P.O.V de Klaire
Fiquei na mansão desde que viemos para cá. Depois daquele incidente, não tive coragem de encontrar seus olhos azul-esverdeados que comecei a amar...
A memória do que aconteceu continua me assombrando. O jeito como ele me olha com aquelas emoções me quebra por dentro, como se tudo o que eu selara estivesse sendo aberto pouco a pouco. Isso estava me deixando louca, cada centímetro do meu corpo gritando para estar com ele.

Não sei mais o que fazer com ele. Ele queria isso! Foi ele quem me rejeitou, mas por que ele está agindo como um cachorro perdido esperando ser recolhido. E eu sei por mim mesma que não deveria pegá-lo! Não mais...
Soltei um gemido frustrado. Clint estava furioso com a maneira como reagiu quando me viu de novo. Ele ficou ainda mais irritado com o fato de que ele até tentou se aproximar de mim. E eu não posso culpá-lo por estar assim. Eu até fiquei brava comigo mesma por reagir assim!
A maneira que quase me esmaga quando o vejo naquela dor. Até me tirou o fôlego quando ouvi ele chorar de dor por causa do que eu fiz. Mas eu não tinha outras opções; tive que impedi-los antes que um deles sofresse uma lesão grave ou pior, a morte, sabendo do meu irmão ele não hesitaria em matá-lo.
Parte de mim queria vê-lo e ver se ele estava ferido em algum lugar. Eu queria ficar em seus braços e me sentir segura, mas precisava controlar-me. Maldita ligação de companheiro que me faz sentir essa afeição por ele! E estava saindo do controle! Era um sentimento irônico que eu não conseguia explicar!
"Companheira"
Essas palavras continuam ecoando em minha cabeça. Como ele ousa me chamar de companheira! Depois do que ele fez há um mês atrás? Ainda posso sentir meu mundo se esfacelando em pedaços toda vez que lembro daquele dia.

"Dwayne Carter te rejeita como companheira. Não preciso de uma humana fraca para ser minha companheira."
Ódio, tristeza, decepção e traição são as coisas que ficaram comigo desde aquele dia. E deveria permanecer assim! Droga!
Um barulho alto me trouxe de volta à realidade. Fechei os olhos para aguçar meus sentidos, mas não ouvi nada? Saí do meu quarto e fui para fora, de onde vinha o barulho. Cheirei o ar e encontrei o familiar doce cheiro de menta e inverno. Até fechei os olhos para inalar o cheiro quando a realidade me atingiu.
Um par de olhos azul-esverdeado está a poucos metros de distância de mim, que agora está me encarando com tantas emoções. Tudo cintila em seus olhos, espelhando-me, mas tentei ocultar. Ainda bem que estava escuro, e meu cabelo estava cobrindo um pouco meu rosto por causa do vento.

