanto a outra mão descansava na mesa. Ele me encarava, e eu engoli em seco antes de desviar o olhar.
"Ela é tão chata!" Ouvi outra garota choramingar, e alguns dos homens riram enquanto o resto permaneceu em silêncio, estudando cada movimento meu.
"Nadia, ignore-a. Ela não é capaz nem de se desculpar por ser desrespeitosa e ingrata." Ouvi Alice zombar corajosamente, e fiquei em silêncio, comprimindo os lábios em uma linha fina. "Sinto muito." Consegui sussurrar, e os machos arrulharam com as palavras repentinas.
"Mas olha que adorável... Ela fala!" Derek provocou, e eu mordi o lábio inferior com lágrimas escorrendo dos olhos ao ouvir tanto os homens quanto as mulheres rindo da piada.
"Ela só é tímida." Ouvi Morin dizer. 'Não sou tímida, estou com medo!' A minha voz interior respondeu. "Ela vai acabar se acostumando." Troye concordou, inclinando a cabeça para o lado antes de sorrir para mim.
'Não quero me acostumar com isso!' Meus pensamentos responderam.
"Sim, ela logo logo estará nos amando!" Outra voz masculina disse num tom ignorante, o que me irritou mais do que deveria.
'Eu odeio todos vocês, e isso nunca vai mudar!' Gritei mentalmente, piscando para afastar as lágrimas e me levantando do lugar.
"Terminei." Eu disse já me virando para sair, quando a voz de Derek me fez congelar. "E quem foi que lhe deu permissão para sair?" Mordi o lábio inferior antes de me virar para encará-lo em silêncio, seu olhar penetrando os meus olhos castanhos. "Foi exatamente o que pensei, p*rra." Ele afirmou suavemente ao me ver sentar, e todos pigarrearam antes de continuar a conversa.
"Os meus pais..." Comecei, olhando para Derek, e ele parou para tomar um gole de vinho. "Posso falar com eles?" Perguntei baixinho, e ele tomou outro gole, dolorosamente devagar.
"Não!" Ele respondeu sem rodeios, sem nem mesmo olhar para mim. "Eles não querem falar com você de qualquer maneira." O vampiro murmurou baixinho, e eu olhei para ele em estado de choque. "Isso não é verdade!" Protestei, e lágrimas brotaram nos meus olhos novamente ao tentar me controlar.
Eu era uma bomba-relógio naquela noite, e ele estava honestamente se esforçando muito para me ver explodir. "Sério?" Ele perguntou com um sarcasmo evidente na voz enquanto colocava as mãos sobre a mesa e se inclinava para frente.
"Porque eles me imploraram para garantir que você nunca mais pudesse contatá-los." Ele terminou com uma risada suave e cruel, e todos os outros se juntaram a ele, fazendo a raiva borbulhar dentro de mim. "Isso não é verdade, você está mentindo!" Argumentei, levantando-me da cadeira, e ele simplesmente riu de novo antes de esfregar a têmpora, com um sorriso sádico nos lábios. "Nem mesmo pais gostariam de manter um bebê chorão patético em casa para..." Antes de ele terminar de falar, as minhas mãos involuntariamente agarraram o copo de água mais próximo e jogaram todo o líquido no seu rosto, molhando até sua camisa. Suspiros encheram a sala, e minhas mãos imediatamente começaram a tremer quando percebi o que tinha acabado de fazer.
"Que p*rra é essa?!" Ele gritou e bateu com as mãos na mesa, levantando-se da cadeira, e eu olhei para cima e encontrei o seu olhar. "Você...você foi longe demais!" Mal consegui falar, tentando defender as minhas ações, e nesse meio tempo, todos permaneceram em silêncio, sem intenção alguma de me ajudar.
"Você está numa m*rda esta noite, não é, cara de boneca?" Ele perguntou com olhos furiosos, enquanto colocava a mão no copo vazio que eu ainda segurava. "Talvez você tenha esquecido a p*rra do seu lugar!" Ele cuspiu com veneno, e eu senti a intensidade de seu aperto no vidro ficando mais forte.