Ele está usando uma camiseta branca que abraça seu peito perfeitamente, com suas calças jeans. Ele estava descalço, indicando que veio correndo em sua forma de lobo. Seu cabelo loiro está uma bagunça, mas ele ainda parece perfeito ao mesmo tempo.
Se isso faz algum sentido.
"O que você está fazendo aqui?" Tentei tornar minhas palavras altas, mas acabou saindo um sussurro. Posso sentir meu corpo todo tremendo de excitação e antecipação.
"Precisamos falar sobre a Klaire." A maneira como ele disse o meu nome me deu tanto prazer, pois meu corpo inteiro reagia a cada palavra. Eu até fecho os olhos para esconder o afeto que está transbordando.
"Não há nada para falar." Mordo minha bochecha para me impedir de chamar o nome dele. O nome que eu repetia incessantemente no último mês.
Eu culpo o elo do companheiro por isso!
Ele deu um passo em minha direção, mas eu dei um passo para trás, com medo de que não seria capaz de me controlar uma vez que ele estivesse perto de mim.
"Não." Soou mais como um pedido do que uma ameaça. Não consigo nem olhar em seus olhos. Tenho muito medo de ver como são lindos esses olhos.
Ele não me ouviu e deu mais um passo. Eu o olhei dessa vez, mas o que ele fez a seguir me pegou de surpresa. Ele me empurrou contra a parede com os meus braços presos aos dele. O cheiro de menta e inverno faz com que eu perca o controle. O sentimento de desejo volta a surgir.
Fechei os olhos para me controlar antes de me atirar sobre ele e esquecer completamente que ele não me quer... um onda de formigamento espalha pelo meu corpo todo.
"Me solte.." Finalmente encontrei minha voz. Sinto-me tão impotente enquanto encaro seus olhos. Anseio e luxúria estão escritos por todo lado, e tenho certeza de que estava refletindo o que eu sentia.
"Não posso fazer isso." Ele até se move mais perto; posso sentir o hálito dele em meu rosto.
Seus lábios roçam nos meus enquanto ele fala. Um lampejo de prazer me fez fechar os olhos e morder o lábio para conter um gemido. Como ele pode fazer isso comigo?!
"Eu não sou sua, então você não tem o direito de me reclamar." Lembrei a mim mesma daquelas noites insones. Chorando e sentindo nada além de dor. Mas foi tudo completamente inútil! Eu estava totalmente cativa dele.
Um rosnado escapou de sua boca, e seus olhos começaram a ficar pretos. Desta vez eu soube que seu lobo estava prestes a sair. Ele fecha os olhos, tentando conter seu lobo.
"MINE!" Ele disse com todo o poder. Seu Possessividade é evidente.
E num piscar de olhos, seus lábios se chocam contra os meus. Meus olhos arregalam enquanto permito que ele envie faíscas por todo o meu sistema. Me encontro fechando os olhos e correspondendo seu beijo brusco, porém carregado de tanto pertencimento, que era como se ele estivesse marcando seu território.
Um gemido escapa de minha boca enquanto permito que ele deslize sua língua para dentro de minha boca, permitindo que ele a saboreie. Ambos lutamos pela dominância, mas ele não me deixa vencer. Eu me rendo ao prazer.
Todo o raciocínio que eu vinha relembrando a mim mesma antes foi completamente apagado instantaneamente.
"Você é minha..." ele sussurra entre nossos beijos. Eu não respondo; ao invés disso, deixo minhas mãos afagarem seu suave cabelo loiro. Ele fecha os olhos ao soltar um gemido. Um sorriso malicioso cruza meus lábios, sabendo que posso proporcionar tanto prazer a ele apenas puxando seu cabelo.
Sua mão acaricia meu cabelo, me puxando para mais perto dele como se o limitado espaço entre nós ainda fosse muito grande. Não era o suficiente para nós dois. A sensação de tê-lo ao meu lado parecia surreal.
Meus olhos se arregalam quando ouço algo. E acho que ele também ouviu porque franze a testa. Eu até mesmo ouço ele praguejar.
"Pegadas de lobo." Ele disse a mesma coisa que passava pela minha cabeça. Meus olhos arregalam quando tudo que acabamos de fazerno bate em mim como um incêndio violento. Eu rapidamente me afasto dele, mas ele me impede antes que eu possa sequer dar um passo.
Ele segura minha cintura e me puxa para perto dele, voltando à nossa posição anterior. Sinto minhas bochechas esquentarem.
"Eles estão chegando perto." Ele sussurrou enquanto olhava para mim; desviei o olhar. Eu não deveria permitir que ele fizesse isso novamente. Senti um pequeno remorso pelo meu irmão por não me sentir culpada de forma alguma. Que droga, isso é difícil!
Respiro o ar e detecto o cheiro desconhecido de rogues. Ouço ele praguejar em tom baixo. Seu aperto aperta e, com apenas alguns movimentos rápidos, ele me puxa para dentro. Agora estamos no meu quarto. Como ele sabia onde meu quarto estava? Ele cuidadosamente me deita na minha cama. Como se eu quebrasse a qualquer momento se ele não fosse cuidadoso. Sorrio quase ao pensar nisso; é bom que ele não tenha visto.
"Não saia a menos que eu venha buscar você." Ele murmura, acariciando suavemente meu rosto.
Podia sentir seu poder irradiando de seu corpo enquanto me olhava, cheio de preocupação. Ele hesitava em dizer algo, mas decidiu não dizer.
Antes que eu pudesse pronunciar a palavra, ele já estava longe, deixando-me apenas seu perfume que logo se dissipou no ar. Me encontrei sentindo sua falta.
Enterro meu rosto em minhas mãos. Por que eu deixei isso acontecer?! Minhas lágrimas começaram a correr pelo meu rosto. Eu não entendo mais a mim mesma. Toda minha racionalidade se foi apenas por estar perto dele.
Pensei que estava pronta para enfrentá-lo, que poderia me controlar, que ficaria bem assim que o visse novamente. Mas eu estava errada! Isso está tudo errado! No dia em que encontrei aqueles olhos azul-verde, tudo definitivamente desmoronou.
Especialmente agora...